Cinderella - Depois do felizes para sempre escrita por Alina Black


Capítulo 25
Jacob - O fim da procura




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Os últimos três dias foram insuportáveis. Esperar pelo resultado do teste de seleção do Bruges Scholl já seria o suficiente para me deixar ansioso, mas a verdade é que havia algo muito maior pesando em minha mente, esconder de Nessie que nossa filha estava mais perto do que ela imaginava, principalmente quando ela falava sobre Jassie. Apesar de ter certeza que Elizabeth era Jassie eu precisava ter provas concretas disso. Como dar esperança para depois talvez ter que tirá-la de novo? Decidi que precisava ver Elizabeth pessoalmente antes de falar qualquer coisa.

Nessie percebeu que eu estava estranho. Ela sempre percebia. Perguntou o que estava acontecendo e, na falta de uma boa explicação, menti. Disse que estava estressado com o trabalho. Eu vi a dúvida em seus olhos, mas ela não insistiu. Mesmo assim, a culpa me corroía.

Eu estava na sala da presidência com Adam, acertando os últimos detalhes para a reunião de acionistas. O trabalho deveria me distrair, mas meus pensamentos estavam longe. Quando meu celular tocou, um calafrio percorreu minha espinha. Era Antony. Atendi com mãos trêmulas.

— Filho – Falei ao atender a chamada – Está tudo bem?

— Oi pai- Ele disse - Elizabeth, ou melhor, Liza, passou no teste. Ela está na escola.

Por um momento, fiquei em silêncio, tentando absorver a notícia. Elizabeth, Liza... Jassie. Minha filha estava viva, estava ali. O alívio e o medo se misturaram em mim. Eu precisava vê-la, precisava contar a Nessie, mas como? Como começar?

— Obrigado por avisar filho, vou agora mesmo a escola.

— Pai, tem algo que precisa saber – Ele falou com um tom de voz que demonstrava ansiedade e animação – Ela tem a pulseira, eu vi em seu braço, a pulseira de berloques que deu a ela.

Meu coração acelerou, se eu tinha uma gota de dúvida sobre ela ser minha pequena Jassie, essa duvido havia acabado de desaparecer.

— Estarei aí em meia hora.

Desliguei o telefone e olhei para Adam, que me observava com curiosidade.

— Pai, está tudo bem? - Ele perguntou.

Assenti, tentando parecer mais calmo do que realmente estava – Sim filho – Dei um largo sorriso- Eu encontrei sua irmã, ou melhor ela nos encontrou.

Os olhos de Adam se arregalaram demonstrando sua surpresa – Você encontrou Jassie?

— Sim, mas por enquanto sua mãe não sabe, explico tudo a você depois, será que você pode segurar as pontas por aqui até o almoço?

— É claro – Ele concordou.

— Obrigado filho – Respondi pegando a chave do carro e minha carteira.

— Pai, eu estou muito feliz que finalmente o pesadelo tenha chegado ao fim – Disse Adam sorrindo.

— Eu também meu filho, hoje é um dos dias mais feliz da minha vida.

Enquanto saía da sala, meu coração estava acelerado. O próximo passo era o mais difícil. Encontrar Jassie, olhar nos olhos dela, e depois... contar a Nessie. A verdade estava vindo à tona, e eu só esperava que pudéssemos enfrentar isso juntos.

Saí do escritório como um furacão, meu coração martelando no peito. Peguei o carro e dirigi até a Bruges Scholl quase no automático, a cabeça cheia de pensamentos, dúvidas e esperanças. Ao chegar, mal notei a arquitetura imponente da escola, fui direto para a sala da diretora, a Senhora Harper.

A secretária me reconheceu e me deixou entrar imediatamente. A Senhora Harper, era uma mulher de semblante sério e olhos que pareciam enxergar através das pessoas, me recebeu com um aceno de cabeça. Seus olhos tinham um brilho que misturava curiosidade e compreensão.

— Senhor Black- Ela começou, sem rodeios. - Elizabeth Dwyer foi realmente aprovada no teste. E devo dizer que também fiquei surpresa ao vê-la. Não há dúvidas de que ela é Jassie.

Aquelas palavras foram como um golpe e um abraço ao mesmo tempo. Meu peito se apertou, e minhas mãos suavam enquanto a Senhora Harper me entregava a ficha de Elizabeth.

— Verifiquei pessoalmente os documentos de Elizabeth - Ela continuou -E eles são falsos. Não acredito que ela tenha falsificado esses documentos. Tenho quase certeza de que ela não faz a menor ideia disso.

Eu peguei a pasta com uma mão trêmula e folheei os documentos. Lá estavam, em preto e branco, as evidências que sustentavam o que meu coração já sabia. Jassie, minha filha, estava viva e aqui, na minha frente. Por mais que a realidade fosse surreal, os documentos falsos e as circunstâncias só aumentavam a complexidade da situação.

A Senhora Harper pegou o telefone em sua mesa e discou rapidamente. - Inspetora, por favor, traga Elizabeth Dwyer à minha sala.

Enquanto esperávamos, o silêncio na sala era pesado. Meus pensamentos eram um turbilhão de memórias, preocupações e esperanças. Como ela estaria? Ela se lembraria de mim? Como contar tudo isso a Nessie?

O tempo parecia se arrastar até que uma leve batida na porta quebrou o silêncio. A inspetora entrou, seguida por uma jovem que, apesar de diferente, era inconfundível. Meu coração quase parou quando vi seus olhos, os mesmos olhos que eu lembrava. Ao mesmo tempo em que a emoção me vencia percebi que seu rosto e seu uniforme estavam sujos de tinta, me perguntei o que teria acontecido.

— Elizabeth, por favor, sente-se - Disse a Senhora Harper com uma voz gentil - Este é o Senhor Black, pai de um dos alunos e um grande apoiador da escola.

Eu me levantei lentamente, tentando controlar a emoção que ameaçava me dominar. Olhei para ela, a minha filha, a menina que eu pensei ter perdido para sempre. Ela me olhou com curiosidade e talvez um pouco de apreensão, sem fazer ideia de quem ela era e de como aquele momento mudaria toda a sua vida.

Minha Jass, minha Jassie, a versão mirim da Nessie e irritadinha que tanto amava, minha pimentinha estava diante de mim, mas não era mais a mesma menina que se despediu de mim naquela fatídica manhã pedindo para que eu trouxesse para casa biscoitos quando retornasse. Ela era uma mulher, linda, tão linda quando a mãe, era a nossa filha.

Minhas mãos estavam trêmulas, tentei controlar minhas emoções e curvei meu corpo na cadeira estendendo a mão para ela – Prazer em conhece-la, Elizabeth.

— Prazer - Ela respondeu apertado minha a minha mão.

A procura havia chegado ao fim, eu havia encontrado minha filha.


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