Nós estavamos na sala de estar quando Carlisle desceu as escadas com uma expressão séria, mas tranquilizadora. - Nessie está bem. Ele disse. - Foi apenas uma queda de pressão.

Apesar de sua reassurante explicação, eu não conseguia me acalmar. Algo dentro de mim estava inquieto, e sem pensar, perguntei: -Posso ver a Senhora Black?

Jacob sorriu suavemente e assentiu. -Claro, Liza. Vou te levar até ela.

Ele me guiou pelas escadas até o quarto onde Renesmee estava descansando. Ao entrarmos, vi que ela dormia pacificamente. Aproximei-me da cama, observando seu rosto sereno, " porque eu me parecia tanto com ela, fisicamente?" me perguntava repetidamemte em minha mente ao mesmo tempo em que sentia uma onda de preocupação inexplicável. Era como se eu estivesse ligada a ela de uma forma que não conseguia entender.

A observei em silêncio  sentindo o peso de minhas emoções, uma confusão de memórias vagas e vazias me atormentava, eu precisava  respirar,  antes que me deixasse envolver pela mistura de emoções inventei uma desculpa . - Senhor Black, eu preciso ir. Tenho um horário limite para os bolsistas entrarem a noite na escola.

Jacob olhou para mim- Eu vou leva-la de volta a Escola.

Balancei a cabeça. -Sua esposa precisa do senhor. Eu posso ir de táxi.

Ele não cedeu. -Não, Liza. Eu faço questão de leva-la.

Saímos do quarto juntos e, ao chegarmos na sala, Jacob anunciou a todos que eu precisava partir. Houve murmúrios de preocupação e rápidas despedidas, e logo estávamos no carro, dirigindo de volta para a escola.

No caminho, minha mente estava um turbilhão de pensamentos. Por que eu me sentia tão conectada a Renesmee?Porque éramos tão parecidas fisicamente? E por que essa sensação persistente de que algo importante estava por vir? Não tinha respostas, apenas uma intuição forte de que minha vida estava de alguma forma entrelaçada com a deles, de maneiras que ainda não compreendia.
Jacob tentou puxar um assunto me perguntando coisas da escola, eu respondi gentilmente , minutos depois ele  estacionou o carro em frente à escola e virou-se para mim, um olhar sério em seus olhos.

— Liza, antes de você ir quero que saiba que compreendo que esteja confusa com algumas coisas , eu posso explicar a você. Mas não é o momento agora-  Ele disse, sua voz suave, mas carregada de significado. - Será que você pode almoçar conosco no domingo? Prometo que tudo fará sentido então.

Realmemte eu estava confusa e totalmemte perdida, mas como precisa a digerir tudo que havia acontecido eu concordei. -Claro, Senhor Black. Estarei lá.

Ele sorriu, o alívio evidente em seu rosto. -Obrigado, Liza. Nos vemos no domingo.

Me despedi dele e saí do carro. Enquanto caminhava em direção à entrada principal da escola, olhei para trás e percebi que Jacob ainda estava ali, esperando. Ele permaneceu parado no carro até que eu estivesse completamente dentro do prédio, garantindo minha segurança. Aquele gesto, simples mas atencioso, me deixou ainda mais desconfiada.

Depois de entrar, senti uma mistura de medo e apreensão sobre o que Jacob queria me dizer. O que poderia ser tão importante? E por que eu me sentia tão conectada a essa família, especialmente a Renesmee?

Esses pensamentos me acompanharam enquanto me dirigia para meu quarto. A noite prometia ser longa, com muitas perguntas sem respostas. Respostas estas que eu não sabia se esperaria até o final de semana para obte-las.

Na manhã seguinte, acordei com o som insistente do alarme. Meu coração disparou quando percebi o horário. Estava atrasada! Depois da festa na casa de Jacob, eu tinha dormido mais do que pretendia. Em um frenesi, vesti-me rapidamente, peguei meus materiais e corri pelos corredores na direção do laboratório de informática. O professor de matemática financeira tinha marcado uma aula importante sobre planilhas, e eu não podia me dar ao luxo de perder.

Cheguei ofegante e me sentei em uma das últimas cadeiras, tentando me acalmar. No entanto, minhas preocupações sobre a família Black e, especialmente, sobre minha estranha semelhança com Renesmee, não me deixavam em paz. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto dela e a sensação de urgência aumentava.

O professor começou a explicar as fórmulas e funções das planilhas, mas minhas mãos tremiam levemente enquanto tentava acompanhar. As palavras soavam distantes e desconexas, como se houvesse um bloqueio entre mim e a realidade da sala de aula. Finalmente, depois de lutar para me concentrar, cedi à tentação de buscar respostas.

Discretamente, olhei ao redor para garantir que o professor não estivesse prestando atenção em mim. Em seguida, fechei a planilha no notebook e abri a página de pesquisa na Internet. Digitando "Renesmee Black" no campo de busca, pressionei Enter e esperei as respostas.
Uma delas fez  meu coração bater descontroladamente.

As respostas surgiram rapidamente, e meus olhos correram pelas palavras na tela. Enquanto passava pelas notícias e imagens, algo específico chamou minha atenção. Uma notícia antiga com o título "Filha do presidente da holding de Bruges é sequestrada". Senti como se o ar tivesse sido sugado dos meus pulmões enquanto clicava no link.A notícia, de mais de treze anos atrás, detalhava o sequestro de uma menina pequena. Quando a foto da criança apareceu, meu mundo parou. Com mãos trêmulas, abri o berloque da minha pulseira e olhei para a pequena foto dentro dele. Era a mesma foto da notícia.Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

— Sou eu- murmurei olhando a foto- Essa criança sou eu.

Tudo começou a fazer sentido. A proteção e ajuda de Jacob Black, a inexplicável conexão com a família , a sensação constante de déjà vu, e a semelhança perturbadora com Renesmee – tudo se encaixava

Eu estava tão perdida que não  notei a aproximação do professor, sua voz chamando meu nome me fez saltar da cadeira - Senhorita Dwyer- ele disse em um tom alto de voz, porém ao olhar para  o notebook sua expressão mudou.

— Vamos a sala da senhora Hoper - Ele disse em um tom de convite e ordem ao mesmo tempo.

Neguei com a cabeça deixando as lagrimas me derrotarem ignorando suas tentativas de me segurar eu saí correndo da sala de informática. 

Eu precisava  encontrar a única pessoa que confirmaria aquilo que eu já tinha certeza. Antony Black.