Na manhã seguinte, tentei me concentrar na aula de física, mas minha mente insistia em vagar para a festa na casa de Jacob Black. Não conseguia entender por que me sentia tão ansiosa. Talvez fosse a excitação de usar meu novo vestido e sapatos, ou talvez a curiosidade sobre o que aquela noite traria. De qualquer forma, meus pensamentos estavam longe da equação que o professor estava explicando no quadro.

— Onde eu estava mesmo? Murmurou o professor, tentando atrair nossa atenção de volta para a aula. Senti meu rosto corar quando percebi que ele estava olhando diretamente para mim – Senhorita Dwyer, você parece distraída hoje. Tudo bem? Perguntou ele, sua voz gentil, mas firme.

— Ah, sim, professor. Desculpe, eu... estou bem - Respondi rapidamente, tentando ignorar os olhares curiosos dos meus colegas.

Tentei me concentrar na aula depois de sua chamada, mas não me livrei de uma conversa particular quando a aula terminou.

— Senhorita Dwyer, você é uma aluna dedicada, mas hoje parecia estar em outro lugar. Algo está te preocupando?

—Não, nada demais. Apenas um pouco ansiosa por algo que vai acontecer mais tarde- Disse, tentando sorrir.

— Entendo. Apenas tente manter o foco, tudo bem?- Ele me deu um sorriso encorajador e eu assenti, agradecendo antes de sair da sala.

Eu suspirei, sabia que como bolsista eu sempre seria mais cobrada que os demais alunos. Enquanto me dirigia ao meu armário, ainda me sentindo um pouco envergonhada, vi três garotos do time de futebol conversando animadamente. Um deles era Josh, o garoto mais popular entre as garotas da escola. Ao me ver, ele se afastou do grupo e veio em minha direção, com aquele sorriso confiante que parecia conquistar todos ao redor.

— Ei, Liza - Ele disse, encostando-se no meu armário. - Você está incrível hoje. Sabe, eu tenho a observado desde que você chegou na escola.

Ergui uma das sobrancelhas, só me faltava essa, e ao mesmo tempo senti uma pontada de desconforto e, antes que pudesse responder, ele continuou: - Poderíamos sair algum dia. Acho que nos daríamos bem.

Suspirei, tentando ser educada, mas firme. - Josh, agradeço o elogio, mas estou interessada em outra pessoa - Pensei em Oliver, não era porque eu estava diante de um garoto popular e rico que eu o trairia.

Ele pareceu surpreso, mas logo se recuperou, dando de ombros com um sorriso. - Tudo bem, Liza. Mas se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.

O ignorei e abri meu armário, sentindo um misto de alívio e frustração. Josh não estava acostumado a ser rejeitado, mas eu não podia ignorar meus sentimentos por Oliver, mesmo que estivéssemos separados por agora.

Guardei meus materiais, tentando afastar o encontro com Josh da minha mente. Estava fechando a porta quando vi Suzan se aproximando, com uma expressão que não prometia nada de bom.

— Vejo que já está de olho no Josh, a bolsista não é nada inocente - Disse ela, o ciúme evidente em sua voz.

Revirei os olhos, tentando manter a calma. - Suzan, não estou interessada no Josh. Ele é quem veio falar comigo.

Ela estreitou os olhos, cruzando os braços. - Ah, claro. Porque garotas como você nunca se interessam pelos garotos mais populares, né?

Respirei fundo, tentando não perder a paciência. - Eu realmente não estou interessada, Suzan. Tenho outras coisas para me preocupar."

Ela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. - É melhor você ficar longe dele, Liza. Não sabe com quem está mexendo.

Sua ameaça velada não me intimidou. Eu estava cansada de dramas escolares e sabia que ceder a esse tipo de comportamento só pioraria as coisas. - Olha, Suzan, não tenho tempo para isso. Pode ficar com o Josh, eu realmente não me importo.

Sem esperar uma resposta, virei-me e comecei a caminhar pelo corredor, deixando Suzan falando sozinha. Pude ouvir sua voz se elevando em protesto, mas continuei em frente, decidida a não deixar que ela estragasse meu dia.

Enquanto me afastava, senti uma onda de alívio. A última coisa que precisava era de mais complicações. Minha mente voltou a se concentrar na festa daquela noite. Jacob e o ambiente acolhedor de sua casa eram uma perspectiva muito mais agradável do que lidar com intrigas escolares.

Depois de deixar Suzan para trás, fui almoçar com meus amigos Lara, Matt e Penélope. Encontramos uma mesa no refeitório e nos acomodamos, trocando histórias sobre as aulas e fazendo planos para o fim de semana.

Enquanto conversávamos, notei que Penélope estava estranha, mais quieta do que o normal e parecia distante. Mesmo quando Lara contava uma história engraçada sobre o professor de história, Penélope apenas forçava um sorriso.

Quando o almoço terminou, Matt e Lara perceberam que havia algo no ar e, educadamente, nos deixaram a sós. Olhei para Penélope, que mexia nervosamente em sua bandeja. - Penny, está tudo bem? Perguntei, preocupada.

Ela suspirou profundamente antes de me encarar. - Liza, preciso te contar algo. Eu... estou interessada em Antony Black, mas estou começando a pensar que talvez ele esteja interessado em você.

Aquela revelação me pegou de surpresa. Uma estranha sensação de que isso era errado tomou conta de mim, Antony e eu? Mesmo que eu não amasse Oliver eu jamais teria um interesse romântico em Antony - Penny, não acho que seja isso. Antony é só um amigo. Se você gosta dele, deve investir. Ele pode ser perfeito para você.

Penélope parecia aliviada com minhas palavras, um sorriso tímido se formando em seu rosto. - Você realmente acha isso?

Agarrei suas mãos e apertei-as com firmeza. - Tenho certeza. E prometo te ajudar com o que precisar.

Ela sorriu mais abertamente agora, a alegria evidente em seus olhos. - Obrigada, Liza. Isso significa muito para mim.

Dei um leve aperto nas mãos dela, sentindo nossa amizade se fortalecer naquele momento. - Sempre estarei aqui para você, Penny. Vamos ver no que isso vai dar. Antony não tem uma boa fama.

Ela acenou, ainda segurando minhas mãos, e por um momento ficamos ali, apenas sentindo a conexão e o apoio mútuo. Saber que podia ajudar minha amiga, mesmo com as minhas próprias incertezas, me deu um senso renovado de propósito.

Passei o restante da tarde na biblioteca, completamente absorvida pelos meus trabalhos. Estava tão focada que nem percebi o tempo passar. Quando finalmente olhei para o relógio, já eram 18 horas. Peguei meus livros apressada, guardando-os na mochila e corri pelos corredores até meu quarto.

Após uma hora me arrumando, estava finalmente pronta. Olhei para o espelho e suspirei, ajustando o vestido azul profundo que havia escolhido. Como não tinha joias, decidi usar minha pulseira de berloques, que havia se tornado uma peça especial para mim. Peguei o estojo de maquiagem que Penny havia me emprestado e apliquei uma leve maquiagem, lembrando dos truques que Mel havia me ensinado quando me obrigava a maquiá-la para eventos importantes.

Com a maquiagem feita e o vestido ajustado, dei uma última olhada no espelho. Senti uma mistura de ansiedade e empolgação. Peguei a pequena bolsa de mão, que também era emprestada, e saí do quarto, respirando fundo para me acalmar.

Ao chegar ao estacionamento do colégio, um luxuoso carro estava me esperando. Um motorista, ao me ver se aproximar, parecia surpreso, mas logo abriu um sorriso caloroso. - Boa noite, senhorita. Sou Quil Ateara, motorista da senhora Black. Estou aqui para levá-la à mansão.

— Boa noite, Senhor Alteara- Respondi, sorrindo de volta. - Muito prazer em conhecê-lo."

Ele abriu a porta do carro para mim e, enquanto eu entrava, não pude deixar de notar o conforto e a elegância do veículo. Quil entrou no carro e começamos o trajeto. O caminho estava silencioso e eu aproveitei para tentar acalmar meus pensamentos.

— É sua primeira vez na casa dos Black? Perguntou Quil, olhando pelo espelho retrovisor, quebrando o silêncio com um tom amistoso.

— Sim, é a primeira vez - Respondi. - Estou um pouco nervosa, para ser honesta.

— Não precisa se preocupar - Ele disse com um sorriso reconfortante. - A família Black é muito acolhedora. Tenho certeza de que você terá uma noite maravilhosa.

O caminho continuou, e logo chegamos à casa dos Black. A mansão era ainda mais impressionante do que eu imaginava, iluminada de forma majestosa para a ocasião especial. Quil estacionou o carro e saiu para abrir a porta para mim.

— Obrigada, Quil - Disse, saindo do carro e olhando ao redor maravilhada.

— De nada, senhorita. Aproveite a festa - Ele respondeu, com um sorriso.

Caminhei em direção à entrada, sentindo meu coração bater mais rápido com cada passo. A noite estava apenas começando, mas algo me dizia que seria uma experiência inesquecível.