Cinderella - Depois do felizes para sempre escrita por Alina Black


Capítulo 10
Liza - Jornada




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Era primeiro dia na Bruges School e o que começou com uma mistura de ansiedade e expectativa, agora era real. Coloquei meu uniforme, um blazer azul marinho com o emblema da escola bordado no peito, uma saia xadrez cinza e uma camisa branca. Me olhei no espelho e respirei fundo, pronta para enfrentar o novo desafio. Aproveitei que Penélope estava a horas no banheiro e sai do quarto em silêncio, Penélope era uma garota divertida, mas eu queria aproveitar aquele momento sozinha.

Caminhei pelos corredores da escola, observando cada detalhe. O refeitório era amplo e cheio de mesas redondas, onde os alunos se reuniam para as refeições. A sala de balé, com seu chão de madeira polida e barras ao longo das paredes, parecia convidativa. Eu podia quase ouvir a música e ver as bailarinas dançando.

Quando eu avistei a placa com a palavra biblioteca eu sorri. Eu sempre amei livros e me sentia uma criança em um parque de diversões. Ao passar pela porta observei o lugar tranquilo, cheio de estantes repletas de livros de todos os tipos. O cheiro de papel e tinta alargou meu sorriso. Foi quando eu o vi. Antony Black. Ele estava sentado em uma das mesas, completamente absorto em um livro.

Meu sorriso se desfez – Eu havia esquecido por um breve momento que aquele garoto estudava aqui.

Ao vê-lo, senti uma irritação. Virei as costas, tentando sair discretamente antes que ele me visse e começasse com aquela conversa de “parece com minha mãe” novamente, mas ele me viu. Levantou-se e correu até mim. Meu coração batia acelerado enquanto eu me preparava para o que viria a seguir. Eu precisava manter a calma, não podia ser expulsa no meu primeiro dia por ter matado um adolescente com problemas maternais.

Antony se aproximou de mim, um sorriso amigável no rosto. - Estou feliz por você ter sido aprovada, Liza - Ele disse, suas palavras pareceram sinceras e apesar de surpresa, eu agradeci.

— Obrigada!

Ele então fez uma pausa, parecendo um pouco desconfortável. - Eu... eu queria pedir desculpas- Ele começou -Por ter dito que você se parecia com a minha mãe, eu havia feito uma aposta com um amigo e como perdi tive que fazer o que ele pediu. - Completou ele.

Fiquei um pouco desconfiada, mas decidi aceitar suas desculpas. Afinal de contas ele não havia falado mas sobre aquilo então podia ser verdade.

— Desculpas aceitas – Respondi tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. Antony então notou a pulseira em meu pulso. - Onde você comprou isso? Ele perguntou, pegando minha mão para olhar mais de perto. - É linda - Ele elogiou, e eu senti minhas bochechas corarem.

— Eu ganhei de meus pais quando era criança- Respondi.

De repente, ele pareceu ficar nervoso. - Eu... eu tenho algo importante a fazer - Ele disse rapidamente, soltando minha mão em seguida saiu apressado da biblioteca, me deixando sozinha e confusa. Eu olhei para a pulseira em meu pulso, me perguntando o que tinha acabado de acontecer.

Decidi ignorar mais uma atitude estranha vindo de Antony Black e passei horas na biblioteca, perdida entre as páginas de vários livros. Emprestei alguns que pareciam particularmente interessantes, ansiosa para explorá-los mais tarde. Quando finalmente retornei ao meu quarto, já havia anoitecido.

Ao entrar no quarto, Penélope me olhou enquanto mexia em seu aparelho celular – Onde você se meteu o dia inteiro? Ela perguntou em um tom de curiosidade – Você perdeu o jantar! - Me alertou.

Apesar de estar com fome eu apenas balancei a cabeça- Não se preocupe, estou sem fome – Menti deixando os livros sobre a mesa, preciso de um banho e pôr o pijama.

Após o banho, Penélope e eu conversamos por algumas horas, sobre tudo e sobre nada, assim como eu, ela não era de Bruges, vivia em Pany uma cidade litorânea, eu a ouvi atentamente, torcendo para que ela adormecesse antes que chegasse a minha vez de falar sobre mim, minhas preces foram atendidas, enquanto conversávamos com Penélope finalmente adormeceu.

Fiquei sozinha, e me levantei da cama olhando pela janela para o céu noturno. Meus pensamentos se voltaram para Oliver. Apesar de estar feliz com a nova experiência e as oportunidades que a Bruges School oferecia, sentia saudades dele. Senti uma pontada de tristeza, mas sabia que essa era uma parte necessária do crescimento. Respirei fundo, prometendo a mim mesma que faria o melhor possível, não apenas por mim, mas também por Oliver. Me perguntei se ele estaria sentindo minha falta, se já teria lido a carta que enviei através de Katy. Senti uma mistura de saudade e preocupação.

De repente. Uma preocupação pairou em minha mente eu não tinha um responsável para assinar meus documentos da escola. Isso me deixou inquieta, eu precisava encontrar uma solução.

Deitei na cama e suspirei. Desde minha chegada à Bruges, muitos sentimentos estranhos haviam florescido dentro de mim. Sentia uma mistura de emoções - ansiedade, excitação, medo, saudade. Eu precisava compreender esses sentimentos, entender o que eles significavam. Mas por enquanto, apenas me permiti sentir, deixando os pensamentos fluírem livremente.

Olhei para as estrelas e elas pareciam piscar de volta para mim, como se compartilhassem um segredo. Meus pensamentos se voltaram para os dias anteriores que passei no parque. A pequena lembrança embaçada das risadas, os sorrisos, a brisa suave... tudo parece tão distante agora.

Uma pergunta me atormentava - minha tia Maeve teria mentido para mim? A ideia me deixava desconfortável, mas não podia ignorá-la. Por outro lado, a atitude de Mel de jogar aquela pulseira fora também havia me deixado cheia de dúvidas. Por que ela faria isso? O que ela estava tentando esconder?

Olhei para a pulseira em meu pulso e sorri. É uma lembrança tangível de meus pais. Eu tinha certeza disso. Mesmo que eles não estivessem presente fisicamente, senti a presença deles mais forte do que nunca. Desde minha chegada em Bruges, me sentia como se eles estivessem comigo, me guiando, me protegendo.

Continuei olhando para o céu noturno, permitindo que esses pensamentos e sentimentos me preenchessem. A incerteza, a saudade, a esperança... tudo fazia parte da minha jornada. E, por enquanto, isso era o suficiente.


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