O final de semana foi um tanto diferente para os CEOs da SBL JOIAS, pois eles se juntaram na casa do Changbin para ler o restante do diário da Arya, com o pretexto de tirar as provas da invasão de privacidade com a secretária deles da sala do Bang Chan.

Afinal, quanto mais longe as provas estivessem, melhor seria.

[…]

— Você está ficando cada vez melhor no churrasco em Binnie.

— Valeu Lino, vindo de você é um elogio enorme.

— Pois é, mas não fique convencido hein…

Os três comiam e tomavam suas cervejas, eles eram refinados e preferiam seus drinks, mas em um sábado de sol com direito a churrasco à beira da piscina e ainda com os amigos de longa data, a cerveja e o soju eram quem davam as ordens.

— Cara, como vocês ainda conseguem beber?

— Oh, o bebê Kanguru não vai beber com a gente?

— Não foi isso o que eu disse Lino.

Ele se sentou à beira da piscina já com sua segunda ou terceira cerveja na mão, ele não estava contando.

— Esse é o meu garoto.

— Tá vocês dois aí, vamos logo começar a ler o diário dela.

— Iiih oh láh Channie, o Binnie tá mais curioso que nós dois juntos.

— Uma ova Lino, duvido que vocês dois não estão se comendo também.

— É, o Binnie tem razão Lino, vamos logo com isso, já não aguento mais.

Eles sentaram um do lado do outro nas espreguiçadeiras à beira da piscina e começaram a ler, um lia uma página e passava a folha adiante e o próximo passaria para o último e a intenção deles eram ler até acabar…

E o que leram foi de coisas bobas e corriqueiras até coisas sérias e muito relevantes nas opiniões deles.

“Estou cheia de relatórios para fazer...

Meu chefe não me dá sossego.

Bom, pelo menos tenho com que me ocupar.

E esse fim de semana não ficarem sem nada para fazer.”

E eles continuaram sem nada dizer.

“Como pode ser tão lindo, e tão gentil?

Pena que um grande galinha também... Enfim, não é da minha conta.

Mas pelo que entendi não tem uma funcionária aqui na empresa que ele não tenha pego já.

Ps: me manter longe do Senhor Bang.”

— Vocês dois são parentes ou algo assim? — O Changbin fala esperando a próxima folha. — Nunca vi serem tão iguais.

“Sendo a secretária as vezes tenho que ficar a sós com o Senhor Bang e eu tento não o encarar demais, mas ele faz questão que eu o olhe.

Ps: ele detesta café, levar sempre o chá latte dele antes que ele chegue de manhã.

Ps2: Não olhe para ele por mais de cinco segundos.”

Eles seguiam lendo curiosos.

“Hoje eu descobri quem é o “L” da sigla da empresa.

O Senhor Lee Minho.

Ele estava fora do país e retornou hoje.

Ps: ele disse que serei secretária dele também

E eu não poderei negar, ele é bem persuasivo.

Adeus mundo cruel.”

— Viram aí? Sou bem persuasivo. — O Minho falou com um sorriso de lado.

— Zero novidades aqui, Lino, mas imagino como ela se sentiu com todo o seu poder de persuasão para cima dela…

— Ela me adora, pode acreditar.

E a leitura seguiu…

“Sem nenhum motivo aparente o Senhor Bang me deu um chocolate.

Assim, do nada!

Achei fofo...

Ele disse que eu estava fazendo um excelente trabalho organizando a vida dele.

Infelizmente até as horas das fodas dele passam por mim agora.

Ps: Ele é uma máquina.”

— Isso tá ficando cada vez melhor... — O Minho sorria com vontade. — E aí Bang, uma máquina? Que delícia hein amigo...

— Por que a gente só não lê hein? — O Bang não conseguia nem olhar para seus amigos.

— Credo nervosinho...

E eles continuaram...

“Hoje tivemos uma reunião.

Sim, tivemos, o Sr. Bang, o Sr. Lee e eu.

As vezes parece que eles estão disputando minha atenção.

E eu que sou um amor vou apenas sorrir e acenar para esses dois amorzinhos.

Tenho sorte que meu salário é dobrado, mas eles também não facilitam para mim...”

O Minho fez que ia comentar algo, mas o Changbin encostou em sua perna sinalizando a cara do Bang Chan e os dois esperaram pela próxima página.

“Eu odeio minha vida.

Fui passar a agenda do Sr. Bang e ele estava com a Rebeca.

Em cima da mesa!!!!

Eu mereço...

Eu deveria arrumar um namorado?

Melhor não...

Aí fui na sala do Sr. Lee, ele estava aos amassos com o Jisung, de novo...

Eu desisto de ter sanidade...”

Os dois leram essa página juntos entendendo a expressão do Bang.

— Vocês deveriam deixá-la de fora disso, não acham não?

— É Binnie, você está certo.

— Vou recompensar nossa Yoonah, já até pedi para ela cancelar todas as minhas visitas intimas.

Os dois olharam para o Minho desconfiados.

— O quê? Tô falando sério, não vou mais ficar com ninguém ali para ela ver, e você deveria fazer o mesmo Channie.

— Isso é mesmo impressionante.

O Changbin falou e eles voltaram aos papéis.

“Eu adoro esses meninos.

O Seung é como um irmãozinho.

O Yang é meu ursinho de pelúcia, e finalmente achei alguém para abraçar as vezes.

E tem o Jisung, cara porque eu o beijei... De novo... Que erro...

Ele é do Senhor Lee...

E eu tô fora.

Mas eu também adoro o Jisung,

ele é um excelente amigo.”

— O Seung é um filhotinho fofo né? — O Minho falou sorrindo por pensar nele — Se a Arya não me escolher, vou pedir ele em namoro.

— Olha esse cara, dá para acreditar? Ele já tem um plano B.

O Changbin não aguentou e riu de seu amigo.

— É Lino, mas o Jisung é seu, não é? — o Bang Chan falou fazendo uma carinha insinuante.

— Cara, será que atrapalhei o romance deles?

— Acho que não, se vocês repararem bem, o Jisung está apaixonadinho pelo Yang.

O Changbin e o Minho olharam espantados para o Bang depois da declaração dele.

— Sério que não notaram? Poxa, vocês dois precisam observar mais.

E eles voltaram a leitura.

“Hoje o “amigo” dos meus chefes veio para levá-los a um evento de moda.

Eles levarão as joias desse evento então o Changbin veio buscá-los.

Pelo que eu entendi eles são amigos de longa data e o Changbin sempre trabalha para eles.

Então eu sempre o vejo.

E ele é um gato.

E o sorriso dele é tão lindo...

Apesar de que os chefinhos tem sorrisos lindos também”

— Pera aí, essas cópias estão fora de ordem?

O Minho e o Changbin olhavam para o Bang Chan.

— As folhas não tem data tá legal? E sem querer elas voaram pela minha sala, então, sim, estão fora de ordem.

— É um gênio mesmo!

— Não enche Lino.

— Parem vocês dois, vamos continuar a leitura.

— Tá curioso né, gato?

— Lino, sossega cara.

“Só porque falei que o Changbin era um gato o Sr. Lee veio trabalhar hoje todo lindo.

Ele é tão sedutor que me irrita as vezes.

E o melhor?

Ele é sempre tão legal comigo, nem posso reclamar dele.

O Sr. Bang também, sempre gato e agora que eles me conhecem melhor os dois me tratam muito bem.”

— Tá aí, somos gatinhos...

— De acordo com a Yoonah nós três somos tá, então não fique convencido Lino.

O Minho mostrou a língua para o Changbin.

— Dois crianções. — O Bang Chan ri de seus amigos.

“Hoje foi dia.

Tanto o Sr. Bang quanto o Sr. Lee tiveram visitas intimas em suas salas.

Por que eles me pedem para chamá-las?

Acho uma tremenda covardia #vidassolteirasimportam sabiam chefinhos?

Nota: Enviar os portfólios do Hwang e do Lee Felix para eles.”

— É, vou parar com essas porcarias de visitas também. — O Bang Chan falou em um tom mais sério.

— Aleluia — O Changbin disse. — Não por nada amigo, mas tá na hora de dar uma maneirada.

— Os modelos... — O Minho falou pensativo. — Dois tremendos gatos né?

— Nossa, sim, seria uma disputa e tanto se eu tivesse que me decidir entre eles.

— Ah, Binnie, se tudo der errado para você com a nossa Yoonah, pega os dois.

— E os planos B do Lino, não são só para ele né?

— Claro que não, sou um amigo incrível, está bem.

Os três sorriam, tudo aquilo era estranho e também uma loucura só.

— Mas os modelos se interessaram pela Yoonah também não lembram?

— Não me lembre disso Binnie, quase me entreguei e estraguei tudo indo para cima do Hwang, mas vocês viram a Yoonah? Ela se saiu muito bem com eles.

— Realmente Kanguru, ela até arrumou um esquema para os dois, — o Lino sorria largo. — Será que eles se pegaram?

— Vai saber...

Eles sorriram e continuaram, e o Changbin ficou pensando um pouco em como seria namorar os modelos.

“Agora o Changbin aparece com mais frequência, o engraçado é que ele sempre entra em meio as reuniões e fica por lá.

Ele deve ser mesmo de confiança.

E volta e meia ele me traz um chocolate.

Será que ele namora?

Mas também ele deve me ver como uma irmã ou algo assim...

Igual os chefinhos, acho que para eles eu sou uma mãe... Ou irmã.

Eles jamais me veriam diferente.”

— Mal sabe ela... — O Minho falou se referindo ao fato dos três estarem interessados nela.

— Devíamos contar a ela sobre você Binnie... O que acha?

— Não sei, não gosto dessa atenção e vocês sabem bem disso.

— Sabemos sim, mas concordo com o Channie, seria legal ela saber.

— Vou pensar nisso, está bem?

Seus amigos acenaram positivamente e eles voltaram a leitura.

“Preciso sair para beber, que raiva da Taty cara.

Ela fica com o Senhor Lee e eu a detesto, sério Senhor Lee, tu merece alguém melhor

Mesmo que só para aventura...

Mudando de foco...

Essa noite eu sonhei com o Senhor Bang...

Quem me dera... Eu juro que não reclamaria...

Que beijo gostoso, será que é assim na vida real?

Okay, chega por hoje, vou chamar meus amorzinhos para um happy hour.”

Os três nada disseram, mas o Bang Chan tinha um enorme sorriso no rosto que não soube disfarçar.

“O Ex do Seungmin é um babaca!!!

Ainda bem que meu ex ficou em Busan, ele jamais me procuraria, não é nem louco.

Agora eu tenho a chave do apto do Seung, e ele tem a do meu caso ele precise fugir.

No último happy hour o Yang demonstrou interesse no Seung, quem sabe não rola algo?

Eu vou torcer por eles.

O Jisung tentou me beijar, mas dessa vez eu neguei.

Chega disso né?”

— Eu vou matar o ex do meu cachorrinho.

— Lino, se controla cara, teu foco não é a Arya?

— Claro que é, mas agora quero proteger o Seungmin, posso?

— Ninguém vai matar ninguém Lino, mas posso fazê-lo sumir, — O Changbin falou já pensando em como o encontraria — Vamos descobrir o que ele fez para o Seung e eu cuido disso.

O Changbin também havia se irritado com aquilo, ele detesta pessoas babacas.

— Te amo Binnie.

— Também te amo Lino, seu louco.

“O Senhor Lee fez igual ao Senhor Bang, me chamou na sala dele para eu experimentar um bracelete e com todo o charme que ele tem, ele o colocou no meu pulso.

Ele é intenso, não posso negar.

O Senhor Bang pareceu não gostar muito de ter me visto saindo da sala do Senhor Lee...

Mas o que eu posso fazer? Sou a secretária dos dois ora.”

— Não a deixem desconfortáveis por trabalhar para os dois seus cabeçudos.

Os CEOs nada disseram, eles concordaram com o motorista e segurança deles.

“Às vezes eu me odeio...

Sério...

Sou uma SECRETINA...

PALAVRAS CHAVES:

Taty e Rebeca (odeio essas duas)

E não, eu não me importo com quem eles transam só acho que eles deveriam parar de me pedir para chamá-las.

Vou pedir pro Seung ir dormir em casa”

Os três leram esse último em silêncio, nada comentaram até que...

“O que eu mais temia aconteceu...

Estou apaixonada.

Estou com tanta raiva de mim, como eu posso me apaixonar por ele assim?

Que burra!

Yoon Arya, acorde, isso nunca será real.

Respira fundo, vai passar!”

Assim que o Changbin terminou de ler aquela folha, ele viu seus dois amigos o encarando.

— Será que isso é recente? — O Lee Minho perguntou apreensivo.

— Será que é por alguém da empresa? — O Bang Chan parecia que iria enfartar.

— Precisamos descobrir, mas também precisamos conversar.

O Changbin encarou seus amigos um pouco mais sério que o de costume.

— Imaginei que você diria isso Binnie.

— Pois bem, Lino, vocês dois tem certeza de que estão apaixonados por ela?

Os dois responderam que sim, mais que rapidamente, e praticamente ao mesmo tempo.

— E você Binnie?

— É, eu também gosto dela e acho que não é pouco.

— E o que faremos?

— Temos que tomar muito cuidado, e a primeira coisa que precisamos é entender que não podemos brigar por isso.

— Eu não brigaria e essa não é a primeira vez que isso nos acontece, mas confesso que dessa vez irei lutar sem dó. — O Minho falou tranquilamente e os seus amigos o encararam, mas com semblantes igualmente tranquilos.

Sempre foi assim entre eles, então eles estavam acostumados.

— Não esperava menos de você Lino, — O Changbin falou em meio a um sorriso por conhecer bem seu amigo de longa data. — E você Channie?

— Eu sou perdidamente apaixonado por ela, — O Minho o encarou sorrindo largo com quem queria dizer que sempre teve razão nisso e o Bang apenas sorriu para seu amigo. — Mas entendo bem tudo isso, então farei como o Lino.

— Certo, eu estou no páreo também, mas serei respeitoso com todos e em todos os sentidos, mas tem uma coisa que acho que vocês dois deixaram passar...

Eles se olharam.

— O que foi Binnie? — o Minho perguntou apreensivo.

— Vocês não se lembram do que aconteceu ontem na casa da nossa Yoonah?

— O que aconteceu?

O Bang Chan o olhou confuso.

— Verdade, nós a beijamos.

O Minho falou sorrindo por se lembrar, mas também meio sem graça, o que não era do feitio dele e seus amigos notaram.

— Nós o quê? — O Bang Chan falou se engasgando em seguida. — Nós a beijamos? Os três?

— Sim, Channie, nós três a beijamos, mas pela manhã saímos e a deixamos dormindo no sofá.

— Será que ela se lembra? — O Bang estava apreensivo e confuso.

— Não sei, você não lembrou.

— Não mesmo, mas agora que disse tenho vislumbres disso.

O Bang tinha um olhar perdido.

— Pois bem, tenho medo de como ela reagirá depois disso e... Minho o que foi?

Os outros dois encararam o Minho que estava lendo uma das páginas do diário da secretária.

— Leiam isso.

Ele passou mais uma folha para eles, que dessa vez leram juntos.

“Minha mãe me ligou, o papai está muito doente.

Chorei a noite inteira, mas graças ao milagre da maquiagem hoje ninguém notou meus olhos inchados.

Menos o Seung e os meninos que ficaram essa noite comigo, sou muito grata aos três.

Acho que terei que voltar para Busan, preciso ficar perto do meu pai.

Agora é falar com os chefinhos.”

— Isso deve ser recente, ela ainda não nos disse nada.

O Bang Chan estava ainda mais aflito.

— Ela deve estar sofrendo, nem sei como ainda tem cabeça para tanta coisa.

O Minho se mostrou verdadeiramente triste por ela.

— Sim, Lino, ela deve estar em um grande conflito.

A preocupação do Changbin era latente.

— Tá e o que faremos?

— Não podemos falar com ela sobre isso, Lino, ou ela saberá que lemos seu diário.

O Bang Chan tentava pensar em uma solução.

— Já sei, vamos visitar a nossa loja em Busan e levá-la com a gente, assim ela poderá ver seu pai.

— E vamos os três?

— Sim, o Changbin pode dirigir, não pode?

— Posso claro, mas de avião é mais rápido não acham?

— Bem mais rápido.

— Sim, vocês têm razão, mas seria melhor para nós três uma viagem com mais tempo ao lado dela se é que me entendem.

O Bang Chan pensava em ter uma maior proximidade com a secretária para poder estar ao lado dela no caso de seu pai doente.

— Entendo sim Channie, mas vamos de avião, levaremos os três meninos também para darem apoio a ela enquanto trabalharemos de verdade.

— Se é assim Binnie, que tal chamarmos os modelos também? Poderíamos fotografar eles por lá o que acham?

— Ótima ideia, Lino, eles farão uma campanha e não precisaremos mentir.

— Combinado, então, arrumem tudo, cuidarei das passagens e hospedagens para todos.

— Mas isso não seria trabalho da nossa Yoonah?

— Sim, Lino, mas quero poupá-la por hora, a cabecinha dela deve estar a mil.

— Você é incrível Seo Changbin.

Eles olharam para o Bang que tinha um olhar perdido.

— No que pensa Channie?

— Queria saber como a Arya está.

Os três suspiraram, os outros dois queriam o mesmo que o Bang, mas como não poderiam fazer nada ainda seguiram a leitura até que leram todo o diário da secretária.

[...]

E a Yoon Arya estava... como posso dizer? Em casa, sozinha, pensando em tudo o que aconteceu, e em como será sua vida daqui para frente. 

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