Uma Gailariana Entre Nós escrita por Kaisaca1976


Capítulo 2
Uma Gailariana Entre Nós: Parte 2




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— Onde está Rita? – Perguntou Joe a Kito que conversava com outros conhecidos no bar. Ele viu que Rita saíra da mesa e estava demorando a retornar, pediu licença a Mariko e foi procurá-la. Ela era mais alta que as outras moças, não seria difícil vê-la.

— Não está na mesa com vocês?

— Ela saiu para ir ao banheiro e ainda não retornou? – Perguntou Saito.

— Não. Você não a viu depois disso? - Joe começou a ficar preocupado

— Não. Será que ela está na pista de dança? – Disse ele olhando para a pista, do local podiam ver a pista de dança que era num nível mais baixo. – Talvez ela ainda esteja no banheiro, pode ter passado mal. 

— Vou pedir a Mariko para verificar se ela está lá.

Joe volta rapidamente à mesa e pede a Mariko para ir ao banheiro ver se Rita estava lá. Ela a contragosto vai, mas ao chegar ao local verificou que ela não estava lá, voltou e comunicou a Joe, ele e os outros começaram a procurar pela casa noturna. 

— Não a vi em lugar nenhum? – Disse Kito

— Será que ela saiu? – Joe estava preocupado foi em direção a saída seguido pelo grupo. Na recepção descreveu Rita e claro que uma moça como ela não passou despercebida.

— Ela saiu já há algum tempo. Achei que ia voltar logo, pois não levou o casaco. - Disse o atendente

— Você tem certeza?

— Sim senhor.

— Viu para onde ela foi?

Ele apontou para um dos lados da rua movimentada.

— Droga. Por que ela saiu assim? Vamos procurá-la. Ela não conhece nada aqui.

Joe, Kito e os outros dois rapazes foram para a direção que lhe foi indicada, chegaram a um cruzamento  olhando para todos os lados, nenhum sinal dela. Resolveram se dividir e cada um ir em direção diferente. O olhar de Joe estava ansioso, ele começou a andar apressado. Rita... Rita, onde você se meteu?

 *****

— Nunca a vi por aqui. - Um dos rapazes chegou mais perto. – acho que podemos nos dar muito bem.

— Eu não preciso de companhia. Se me dão licença. – Disse ela tentando voltar para o caminho de onde viera, mas os três cercaram sua passagem.

— Ei gata, por que tanta pressa?. A gente nem se apresentou ainda.

— Desculpe, meus amigos estão me esperando. – Ela se arrependeu de ter saído sem avisar. Ninguém sabia onde ela estava. Tentou passar novamente pelo lado da parede do prédio, mas o rapaz que falava a cercou com o braço.

— Por favor, me deixe ir – Rita começou a ficar apavorada.

— Não sem antes a gente se conhecer melhor.

— Não ouviram a moça? Deixe-a ir. Ela não quer a companhia de vocês. - Falou um rapaz alto. Rita não conseguiu vê-lo muito bem.

— Ora, ora. Você quer se divertir sozinho?

— Eu não sou da laia de vocês. Parem de importunar a moça e vão embora.

Os três olharam desafiador para o rapaz, por um momento Rita pensou que iriam brigar, mas os três inoportunos afastaram-se deixando Rita amedrontada.

— Você está bem? – Disse ele se aproximando de vagar para não assustá-la ainda mais. O rapaz tinha feições muito agradáveis, como ela ficou em silêncio ele prosseguiu – Não tenha medo, não quero lhe fazer mal. - A voz era grave e falava devagar. - Eu vi que aqueles três estavam te seguindo e resolvi vir atrás. Você estava tão distraída que parecia não saber para onde ia. – Ele tirou o casaco e colocou sobre os ombros de Rita. – Não deveria andar neste frio sem casaco. Poderá ficar doente. – Ele se afastou um pouco para tranquilizá-la.

Rita estava paralisada pela atenção do rapaz um misto de alívio e apreensão.

— Obrigada.

— Não deveria vir para este lado sozinha. Você está acompanhada? 

— Estou em uma casa noturna com uns amigos. Sai para respirar um pouco de ar.

— As casas noturnas não ficam nesta região. Sabe qual o nome?

Rita pensou não se lembrava – Não. Eu saí para caminhar um pouco, acho que me perdi.

— Quer que a acompanhe de volta para a rua das casas noturnas, lá você poderá identificar qual é?

Rita ficou receosa em aceitar a ajuda de um estranho.

— Eu me chamo Takeshi. E você? – ele percebeu a insegurança dela

— Rita. - Algo nela a fez confiar no rapaz

— Muito prazer em conhecê-la, Rita. Aqui não é um bom lugar para ficarmos - disse ele olhando em volta e Rita percebeu que a rua em que estavam era lateral e ali não passava quase ninguém. – E está muito frio.

— Não quero incomodar. – disse ela percebendo que ele havia dado o casaco para ela e provavelmente estaria com frio já que ficou somente com uma camisa de manga longa clara não muito grossa.

— Não me perdoaria nunca em deixar uma moça sozinha e perdida.

— Está bem.

Eles começaram a caminhar de volta às ruas movimentadas. Caminharam por um tempo em silêncio.

— Você disse que estava com uns amigos, eles sabem que você saiu?

— Não. Eu pensei em respirar um pouco de ar fresco. – Ela falou com uma entonação triste o que não passou despercebido por Takeshi.

— Então eles devem estar preocupados.

— Imagino que não. Ele… - Ela engasgou um pouco - Eles estavam se divertindo e não repararam em mim.

Takeshi teve certeza que ela estava perambulando distraída por causa de alguém.

— Dificilmente alguém ignoraria uma moça como você.

Pararam por um momento. Apesar de tê-la visto andando sozinha à noite, algo lhe disse que aquela garota era diferente. Ele já a estava observando quando ela passou por ele com o olhar totalmente distante, ignorando as pessoas e o frio, pensou o que poderia ter feito uma garota como aquela estar com um olhar tão triste. Foi quando percebeu três rapazes que começaram a segui-la logo que passou por eles, por isso os acompanhou um pouco de longe. A moça havia parado junto com as pessoas antes de cruzar a rua e quando o sinal abriu, ficou parada até perceber que as pessoas se movimentavam, ela continuou andando e dobrou uma esquina que saía das vias principais e os três atrás, ele apressou o passo e chegou a tempo de vê-la sendo importunada pelos três desconhecidos.

— Será que depois que acharmos seus amigos eu teria o prazer de encontrá-la novamente?

Rita ficou surpresa e sorriu timidamente.

— Eu não sou daqui. Amanhã estarei deixando a cidade.

— É uma pena. De onde você é?

— Rita! – a voz de Joe a fez dar um sobressalto. Joe aproximou rapidamente com um olhar zangado. – Onde você se meteu? - Ele estava muito bravo. – Estava te procurando por toda parte.

Joe chegou perto dos dois e fuzilou Takeshi com olhar que permaneceu tranquilo diante do rompante de fúria de Joe.

— Eu saí para respirar um pouco de ar e acabei me perdendo.

— Você não deveria estar conversando com um estranho. – O tom de Joe era acusador.

— Ele estava tentando me ajudar a retornar. – Achou melhor não mencionar que fora salva por ele.

— E aceita a ajuda de qualquer um. Você não sabe que há pessoas por aí que poderiam lhe causar mal? Esse cara poderia estar querendo se aproveitar de você.

— Na verdade ele me salvou de uma situação difícil. – Disse ela por fim. 

— O que está dizendo? O que aconteceu? – a voz de Joe mudou de furioso para preocupado e olhou para o rapaz que continuava completamente tranquilo e calado.

Os dois permaneceram calados. As pessoas que passavam olhavam de relance a cena.

— Rita, o que aconteceu? - Insistiu Joe visivelmente preocupado

Percebendo que Rita não queria falar do que acontecera, Takeshi tentou amenizar a situação.

— Está tudo bem. Eu a vi andando sozinha sem casaco neste frio e percebi que ela parecia perdida então ofereci meu casaco e ajudá-la a encontrar seus amigos. – disse ele com calma.

Só então Joe percebeu que ela estava usando um casaco escuro sobre os ombros. Imediatamente ele tira o casaco e joga para Takeshi.

— Agradeço sua preocupação, mas ela não precisa mais. – Disse ele tirando o próprio casaco e colocando sobre os ombros de Rita. Ele sabia que ela não sentia frio como ele, mas queria protegê-la. Tentou ignorar o vento gelado que passou quando tirou o casaco.

Rita olha para Takeshi agradecida. - Obrigada, Takeshi. Você foi muito gentil.

— Já estão íntimos assim? Tratando pelo nome! Vamos embora Rita. – Disse ele segurando-a firme pelo braço.

— Tem certeza que ficará bem com ele? – Perguntou Takeshi percebendo que Joe estava com ciúmes. Então porque a deixou sair sozinha?

— Sim. Está tudo bem. Obrigada. Joe é meu amigo.

— Se vocês são só amigos então poderia te ligar para saber se ficou bem?

Joe solta o braço de Rita e se dirige a Takeshi – Ora sujeitinho atrevido.

— Joe espere! Ele só está sendo gentil. 

— Conheço gentilezas assim. Esqueça!

Joe retorna e segura novamente o braço de Rita, com mais firmeza ainda. – Vamos Rita! 

Os dois vão embora deixando Takeshi parado, olhando-os se distanciar. Ainda pode ver Rita se virar e lhe dar um sorriso. Ele ficou decepcionado, gostaria de encontrar aquela garota novamente.


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Notas finais do capítulo

Conituna na parte 3



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