O Retorno escrita por Kaisaca1976


Capítulo 3
Capítulo 03: Mistério no Espaço


Notas iniciais do capítulo

Nos céus da Terra e no espaço, acontecimentos estranhos anunciam que algo está para acontecer. Enquanto isso, Joe tenta iniciar um novo relacionamento.



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Todos estavam reunidos na plataforma de lançamento, Rita olhou disfarçadamente ao seu lado onde estava Dimitri. Ele assim como ela estava usando o novo uniforme em um tom azul acinzentado com detalhes em azul e vermelho. Percebendo que era observado ele olhou para Rita que corou e fingiu olhar em volta. Não muito longe avistou Amanda em seu novo uniforme com cores predominantes branca com detalhes azul e amarelo. 

— Atenção todos, eu sou Zatáros, capitão da Mirana. – uma voz forte chamou a atenção para um homem de meia idade e corpulento. – Gostaria de dar as boas vindas aos novos tripulantes.  Estaremos partindo em uma missão de treinamento e espero que todos se sintam honrados em estarem a serviço do grande Império Gailar. Portanto, todos os seus postos o Cruzador Espacial Mirana partirá nesse momento. Assumam suas posições.

A esta ordem todos saíram de formação e se dirigiram para seus postos. Em poucos minutos a nave já estava pronta para partir. Rita e Dimitri se posicionaram no hangar dos doubles aguardando suas ordens. Amanda e Cory foram designados para a sala de comando. Cory seria o co-piloto da Mirana ao seu lado estava o piloto-mor, Vash, um homem de aparência séria que não ria de suas graças como os outros.

A sala de comando era o centro da nave e ficava na parte mais alta envolta em grandes painéis de vidro, de ambos os lados ficavam cinco controladores que se dividiram em operadores de radar e comunicação e o engenheiro chefe, no centro ficava o capitão em uma cadeira elevada e a frente dele mais abaixo o sub-capitão, Derius, na frente ficam os dois pilotos, Cory e Vash, do lado de Cory o controlador de armas, Reike, e do lado de Vash de defesas, Roger. Um total de dezesseis pessoas entre homens e mulheres eram responsáveis por uma tripulação de mil e quinhentas pessoas.

A ordem do capitão a nave levanta seu voo em direção ao espaço, em poucos minutos estava deixando para trás o planeta azul com seus dois anéis de cristais.

*****

 Joe escolheu bem o restaurante. Era um dos melhores da cidade. Mariko estava radiante em seu vestido azul turquesa e envolta em um xale da mesma cor. Ela quase não acreditou quando Joe a convidou para jantar.  Enquanto ambos analisavam o cardápio, ela sentia o coração pulsar e quase não conseguia ler as opções. 

— A senhorita já escolheu. – perguntou o garçom.

— Sim... sim... – ela se assustou com a pergunta e como estava há muito tempo com o cardápio na mão e não havia escolhido nada pediu o que lhe veio aos olhos.

— Mais alguma coisa. – perguntou polidamente o garçom.

— Não obrigada. – disse ela fechando o cardápio.

— Com licença. – disse ele se afastando.

— Espero que tenha me saído bem. Eu não estou acostumado a lugares como esse. – comentou Joe olhando em volta. O restaurante era sofisticado, bem diferente dos locais pacatos da ilha Akane.

— Você foi ótimo.

— Imagino que você deve estar acostumada com locais melhores que este.

— Este lugar é maravilhoso e os pratos deliciosos. – respondeu ela com sinceridade.

— Fico contente que tenha gostado. – Joe nunca tinha levado Rita a um lugar como aquele, balançou a cabeça. Ele havia prometido que não pensaria nela e se dedicaria em conhecer melhor Mariko.

— O que foi? – Mariko percebeu o balançar da cabeça de Joe.

— Não foi nada. Eu apenas pensei como é bom estar aqui com você. – mentiu ele tentando usar um tom suave.

Mariko sorriu e teve certeza que não era isso que ele estava pensando, mas ficou satisfeita afinal ela era que estava jantando com Joe e não deixaria que nenhum fantasma de outro planeta atrapalhasse sua noite por isso tentou conduzir a conversa de forma animada durante o jantar e foi bem sucedida, Joe estava atencioso e vez por outra sorria de forma descontraída. As horas passaram e eles nem perceberam quando Joe a deixou em frente ao prédio onde Mariko morava. Ela não se conteve em perguntar.

— Nós nos veremos novamente? – perguntou insegura.

— Se minha companhia a agradou e se você quiser... – respondeu ele.

— Então nos veremos muitas outras vezes. A noite foi maravilhosa. - respondeu ela com um brilho nos olhos e um largo sorriso.

— Amanhã estarei voltando para a ilha Akane. A gente se fala e obrigada pela noite, foi muito agradável.

— Muito mais que agradável.... Bem, acho melhor eu entrar – disse diante do silêncio dele.

— Boa noite.

— Boa noite, Mariko e até breve. – Respondeu ele de forma polida.

— Até breve. – repetiu ela decepcionada pelo simples “boa noite”, mas não poderia ser oferecida, já conseguira uma grande vitória.

Joe esperou que ela saísse do carro e entrasse no prédio antes de tomar a direção do hotel onde estava hospedado.

*****

 A nave Mirana já estava distante de Gailar e o treino prosseguia por horas. Todos já demonstravam sinais de cansaço. Na sala de comando os operadores estavam tensos como se estivesse vivendo uma batalha real. 

Amanda em seu radar passava ordens para o esquadrão de doubles que estava sob forte ataque. Por causa do nervosismo ela errou algumas coordenadas e perdeu algumas naves. Se fosse em uma batalha real o comandante Dankan e mais dois pilotos estariam mortos. O que fez o capitão aparecer na tela.

— O que está acontecendo com você? Como pode errar algo tão simples?

— Desculpe-me senhor, eu interpretei errado o sinal. Isso não vai acontecer novamente. – Garantiu ela.

— Espero que não. – disse ele ao ver que a jovem era inexperiente.

Assim que o capitão sumiu da tela, Amanda deu um suspiro de alívio.

— E não se distraia – a voz de Dankan ressoou em seu fone de ouvido.

— Sim, senhor. – disse ela nervosa. O que ela não viu foi o sorriso do comandante Dankan.

Rita e Dimitri estavam nos doubles que quase foram atingidos por causa do erro de Amanda, mas os dois com suas habilidades, conseguiram se desviar dos projéteis e destruir os alvos. O comandante  Dankan se impressionou com tanta habilidade, ele mesmo não conseguiu escapar dos projéteis. 

— Parece que desta vez a escola espacial teve uma ótima turma.

Ao terminarem de destruir os alvos, o capitão Zatáros ordenou o retorno dos doubles para a Mirana e interceptar as naves inimigas que a atacavam.

— Mandem os esquadrões doubles atacar a nave do flanco direito e esquerdo. Nós cuidaremos das duas do centro.

— Sim senhor. – Amanda recebeu as ordens e transmitiu ao comandante Dankan.

— Atenção todos os doubles em módulo robô. Esquadrão de 5 a 8 comandados por Micha irão atacar a nave da esquerda e os esquadrão de 1 a 4 comigo, usem tudo e acabem com aquelas naves. Ao ataque! – ordenou ele e as naves pareciam chuvas de meteoros caindo sobre as naves alvos comandada por computador.

A Miranda estava sob fogo das duas naves restantes e Cory teve que usar de toda a sua habilidade para escapar dos disparos do canhão de shock das naves inimigas.

— Yahoo! Consegui - Vibrou ele ao conseguir desviar da primeira bateria.

— Não comemore aí vem a segunda. – o piloto da Mirana o alertou.

O rosto alegre de Cory sumiu e ele arregalou os olhos. A segunda bateria estava vindo e ele não conseguiu desviar a tempo, a distração de um segundo o fez ser atingido seriamente e perder uma torre de canhão.

O que você está fazendo? Assim seremos destruídos. Posicione a nave para dispararmos. – disse o Capitão Zatáros.

Cory virou a Mirana de frente às duas naves hostis deixando-as na linha de fogo.

Fogo. – Ordenou o capitão e Reike disparou o canhão principal destruindo de uma só vez as duas naves inimigas.

— Alvo destruído. – disse uma das operadoras do radar.

— Ótimo. E como vão nossos doubles.

— Naves destruídas com sucesso. Todos os doubles foram bem sucedidos no ataque.

— Relatório de avarias e baixas.

— Sim senhor. - O sub-capitão Derius transmitiu as ordens a todos os setores da Mirana que passaram seus relatórios. - Duas torres de canhão de shock foram destruídas e uma inoperante. Quatro tubos de lançamento foram destruídos e seis avariadas. Perda de doze doubles, 25 mortos e 43 feridos. Principais sistemas da Mirana funcionando perfeitamente. 

— Não foi nada bom. Muitas avarias para quatro naves com pouco poder de fogo. – disse o comandante. – Suspender o treino, faremos outro em breve. Esse não foi satisfatório. Transmita a toda tripulação. - e se retirou.

— Atenção tripulação! - A voz do sub-capitão Derius ressoou em toda a nave - A simulação não foi satisfatória. Por hora os treinos estão suspensos.

Todos os tripulantes ouviram aquilo e se sentiram decepcionados. Haviam feito o melhor e não fora suficiente, na aparência cansada de cada rosto a frustração de não terem agradado seu capitão.

 *****

— O senhor me chamou? – Joe perguntou ao professor Tobishima , assim que entrou na sala. 

— Sim, Joe. Sente-se. – o professor esperou Joe sentar para continuar. – Acabaram de chegar do conselho de segurança um relatório e algumas fotos. – o professor virou a pasta para Joe e este pode ver algumas fotografias em meio a alguns papéis. 

— Mas o que é isso? – perguntou pegando uma das fotos. O professor não respondeu e Joe olhou atentamente para o objeto meu turvo de forma circular e brilhante. – Isso parece um objeto voador.

— Exatamente. - respondeu o professor. – Esse objeto foi fotografado pelo nosso observatório na base do ártico que pertenceu aos gailarianos.

— O senhor está querendo dizer que é um objeto vindo do espaço? – os pensamentos de Joe se voltaram para o planeta Gailar.

— Não se pode dizer com certeza, algumas pessoas em várias partes do mundo narraram que viram naves como essa, mas nenhuma foi levada muito a sério até essas fotos. É muito cedo para se dizer que é um objeto  vindo do espaço, mas sabendo que não estamos sós no universo… 

— Se fosse um objeto vindo do espaço, provavelmente não é do planeta Gailar. – disse Joe

— Eu também acho que não. Se fosse uma nave do planeta Gailar, provavelmente entrariam em contato. Vamos continuar em alerta e tentar descobrir do que se trata.  – o professor parecia preocupado.

Joe olhou fixamente para as fotos. Que objeto seria aquele? E de onde seria?

*****

Rita, Dimitri, Amanda e Cory estavam reunidos em uma das muitas áreas de convivência sobre os prédios de Gailar que eram verdadeiros arranha-céus. 

— Junea está atrasada. – comentou Cory sorvendo um gole de um líquido de agradável paladar. 

— Ela já deve estar chegando, quando conversei com ela pelo visor vídeo disse que precisava de nos encontrar com urgência. – respondeu Amanda.

— Será que aconteceu alguma coisa? – perguntou Dimitri intrigado.

— Vocês conhecem Junea. Tudo para ela é exagerado – respondeu Amanda. – Lá está ela. – acrescentou ao ver a figura ruiva de Junea em seu uniforme amarelo do centro de observações espaciais.

— Eih! Pessoal. – cumprimentou ela com voz cansada.

— Junea! – exclamou Cory estranhando a aparência cansada e o semblante carregado. – O que aconteceu? 

Todos olharam preocupados para a amiga que sempre estava alegre e animada.

— Eu não deveria contar isso a vocês, - Disse ao se sentar - porque é um assunto sigiloso. Mas como confio em todos tenho certeza que ficará entre nós.

— Você falando assim parece que algo terrível aconteceu. – o comentário de Rita veio em forma de temor.

— E aconteceu. Há alguns dias nós perdemos contato com uma de nossas naves avançadas, a Ravask. A princípio pensava-se que poderia ser uma falha de comunicação. Mas como não conseguimos mais contato, mandamos outra nave que estava mais próxima do setor e...

— E... – Dimitri não estava gostando daquilo

— E... a nave foi encontrada.... – Junea fez uma pausa antes de continuar - .... Foi encontrada destruída... e todos seus tripulantes mortos...

— O quê? – a exclamação foi uni som. 

— A nave estava completamente destruída... – repetiu Junea

— Destruída como? – perguntou Dimitri. Não havia nenhuma ocorrência de acidentes há muitos anos.

— Algum acidente? – perguntou Cory com os olhos arregalados.

— A princípio foi levantado a possibilidade... Mas investigações feitas nos destroços concluíram que a nave foi atingida por algum tipo de arma.

— Que tipo de arma? - Perguntou Rita

— Não sabemos... Nós não captamos nenhum movimento anormal. Nenhuma nave nas proximidades... Nem mesmo uma transmissão da Ravask... Nada.... o centro de observações está em polvorosa e todas as naves no espaço estão em alerta... Nossos radares estão trabalhando em seu alcance máximo... Em breve outras naves irão partir... Inclusive a Mirana.... Vocês devem ser convocados em breve...

— Será algum inimigo do espaço? – se perguntou Cory.

— Seja o que for, temos que descobrir o que aconteceu a Ravask o mais rápido possível... – comentou Junea.

Rita estava alarmada e levantou seus olhos para o céu... se houvesse algum perigo vindo do espaço talvez não só Gailar estaria em perigo, mas também a Terra.... e voltou-se para Junea.

— Junea, a Ravask era a nave que estava se dirigindo para explorar o setor onde fica o sistema solar da Terra? – a voz de Rita estava trêmula.

— Sim. Exatamente.  – olhou intrigada para a amiga. - Ela tinha partido a pouco e saído do seu primeiro trajeto do hiperespaço. Quando perdemos contato.

— Junea, por favor, tudo que você souber e descobrir me diga, é muito importante. – A voz aflita de Rita fez Junea concordar sem questioná-la. Dimitri teve certeza que a preocupação de Rita ia muito além de Gailar.

 


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Notas finais do capítulo

Um perigo ronda a Terra e Gailar. Que perigo e aventuras aguardam nossos heróis.



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