Magic: A história de um capeão escrita por DiamondTargaryen


Capítulo 1
Capitulo 1 – O cadáver na armadura




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Já era tarde da noite quando Jason alcançou um riacho. Ao longe, conseguia ouvir o barulho de uma cachoeira, um banho de água fresca e corrente lhe cairia bem.

Caminhando pela orla da floresta, seus pensamentos vagueavam por tudo que havia vivido durante as duas semanas desde que fugira de sua cidade natal. A guerra tinha destruído seu lar, e levado todos aqueles que ele amava. Agora, era um andarilho, que lutava para sobreviver em um mundo totalmente caótico.

Finalmente avistou a cachoeira, seus pés doíam, mas agradecia por ser uma noite agradavelmente quente. Tirou a sacola que carregava nas costas e a jogou no chão, com a intensão de deitar sua cabeça sobre ela, mas antes que puxdesse ir para o tão esperado descanso, algo chamou sua atenção do outro lado do rio, um objeto brilhava em contato com a luz da lua, que brilhava cheia no céu.

Aproximou-se da margem, semicerrou os olhos a fim de identificar o que era aquilo, e observou ser uma armadura. Olhou em volta, para ver se conseguia ver se o dono estava pelos arredores, mas nada encontrou. Decidiu então pegar para si, pois seria muito útil visto suas experiencias na floresta nos dias anteriores.

Tirou sua camisa, calça e botas, ficando apenas de cueca e entrou na água. Ela lhe fazia bem, massageava os hematomas e ardia os cortes que tinha pelo corpo. A correnteza estava fraca, e água não passou de seu umbigo. Quase chegando na outra margem do rio, começou a sentir que estava sendo observado, olhou em volta, mas nada viu.

Saindo da água, caminhou decididamente até a armadura, que de perto não parecia mais tão brilhante e atrativa como antes. Quando abaixou para recolher as partes que estavam espalhadas uma perto da outra, se assustou quando uma voz baixa e rouca o interrompeu:

— Se afaste!

Jason imediatamente deu um passo para trás e se colocou em posição de luta. Os punhos serrados próximos ao peito, os pés espaçados lhe dando estabilidade. Era um lutador, seu pai o havia treinado para que num futuro que não mais existia, pudesse ser da patrulha da cidade, e quem sabe até um cavaleiro real.

— Quem está aí? – sua voz saiu abafada, e percebeu que estava com frio, pois de sua boca saia uma leve fumaça pálida – Não quero problemas, apenas pensei em pegar algo que achei estar abandonado.

— Também não quero problemas, preciso apenas que se afaste. – Jason identificou a voz como sendo de um garoto mais jovem que ele, uma criança ou adolescente pensou.

Olhando a armadura, notou que era menor do que esperava, e que claramente não caberia nele. Caminhando lentamente para trás, atento a qualquer movimento que pudesse lhe significar um risco. Estava frio demais, claramente esse alguém possuíam energia mágica.

— Preciso que vire de costas para eu me vestir – o desconhecido parecia tranquilo – Não tenho tanta confiança em meu corpo para que me veja pelado – e riu – não tanto quanto você.

Imediatamente Jason lembrou estar apenas de cueca, e ainda por cima molhada. Levou as mãos para região intima, a cobrindo, e virou de costas. Não estava mais com medo, mas sim com muita vergonha. O garoto não parecia que ia lhe fazer mal.

— Alias, meu nome é Tomás! Você está sozinho? – rapidamente vestiu a armadura que cobria todo seu corpo, inclusive um elmo fechado, que deixava apenas seus olhos incrivelmente azuis a vista.

— Sim, estou viajando sozinho para a capital. Quer dizer... – Jason parou como se estivesse pensando no que havia dito – acho que estou.

— Como assim você acha? – o tom risonho fez Jason corar de vergonha – Pronto, fique à vontade caso queira virar.

— Acho melhor eu me vestir e pegar minhas coisas – com um salto, o jovem chegou do outro lado do rio que atravessara andando, vestiu a única calça que tinha, colocou a camisa e sua sacola nos ombros e voltou também em um salto, parando a alguns passos de Tomás – Meu objetivo é chegar na capital, mas não sei se estou no caminho certo. Estou a algumas semanas andando nessa floresta, e não chego em lugar nenhum.

O frio parecia cada vez maior, a noite de verão que outrora quente e agradável, parecia agora o inverno mais rigoroso que Jason já havia vivido, sentiu seus dedos dos pés e mãos começarem a formigar, seu corpo estava arrepiado e da sua boca podia ver sair uma fumaça quente.

— Me-me de-desculpe essa pergunta, mas por acaso, esse frio é por sua causa?

— Opa, não percebi que estava exagerando – Imediatamente o clima voltou ao normal – Minha energia mágica permite que eu controle a temperatura do ambiente que estou.

— Uau, que incrível!! – Jason ficou maravilhado com o poder de seu novo colega, porem antes que pudesse dizer mais alguma coisa, sentiu uma leve brisa passar rente ao seu rosto, e num piscar de olhos, Tomás estava empalado com uma lança em sua barriga. O garoto caiu de joelhos, e colocou as mãos sobre a lança.

— Saia daqui Jason, rápido – sua voz parecia normal – Parece que finalmente ela me encontrou.

Jason rapidamente se virou e procurou de onde havia vindo aquele ataque, mas não conseguia identificar nada devido a escuridão mata a dentro.

— Ora, ora – Uma voz feminina ecoou na floresta, agressiva e potencialmente perigosa – Minha caça fez amizade... com um jovenzinho – De cima de uma arvore próxima, uma mulher alta de cabelos pretos, longos e escorridos presos em um coque, estava abaixada segurando outra lança em posição de ataque. Com um salto, ela caiu de pé a alguns passos de distancia de Jason, que rapidamente se pôs em posição de defesa, mesmo não sabendo o que poderia fazer contra um poder que conseguiu atravessar uma armadura.

— Quem é você? – Gritou – Porque matou meu amigo? – Não conseguia acreditar, depois de semanas sem falar com ninguém, apenas lutando pela própria vida contra animais e monstros, quando finalmente havia encontrado alguém... apenas uma criança... uma raiva crescente começou a tomar conta de seu corpo, tal qual daquele dia fatídico em que nada pôde fazer - Você vai pagar!! – Porem antes que pudesse se mover, sentiu uma mão gelada em seus ombros nus.

— Fique calmo, amigo! – Tomás estava parado ao seu lado, sem a lança em seu ventre – Estou viv... bem! Deixe que eu resolvo esse assunto, que já deveria ter finalizado.

— Então resolveu lutar... finalmente vou destruir você, criança profana, fruto nojento da Bruxa!!! -  Gritando essas palavras, a caçadora arremessou a lança que estava em sua mão direita e imediatamente em sua mão esquerda apareceu outra, que trocou que mão e lançou-a também, tudo em questão de segundos. Pela distância e velocidade era impossível desviar.

— Tomás!!! – gritou Jason, mas seus olhos ficaram incrédulos pelo que viu, com um rápido aceno com as mãos, o garoto emitiu uma onda de frio que fizeram as duas lanças congelarem, caindo imediatamente no chão, se quebrando em alguns pedaços.

— Eu particularmente não gosto de machucar pessoas, tentei a todo custo fugir de você, mas agora existe mais vidas em risco, então... – seu corpo estava emanando uma energia magica forte, e uma fumaça congelante saiu em direção da mulher que só conseguiu tentar gritar algo parecido com um “não” bem arrastado. Mas era tarde demais, seu corpo foi congelado instantaneamente.

— MAS QUE POHA É ESSA!! Quem é você?? – Jason havia caído sentado incrédulo, assustado, mas sem medo.

Tomás retirou seu elmo e virou em direção ao seu novo amigo, já sabia qual expressão esperar quando ele o visse da forma que realmente era: sua pele, pálida como a lua, tinha um tom esverdeado, seus olhos azuis cintilantes vazios sem pupilas, suas veias eram visíveis embaixo da fina pele cheia de rasgos não curados, mostrando a carne podre que tinha dentro de si. Sua cabeça careca, com poucos fios de cabelo desorganizados se inclinou levemente para o lado. Um sorriso com poucos dentes se formou.

— Meu nome é Tomás, tinha 11 anos quando morri e fui trazido de volta do mundo dos mortos pela Bruxa, mas isso já faz uns... 80 anos. Muito prazer!!!


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