Malévola 3 - Dieval & Malélova escrita por Bolinho de Arroz Crocante


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Inspirado num post no Tumblr sobre a idéia de uma criança de como deveria ser o terceiro filme.



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Um alto ser encapuzado voou para dentro de um dos inúmeros quartos do grandioso e potente palacio real cujo comando estava sob a Rainha Aurora e Rei Phillip.

Com o uso de magia foi fácil localizar seu objetivo, um quarto grande, como todos os outros, mas discreto, sua decoração, feita exclusivamente para o proprietário. 

Dieval dormia tranquilamente em seu quarto, por estar no verão nem coberto estava. De bruços e com um sono tão pesado que se podia ouvir um ronco baixinho,, possui  não notou o perigo se aproximando.

O ser encapuzado adentrou o local se confundido com uma simples brisa refrescante fazendo o corvo suspirar profundamente o ar fresco e abraçar o travesseiro mais forte sonhando docemente com um outro ser alado.

O misterioso encapuzado parou ao lado do moreno e o observou por alguns segundos. Se o ambiente estivesse iluminado e ele sem capuz seria possível ver um certo ódio no olhar dele... Ou talvez... Inveja.

Com um sutil movimento, suas mãos começaram a emitir um brilho alaranjado e sussurrou as seguintes palavras: 

Volte ao que era. Volte. Ao corvo retornará. E assim ficará para sempre. Ao 12° bater do relógio da terceira noite. 

As palavras sussurrada tomaram um forma conforme saiam da boca do ser místico no mesmo tom da névoa de sua mão. Dieval foi envolvido pela névoa sem se incomodar e ao contrário do que foi a primeira vez, agora o homem não sentiu nenhuma dor. Pelo contrário, sentiu-se abraçado.

Desta forma, o desconhecido se retira do quarto deixando uma ave preta deitada no sua cama de modo anormal para um animal de penas e o relógio badalando meia-noite.

Tempo restante: 72 horas

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Tempo restante: 60 horas...

O café da manhã dos reis foram atrapalhados pela entrada abrupta de um pássaro preto grasnando 

— Kra!!

— Kra!!

— Kra!!

Dieval pousou na frente da jovem adulta que possui longos cabelos loiros. Pulava e grasnava afoito, que para um humano seria o mesmo que começar a falar sem parar, agitado e sem respirar.

— Dieval? Dieval! O que aconteceu?

— Por que está como corvo? - Phillip pergunta com a boca cheia.

E o corvo apenas grasnava o mais alto que conseguia desesperado e gesticulava a medida que conseguia para um corvo de poucos centímetros de altura.

— Não consegue se destranformar? - Aurora chuta e Dieval respira fundo concordando. - Por que? A fada madrinha não te deu a liberdade para se destranformar quando quiser?

O corvo apenas suspirou dando de ombros sem saber o que tinha acontecido. Estava cansado desde o momento que acordou foi uma intensidade de sentimentos e emoções, afinal ele não ficava muito mais tempo de corvo e, principalmente, ele não havia dormido de corvo e ao acordar tentou de todas as formas voltar a ser humano.

— Kra - lamenta e Aurora faz um carinho na cabeça.

— Será que a magia acabou? - o rei comenta. - Talvez a Malévola resolva isso quando voltar.

— Ou podemos ir nas fadas - Aurora se levanta e entrega a filha para o marido pegando o pai adotivo para irem a casa das duas mulheres.

Aurora no fundo está magoada com a sua fada madrinha que ficava mais tempo com outros Faes do que com ela. A rainha queria ter a mais velha por perto, pois maternidade não estava sendo fácil e queria ela para apoia-la. Ao menos Dieval, que não gosta e não se internou com outros Fae, está a ajudando como um bom pai.

 

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Tempo restante: 58 horas...

— Não sei! - voou ao redor do corvo a rosada. 

— Tem magia...

— Kra! - Dieval ironiza como se dissesse "Não diga! Eu sou o que sou por causa de magia"

Aurora limpa a garganta repreendendo a figura paterna que revira os olhos, ou tenta. As duas fadinhas não tinham parado de voar ao redor do mais velho que começou a se irritar, lembrando que Malévola não suportava isso também.

— É magia Fae - alguém entra na casinha de campo sem ser convidado assustando os quatro seres. - Prazer, Yzma!

A figura se mostra sendo uma mulher alta e magra, além de irrugada. Sua pele é flácida e de um tom arroxeado, possui uma pena gigante como adereço na cabeça, que Aurora achou bem chamativo, para não dizer outra coisa.

— Você... Não é daqui.

— Não! - Se aproximou do corvo o cheirando e tocando. - Estou só de passagem... Tive uma lhama com o mesmo problema.

As três mulheres se olharam, apenas Dieval se interessou pelo jeito senhora. Yzma arrancou uma pena, a cheirou, lambeu e até mesmo tocou fio por foi. Aurora se perguntou onde estavam os guardas que deixaram essa mulher entrar.

— Kra?

— Ah... Não fala? Pena. Pelo menos a lhama falava. É magia. Lamento. Não tem chances de reverter. Tem menos de três dias.

— Kra!!

— Tem que haver um jeito - Aurora entra na conversa para defender o pai. - Eu já fui amaldiçoada uma vez e ela foi quebrada.

 Yzma sentou-se na cadeira pensando, relembrando da história da antiga princesa e se lembrou que a maldição foi feita com uma forma de quebrar, a maldição do corvo, não.

— Como sabe tanto sobre isso?

— Quem garante que não foi você?

As fadinhas perguntaram próximas da velha que as afastou com a mão. Explicou que já tinha feito magia assim, e até sofrido os efeitos dela, mas não tinha motivos para fazer tal ato com pessoa que nem conhecia e que estava apenas de passagem no reino quando sentiu a forte magia Fae. Aurora e Dieval pareciam concordar. 

— Laranja! - gritou sem motivo. - É laranja.

— O que é laranja? - Aurora pergunta.

— Preciso ir.

E Yzma saiu apressada da casa sem que as fadas ou Aurora conseguisse pegá-la. Os guardas? Bom... Estavam distraídos com uma Lhama e uma gata roxa.

 

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Tempo restante: 57 horas...

 

Enquanto Aurora, Dieval, Phillip e as fadas corriam contra o tempo a procura de algum outro feiticeiro no reino ou até mesmo a procura de Malévola, a fada mais poderosa se encontra no reino dos Fae um tanto inquieta. Andava de um lado para o outro preocupada, com um peso no coração que não conseguia explicar. 

Conall a observava por cima de alguns papéis e pensava se devia perguntar o que lhe aflingia ou não, pelo canto do olho notou Félix observando a rainha deles com um olhar diferente, mas ignorou. Cansado de ver a amiga andando de um lado para outro, decidiu interferir, pois não queria um buraco na sua sala.

— Malévola? O que te incomoda? Malévola!

A morna de olhos verdes ficou sua atenção no fada que levantou uma sobrancelha e repetiu a pergunta.

— Não sei! Uma sensação ruim. Sentindo um desespero dentro do meu peito, como se eu tivesse presa e não conseguisse me soltar.

Félix fez um som sarcástico que apesar de ambos notarem, foi ignorado. Malévola levou a mão aos cabelos e ajeitou uma mexa atrás da orelha.

Ela também sentia uma tristeza por não estar perto de Aurora e sabia que sua afilhada estava magoada com a decisão dela de permanecer no reino Fae até que ele voltasse ao normal. Sentia ainda mais falta de Dieval, apesar de estar com seu povo, não se sentia inclusa... Não tinha uma amizade forte o bastante para que o sentimento de exclusão saísse dela. Se arrependeu de ter concordado que Dieval permanecesse com Aurora, sabia que se tivesse pedido ao corvo, ele não hesitaria em vir. Mas assim como ela, até mesmo pior, ele não se sentia encaixado lá, os Fae não o respeitavam sem a presença da rainha do mal, por isso respeitou a decisão do amigo.

Malévola iria visitá-la no fim do mês, até lá tudo seria resolvido aqui e poderia passar longas semanas com Aurora e sua filha, além de ir para sua própria casa com Dieval.

Mas a sensação não saia do seu peito. A sensação de ter abandonado as pessoas importantes também a atormentava todos os dias, mas Aurora já era grande e sabia se cuidar e se precisava de cuidado tinha Dieval. Então por quê? Por que ela se sentia péssima? Por que sentia que alguém corria perigo?

Talvez devesse fazer uma visitinha para eles, apenas para ter a certeza de que estava tudo bem. Seria rápido. Algumas horas para ir, ficaria mais uma hora lá e voltaria, tudo em menos de um dia. Faria isso! 

— Você não pode ir! - Félix segurou em seu braço e recebeu um olhar mortal da rainha.

— Por que não? - Perguntou lentamente estreitando os olhos.

Félix por uns segundos não soube responder, se engasgando enquanto criava a mentira. Mas, conseguiu criar e de forma convincente, afinal eles estavam mesmo precisando da ajuda de Malévola.

— Estamos na parte crítica do crescimento da árvore! É inverno e sabe como as coisas ficariam se acaso a árvore adoecer só um pouco. Todo nosso progresso irá por água a baixo! Malévola, o crescimento dela se dá por causa da sua magia diária.

A rainha ponderou por alguns segundos, talvez Félix tivesse razão. Precisava cuidar do seu povo, se houvesse algum problema, Dieval teria vindo lhe avisar, até mesmo resolvido dependendo do tamanho.

A mulher apenas concordou com a cabeça e se retirou para respirar ar puro e esticar as asas. Mas, a sensação de prisão ainda estava a atingido.

 

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Tempo restante: 50 horas...

Malévola revirava na cama sem conseguir dormir, sentia cada vez mais sufocada e não sabia o porquê. Levantou-se da cama obstinada a ir até Dieval e Aurora para certificar-se que estava tudo bem, seria rápido e voltaria antes dos Faes acordarem.

Mas assim que pisou os pés no chão, alguém bateu na porta, e pela intensidade não foi difícil Malévola associar que algo ruim acontecera. Abriu a porta suspirando pesadamente, pois não queria ter que lidar com problemas, sem ser aquele que justamente ela queria procurar.

— Malévola, temos problema - a fada apenas levantou uma sobrancelha, como se desse permissão para continuar. - É a árvore.

 

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Tempo restante: 41 horas...

 

— Eu estou indo!

— Você não pode ir - novamente Félix impedia a ida da mulher para casa.

— Deixe-a ir - falou o líder dos Faes. - É a família dela.

— Não! A árvore precisa de proteção!

Malévola não entendia o motivo de tal preocupação, ela não ficaria por lá, em menos de 5 horas ela estaria de volta. Não há nada que não possa esperar 5 horas ela pensava. A árvore sobreviveria sozinha por 5 horas, sobreviveu por anos, porque não aguentaria algumas horas?

— Eu preciso ir. Sinto que te algo de errado - Foi tudo o que disse e saiu antes que Félix se queixasse.

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Tempo restante: 36 horas....

 

Apesar de toda a sua urgência, o voo de Malévola demorou cinco horas. Foram cinco horas angustiantes e de ansiedade que para a fada não passavam. Sentia falta do seu companheiro, das brincadeiras que fazia enquanto voava, das corridas em que ela sempre ganhava, ou quando ele se cansava, o que ela sabia ser mentira, mas gostava de levá-lo em suas mãos.

   Pelo horário sabia que sua família se encontrava no jardim aproveitando o pôr do sol, mas ao chegar lá não encontrou ninguém. Não havia Lily brincando com Dieval, não havia Aurora preocupada com cada mínima queda ou feliz com cada nova descoberta que a filha fazia e não havia Phillip e Dieval disputando quem era o melhor arqueiro, ou quem é o menos pior.

   Andou até a sala do trono, observando as pessoas que cochichavam e olhavam de canto quando ela passava. Assim que chegou ao seu destino, encontrou Phillip dando ordens aos seus guardas.

   – Malévola!! Que bom que está aqui - se aproximou. - Estamos… Quero dizer, Dieval está com problema.

   A fada sentiu seu coração parar momentaneamente, sua garganta trancou e sentiu dificuldade em respirar, se amaldiçoou por não ter vindo antes, quando seu instinto dizia que havia algo errado e de extrema urgência.

     – Onde ele está?? - perguntou com dificuldade.

        – Com Aurora procurando todos os feiticeiros do reino. Vem! Vou levá-la até lá.

       Phillip começou a andar, mas Malévola sentia suas pernas fixas, não conseguia se mexer, precisou de uma força mental gigante para conseguir andar.

         Se algo tivesse acontecido com seu corvo, a fada jamais se perdoaria. O caminho foi em silêncio, Phillip não disse o que tinha acontecido e Malévola não queria saber.

        Ao chegar numa sala mais afastada, um idoso bem corcunda e enrugado saiu da sala reclamando em voz baixa e ambos puderam ver e ouvir a porta sendo fechada com força, mas antes uma cabeleira loira.

        – Aurora, sua fada madrinha chegou - o rei entrou sendo seguido pela mulher, ainda em silêncio.

        – Fada Madrinha - A garota veio correndo para abraçá-la, que não foi retribuído. - Graças a Deus que a senhora chegou.

     A mais velha apenas deu um passo para frente ao notar seu corvo na mesa, sem reação e de pernas para o ar. Sentiu sua garganta queimar só de imaginar que tinha acontecido o pior e por pouco deixou escapar uma lágrima. Aquele pássaro não era seu Dieval, cheio de energia, que a perturbava a todo momento com piadas sem graça.

      – KRA!!! - grasnou com dor ao voltar a se mexer.

         – Você está bem? - Aurora entrou na frente da fada madrinha aliviada. - Aquele louco!!! 

        – KRA! - respondeu balançando a cabeça até que viu a mulher de seus sonhos prostrada a dois metros de distância. - KRA!!

     – O que aconteceu? - pergunta lentamente sem obter a resposta.

       – Ele acordou assim - a loira explica. - É magia Fae. Um de seus o amaldiçoou para se tornar um corvo comum novamente. 

      Dieval grasnou repreendendo a filha de consideração, mas Aurora sabia que só um Fae faria essa maldade, pois só havia um motivo para tal ato.

       – Não pode ser magia Fae.

      – Então veja! Desfaça o feitiço, Malévola.

   Aurora começou a ficar desesperada, sabia que restavam menos de 40 horas para ele e odiava ser questionada.

   A fada se aproximou, seus olhos ficaram ainda mais verdes e suas mãos adquiriram uma fumaça com o mesmo tom mágico. Do mesmo jeito que fez anos atrás com sua afilhada, tentou, sem sucesso, desfazer a maldição. 

      – Viu? Até as fadas concordam.

     Foi então que Malévola notou a presença das duas fadinhas. Piscou lentamente se situando, tentando entender o que aconteceu para Dieval ter se tornado um corvo, quem dos Fae's teve tamanha audácia de fazer isso com ele.

     – Ele só tem 36 horas…

     – 12!! 12 horas - Aurora corrigiu.

     As fadas, Dieval e até mesmo Phillip não entenderam. Aurora fez sinal de silêncio para Dieval, aproveitando que a sua fada madrinha estava de costa, não podia arriscar perder seu pai para essa maldição.

       Aurora sabe bem como funcionam as maldições, principalmente as "inquebráveis". Então mesmo sem nenhum conhecimento mágico ou de magia, e talvez por ser leiga no assunto, mas de mente aberta, tem a certeza que nenhuma maldição é forte o bastante para resistir ao beijo do amor verdadeiro.

        – Diz, fada madrinha, diz que não é magia Fae.

         – É magia Fae.

       Então os olhos da rainha Fae se tornaram amarelos e Dieval soube que ela está morrendo de raiva, ficou feliz, é claro por saber que ela se importa tanto com ele assim. Malévola mataria quem fez isso com o Dieval. Sem falar nada se dirigiu para a janela e levantou vôo, se transformando num poderoso dragão. Chegaria no reino das fadas em 1 hora e aí de quem ficasse no caminho dela, aí de quem teve a audácia de mexer com o homem corvo dela.

        – Isso não estava nos meus planos - lamenta Aurora.

               – E o que estava nos seus planos? - seu marido quis saber.

                  – A fada madrinha dar um beijo de amor verdadeiro no Dieval - As fadas pararam de voar e caíram sentada na mesa, Phillip segurou um riso, enquanto o corvo teve um longo "KRA!!!!!!" preso na garganta. - Oras! A solução é tão simples.

      E realmente a solução para o problema é o beijo de amor verdadeiro.

— E por que mentiu sobre o tempo que falta? - perguntou uma das fadas menores.

— Kra?!

— Porque conheço minha fada madrinha e meu corvo.

 

 

 

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Tempo restante: 34 horas....

10 horas para Malévola 

 

Malévola se destranformou antes de atingir o chão, mas não impediu de uma nuvem de poeira se levantar fazendo todos os outros eres se protegerem. Borra e Conall que ajudavam na manutenção da árvore estranharam tal atitude.

— Quem foi? - Pergunta em voz alta para todos escutarem. - QUEM FOI?

— Quem foi o que? - Borra teve coragem de perguntar.

Todos estavam com medo da Fae mais poderosa, seus olho continuavam amarelos e sua expressão tensão, até seus dentes estão trincados de tamanho ódio, um ódio que não sentia desde quando suas asas foram cortadas.

— Quem teve a coragem de transformar o Dieval em um corvo comum? - rosnou se aproximando de um dos líderes do povo Fae. - Eu exijo saber.

— Está acusando sem provas, Malévola - Conall se aproximou. - Como…

A fada agarrou o pescoço do moreno e apertou impedindo que ele continuasse. Sibilou que ele não continuasse, fazendo com que ele engolisse em seco e por fim libertado.

— Malévola, está alterada. 

— Você ainda não me viu alterada. QUEM DE VOCÊS TEVE A CORAGEM DE MEXER COM MEU DIEVAL?

Os dois homens tentaram tirar a rainha do centro para conversarem mais calmo, mas Malévola está irredutível. A restante da população Fae temia, os pais protegiam os filhos temendo o pior.

Malévola andava de um lado para o outro tentando localizar o culpado, mas não sabia quem ou o que procurar. Se ela não tivesse agido de forma emocionada, ela teria descoberto alguma dica para localizar o culpado. Mas ela sabia que era um Fae, sentiu a magia de seu povo e isso a deixou decepcionada. Alguém como ela, do povo dela, teve coragem de traí-la.

— Nós vamos descobrir. Tenho certeza que foi uma brincadeira sem graça.

— Brincadeira sem graça? Dieval foi amaldiçoado a se tornar um corvo comum e eu não consegui desfazer. Não. Não é uma brincadeira sem graça. Então Conall, é bom você me ajudar a encontrar o culpado antes que o tempo do meu corvo se acabe.

Conall e Borra se entreolharam. Pensavam… sabiam que Malévola era apegada ao Dieval por toda a história que eles passaram juntos, mas não imaginavam que não tão no fundo, havia algo a mais. E descobrir isso podia prejudicar os planos de fazerem Malévola se casarem um dos Fae's. Pela conversa silenciosa, há certa hesitação em achar o culpado e reverter a maldição, pois se isso acontecesse a rainha Fae jamais se envolveria com outro Fae.

— Vamos achar! Mas, por favor, se acalme. Está assustando a todos.

 

 

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Tempo restante: 36 horas...

 

 

 

— Não adianta negar, Dieval, você é apaixonado pela fada madrinha.

Todos ainda permaneceram na sala, após a saída da fada e Aurora aproveitou para confrontar o corvo e seu sentimento.

— Kra - negou.

— Não me venha com desculpas! Sei que você é apaixonado por ela, você faz todas as vontades dela…

— Fica sorrindo que nem um bobo enquanto observa ela em silêncio… - completou a fada rosa.

— Está sempre com um olhar apaixonado para ela - Phillip também entra na conversa.

— Vocês até têm uma filha juntos - disse a verdinha apontando para a rainha.

Dieval se estivesse na forma humana estaria mais vermelho que a roupa que Aurora usava, baixou a cabeça envergonhado deste sentimento, mas feliz por finalmente poder confessar.

— Kra?

— Desde sempre, bobinho - Aurora fez carinho. - Vocês só são muito cabeça dura para perceberem.

— Kra?

— Eu tenho certeza que ela também te ama - Aurora responde e todos concordam, pois conheciam o gênio forte da mulher, exceto quando seu corvo estava por perto.

— Kra??

— De jeito nenhum. Vocês se amam e merecem ser felizes. Finalmente meus papais vão ficar juntos.

Aurora estava convicta que o beijo de Malévola quebraria a maldição e nem se importaria em procurar mais.

— Aurora, a Malévola quebrou sua maldição, mas acho que Dieval também poderia ter quebrado, não?

Phillip tem uma ideia, as fadinhas concorda assim como Dieval, pois o mesmo amava Aurora como filha.

— Onde quer chegar, amor?

— Você pode quebrar a maldição dele.

Fez enorme sentido para todos. Se Dieval podia quebrar a maldição dela, Aurora também poderia.

— Não farei. A fada madrinha precisa saber que ama o Dieval - foi firme. - Além do mais, temos mais tempo do que ela pensa.

— Kra!! - reclamou o pássaro.

— Confia em mim, Dieval, a fada madrinha te ama, só precisa de um empurrão. E vocês nada de estragar meu plano.

 

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34 - 10

 

— Calma!! - pediu Borra. - Nos conte o que aconteceu.

— Calma?! Só tenho 10 horas antes de perder o Dieval.

Os olhos dela continuavam amarelos e a pupila tinha se tornado apenas um risco como de um animal de sangue frio, sentia seus poderes ficarem cada vez mais fortes e incontroláveis.

— Você não vai perdê-lo - Conall tenta acalmá-la. - Vamos achar uma solução.

— E o culpado.

— Acho que você está enganada - Borra confessa. - Ninguém aqui faria mal aquele passarinho…

— Passarinho, não! Ninguém chama o Dieval de passarinho.

— De todo jeito, Malévola, ninguém tem nada contra ele.

Félix bate na porta e entra um pouco afobado perguntando o que tinha acontecido. Conall explica sucintamente.

— Como pode dizer que foi um de nós, Mal?

Mal… Malévola ao escutar esse apelido voou e prensou Félix na parede. Ninguém a chama de Mal, falou. Ninguém a chama assim, apenas Dieval quando quer provocá-la ou pedir alguma coisa.

— Solte-o, Malévola! SOLTE-O!

A mulher o soltou a contragosto, mas sentia que poderia arrancar cada pena das asas de cada um ali até descobrir o responsável.

— Félix tem razão - Borra continua. - Não pode saber que é um de nós.

— Borra, menos - Conall intervém entrando na frente da mulher.

— É um dos Fae's. Sentia a magia.

— Quem garante que não é a sua própria magia? Ou que sua maldição não acabou?

Félix e Conall seguraram a fada que avançaria para pegar o fada. Félix depois tentava acalmar a rainha, enquanto o outro homem segura o líder dos Fae's.

— Calma, Mal…evola. Eu vou te ajudar. Eu tenho um plano.

Segurou o rosto da morena entre suas mãos e estranhamente Malévola sentiu algo ruim, mas estava tomada pelo ódio que não percebeu.

— Não encosta em mim - rosnou empurrando o homem. - Eu quero o culpado e vou achar o culpado.

— Vamos voltar para onde Dieval está. Vai ser melhor descobrir o que aconteceu e quem fez analisando a maldição - Conall oferece.

— Não tenho tempo. Ele tem 10 horas!!

— Teremos cinco quando chegar lá. Será suficiente - continua e recebe negativa dos dois homens. - Se não querem ajudar, não atrapalhem. Vamos Malévola, não vai adiantar nada ficar aqui e caçar entre centenas de Fae's o culpado.

— Eu fico e vejo se alguem da nossa família está faltando - Borra desiste. 

— Eu… vou com vocês dois.Assim os três Fae's saíram de volta para o castelo de Aurora.

E assim os três Fadas voltaram para o Castelo da Rainha Aurora e Rei Philip.

 

 

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Hora Restante: 32 horas….

 

— Kra!

— Concordo com o Dieval, a Malévola vai te amaldiçoar novamente quando descobrir que você a enganou.

— Não foi enganação, é só um empurrão - Aurora via seu marido, com Dieval na cabeça ninar a bebê. 

Já era tardezinha e todos estavam esperando o chá ser servido.

— Claro… Porque sua fada madrinha vai aceitar rapidamente os sentimentos dela.

— Krra - o corvo concorda, ainda não estava satisfeito de ter que depender do amor da Malévola, duvida que isso fosse verdade.

— É verdade. Eu vou conversar com ela e tudo vai se resolver. Além do mais, qual o mal de dar um simples beijo?

— Talvez nem seja um amor romântico. Talvez diferente, de amigos - uma das fadinhas falou e Aurora fez cara de nojo.

— Ou talvez ela até saiba já que exista esse sentimento dentro dela, mas não vai querer ser confrontada com isso. Se o beijo funcionar, vai ser a prova que talvez ela precise, mas não quer dizer que vai aceitar - a outra fada falou distraidamente e Aurora repensou seu plano.

Dieval grasnou como se disse “basta!”, toda essa conversa estava deixando-o nervoso e ansioso. 

 

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Tempo Restante: 29 horas / 5 horas na concepção de Malévola

Horário: 19 horas

 

Os três Fae’s aterrizaram no jardim, Felix acabou por destruir algumas flores.

— Onde eles estão? - Malévola pergunta para o guarda.

Ao receber a resposta se dirigiram para a sala de visitas, onde Dieval e Phillip jogavam xadrez, enquanto Aurora decidia a decoração da festa de aniversário da filha.

— O que eles estão fazendo aqui? - Aurora pergunta sen deixar os tecidos de lado.

— Vieram ajudar…

— É sério? Um deles podem ser o responsavel…

— Kra! - Dieval se intromete e voa para perto de Malévola.

O passaro recebe um carinho da Fada, além do olhar triste da mesma.

— Vou desfazer essa maldição e fazer sofrer quem fez isso com você.

— Sobre isso - agora a rainha tinha deixado de lado todas as distrações. - Já sei como resolver, basta a senhora dar um beijo de amor verdadeiro nele.

O Corvo cobre o rosto com a asa logo que a loira fala, os dois Fae’s ficam surpresos e Malévola apenas direciona o olhar para a afilhada.

— Meu amor, você precisa aprender a ser menos impulsiva - Phillip diz. - Acho que escutei Lily chorar…

E saiu de fininho para evitar que problemas sobrassem para ele, as mini fadas também sairam sob a desculpa que ajudariam o rei.

— Como? 

— Simples, fada madrinha, dê um beijo no Dieval que tudo se resolverá.

— Minha rainha, não sabemos como quebrar… - Felix se intromete.

— Quem é você mesmo? - pergunta com desprezo.

— Felix tem razão, não sabemos qual a condição para desfazer a maldição - Conall defende, mas por dentro sabia que era uma boa opção

Aurora bufou de raiva, pensava que aquele infeliz do Fae ia atrapalhar seus planos. Mas, ela ainda tinha tempo, mais tempo do que sua Fada Madrinha pensa, resolveu sair da sala para pensar como chegaria até a fada para falar de sentimentos, o que é bem estranho uma filha falar sobre isso com a mãe.

Dieval grasnou revoltando quando Aurora deixou claro que sairia, não queria ficar só com três fadas negras, mas ela deu uma piscadela para tranquiliza-lo.

— Lembre-se, Malévola, o Dieval só tem cinco horas. Vou mandar a cozinha preprar algo e já volto.

 

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Tempo restante: 4 horas para Malevola

Horário: 20H 

 

O “já volto” da rainha demorou uma hora, mas a loira voltou para a sala com uma bandeja cheia de comes e bebes, além das duas fadinhas, que foram obrigadas a segui-la.

— Como estão? - Conall que estava sentado lendo um livro distraido, se levantou para atacar a bandeja.

— Malevola não conseguiu nada. Estou com dó daquele corvo.

Aurora sentiu que Conall era gente boa, percebeu Dieval de costas, provavelmente emburrado, mas logo voou para perto da mais nova que lhe entregou uma fruta para comer.

— Eu não consegui nada, nenhum rastro de magia.

— Descanse, fada madrinha, coma algo e logo a solução surgirá.

A fada negou, mas seu colega aceitou. Malévola, andava de um lado para o outro pensando e repensando toda a sua vasta gama de magia, mas nada vinha a sua mente, exceto que o responsavel tem um bom nivel de magia e que foi muito bem planejado.

— Vou até a floresta Mors.

— Vou com você!

E sem tempo da mulher protestar, Felix já tinha ido na frente. Aurora estreitou os olhos, desconfiada, da reais intenções dele.

— Humm…

— Kra!

— Não gosto dele.

 

 

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Tempo restante: 2 horas

Horário: 22 horas

 

Phillip voltou com Lily, que se divertia com Conall, todos jantavam quando os dois Fae’s voltaram e pela cara da Malévola sem sucesso, para o que quer que ela tenha procurado. Seus olhos continuavam amarelos e sua aura estava bem forte.

— Não há ninguém no reino para ajudar.

— Disso já sabemos. Antes de você chegar, já tinha procurado por todos os feiticeiros do reino e próximos.

Conall entregou a bebê para o pai, pois tinha conseguido algo. Mesmo sem magia, ele tinha conhecimento.

— Eu utilizei um apanhador de sonhos para tentar verificar quem foi que amaldiçoou, mas como eu esperava, Dieval foi amaldiçoado quando estava dormindo. O problema é que realmente não tem uma forma de quebrar a magia.

Conall confrontou Aurora sobre o tempo contato para Malévola e ela explicou seu plano que foi aceito. O fada contou sobre o que dizia a maldição lançada retirando, é claro, 24 horas.

— Sem chances! Lamento, Malévola - Felix presta uma consolação.

A fada repudia o toque e o empurra para longe com magia, fazendo com que o fada precisasse usar magia para controlar o empurrão e impedir de ser acertado por ela.

— Laranja! - Phillip diz.

— Foi você! - Aurora acusa.

— O que? - Felix diz sem entender.

— Uma louca disse que quem fez isso tem magia laranja - uma fadinha responde.

— Você tem magia laranja! - a outra também acusa.

— Kkra.

Malevola se virou para o homem furiosa, fazendo-o dar um passo para trás se defendendo dizendo o quão absurdo é a ideia, pois ele está ajudando-a

— Absurdo!!

— Não! Fada madrinha, foi ele! Yzma quem descobriu que é magia Fae e disse que a cor é laranja, não entendi na hora, porque ela é louca, mas agora faz sentido. Você tem magia verde e ele laranja. FOI ELE!!

— Muitos podem ter magia laranja…

Malévola agarrou o rosto do fada, fincando suas unhas na carne. Inconsciente deixou uma magia fluir, que se infiltrando na corrente sanguínea.

— Foi você?

— Não - respondeu com dor e dessa vez ninguém interferiu. - Foi!!

— Por que?

— Porque eu sou apaixonado por você, mas você jamais se interessaria por outra pessoa, porque é apaixonada por esse corvo! - falava com dor e ao dizer isso a fada apertou ainda mais seu rosto. - Você ama o Corvo mesmo que não admita, então me livrei desse verme para poder ter uma chance com você, mas estão tão ligado que percebeu o quão afetado ele ficou e por mais que tentasse te impedir, não consegui. Por mais que negue ou não perceba, Malévola, você ama o Dieval.

A magia já chegava ao olhos de Felix e foi Dieval que fez Malévola voltar a realidade.

— Kra! - a rainha das fadas soltou o homem, mas ainda possuia olhos amarelos.

— Não ache que sou o unico culpado. Borra quer casar você com outro Fae, mas sei que isso jamais aconteceria com Dieval no caminho. Até Conall é apaixonado por você.

— Opa! - Conall levantou as mãos em rendição. - É verdade que eu gosto de você, mas sempre fui contra a ideia de casamento, porque… o Dieval existe e respeito você.

Evitou dizer apaixonada, por motivos de segurança.

— Como desfaço? COMO DESFAÇO? - Malévola queria chorar.

— Não tem como! - respondeu com a mão no peito ao chão. - Você não percebe que ao lançar a maldição do sono você colocou um modo para quebra-la, eu não. Eu lancei a maldição sem chance de quebrar.

Novamente, Dieval teve que entrar na frente da mulher para evitar algo pior.

Uma confusão se instalou até ser resolvida por Aurora e ter como fim Conall levando Felix de volta ao reino dos Dark Faes.

Ficou Malévola e Dieval se encarando com respiração ofegante, mas a mulher tinha um adicional de querer chorar.

As palavras de Felix rondavam sua mente “Porque você é apaixonada”, “Você ama o Dieval”. Ela não era apaixonada por Dieval e nem o amava, quer dizer… Claro que o amava, como amigo, um companheiro de vida. Não como… não amor romântico.

— Kra? - pergunta se ela estava bem.

Mas, Malévola apenas levantou voo para o jardim, pois precisava ficar sozinha.

— Deixe ela ficar um pouco sozinha - Phillip teve que impedir a saida dos dois. - Malévola não é do tipo que lida bem com emoções e sentimentos.

 

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Tempo restante: menos de uma hora

 

— Oi! - Phillip surge na arvore da morena, não sabe ao certo como foi que ele se tornou o escolhido para falar com a fada, mas aqui esta ele. - Aurora me… Não está em condições de vir.

Mentiu, mas nem tanto. A rainha estava se preparando para um verdadeiro show de atuação e ameaçava as fadinha se não atuassem bem o suficiente.

— Olha… O tempo do Dieval está acabando, você podia tentar o beijo…

— Não vai funcionar! - se levantou para voltar para o castelo e se despedir do companheiro.

— Então que que custa tentar? Pois, se não fizer, você se culpará para sempre se não tentar todas as opções.

 

 

 

Malévola ficou em silencio o tempo todo o percurso e Phillip pensou que tinha ganho a discussão.

Aurora poucos segundos antes apertou suas bochechas, deu tapinhas no rosto para ficar vermelho graças a sua pele branca conseguiu um ótimo efeito. Para ficar ainda mais realista jogou gotículas de água para simular um choro. Dieval via a cena e só ria por dentro de tamanha cena para apenas conseguir um beijo da amada. Estava até conformado com o plano da filha e daria certo.

— Fada madrinha - exasperou ao vê-la. - Você não pode deixar o Dieval virar corvo para sempre!

— Não posso desfazer a maldição Aurora, escutou o que Felix disse, ele fez a maldição ser inquebrável.

— Kra! - Mesmo que a maldição fosse inquebravel seria uma otima despedida para ele um beijo.

— Qual o problema de dar um beijo? - ignoraram o passaro negro. 

— Por que você não o beija então? Se o que diz sobre amor verdadeiro é mais forte que qualquer magia, então tenho certeza que você pode quebrar, assim como Dieval também podia ter quebrado a sua.

Phillip e Dieval estavam juntos esperando as duas discutirem o futuro do ser alado.

— Farei isso se caso seu beijo não funcionar - Malévola ponderou por alguns segundos, mas não se daria por vencida. - Você é que tem que fazer fada madrinha! Não percebe? Essa é a sua chance de ter a certeza que o Dieval é seu amor verdadeiro.

Malévola revirou os olhos farta desse assunto, se Aurora não quisesse salvar seu pai de consideração, não seria ela que daria o braço a torcer.

Mas, ao se virar viu seu melhor amigo nos ombros do rei em silencio observando a discussão. Percebeu que ele estava triste, talvez pensando que ele não valesse a pena a tentativa, talvez pensasse que ela não gostasse dele o suficiente após tantos anos.

— É apenas um beijo, fada madrinha - Aurora segurou no braço da mais velha - Por favor.

— E se não funcionar? Como vai ser?

— Kra! - Dieval voou e se apoiou no braço da fada. Como se dissesse que ao menos seria uma despedida justa.

— Aurora, você é a que tem mais chances! Estará sendo orgulhosa!

— Não! Não farei isso - novamente se iniciou a briga de ego. - Está receosa porque sabe que vai dar certo e não quer encarar as consequências disso. Vocês se amam! Qualquer um vê isso.

 

O relogio bateu. É meia-noite em ponto.

 

— Vamos, fada madrinha!

Malévola encarou o Corvo.

 

Segundo badalar.

 

— Não posso!

Dieval entendeu que ela não nutria sentimentos por ele, não romantico. Mas mesmo assim, ficou decepcionado por ela não querer tentar.

 

Terceiro badalar.

 

— Eu vou te odiar, se eu perder meu pai.

— Então o beije.

 

Quarto badalar.

 

— Só depois de você.

 

Quinto badalar.

 

— Kra! - ordenou que parassem a discussão.

Não queria que sua ultima memoria de sua amada fosse de uma briga.

 

Sexto badalar.

 

— Adeus, passarinho! - Aurora acariciou a cabeça.

 

Sétimo badalar.

 

Phillip e Lily se despediram assim como as fadinhas.

 

Oitavo badalar.

 

Voou para frente da fada e pousou em braço.

 

Nono badalar.

 

— Kra!

— Aurora! - suplicou a Fae.

 

Décimo badalar.

 

Aurora negou com a cabeça, seu coração estava acelerado.

— Eu não posso perder você, seu idiota.

 

Décimo Primeiro badalar.

 

— É um simples beijo - gritou um fadinha.

E Malévola fechou os olhos ignorando todo o frio no estômago que a atingia.

 

Décimo Segundo badalar.

Malévola encostou seus lábios na cabeça de corvo e ao fim da batida, o restante da sala observou a magia laranja transformando o corvo em humano de novo.

Todos respiraram aliviados, apesar de terem 24 horas, todo o esforço que fizeram não foi em vão, afinal como seria caso não desse certo?

Ao se transformar Dieval continua o cálido beijo iniciado por Malévola, involuntariamente puxou-a para mais perto pela cintura. Ao sentir, a fada se separou e abriu os olhos, assim como Dieval, que se sentia livre outra vez.

Aurora correu e abraçou seus pais, atrapalhando o momento deles. Dieval não se aguentava de felicidade.

— Meu Deus!! Achei que não daria certo - confessa.

— Como é? - Dieval se assusta. - Você tinha duvidas?

— Nãoo! - mente e abraça o homem novamente que retribui.

— EU SABIA!! - pulava de alegria.

Malévola estava em choque, seu beijo tinha funcionado e isso significava que era amor verdadeiro. Ela amava aquele corvo estupido.

— Você está bem? - pergunta o homem segurando em seu braço.

A fada o surpreende abraçando-o forte.

— Eu amo você, só para constar - confessou baixinho só para a fada ouvir. Teve coragem após o acontecimento.

A morena se separou e o encarou, ela não estava prepara para tal afirmação, mas ficou aliviada em saber que o sentimento é recíproco, mesmo que negasse o seu ainda.

— É uma boa hora para dizer - Aurora começa. - que eu menti sobre o tempo?

— Aurora, não atrapalha o momento - Phillip adverte.

— Você o que?

— Eu ainda tinha 24 horas - Dieval ajuda a filha.

— Eu te conheço, fada madrinha, por isso fiz isso.

E Aurora a abraçou feliz e dizendo aos quatro cantos que finalmente seus pais vão ficar juntos.

— Aurora - foi a vez de Dieval cortar um pouco da animação. - Vamos com calma?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois anos depois

 

Malévola e Dieval estavam fazendo sua famosa vistoria no reino, além de apostar a famosa corrida matinal deles.

Como sempre a mulher estava na frente, mesmo que Dieval tentasse jamais ganharia dela e daquals asas enormes e potentes, mas aquele dia foi diferente, Malévola sentiu um desconforto que a fez diminuir a velocidade até parar por alguns segundos para passar o enjôo que atingiu. Dieval sem perceber que sua esposa estava passando mal, continuou até chegar a linha de chegada .

— Raa!! Ganhei!! O que aconteceu com você hein? Jamais perderia e muito menos me deixaria ganhar.

Dieval provoca a mulher que revira os olhos sorrindo, agora melhor do enjôo.

— Eu não deixaria você ganhar mesmo, mas talvez outra pessoa sim.

Dieval não entendeu e achou que Malévola estivesse brincando e resolveu entrar na onda, afinal ela nunca perde talvez estivesse ressentida.

— Então quem? Os espíritos dos ventos?

— Não - Malévola pega a mão do corvo e coloca sob seu ventre que estava começando aparecer.

Dieval não entendeu por alguns poucos segundos e ao olhar nos olhos da amada que possuía um brilho a mais e ele entendeu e sorriu.

— Você... Eu... Você está grávida? - finalmente consegue formular uma frase.

— Sim, papai! E pelo visto o bebê já tem um preferido.


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Notas finais do capítulo

Não tem nada a ver a Yzma no universo, mas enfim eu amo aquela louquinha ?’?⁠?‘…⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠?’?⁠?–⁠♡



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