The Last Werewolf escrita por Thiago_A


Capítulo 3
III. The golden wolf under the moon


Notas iniciais do capítulo

NO ÚLTIMO CAPÍTULO:
Olhei para o relógio: oito horas. OITO HORAS! Eu tinha que estar no cinema em menos de meia hora, não ia dar tempo. Peguei o celular do meu bolso e disquei o numero de Katie.
Chamando, Chamando... “Atende, por favor," pensei.
—Alô? - disse ela como se não soubesse com quem estivesse falando.
—Oi, Katie. É o Alef. Olha, eu vou me atrasar um pouquinho ta, só avisa para o pessoal e aí eu explico. Ta? Beijo. Tchau. - E desliguei, sem nem sequer esperar despedidas.



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A seção já havia começado, o barulho na sala de cinema era mínimo, mas conseguia ouvir normalmente. Olhei para as cadeiras procurando os meus amigos. Onde eles estavam? Até que um menino - parecido com meu amigo Jack - levantou o braço, então eu fui até o local onde o menino estava sentado e me sentei ao lado de katie, que estava o lado de Jack.

 

-O que aconteceu? - ela perguntou imediatamente após eu me aconchegar.

 

Fiquei pedindo para ela esperar, mas ele insistia constantemente. Esse era o defeito de Katie.

 

-Foi um imprevisto. Acalme-se! - Tentei falar só que os murmurou atrás de nós interromperam.

 

-Calem a boca. Estamos querendo assistir ao filme. - Falaram eles.

 

-Depois eu lhe conto! - terminei e fiquei olhando para a tela, tentando assistir o filme.

 

-Então ta. - Ela sussurrou bem baixo, para que não atrapalhasse os caras atrás de nós. E se virou, parecendo ter raiva.

 

O filme acabou um buraco negro sugando e explodindo a terra, uma mentira sem fim. Mas foi legal. Interessante.

 

Nós levantamos e entramos na fila para poder sair, e esperamos pouco tempo.

 

Estávamos no lado de fora quando Jack quebrou o silêncio entre nós e nos assustou:

 

- E aí, gostaram do filme?

 

- Não muito - respondeu Katie.

 

- Vamos dizer... - começou jess, comendo o resto da pipoca que havia comprado - Interessante.

 

Jack olhou para mim, esperando a resposta, mas eu estava no mundo da lua pensando o que estava acontecendo comigo. Quando finalmente ele perguntou:

 

-Alef?

 

- Oi. Que é?

 

- Então, como foi o filme?

 

- Boa ficção científica.

 

Andamos calmamente a praça de alimentação, que estava - literalmente - lotada. Não havia mesas sobrando. Acho que não daria para nós comermos no shopping.

 

-Tive uma idéia! - anunciou jess, todos nós olhamos para rosto dela esperando que prestasse. - Já que não dá para comer aqui, tem uma pizzaria aqui perto, alguém ta comigo? - Ela ficou com cara duvidosa.

 

Assenti e Jack e katie também.

 

Direcionam-se para a porta do shopping mais a frente.

 

- A pizza de lá é boa, só para titulo de curiosidade? - Katie, indiscretamente perguntou.

 

- Não sei! Nunca comi lá. - Jéssica respondeu.

 

Katie riu de gozação.

 

Saímos do shopping calados até que Katie lembrou. A droga do imprevisto.

 

-Então Alef o que foi que te aconteceu? - perguntou ela, sabendo que eu não ia gostar.

 

-Ah... Você lembrou! - comecei enrolando, porque não tinha a necessidade deles saberem sobre isso apesar de serem meus amigos e ela ser minha namorada não quer dizer que eu deva contar tudo que me acontece na vida.

 

-É parece que eu lembrei - ela falou sendo cínica.

 

-É porque eu tive um imprevisto quando ia vir para cá. Eu comecei a sentir uma forte dor me contorcendo e gemendo alto, quando começou a noite. Então fui ao médico e ele me disse que naquela queda de hoje de manhã, que vocês escutaram o barulho, eu havia fraturado uns ossos nas minhas costas.

 

Eles ficaram surpresos e chocados.

 

- Mas você disse que não estava sentido nada - disse Jack.

 

- E não estava. Ai ele disse que meu osso já estava quase no local normal, que faltava pouco, e ele ficou surpreendido com a rapidez da cura, foi como uma cura instantânea, eu não sei. Por que ultimamente andam ocorrendo coisas estranhas comigo. - eu conclui - Mas isso não é assunto que interesse vocês, sabe? É melhor deixar isso para lá. Esquecer.

 

- Mas você ta doido, isso interessa a nós sim! - Katie se manifestou - nós somos seus amigos e você tem a obrigação de contar tudo pra nós.

 

- Katie cala a boca! - gritou Jack e no mesmo momento ela se calou, mas ainda tinha mais algo a dizer. Eu sabia disso.

 

Minha paciência já estava esgotando com ela, já estava quase na hora de eu acabar logo com isso. Dá um ponto final nessa história - mal-feita - logo de uma vez. Ela ficou encolhida por certo tempo, mas inconformada.

 

- Ele fala o que ele quiser, a vida é dele, que saco! - Jack prosseguiu.

 

Eu olhei para ela. “Ta vendo? Quem mandou ser tão teimosa.” Pensei. Provavelmente ela entendeu e retribuiu com um olhar falso e venenoso.

 

Continuamos andando a caminho da pizzaria do outro lado da avenida e paramos para esperar o sinal fechar.

 

Atravessamos a rua e entramos na lanchonete calados e sentamos na primeira mesa que sobrou vazia. A pizzaria também estava um pouco lotada porque o shopping estava cheio e algumas pessoas - várias na verdade - preferiam ir comer em outro lugar.

 

- Eu ainda mereço uma chance de falar com você... - Katie, aborrecida murmurou para mim.

 

Eu olhei para ela, pedindo para prosseguir, dizer o que ela tinha que falar, para depois não ficar me irritando mais do que me irrita. - A sós. - Ela concluiu parecendo ter entendido o recado.

 

Eu me ajustei na cadeira.

 

- Pessoal eu vou tomar um ar, aí vocês adiantam o pedido, ta. - Eu falei e ela me acompanhou.

 

Do lado de fora da loja, eu fui para um lugar onde Jack nem Jess pudessem escutar. Algo dizia que esta conversa não iria me agradar.

 

- Eu só queria te dizer que, independentemente desta conversa, eu queria que ainda fôssemos o que somos. – ela se encolheu e pos uma mascara de santa junto com uma auréola! Ela acha que me engana?!

 

- Eu não garanto isso, muito. Mas amigos ainda podemos ser. – Eu desmanchei a cara dela e ela pos veneno em seu olhar malicioso de “eu tenho tudo o que quero”.

 

- Por que você está fazendo isso comigo? – Ela começou a gritar em um choro falso, chamando minha atenção, mas não movi um músculo.

 

- Eu estou fazendo o que, que te incomoda tanto, hein? – Eu perguntei rude. – É porque eu não quero te contar certas coisas? – falei mais alto – É por que você ainda não faz parte da minha vida! Você não entende que o amor que eu sentia antes, quando nós nos conhecemos, já não existe mais. Eu gosto de você mais não como você gosta e você está impedindo que faça minha vida. Você é uma pedra no meu caminho, uma pedra no meu caminho você é!

 

Ela já estava berrando de tanto chorar.

 

- Eu pensei que você gostasse de mim... – ela gaguejou.

 

- E gosto – eu a interrompi – mas não tão intensamente, dar para compreender?

 

- Eu pensei que você se abria comigo – ela insistiu em estar certa.

 

- E me abro só que tem certas coisas pessoais, que eu não quero, eu não tenho vontade de compartilhar, como essa. O que isso interessava a você, hein? – retruquei novamente.

 

- Mas você é meu namorado... – eu olhei para ela com cara de: ”Quem disse?” – pelo menos era – ainda bem que consertou – meu namorado eu tinha direito de saber.

 

- Tem coisas que você, nem ninguém, podem saber, é meu! É pessoal. – fui rude.

 

Ela berrou de choro e veio até mim e me deu uma tapa no rosto.

 

Eu não agüentei e sai de mim, eu não sabia o que eu estava fazendo. Agi como um animal. Dei um grande empurrão nela, que a fez cair. Eu não sabia o que fiz, estava fora de minha mente, exatamente como um animal furioso. Ela Começou a sangrar. Ela baixou a cabeça e saiu correndo aos gritos. Eu cai de joelhos e só sabia de uma coisa eu não tinha feito nada legal, mas também não sabia o que fizera, minha mente demorou a voltar. Jack ficou preocupado e veio me procurar, acabou me achando ainda quando eu estava de joelhos, tentando lembrar do que aconteceu, mas nada.

 

 

- Alef! Você está bem? Cadê a Katie?

 

- Não sei... - Respondi cansado.

 

Ele me puxou – tendo dificuldades – e colocou minha mão em seu ombro para me apoiar nele, ele me levou até a pizzaria que estava a um quarteirão. Quando cheguei, ele me pos numa cadeira e Jess ficou um olhar preocupado e foi logo perguntando baixo para que eu não pudesse ouvir, sem querer querendo, eu a ouvi.

 

- O que aconteceu com ele? – Ela falava depressa me jogando olhares de surpresa e preocupação.

 

- Eu não sei. – Ele respondeu brevemente olhando fixamente nos olhos dela.

 

- Onde foi a Katie? - Ela perguntou curiosa querendo saber todos os detalhes.

 

- Eu também não sei. Quando cheguei lá ele estava de joelhos e falou que não sabia para onde ela tinha ido. Estou começando a notar que algumas coisas estranhas acontecendo nessa história desde hoje de manhã. Algo está cheirando mal. – Ele ironizou e ela apenas assentiu.

 

Ela continuou me encarando.

 

A pizza chegou e, assim que senti o aroma delicioso, minha total consciência voltou. A fome estava me matando. Peguei de primeiro dois pedaços equivalentes a quatro na pizza.

 

Eu estava morrendo de fome, come se eu não comesse há dias. A fome era tão forte que acabei os dois pedaços – quatro na verdade – em apenas um minuto. Jack e Jéssica ficaram de “boca aberta” com minha fome e rapidez. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Mas mesmo assim continuei comendo ignorando olhares de surpresa que apareciam por diversos lugares da pizzaria. Parecia que ninguém havia comido antes, em sua vida e como se isso fosse anormal.

 

A pizza estava ótima, só de pensar eu queria mais um pedaço. Meus amigos ainda comiam com calma, apesar de não estarem com tanta fome.

 

Para minha surpresa eu já havia comido doze pedaços de pizza. Eu ainda estava com um pouco de fome. Mais Jack pediu logo a conta para ver se eu me aquietava. E seu plano, super sem graça, deu certo, para tristeza minha. Mas fiquei calmo, por que eu havia comido muito e fazia questão de pagar. Porque afinal eu iria estourar o cartão de crédito do pobre Jack Bolustrated.

 

A conta havia chegado: cento e dez reais.

 

- Pode deixar que eu pago. – Eu falei.

 

- Não precisa Alef, eu tenho dinheiro suficiente aqui. Você não precisa pagar você está cansado, precisava comer. – Ela fez um rosto de “Vai lá, paga, paga!”.

 

- Não. Eu faço questão de pagar. – Eu insisti, tirando o dinheiro do bolso.

 

- Então ta – Que falso, mas gostava de sua falsidade. Era Legal.

 

 

(...)

 

 

         Nós andamos pelas ruas escuras da cidade, indo para mata brincar de histórias assustadoras. As ruas normalmente eram movimentadas diariamente, mas hoje elas estavam sem ninguém, desertas, as raras pessoas que tinham andavam depressa como se algo as tivessem assustando. Depois um longo toque de recolher seguido por um aviso de rádio.

 

         “Por favor, não se aproximem das matas, foi encontrado rastros de lobos nessa região”.

 

         A mata ficava a metros da gente. Primeiro paramos assustados, tentando entender o que o moço acabara de dizer. Não apareciam lobos desde século passado. E fazia muito tempo.

 

         - Acho melhor nós voltarmos – brincou Jack.

 

         Todos riem.

 

         - Eu não estou com medo. – Eu falei com mãos cruzada na altura do meio peito.

 

         - Aposto que sou mais corajosa que os dois juntos! – Jéssica murmurou.

 

         - Vamos então – continuou Jack.

 

         Continuamos a andar como se nada tivesse acontecido. A mata agora estava a menos de dez metros de distância. Não paramos, nem tivemos medo. A mata estava densa. As gramíneas altas coçavam em minha pele. Nós andávamos até a clareira que nós costumávamos ir depois das aulas. A nossa lentidão fazia a grama coçar mais meus pés. E finalmente a clareira apareceu. A luz da lua cheia refletia sobre a pequena grama sob o solo seco. Os pinheiros em volta estavam mais verdes do que nunca.

 

         A claridade não estava tão forte quanto em dias anteriores, mas a clareira continuou bela como sempre. Sua beleza era sem fim. Ficamos dando voltas para admirar mais fazia mais de três meses que nós havíamos estado naquela beleza natural. Nós nos sentamos em um meio circulo – apesar de não ser um círculo – Jéssica e Jack juntos e eu na frente deles.

 

         - O que houve exatamente naquele momento que Katie foi embora? – Jéssica perguntou fazendo cara de super curiosa no assunto, para não dizer o contrário. Ela odiava Katie, principalmente quando no primeiro ano que a conheci, ela gostava de mim também e tinha a maior inveja desde aí elas não são tão amigas quanto antes, mas como eu sou amigo de Jack e Jéssica é namorada de Jack elas ainda estão andando juntas e até se falando, mas acho que elas já se esqueceram disso e se falam normalmente, a não ser que não tenham esquecido e ficam com a primeira opção, mas enfim... Não sei. – Posso ficar informada?

 

         Ela se apoiou mais em Jack quase deitada nele. Ele parecia gostar, mexia no cabelo dela toda hora.

 

         - Pode. – Eu comecei – Mas eu não garanto que lembro de muita coisa.

         Ela se ajeitou, ficando ereta.

 

         - Então? – Jack sussurrou baixo.

 

         - Primeiramente, vocês sabem que ela me chamou para conversar...

 

         - Não, não sabemos – eles disseram juntos.

 

         - Continuando. Ai fomos para um quarteirão de distância para vocês não ouvirem, ela começou a perguntar coisas, sobre porque eu fiquei insistindo em não contar a ela que eu fui para o médico. Ela começou a fazer uma discursão e não parou, eu apenas falei meus motivos, e ela veio e me deu uma tapa, foi quando eu perdi o controle e... – Eu não sabia o que havia acontecido.

 

         - E...? – Jéssica ficou curiosa de verdade

 

         - E... Eu não sei mais o que aconteceu, perdi a consciência. – Me pus numa mascara de desanimo.

 

         - Ah... – Jack falou.

 

         - Vamos mudar de assunto gente – Jéssica disse se apressando logo em dizer novidades do colégio, que postaram no blog dela. – Katarine e Plaine estão namorando, eles começaram recentemente mais os boatos já estão por toda parte. Tem muita gente fofocando, porque Plaine é o líder do time de basquete e já viu né... é uma  onda de meninas atrás dele e Katarine foi a sortuda. Também Jane, aquela toda bonitona – nós assentimos – perdeu a virgindade com um cara que ela conheceu num show que ela foi, disseram que estava muito tarde e então eles foram para um motel e... Você sabe o que aconteceu. – Ela riu.

 

         Peguei no meu bolso uma sacola com castanhas e coloquei no nosso meio.

 

         - Oba! – Jéssica se animou rapidamente.

 

         - Que legal comida surpresa – Jack falou logo.

 

         Todos pegaram inclusive eu, algumas e colocamos nas mãos.

 

         Jack puxou um assunto e nós começamos a conversar sem parar. Sempre rindo de piadas idiotas ou de contos assustadores e engraçados por sinal. Nosso riso foi interrompido por um barulho de um galho de um dos pinheiros perto da clareira se quebrando drasticamente, como se tivesse caído uma grande pedra em cima dele. Ficamos todos calados. Tendo ver o que estava por perto, todos nós sentimos algo se aproximando. Eu consegui ouvir o barulho de pés batendo fortemente no chão.

 

         - Estão ouvindo essas batidas no chão? – perguntei.

 

         - Não. – eles responderam juntos.

 

         Ficamos assustados, até que um grande lobo apareceu dentre as árvores. Ele estava bem atrás de nós.

 

         - Olhem para trás, e não mexam um músculo depois que virarem – Eu sussurrei bem baixo.

 

         Eles viraram e estremeceram. O lobo se aproximou mais até que a lua tocou em sua pele. Seu pelo era dourado, e seus olhos pretos. Ele era bem maior que nós. Eu estava sentindo algo diferente, algo penetrando na minha mente só que não houve nada. A respiração do lobo ficou mais grossa, intensa e pesada. Alguma voz estava na minha mente só que estava baixa, como se alguém estivesse falando comigo. Tentando me dar um aviso, só que nada. Consegui identificar um som: “Você” depois ouvi um: “mim” bem fraco depois escutei melhor: “ venha comigo”. Mas não sabia o que queria dizer nem menos quem estava falando comigo.

 

         Jack não agüentou e começou a correr, Jéssica não ia ficar lá, nem eu, então fomos junto dele. Começamos a correr em direção a rua na qual viemos o grande lobo correu em nossa direção e provavelmente ele iria nos alcançar, e mais rápidos do que esperaríamos.

        

         O grande lobo dourado estava nos alcançando e não conseguiríamos chegar até a saída, pelo menos eu que estava mais devagar.

        

Logo eu, o mais devagar!


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Notas finais do capítulo

Reviews?? :B
Por Favor deem Reviews Construtivos. Quero saber como vou indo na minha primeira fik, então sinseridade viu?! (sem xingamento plis)



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