Chamas de Esperança — Peeta e Katniss escrita por rymbenet


Capítulo 2
Capítulo 2




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Senti uma brisa batendo sobre meu rosto, uma brisa que eu poderia conhecer facilmente, a brisa de primavera. Mas, por que essa brisa de primavera batia sobre meu rosto? Pelo oque eu me lembre, eu havia fechado a janela antes de dormir, e mesmo que Peeta a tivesse aberto, não estávamos na época de primavera, então, de onde vinha essa brisa? Foi então que abri lentamente meus olhos lentamente, me deparando com as luzes do sol, porém eram luzes fracas, como se o sol estivesse se pondo, levantei meu corpo lentamente sentindo a grama debaixo de mim, grama? Por que eu estava na grama?

 Foi então que eu reparei que não estava em meu quarto com Peeta, eu estava na campina, e parecia ser um fim de dia, pois eu podia ver os tons alaranjados no céu, o mesmo tom alaranjado do qual é a cor favorita de Peeta. Me coloquei de pé finalmente observando a linda paisagem ao meu redor, me lembro de vir aqui passar as tardes de domingo com Peeta, fazia eu me distrair um pouco, mas afinal, oque eu estou fazendo aqui?

— Katniss?

Essa voz, eu me lembro dessa voz…

 — Katniss! 

— Prim!? — Gritei de volta, reconhecendo a voz doce de minha irmãzinha da qual eu não escuto a muito tempo.

 Consigo ver os cabelos loiros de Prim balançando na brisa, enquanto ela corre em minha direção com o seu sorriso, que saudade que eu estava dela. Eu começo a correr até ela e a abraço, eu aperto seu corpo contra o meu, sentindo seus cabelos, seus braços. Deposito um beijo no topo de sua cabeça antes de olhar em seus olhos azuis por um instante.

 — Eu sinto tanta a sua falta, minha patinha — Susurrei para ela sentindo as lágrimas descerem de meu rosto, Prim as seca com as pontas de seus dedos

 Engraçado, sei que isso é apenas um sonho, mas parece tão real.

 — Eu também sinto sua falta, Katniss — Minha irmãzinha responde — Mas mesmo eu não estando com você fisicamente, você sabe que nunca te deixei, não sabe?

 No início, fiquei um pouco confusa, mas logo entendi oque Prim quis dizer, de alguma forma, ela estava comigo. Sempre que eu vejo Buttercup, de certa forma eu sinto uma parte de Prim junto comigo, e Peeta sempre me diz que a lembrança de minha irmãzinha sempre estará comigo, e que ela está em um lugar muito bonito no céu agora.

 — Além do mais, você tem Peeta ao seu lado, e ele te ama muito — Prim disse me tirando de meus pensamentos

 — Eu também o amo — Respondi abrindo um pequeno sorriso, mas logo abaixei minha cabeça com tristeza — Só tenho muito medo de perdê-lo

 Só de pensar em perder Peeta, o meu amor, meu dente-de-leão na primevera, me traz um terror enorme, eu não suportaria perder ele, depois de perder tanta gente.

 — Katniss, só existe uma coisa maior do que o medo — Prim diz abrindo um grande sorriso, ela coloca sua mão sobre meu rosto acariciando de leve

 — Oque? — Pergunto curiosa.

 — Esperança, e logo, ela chegará em sua vida.

 Fico mais confusa ainda, como assim? Porém quando vou questionar a Prim, sinto uma escuridão me levar e quando abro meus olhos, não estou mais na campina com a brisa de primavera junto de minha irmãzinha, e sim, em meu quarto junto a Peeta.

 — Tudo bem, amor? — Peeta perguntou deitado ao meu lado, viro minha cabeça olhando em seus olhos azuis — Você estava sonhando, dizendo o nome de sua irmã. Foi um pesadelo?

Hesito uns segundos antes de falar, em vez disso, deito minha cabeça sobre o peito de Peeta, enquanto ele acaricia minha cabeça antes de deixar um beijo.

 — Não, foi um sonho bom — Respondi com tranquilidade — Foi a primeira vez que eu tive um sonho bom com Prim desde que ela…

— E como foi? — Ele pergunta acariciando meus cabelos

— Nós estávamos na campina, num por do sol, tinha uma brisa de primavera — Comecei a explicar — Prim estava lá, eu a abracei, e ela me disse que nunca me deixou realmente. Que sempre está comigo.

— Viu? Eu te disse, Prim estará sempre com você. — Peeta sussurra sob minha cabeça — E oque mais aconteceu?

— Eu disse pra ela que tenho medo de te perder e ela me disse que a esperança é mais forte que o medo, e que logo ela chegará em minha vida — Respondi e logo meu namorado me olhou com um sorriso

— Você não vai me perder, meu amor — Peeta me promete — Sempre estarei, e Prim tinha razão. A esperança chegará em nossas vidas, e ela pode vir em nossos filhos.

 Um bolo se forma em minha garganta, mais uma vez o desejo de Peeta em ter filhos, de formar uma família comigo, mesmo que eu não tenha capacidade nenhuma de proporcionar isso a ele.

— Vamos tentar voltar a dormir, sim? — Murmurei mudando de assunto — Amanhã você tem que trabalhar e eu quero tentar descansar um pouco.

— Sim, está bem — Peeta responde depositando um beijo em meus cabelos — Boa noite, meu amor.

— Boa noite — Susurrei me virando de lado, enquanto Peeta me abraçava por trás.

Peeta dormiu rapidamente, enquanto eu fiquei acordada pensando em Prim, será mesmo que a esperança que ela se referia era sobre eu ter filhos? Mesmo que fosse, eu jamais poderia fazer isso, sei que chatearia a Peeta, mas não posso correr esse risco. Que criança iria querer uma mãe como eu? Cheia de traumas e de cicatrizes internas. Não, eu não posso ter filhos.

 

””

 

— Adeus, querida. Te vejo mais tarde — Peeta sussurrou em meu ouvido antes de sair pra trabalhar

 Embora eu tenha escutado, não respondi, demorei muito para dormir de volta a noite, não conseguia parar de pensar em Prim. E pelo visto, eu passaria outro dia deprimida.

 Logo após Peeta deixar o quarto, eu abri lentamente os olhos e senti as lágrimas descendo lentamente, aquela dor que eu evitava sentir a dias havia me atingido em cheio novamente, e a dor era horrível.

Prim morreu por minha culpa.

Finnick nunca poderá conhecer seu filho por causa de mim.

Peeta sofreu por minha causa.

 A culpa é toda minha…

 De repente, um miado me tirou de meus pensamentos, sai um pouco de debaixo das cobertas vendo Buttercup me encarar na frente da porta aberta de meu quarto, logo ele subiu na cama de frente pra mim, às vezes ele deitava no colo de Peeta que acariciava suas orelhas.

 — Sai daqui, seu gato idiota! — Gritei irritada — Vai embora! Sai!

Buttercup desceu de minha cama, como se entendesse claramente que eu estava zangada, mas não com ele, e sim, comigo mesma. 

Não culpe os outros pelos seus erros, Katniss.

Isso era oque meu pai me dizia, sempre levarei seus ensinamentos comigo. Que saudade dele, da minha irmãzinha… tempos que nunca voltarão.

 

^^

 

Pov Peeta

 Eles voltaram, pensei. Os episódios depressivos de Katniss haviam retornado, depois de tanto tempo sem ela ter um, provavelmente foram desencadeados pelo sonho que ela teve com Prim, mas aparentemente foi um sonho bom, não teria porque ela ficar triste por conta disso. Mas eu a entendo, eu também fico triste quando penso em minha família, mesmo que for pensando sobre os bons momentos, a saudade e a dor são maiores do que qualquer coisa.

 Quando chego na padaria, arrumo algumas coisas lá dentro e logo vou para o balcão, continuo pensando em Katniss, tento pensar em alguma coisa que eu possa fazer para animar ela. Tal vez se eu fizesse uns pães de queijo, ou uma pintura dela e de Prim.

 — Peeta?

 Levanto a cabeça ao ouvir uma voz doce me chamando, pude ver apenas a pequena cabeça do outro lado do balcão. Era a pequena Hope, a menininha do abrigo.

 — Oi Hope! — Digo com um grande sorriso e ela faz o mesmo, era incrível como ela se parecia com Katniss — Me desculpe, eu estava um pouco distante.

 — Tudo bem — Hope respondeu, notei que ela trazia uma pequena caixa em seus braços — Vim te mostrar esses biscoitos que eu fiz ontem no abrigo, ficaram muito bons, então quis mostrar pra você.

 — É mesmo? Deixa-me ver — Respondo saindo de detrás do balcão me aproximando da pequena, ela me estende a caixa de biscoitos e eu abro me deparando com vários biscoitos em forma de pássaros, ou melhor dizendo, tordos.

 Pego um dos biscoitos e como um pedaço, puxa, esses biscoitos estão até melhores que os meus! Hope levou jeito pra isso, oque me faz lembrar que sempre quis ter filhos para ensiná-los a fazerem pães, meu maior sonho era ter filhos com Katniss, embora ela não deseje.

 — Nossa Hope, estão muito bons mesmo. Parabéns — Digo felicitando a menina que sorri em resposta

 — Obrigada, eu fiz ele em forma de tordos porque sua esposa foi o tordo que nos libertou da opressão, então quis fazer em homenagem a ela — Hope respondeu com entusiasmo

 É mesmo, todos acham que Katniss e eu somos casados, mas embora ainda não somos, me casar com ela estão em meus planos. Então começo a pensar na bonita atitude da pequena Hope em fazer esses biscoitos em homenagem a Katniss, ela é uma menina muito especial, me lembra muito de Primrose.

 — Katniss adoraria experimentar seus biscoitos, sabia? — Eu disse me agachando em frente a Hope — Ela não está muito feliz hoje, acho que ela ficaria contente com sua visita, oque acha?

Hope areceu pensar um pouco, mas logo abriu um grande sorriso, balançando sua cabeça em afirmação.

 — Ótimo, então na hora do almoço você pode ir comigo, pode ser? — Sugiro e a pequena assente

Hope me abraça fortemente, eu retribuo o seu abraço, e de repente, sinto uma chama de carinho dentro de mim, uma chama que eu achei que só sentiria quando tivesse meus filhos. É como oque Prim disse a Katniss em seu sonho, uma chama de esperança, e Hope significa esperança, será isso um sinal?


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