A memória do incêndio na mansão de inverno da minha família adotiva permanece viva em minha mente, mesmo após tantos anos. A versão oficial sempre foi a de um vazamento de gás, mas algo dentro de mim nunca aceitou completamente essa explicação. Uma voz sussurrante insiste em minha mente, contestando a narrativa que me foi imposta desde criança. Foi assim que, ao me mudar, decidi investigar mais a fundo essa página oculta da minha vida.

O jovem loiro, de olhos azuis penetrantes, sorriu para a mulher à sua frente. Não foi difícil atrair sua atenção e fazê-la sentar-se ao seu lado naquela noite sombria. Lothar carregava consigo as marcas de uma infância sombria, uma existência solitária pelas ruas da cidade. Mas aprendeu a transformar essa solidão em força, moldando-se em um indivíduo resiliente e destemido. Sua jornada na faculdade estava chegando ao fim, apesar dos desafios impostos por suas atividades na S.W.A.T. Lothar não era um estudante comum; sua dedicação e comprometimento o destacavam entre os demais. Mesmo com os contratempos, conseguia manter um desempenho exemplar com apenas algumas horas de estudo.

— "Posso te pagar uma bebida?", ele ofereceu, arrancando um sorriso da jovem também loira à sua frente, que assentiu em concordância.

— "Eu nunca te vi por aqui, é novo na cidade?", ela indagou, curiosa.

Lothar explicou sua ausência temporária, mencionando alguns trabalhos extras que o mantiveram ocupado. Naquela noite, sem saber, sua vida estava prestes a mudar, lançando-o em um redemoinho de incertezas, verdades ocultas e pesadelos iminentes.

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A tempestade rugia implacável, sua fúria correspondendo ao turbilhão de emoções que tomava conta da jovem senhora, agora rainha do submundo. Finalmente, ela encontrara um vislumbre de sorte em meio às adversidades impostas por Zeus e sua gestação tumultuada. Cada relâmpago parecia ecoar as horas intermináveis que passara em busca de um refúgio adequado, consciente de que o tempo era seu inimigo e os olhos dos deuses estavam sobre ela. A necessidade de se esconder era imperativa, um instinto de sobrevivência em um mundo regido por divindades impiedosas. Enquanto caminhava sob a sinfonia dos raios e trovões, Lana sentiu algo inesperado percorrer suas pernas. Não era apenas a chuva gelada, mas algo mais intenso e transcendental. Um turbilhão de sentimentos e confusões a invadiu, enquanto uma dor excruciante se apoderava de seu corpo.

A jovem senhora estava prestes a dar à luz seu primogênito, destinado a ser a única arma capaz de unir todos os mundos, o catalisador do tão aguardado futuro dos deuses e do próprio Olimpo. Sob aqueles céus enraivecidos, Lana lutava contra as dores do parto, apoiando-se em uma árvore retorcida pelos ventos da tempestade. A cada contração, sua determinação crescia, seu corpo respondendo ao chamado do destino. Os deuses, cientes do que estava ocorrendo, observavam com uma mistura de ansiedade e receio, sabendo que aquele nascimento poderia alterar o equilíbrio de poder nos reinos divinos.

Com um grito que ecoou além das montanhas, o primogênito de Lana nasceu. Uma criança envolta em uma aura misteriosa, com olhos que pareciam capturar as próprias estrelas. Era a encarnação do destino, a promessa de um novo capítulo na história dos deuses.

À medida que o choro da criança se dissipava, a tempestade também começava a acalmar-se, como se os céus reconhecessem a importância do momento. Lana, agora segurando seu filho nos braços, sentiu uma paz há muito esquecida. O pequeno ser, destinado a forjar alianças e desafiar o status quo divino, olhou para ela com uma sabedoria além de sua tenra idade.

E assim, naquela noite tempestuosa, o curso dos eventos divinos foi alterado de forma irrevogável. Lana, a rainha do submundo, e seu filho, o catalisador da mudança, estavam prontos para enfrentar os desafios que o destino reservara para eles, enquanto os deuses observavam com um misto de temor e esperança o futuro que se desenrolaria diante de seus olhos.