Sob o manto estrelado de uma noite serena, Jisoo e Rosé encontraram um recanto secreto à beira do rio, onde a brisa fresca dançava suavemente com as folhas e o murmurar das águas compunha uma melodia tranquila. O luar filtrava-se através das árvores, desenhando padrões prateados sobre a grama macia, criando um santuário natural perfeito para o desenrolar de suas emoções.

Elas se sentaram, envoltas pelo calor compartilhado de seus corpos e pelo encanto do ambiente que as rodeava. Trocando olhares carregados de ternura e palavras sussurradas que só elas podiam ouvir, a conexão entre Jisoo e Rosé se aprofundava. Os beijos eram suaves, explorando com cuidado como se cada toque fosse uma preciosa descoberta. O tempo parecia desacelerar ao redor delas, concedendo-lhes eternidade naquele momento de puro êxtase. 

As risadas baixas misturavam-se aos sons da floresta noturna, o chamado distante de uma coruja, o zumbido de insetos, o ocasional estalar de um galho. Tudo ao redor conspirava para acentuar aquela atmosfera de paixão, intimidade e amor intenso. 

Conforme a noite avançava, os gestos entre Jisoo e Rosé tornavam-se mais íntimos, mais ousados, ainda que mantidos dentro de uma esfera de profundo respeito e amor. Elas compartilhavam carícias que eram carregadas de significado e desejo. O amor que sentiam uma pela outra era palpável, um laço que as unia não apenas fisicamente, mas em alma e coração.

Exaustas, elas se acomodaram na grama verde e macia. Rosé repousou sua cabeça no ombro de Jisoo, envolvendo-a num abraço aconchegante. Aquela noite havia sido uma revelação para ambas, uma jornada de descoberta através dos novos prazeres que seus corpos humanos podiam explorar.

— Isso foi mágico! — Jisoo a beijou com ternura.

— Foi gostoso, íntimo e especial. Me sinto como se estivesse flutuando nas nuvens — Rosé sorriu para ela. 

— Acho que agora somos um casal, teremos muitos momentos como esse — Jisoo acariciou seu rosto. 

— Então somos oficialmente um casal? 

— Se você aceitar, sim — Jisoo sorriu timidamente, então respirou fundo para criar coragem e pedir algo que sempre quis — Você aceita ser minha namorada? 

— Claro que eu aceito! — Rosé a beijou com todo o amor que transbordava em seu peito. 

— Então somos namoradas? Nem posso acreditar…

— Na verdade, acho que sempre fomos, pelo menos pra mim — Disse Rosé.

— Como assim? 

— Eu gosto de você desde que me entendo por gente, Chichu… mas eu achava que você não gostava de mim.

— Por que achava isso?

— Você era sempre tão séria. Eu achava que você só me suportava porque também sou amiga da Jennie. 

— Claro que não, Chae. Eu sempre te amei, é só meu jeito tímido perto de você que me faz ficar sem reação.

— Gosto de ouvir isso — Os olhos de Rosé brilhavam. 

— O que?

— Gosto de ouvir quando você diz que me ama.

— Eu te amo, eu te amo, eu te amo… Vou falar um milhão de vezes, todos os dias.

…

Distantes do oceano que sempre conheceram como lar, Jisoo e Rosé persistiam na árdua jornada em busca de suas amigas desaparecidas. A trilha para Fratris se revelava repleta de desafios e perigos inesperados. Já haviam enfrentado um leque de adversidades: desde um Kraken enfurecido e Orcs agressivos, até um leão faminto e aldeões temerosos que tentaram queimá-las. Mais recentemente, encontraram elfos noturnos cujas intenções sinistras quase culminaram em sua captura para venda.

Cada obstáculo superado solidificava a resiliência e a determinação da dupla, ensinando-as sobre os perigos e maravilhas do mundo terrestre. Ironia do destino, acreditavam que viajar por terra seria mais seguro e simples do que enfrentar as incertezas do mar aberto. No entanto, a realidade provava ser complexa e desafiadora, testando suas habilidades e fortalecendo seus laços a cada novo dia.

— Como será que elas estão? — Perguntou Rosé enquanto caminhava. 

— Creio que estejam bem. Jennie é sábia e inteligente e Lisa é corajosa e determinada, uma cuida da outra, sempre foi assim. Não vejo a hora de estarmos juntas novamente — Jisoo cortava alguns cipós e galhos para facilitar o caminho de Rosé que vinha logo atrás. 

— Sinto falta delas.

Jisoo se virou para ela, pegou em sua mão e acariciou seu rosto.

— Logo estaremos juntas, mas vou me certificar que Jennie e Lisa não deem uma de doidas e saiam por aí sozinhas novamente.

Finalmente, Jisoo e Rosé chegaram a um vasto e belo lago, cujas águas límpidas refletiam o céu azul acima. A margem estava adornada com uma abundância de flores coloridas e uma vegetação abundante, pintando uma cena de tranquilidade e beleza natural. O ambiente era um oásis sereno.

— Que lugar lindo! — Rosé admirou o rio.

Jisoo examinou o mapa para saber exatamente sua localização. 

— Aqui é o Rio Passion — Jisoo olhou para Rosé — Diz a lenda que os casais que se beijam aqui terão um amor eterno.

— Está esperando o que para me beijar? 

— Tem certeza que quer ficar comigo pra sempre? E se a lenda for verdadeira?

Rosé exibiu um semblante de impaciência e, num ímpeto, puxou Jisoo pela cintura e a beijou. Com uma risada travessa, ela correu até as margens do rio, mergulhando na água cristalina e acenando para que Jisoo a seguisse.

A água fresca e gelada era um alívio bem-vindo, revigorando seus corpos cansados. Jisoo mergulhou para encontrar Rosé embaixo d'água, e lá no fundo do rio, elas trocaram um beijo apaixonado. As duas brincaram na água, nadando uma atrás da outra em um jogo alegre de perseguição. Jisoo mostrava-se surpreendentemente ágil, escapando com facilidade, até que Rosé, fingindo chorar, a fez parar, alegando não conseguir alcançá-la.

Após horas de mergulhos e brincadeiras tanto no lago quanto na cachoeira próxima, elas se deitaram exaustas nas margens do rio, deixando o sol morno secar e aquecer suas peles. Ali, à beira do lago, sob o céu que lentamente mudava suas cores ao entardecer, elas se entregaram a momentos de ternura e paixão, perdendo-se no tempo e no espaço, completamente envolvidas uma pela outra, até que o sol se pôs no horizonte.

— Estou ficando viciada nisso — Jisoo sorriu para Rosé.

— É tão bom ter esses momentos com você, Chichu. Eu te amo.

— Eu também te amo. 

Jisoo ia beijar Rosé, mas ouviu seu estômago roncar e acabou rindo da situação. 

— Está com fome? Por que não me disse?

— Estávamos ocupadas com coisas mais interessantes — Rosé sorriu — Vamos caçar algo para comermos.

— Certo. Vamos fazer assim, eu busco algo e você fica aqui e descansa.

— É muito trabalhoso pra você sozinha, eu te ajudo.

— Não precisa, meu amor. Apenas descanse um pouco. 

— Está bem, vou ficar te esperando aqui. 

Jisoo deu um selinho rápido em Rosé, levantou-se e pegou sua pequena faca, decidida a adentrar a floresta em busca de algo doce para saciar o apetite de ambas. Consciente do amor de Rosé por frutas, ela se movia silenciosamente entre as árvores, atenta a cada detalhe ao redor. Os animais, percebendo sua presença, fugiam rapidamente, evitando o risco de se tornarem sua próxima refeição.

No ar, um aroma cítrico capturou sua atenção, prometendo ser algo delicioso. Seguindo o cheiro, Jisoo encontrou-se diante de uma árvore não muito alta, adornada com frutos redondos de casca lisa e brilhante, exibindo uma cor vibrante que chamava a atenção. Ela se aproximou e cheirou uma das folhas, o aroma cítrico intenso fazendo-a salivar em antecipação. Com cuidado, ela colheu um dos frutos, examinando sua textura e aroma, imaginando o sabor que traria um sorriso ao rosto de Rosé.

“Isso é laranja, Hyunjin trouxe uma vez pra gente experimentar, gosto dessa fruta” — Pensou Jisoo. 

Jisoo habilmente levantou o tecido de sua saia, transformando-a em um cesto improvisado para coletar os frutos cítricos. Com cada passo cuidadoso pela floresta, ela continuava sua busca, ansiosa para preparar uma refeição surpresa para Rosé. Não demorou muito até que ela descobrisse uma macieira, cujos frutos vermelhos e brilhantes pendiam convidativamente dos galhos. Cuidadosamente, ela colheu várias maçãs, adicionando-as à coleção em sua saia.

Enquanto caminhava pela floresta, Jisoo explorava mais, sempre à procura de variedades diferentes de frutas. Cada nova descoberta era um pequeno triunfo, e ela imaginava o rosto iluminado de Rosé ao ver o sortimento colorido e saboroso que ela estava preparando. Com um sorriso no rosto, Jisoo planejava não apenas alimentar, mas também encantar Rosé com a abundância da natureza que havia reunido.

“Somente frutas não vai sustentar, mais tarde eu caço algum animal para comermos, precisamos de proteína para ter energia pra longa caminhada que ainda temos pela frente” — Pensou Jisoo.

Jisoo percorria a floresta descalça, sentindo a textura fresca das folhas sob seus pés, uma sensação agradável que a conectava ainda mais à natureza ao seu redor. Os pássaros entoavam melodias alegres, celebrando a luminosidade do dia ensolarado, criando o cenário perfeito para um almoço romântico ao ar livre.

Enquanto tentava alcançar uma fruta num lugar mais alto, um som abrupto e alarmante cortou a calma do ambiente – o grito agudo de Rosé ecoou através das árvores. Instantaneamente, o coração de Jisoo disparou, a serenidade do momento desfeita por uma onda súbita de preocupação. Sem hesitar, ela abandonou as frutas que havia coletado e correu em direção ao som do grito, temendo o que poderia ter acontecido para perturbar a paz de sua companheira.

Os gritos de Rosé reverberaram novamente, agudos e angustiantes, cortando o silêncio da floresta. Com o coração palpitando e o medo apertando seu peito, Jisoo disparou na direção de onde vinham os gritos, empurrando seu corpo ao limite. As pernas queimavam pelo esforço frenético, cada passo ampliado pela urgência de encontrar Rosé a salvo.

O caminho que antes parecera curto agora se estendia tortuosamente à frente, cada metro uma eternidade sob o peso da ansiedade. Finalmente, alcançando o local onde haviam se separado, Jisoo varreu o ambiente com o olhar, desesperada por qualquer sinal de Rosé. O cenário era uma mistura caótica de beleza natural e tensão palpável, com cada sombra e movimento nas folhas intensificando sua preocupação. Respirando fundo, Jisoo chamou por Rosé, gritou seu nome, porém, sem obter nenhuma resposta.