A Ordem chegou a Hogwarts no mais puro silêncio. Os caçadores da inquisição lideravam cada grupo e todos eles estavam na mais pura sintonia. O clima era pesado, no céu pairava a marca do Lorde das Trevas e aquilo deixou Zara imensamente irritada, como ele ousava marcar aquele horror na natureza? Ela sentia tanta raiva dele, quanto havia sentido de Mordred.

— Ei – Draco chama e a castanha olha para ele confusa – está tudo bem?

— Está – Hermione diz simples e segue seu grupo.

A verdade é que não estava. Desde que havia sido revelado que ela e Harry eram irmãos, eles não haviam conversado e não haviam falado com seus parceiros.

Harry passou por ele, e tocou-lhe o ombro, indicando a direção. Eles estavam prontos para qualquer confronto e não deixaram de se sentir tristes ao verem os alunos andando por ali, com uma farda muito diferente do habitual e expressões sérias, como se aquelas pessoas não possuíssem nenhum resquício de alma.

— O que houve aqui? – Rony pergunta meio perdido e vê Draco suspirar.

— Estão enfeitiçados – Draco explica, Hogwarts não era mais a mesma de que se lembravam – o Lorde das Trevas está criando um novo exército, de...

— Zumbis – George quem retruca, meramente irritado.

— O que faremos? Não podemos lutar contra esses alunos, eles... são apenas crianças – Hermione diz perdida e todos concordavam com ela, mas o que fariam? Não estavam preparados para aquilo.

— Você sabia disso? – Zara pergunta para Draco que apenas suspirou.

— Não exatamente, eu o vi fazer isso com os alunos de Durmstrang, era uma das escolas mágicas, e lá eles usam o combate corporal, diferente de Hogwarts, eu não sabia que ele ia fazer isso com eles também – Draco indica com a cabeça e Zara apenas assente pensativa.

Sua magia não era igual a magia de um bruxo, não podia tirar o efeito de uma maldição capaz de tirar o livre-arbítrio, mas se eles estivessem adormecidos, facilmente eles poderiam arrancar de uma vez os comensais que estavam ali.

— Alecto e Amycus Carrow – Draco responde, mas suspirou, antes de dizer o resto – por favor, apenas não os mate.

— O que? Eles nos matariam na primeira oportunidade – Dino diz indignado e Draco apenas assente.

— Eu sei..., mas, Blásio, Pansy e Theodore estão lá também, eu... – ele suspira, era dura, uma guerra tinha lados e tanto ele, quanto seus amigos haviam escolhido lados diferentes.

— Não estamos aqui para matar ninguém Draco, não é assim que a Ordem funciona – Harry diz, colocando a mão no ombro do loiro que apenas assente.

E sem dizer mais uma palavra, Zara e seus magos deram as mãos, formando uma linha reta, e todos puderam ver a magia emanando de suas mãos, para seus pés e se espalhando por todo o pátio, derrubando um a um os alunos e comensais que havia ali, ter magos ao seu dispor era vantajoso.

— Não vai durar – Zara diz – talvez uma hora, então levem todos os comensais para as masmorras.

Um alarme começou a soar, e o plano deles de serem discretos havia ido por agua abaixo. Então eles se prepararam, vendo muitos comensais da morte surgirem de dentro do castelo, além de muitos estudantes enfeitiçados, empunhando suas varinhas.

— O que faremos? – Rony pergunta, mirando um e outro, aguardando qualquer feitiço voar na direção deles.

— Não dá pra fazer o truque do sono? – George pergunta para Zara que apenas nega.

— Nenhuma magia é ilimitada Weasley – ela retruca – ainda mais a de um mago.

— Tá legal, chega de conversa, hora da luta – Lauren diz batendo duas palmas, e posicionando as mãos em modo de batalha.

Era impressionante a pose dos caçadores, as roupas deles mudaram para um uniforme branco, onde uma espada prateada brilhava no peito, Excalibur, eles estavam prontos para a guerra, mas antes que pudessem avançar para qualquer lugar, toda a ordem ganhou um novo uniforme, assim poderiam diferenciá-los dos comensais.

— Uau, fiquei bonitão – Simas diz animado.

— Elas servirão de escudo para vocês, mas não lhes protegerão de uma maldição da morte – Noel explica rapidamente.

Ao longe eles puderam ver o próprio Voldemort em pessoa, ele estava ali com sua maldita roupa cinza e seu sorriso cínico no rosto.

— Riddle? – Zara chama, fazendo o homem olhá-la com a cabeça inclinada.

O rosto de Voldemort havia sido modificado, ele era um ofídico agora, como alguém poderia reconhecê-lo depois de tantos anos? Bem, definitivamente aquela mulher.

Os membros da ordem se entreolharam confusos, ninguém havia dito o nome verdadeiro do Lorde das Trevas, aliás, poucos ainda lembravam que em algum momento da história, ele fora chamado por aquele nome.

— Você – ele diz rindo, fazendo a mulher fechar sua expressão.

— Maldito – ela diz, fazendo menção de dar um passo à frente, mas Tyler segurou o braço dela, negando. Eles sabiam, Voldemort deveria ser morto pelo próprio Potter.

A história entre aqueles dois parecia interessante, e Harry estava ansioso para acabar com aquilo e perguntar de uma vez, como Zara conhecia o velho Tom. Sem mais uma palavra, os comensais correram para a luta e a ordem não recuou. Aquele pátio virou uma zona de batalha, havia feitiços voando por todos os lados, pessoas correndo e eventualmente algum vulto, onde alguns magos apareciam e desapareciam. Alguns comensais foram aprisionados entre videiras. Os mocinhos definitivamente podiam ganhar aquilo. Voldemort e Harry trombaram um no outro e se encararam, era ali, deveria acabar de uma vez.

— Isso me pertence Potter – o homem aponta para a varinha das varinhas.

— Ela nunca foi sua pra início de conversa – Harry diz firme, enquanto o homem tinha um sorriso nos lábios.

Voldemort se preparou e lançou o feitiço, no mesmo instante que Harry rebateu. Eles tratavam uma luta intensa, e suas varinhas expeliam magia de um lado para o outro. Estavam ali novamente, se enfrentando e daquela vez um deles não iria sobreviver.

O grito de Bellatrix soou pelo recinto, fazendo o Lorde das Trevas se distrair por um misero momento, momento esse que perdeu o controle da magia, a fazendo ricochetear e vir com tudo para cima dele. Bellatrix estava morta e agora, o feitiço que o atingia também o levaria.

Harry encarava o corpo do homem no chão, enquanto sua mente processava o fato de Voldemort estar morto. Imediatamente todos os comensais deixaram suas varinhas, se rendendo finalmente a ordem.

— Está acabado – Harry murmura quando Hermione e Rony chegam até ele.

— Sim, está acabado – Hermione assume, também encarando o corpo do homem.

Ele havia roubado a sua vida, a sua verdade, as duas famílias que teve em sua vida, e aquilo nunca poderia lhe ser devolvido.