Doce Mistério escrita por Kah Nanda


Capítulo 7
Doces Momentos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas. Sextou! E com capítulo surpresa!
Espero que estejam contentes com minha volta tão breve. E continuem enviando boas energias para que realmente consiga entrar no eixo com tudo, pois estou bastante empolgada para voltar a postar efetivamente. E por conta do atraso, com o retorno dando certo, não se surpreendam com esses posts fora do dia oficial.
E esse é um capítulo para aproveitarem, pois é sempre gostoso acompanhar a parte boa da história dos nossos queridos e também muito importante. Já que não tem como vivermos o presente, sem conhecer o passado...
Apreciem Sem Moderação.

Capítulo Postado Em: 17/05/24



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Julho/1994

— Para de ficar olhando.

A voz de Alice soou ao meu lado e redirecionei o olhar a ela.

— O que foi?

— Ele já vai chegar. – Anunciou.

— Quem?

— Ora essa. Como se você não soubesse quem está esperando.

Corei com a afirmação e abaixei o rosto.

— Não precisa se constranger. Só estou dizendo isso para que tente conter um pouco a ansiedade. – Comentou. – Afinal de contas, você sabe que ele virá.

— Você tem razão.

Continuamos a caminhar pela extensão do parque, observando um pouco de longe a presença das outras meninas da colônia.

Já que esse passeio foi programado para todas e somente aproveitei a oportunidade de comunicar a Edward sobre onde estaríamos, para que se quisesse vir nos encontrar. E como ele prometeu aparecer, tenho me mantido a expectativa da sua chegada.

— Se bem que nunca estive no seu lugar, então não posso afirmar que conseguiria agir de maneira centrada.

— O que quer dizer com estar no meu lugar? – Questionei curiosa.

— Eu nunca me apaixonei.

O impacto das suas palavras me pegou desprevenida e justamente por isso comecei a emitir.

— Não, mas eu...

— Não tente negar Bella. – Cortou. – Ou acha que seus sentimentos não estão perceptíveis?

Nossos olhares se cruzaram e ela mudou de expressão.

— Você ainda não se deu conta disso, não é?

— Não. – Respondi sinceramente. – Mas como algo assim poderia ser possível?

— E por que não?

— Eu gosto do Edward, claro que gosto. – Pontuei sincera. – Mas estar apaixonada? Faz pouco mais de um mês que nos conhecemos...

— Não existe tempo exato para o amor surgir. – Exemplificou. – Ainda mais um amor de verão.

Amor de verão...

Será esse o prazo de validade para o que temos?

— Como você se sente quando está com ele? Ou quando não estão juntos?

Apesar de confusa, não precisei de muito para responder.

— Eu adoro todos os momentos que passamos juntos. E espero por cada um deles ansiosa.

— E o que te deixa tão feliz nessas ocasiões?

— Várias coisas. – Declarei. – Gosto do que conversamos, pois sempre somos bastantes sinceros um com o outro e nunca tive esse tipo de conexão com ninguém. Mas também gosto de apenas estar ao seu lado, na sua presença...

— E...

Instigou percebendo minha leve hesitação.

— Quando nossas mãos se tocam ou ele me abraça. Sinto como se tudo estivesse certo no mundo. – Comentei pensativa. – Mas quando ele me beija, é como se me perdesse completamente. Só que de um jeito bom, entende?

— Não. – Sorriu e a acompanhei. – Infelizmente ainda não fui beijada ao ponto de me perder.

— Não?

— Não. Pois também não é como se já tivesse beijado inúmeros garotos. – Afirmou. – Meu pai já surtaria se soubesse que deixei três meninos diferentes me beijarem.

Rimos juntas de um jeito cúmplice.

— Mas posso dizer que você tem sorte em conhecer todas essas sensações justo com o rapaz que lhe deu seu primeiro beijo.

— Eu acho que sim...

Apesar de concordar com seu ponto, não posso deixar de pensar sobre o restante dos comentários serem verdadeiros.

Será que tudo isso que estou sentindo pode ser ainda maior? Talvez sentimentos de paixão e até mesmo amor?

São nesses momentos em que mais sinto falta da minha mãe, pois se ela estivesse aqui, poderia contar tudo que tem acontecido e ela com certeza saberia o que dizer e como me aconselhar...

— E lá vem o seu príncipe...

Alice brincou, mas imediatamente virei na direção indicada e voltei a sorrir ao enxergar a fisionomia de Edward.

— Boa tarde senhoritas.

Saudou assim que se aproximou de nós.

— Boa tarde.

Alice respondeu firme, enquanto apenas emiti um murmúrio como cumprimento.

— Olá.

— Atrapalho o passeio de vocês?

— Você sabe que não. – Alice afirmou. – Na verdade, eu já vou indo para não atrapalhar o passeio de vocês.

— Você não atrapalha Alice.

Pontuei e Edward completou.

— De maneira alguma, senhorita Brandon.

— É, mas você ainda não entendeu que pode me chamar somente de Alice. – O corrigiu. – E por isso, tenho que deixá-los.

Ela fez menção de caminhar, mas antes disso, concluiu.

— Além do mais, prometi as meninas que passaria um tempo com elas. Então tenho que ir. Tchauzinho.

Retribuímos o aceno de despedida e quando ela se afastou, Edward indicou para seguirmos ao nosso passo.

— Como você está? – Perguntou.

— Bem e você?

— Tem certeza?

— Por que a pergunta?

— Não sei. – Ele diminuiu o ritmo. – Algo em seu semblante me despertou uma preocupação.

Não contive um sorriso ao perceber como ele facilmente notou algo diferente em mim.

— Não é nada demais. Alice e eu estávamos apenas conversando e acabei me lembrando da minha mãe.

— E isso te deixou triste.

— Não necessariamente. – Afirmei. – Apenas sinto falta dela.

— Tenho certeza que ela permanece com você em todos os momentos.

— Também gosto de pensar assim...

Ao focar nos orbes verdes concentrados a minha frente, procurei dispersar o momento.

— Mas não precisamos focar nisso agora. – Comentei descontraindo o clima. – Como foi o seu dia?

— Posso contar. Se aceitar tomar um sorvete comigo.

— Será um prazer.

Voltamos a caminhar e rapidamente nossas mãos se entrelaçaram.

Não há porque esconder ou me importar com alguém nos vendo juntos, pois apesar da colônia ser somente para garotas, não é como se estivesse em um convento.

E ainda que tirando Alice, as outras meninas e as responsáveis não saibam efetivamente até onde vai minha relação com Edward. É de conhecimento comum que possuímos ao menos uma amizade e quem sabe talvez, até mesmo um algo a mais...

Depois de escolhermos nossos sorvetes, Edward efetuou o relato sobre o seu dia, contando as questões do trabalho, pois apesar de ser sábado, ainda precisou cumprir com a rotina.

E também continuamos a caminhar até chegarmos a uma área mais reservada do parque, sem tantas pessoas por perto.

— Está tentando me emboscar para um lugar escondido?

Brinquei quando paramos de caminhar.

— É o que acha que faria com você?

— Não sei...

Com cuidado, ele me encostou contra o tronco de uma árvore.

— Eu tenho muitas ideias sobre como ficar a sós com você. – Anunciou bem diante do meu rosto. – Mas não colocaria nenhuma delas em prática agora.

— É sério?

— Qual parte?

— Sobre as ideias de ficar a sós comigo.

— Nós geralmente nos encontramos a sós.

— Sim, mas próximo à colônia. – Ressaltei. – E o que você disse me fez pensar...

— Eu quero te fazer um convite.

A troca de assunto me deixou alerta.

— Pode falar.

— Amanhã quero te levar a um lugar.

— Onde?

— É surpresa.

— Não, por favor. – Implorei já tremendamente curiosa. – Me diz.

— Isso acabaria com a surpresa.

— Mas...

— Só o que posso dizer é que vou te buscar depois do almoço e você deve vestir roupas leves. – Contou. – E se tiver alguma roupa de banho, pode levar também.

— Roupa de banho? — Repeti confusa. – Aonde você vai me levar Edward?

— Amanhã você saberá.

Sentenciou, me calando com um selinho.

— Mas topa esse passeio comigo?

— Sabe que não consigo negar nada a você. – Declarei já inebriada.

— É mesmo? – Seus lábios tocaram novamente os meus. – Bom saber dessa informação...

Só depois me toquei da intensidade por trás das minhas palavras, mas por hora, minha mente se perdeu na sensação plena que só seus beijos podem me proporcionar...

 

— Está gostando?

Edward perguntou, enquanto continuo a observar o nosso ao redor.

— Como não poderia? – Devolvi. – Aqui é lindo.

— Não tanto quanto você.

Virei o olhar em sua direção ficando encantada como sempre.

— Para com isso...

Ele acenou uma negativa, mas não me deixei abater.

— Mas como você ficou sabendo desse lugar?

— Alguns rapazes que moram na região já tinham comentado sobre, mas nunca me interessei em visitar, até agora...

— E por que da mudança repentina?

— Você não faz ideia?

Ele aproximou o rosto do meu, passando a roçar o nariz na minha orelha.

— Não...

— Que pena. – O toque desceu ao meu pescoço. – Porque eu também não.

— Edward...

Rápido como um raio, ele levantou e seguiu para o lago e mais uma vez, fiquei admirando-o, encontrando ainda mais beleza em suas formas, se é que isso é humanamente possível.

Mas não tenho como evitar, pois desde que nos conhecemos, não existiu um só instante que consegui refrear meus pensamentos sobre o quão bonito ele é.

As formas perfeitas do rosto, os olhos penetrantes que parecem sempre enxergar através da minha alma, além do cabelo que adoro não só vislumbrar, como também alisar em meio aos carinhos que trocamos.

Mas agora, vendo-o quase totalmente despido, já que está vestindo somente um short de banho, não consigo parar de olhar para todas as outras partes expostas.

Edward não faz o perfil muito malhado, sendo mais magro e atlético, mas a combinação dos braços firmes, com a barriga sarada e as pernas fortes...

— Bella.

— Hun?

Ainda bem que ele me tirou dessa linha de raciocínio ou começaria a ir além do permitido em vários aspectos.

— Por que está tão séria?

— Não estou. – Neguei. – Só estava perdida em pensamentos.

— E poderia saber quais são?

Não.

— Nada demais. Coisas bobas. – Dispersei rapidamente. – Mas posso entrar com você?

— É claro que sim.

Desde que chegamos, somente experimentei a água ao caminhar um pouco pela encosta, mas ainda não mergulhei efetivamente.

Despi-me das roupas secas, sendo uma bata e um short jeans, peças leves como Edward falou e comecei a caminhar em sua direção para dentro do lago. Para a minha sorte, a água não está gelada, pelo contrário, sua temperatura está bem agradável e logo me regozijei contente.

Então foi a minha vez de observar Edward preocupada com a expressão presente em seu rosto.

— Edward. – Me aproximei até quebrar nossa distância. – Você está bem?

— Eu. Você...

— O que houve?

— Nada. – Ele engoliu em seco.

Captei seu olhar correndo pelo maiô que estou usando e me justifiquei.

— Ainda bem que conheci Alice e nos tornamos amigas, pois não pensei em trazer nenhuma roupa de banho, sabendo que não havia piscina na colônia, não cogitei a possibilidade ou necessidade de utilizar algo assim em outro lugar. – Efetuei a explicação. – Mas para a minha sorte, Alice pensa diferente e trouxe não só o maiô, como também um biquíni.

— Então essa peça pertence a ela?

— Sim. – Informei, continuando a olhar o modelo discreto de tecido azul. – Não temos a mesma estatura, mas por sermos magras, pude pegar ao menos o maiô emprestado, pois seu biquíni não serviria muito bem em mim.

— Graças a Deus.

O olhei confusa, pois receio não ter ouvido direito, mas ele logo dispersou.

— Eu estou com sede. Você está com sede? Quer alguma coisa?

— Não, eu estou bem...

Ele apenas assentiu e saiu do lago para pegar uma garrafinha de água na bolsa que trouxe, pois pensando em tudo, preparou até mesmo mantimentos para consumirmos durante o tempo que ficarmos aqui. Contudo, ao retornar a água não voltou a se aproximar.

Mantivemos uma conversa descontraída preenchendo o tempo, mas sempre que tento um contato mais efetivo, ele dá um jeito de dispersar, até mesmo induzindo uma brincadeira de pega-pega, sendo eu a única responsável por tentar alcançá-lo, mas não obtendo qualquer êxito, o que continua a condicionar nossa distância.

Foi então que resolvi acabar com isso de uma vez.

— Ai, ai, ai.

E assim, como em um passe de mágica, ele se colocou ao meu lado.

— O que foi Bella? Você se machucou? Pisou em alguma coisa?

— Não, estou bem.

— Então o que...?

— Eu só cansei de ser a que pega. – Dei de ombros. – Agora tá com você.

Toquei em sua barriga e sua mão logo veio de encontro a minha.

— Bella...

— Para falar a verdade, também cansei de brincar.

— Está bem e o que quer fazer?

— Isso...

Não lhe dei chance de recuar, ao quebrar qualquer distância possível entre nossos corpos e colar nossos lábios em um beijo intenso.

Talvez tenha ficado receosa por um milésimo de segundo, acreditando que ele poderia não corresponder ou me afastar, mas tal temor me deixou rapidamente ao senti-lo não só retribuir de forma tão dedicada quanto, como também, se possível, impulsionar meu corpo ainda mais contra o seu.

E o beijo que já tinha começado fugaz, rapidamente se transformou em algo muito maior, pois não só nossas bocas entraram em ação, como também o restante dos nossos corpos.

Visto que de uma maneira desenfreada, em um instante estava firme no chão e no outro, me vi escanchada no colo de Edward.

É possível que a água tenha ajudado o movimento rápido, mas, ainda assim, acredito que muito disso tenha sido fruto do nosso empenho pessoal e a vontade de nos conectarmos mais.

Porém, da mesma forma que os toques começaram, Edward colocou um fim ao nos separar e sair da água, deixando-me não só desnorteada pelo impulso, mas também sem saber o motivo por trás do mesmo.

Só que diferente de mais cedo, não o deixei simplesmente se afastar como se nada tivesse acontecido.

— O que está acontecendo Edward?

Perguntei ao parar a sua frente, mas ele somente me ignorou, sentando sobre a grama e colocando a cabeça entre as pernas.

— Edward...

Tentei novamente, mas agora em tom mais calmo e aproveitei para sentar ao seu lado.

— Eu não posso...

— Não pode o que?

Ele levou alguns segundos para responder e esperei por seu momento, mas deixando claro o que preciso.

— Eu não posso ir além Bella. – Finalmente nossos olhares se reencontraram. — Porque não posso arriscar perder o controle com você.

— Você não vai perder o controle. – Tentei dissuadi-lo.

— Você não entende...

— Você realmente acha que não entendo? — Enfatizei. – Que não sinto o mesmo?

Achei que ele quebraria o contato visual, mas não o fez, permanecendo em silêncio, porém com os orbes verdes fixos em mim.

E aproveitando a situação, decidi me abrir.

— Edward, eu nunca senti nada do tipo. – Declarei. – E apesar de não ter com o que comparar, apenas tenho certeza do que sinto. E que tudo isso só está acontecendo porque é com você, por sua causa.

— Bella...

Meu nome deixou seus lábios de forma quase torturada.

— Você não faz ideia do quanto me enlouquece. – Afirmou. – De como a cada pequeno instante estou a ponto de perder o juízo.

Ele mordeu os lábios com tanta força, que fiquei com receio que pudesse se machucar.

— Mas hoje, vestida assim...

— Eu também não estou nada bem com tanto a admirar.

Rebati firme, para que ele tenha noção e clareza do que também acontece comigo.

— Porém nunca me ressenti dos beijos que trocamos ou dos abraços. E ainda, das vezes em que nos aproximamos mais...

Dominada por um impulso, sentei no seu colo sem lhe dar brechas para tentar fugir ou negar.

— Bella!

— Só vamos viver. – Supliquei. – Não precisamos ter medo de nada. Seja do que estamos querendo ou sentindo.

Segurei seu rosto entre as mãos e encostei nossas testas.

— Pois nada do que está havendo entre nós pode ser considerado ruim ou mesmo passível de erros e arrependimentos.

Achei que teria que enfrentar mais recusas, mas parece que algo entre meu gesto e palavras, o convenceu a se entregar. Pois a próxima coisa que senti, foram seus lábios de volta aos meus.

E a partir disso, foi como se voltássemos ao exato ponto onde paramos há pouco dentro do lago. Com nossas bocas se desbravando sem receio, enquanto as mãos prosseguem em uma exploração incandescente.

Quando o ar nos faltou, Edward direcionou a boca ao meu pescoço, guiando-a até minha orelha.

— Por favor. – Arrepiei ao ouvir sua voz ao pé do meu ouvido. – Se algo não for bom, se passar de qualquer limite, por favor, me fale.

Apenas assenti rapidamente, mesmo sabendo que algo do tipo não vai acontecer.

Pois como falei, não vejo nada do que acontece entre nós podendo ser considerado menos do que maravilhoso.

Não demoramos a voltar a nos beijar, com um tipo de sede e fome até então desconhecidas por mim. Porque jamais imaginei que tal saciedade existisse e só pudesse ser sanada entre os lábios de alguém.

Mas não de qualquer pessoa e sim dele.

Especificamente de Edward Cullen...

E um gemido irrompeu de dentro do seu peito quando rebolei em seu colo, apenas seguindo os instintos do que estou sentindo, do que ele está me fazendo sentir.

Em retribuição, meu gracejo tomou o espaço aberto quando suas mãos tocaram meu bumbum. Não apenas de forma carinhosa, pelo contrário, com firmeza e possessão. E simplesmente sucumbi.

— Edward...

— Você é tão linda. – Ele hesitou. — Tão...

A palavra acabou se perdendo, já que ele se calou ao voltar a beijar meu pescoço, descendo os toques aos ombros e deixei de me importar com o resto.

Incapaz de apenas continuar sentindo e procurando meios de energizar tudo que me toma por dentro, passei a retribuir as carícias, movendo minha boca por sua pele ao meu alcance.

Desde o maxilar firme, ao queixo marcado, chegando ao pescoço e até mesmo ao seu peito que esteve me deslumbrando a tarde toda.

— Bella. Merda...

Continuei rebolando no seu colo, ao passo que suas mãos não deixam de me tocar, em paralelo as minhas que deslizam livres por suas costas.

Porém iniciando um novo ciclo, acabamos estancando quando em meio a mais um ritmo de fricção, suas mãos chegaram aos meus seios.

E diante do toque ainda mais íntimo, acabamos procurando as confirmações necessárias entre nossos olhares.

E foi somente o que bastou.

O que precisei para consentir e ele seguir adiante...

Voltamos a nos beijar bastante entregues, enquanto seus dedos continuam a me alucinar, porém dessa vez, quando sua boca deixou a minha, seguiu por um novo caminho.

E minha nossa...

— Edward...

O que está acontecendo?

— Ah, meu Deus...

Como ele pode estar me tocando assim?

— Oh...

Sua boca percorreu meus seios dando continuidade aos toques, enquanto mal posso respirar. Quiçá emitir qualquer anúncio coerente.

— Edward! Por Deus...

Eu com certeza não deveria estar blasfemando, mas o que posso fazer se ele está me levando ao delírio?

E quando meu corpo começou a expressar ainda mais vida própria, senti a perda do contato direto e foi inevitável não soltar um muxoxo.

— É provável que você não fosse me parar, certo?

— Muito provável.

Sussurrei ainda impactada, mesmo já não sentindo o frescor direto na minha pele, pois o tecido do maiô voltou a me cobrir nos espaços corretos.

— Suspeitei que não. – Nossos olhares se reencontraram. – Nesse caso, acredito que terei que ser forte por nós dois.

— Sinto muito. – Pedi sincera.

— Não sinta...

Ele me beijou, de forma mais contida, diferente de ainda há pouco e fez menção de me tirar do seu colo.

— Eu só preciso de um minuto.

— É claro.

Quando ele levantou, não procurei olhar para onde foi ou o que fez, ao invés disso, foquei em também tentar me recompor e voltar o máximo possível ao eixo correto.

Focando em manter o êxito da ideia, assim que Edward se reaproximou, sugeri de aproveitarmos para comer um pouco das guloseimas que ele trouxe e o fizemos.

— Estou tão feliz que você teve a ideia de trazer os lanches.

Comentei pouco depois.

— Eu somente me lembrei de comprar, mas ao menos dá para matar um pouco a fome. – Citou simplesmente. – Já que nada aqui se compara as coisas que você faz.

— Deixa disso.

— Estou falando sério. – Protestou. – Você cozinha muito bem Bella.

— Eu não sou tão boa assim, pois ainda estou aprendendo. – Relembrei. – E acho que tenho mais mão para doce do que salgado.

— Eu gostei de tudo que você me trouxe. – Confessou. – E mal vejo a hora de provar novas delícias.

— Vou ter isso em mente nas próximas aulas.

— Saiba que estarei aqui para provar tudo o que preparar.

Sorri após vê-lo dar uma piscadinha em sequência do comentário brincalhão e dessa maneira, continuamos conversando descontraidamente pelo restante do tempo que passamos juntos.

E quando chegou a hora de voltarmos à realidade, procurei me apegar a sua presença até o último instante.

Ainda mais porque ele pegou uma bicicleta emprestada com um de seus colegas e com isso, tanto a vinda como a volta, foram preenchidas por nossos corpos próximos e conectados, enquanto a paisagem do verão em Omaha nos rodeia...

Não foi fácil nos despedir quando ele parou em frente à colônia, mas nunca é. Porém hoje mais do que nos outros dias, depois de tudo que compartilhamos, só gostaria de permanecer pelo máximo de tempo possível com ele.

Ao menos encerramos o dia com a promessa de nos reencontrar amanhã, ainda que seja somente para um cumprimento rápido, dependendo de como for sua rotina de trabalho.

Ao adentrar os terrenos protegidos da propriedade, logo fui interceptada por uma das assistentes informando sobre ter recebido uma ligação do meu pai.

E após confirmar a permissão para poder seguir a secretaria e retornar a chamada, fiz o caminho o mais rápido possível.

Quando os toques iniciaram, me vi muito mais do que empolgada em conversar com ele, pois apesar de estar aproveitando muito, é imprescindível o quanto sua presença constante me faz falta, pois ainda que fosse bastante apegada à mamãe, também sempre fui o estereótipo perfeito de garotinha do papai.

— Alô.

Meu sorriso iluminou ao ouvir justamente sua voz.

— Oi papai.

— Bella, minha filha.

— Sim, sou eu.

— Avisaram que eu liguei?

— Assim que entrei e vim correndo retornar a ligação. – Expliquei. – E que surpresa o senhor atender ao telefone.

— É que estou no escritório e assim que tocou, informei que atenderia por aqui.

— Trabalhando em um domingo à tarde pai?

— Não.

— Jura?

— Eu prometo que não estava trabalhando. – Afirmou. — Apenas vim resolver uns assuntos para adianto de tempo na semana.

— E isso quer dizer o que?

— Não era trabalho, somente estava otimizando meu tempo, para justamente trabalhar ainda menos.

— Ah, papai. – Lamuriei. – Como posso querer argumentar com o grande advogado, Charlie Swan?

— Você sabe que é uma das únicas pessoas capazes de fazer isso...

Sua frase deve ter reverberado em nós dois, pois ficamos um instante em silêncio, provavelmente pensando em quem era a outra pessoa que também conseguia duelar em diálogo com ele.

— Mas diga. Como estão às coisas por aí? — Questionou voltando a pontuar a conversa. — Você saiu para se divertir?

— Sim.

— E foi com aquela outra jovem? A que divide o quarto com você?

— A Alice.

— Isso.

Engoli em seco, pois não gosto de mentir para ele. Para falar a verdade, não me lembro de já ter precisado.

Mas agora as coisas são diferentes, pois não posso simplesmente contar que passei à tarde em um lago, acompanhada somente de um garoto.

Quer dizer, um garoto não, um homem. Porque Edward com certeza não é somente um mero rapaz.

E se somente sua companhia não bastasse, tem também tudo que fizemos e temos feito desde que nos conhecemos.

Por isso acredito que algumas coisas são melhores quando ficam longe dos olhos, ouvidos e especialmente, do coração.

— Alô. Bella? Você está aí?

— Estou papai. Desculpe. – Retomei. – Mas respondendo sua pergunta, sim. Sai com a Alice.

— Fico feliz que esteja curtindo as férias e que tenha encontrado uma amiga para lhe fazer companhia durante esses dias.

— Eu também papai.

— Eu já comentei que quando tudo acabar, você pode convidá-la para vir te visitar aqui na Califórnia.

— Eu sei papai. Já falei sobre isso com ela. E Alice também estendeu o convite para que vá conhecer sua cidade.

— Depois vemos isso.

Balancei a cabeça, sabendo que ele sempre foi do tipo de me deixar receber quem quisesse, porém muito mais reticente em deixar sair para algum lugar.

Justamente por isso mamãe sempre me acompanhou nos trabalhos como modelo e por esse motivo também que precisamos tanto do respaldo da tia Carmen.

Ao pensar nela, questionei ao papai sobre sua presença e a partir daí, continuamos a conversar sobre assuntos mais amenos, até chegar ao fim da ligação.

— Foi muito bom falar com você filha.

— Também gosto quando nos falamos papai.

— Aproveite e curta bastante, mas com juízo.

— Pode deixar.

Porque, afinal de contas. O que estou vivendo com Edward, não pode ser considerado falta de juízo...

— Eu te amo Bella.

— Eu também te amo papai. – Voltei a me concentrar nele. – Muito.

Ao professar tais sentimentos, pensei sobre como os sinto tão facilmente dentro do meu coração. O que acabou me levando a uma dúvida e questionamento.

— Papai?

— Sim.

— Como o senhor soube que tinha se apaixonado pela mamãe?

— Perdão?

Obviamente a pergunta o pegou desprevenido, assim como a citação a minha mãe, mas não quero voltar atrás.

— Como é se apaixonar por alguém dessa maneira? Digo. Porque deve ser um tipo de amor diferente, não é? Do que o senhor sente por mim e por ela.

— Claro que são amores diferentes.

— Mas então. Como o senhor soube que a amava daquele jeito especial?

— Bem...

— E mais especificamente, quando o senhor começou a ter esses sentimentos? Foi logo que a conheceu? Depois de um tempo? Ao se beijarem pela primeira vez.

— Bella.

O chamado cortou a sucessão de perguntas e voltei a respirar aguardando sua resposta.

— Veja bem, não é como se pudesse cravar um dia e horário específico de quando o amor surgiu.

Como não?

— Porque ao contrário do que os romancistas pregam. O amor não acontece através de um estalo mágico que muda sua vida para sempre.

Estou começando a me arrepender de ter entrado nesse assunto.

— Ao menos comigo, lembro-me de ter ficado fascinado com a sua mãe desde o primeiro momento em que a vi. – Contou. — Porém esse encantamento só foi aumentando conforme passamos a conviver e nos conhecer melhor.

Comecei a raciocinar dentro da sua análise.

— Algumas pessoas chegam a se apaixonar sem ao menos ver a outra, seja através de cartas ou ligações. – Elaborou. — Porque o que realmente importa é como ela te faz sentir.

— E como é isso?

— Não sei explicar bem filha.

Será que continuaremos andando em círculos?

— Eu somente gostava de estar com ela, de conversar. Sentia coisas diferentes quando nossas mãos se tocavam e a partir daí...

De repente, flashes dos meus momentos com Edward preencheram minha cabeça.

— Mas o importante também é como passei a me sentir na sua ausência.

— Como assim? – Perguntei ainda mais interessada.

— Eu sentia muita falta de estar com ela, dos momentos que passávamos juntos e a partir disso, aos poucos fui compreendendo que tudo aquilo, a junção do que sentia, estava se transformando em amor. E nunca mais passou. Somente aumentou conforme continuamos a cultivá-lo.

— Isso foi lindo papai. – Informei.

— Que bom que pensa assim Bella.

A ligação ficou muda por alguns segundos, com cada um de nós perdidos em seus próprios pensamentos.

— Ouça filha. — Ele retomou de repente.

— Sim?

— Eu não sei o que o futuro me reserva, afinal, não temos conhecimento de nada ou ninguém. Mas apesar de ter conversado sobre isso com a sua mãe e saber que existe a possibilidade de voltar a me relacionar com alguém...

Meu Deus!

Ele vai usar esse momento para dizer que está se relacionando com outra mulher?

— Até consigo acreditar no princípio de que as pessoas podem se apaixonar novamente. – Expressou. — Porém no que diz respeito ao amor. O verdadeiro amor. Quanto a esse, acredito que apenas seja possível vivê-lo uma vez. Como também senti-lo somente por uma pessoa...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: E ficamos com a reflexão que o tio Charlie deixou...
Porém agora estou triste, pois nesse passado feliz, tínhamos não só Beward juntinhos, como ao menos o Charlie ainda estava vivo. Por que no presente as coisas têm que estar tão complicadas?!
Mas enfim, a Alice continua se mostrando uma ótima amiga. E a cada dia do verão, vemos a Bella se encantando mais. Porém como ser diferente com o Edward agindo dessa maneira?
E acho que já vi em algum lugar, um rapaz com receio de se envolver, enquanto a pobre da mocinha praticamente tem que implorar para que ele vá um pouquinho além. Vocês também tiveram essa impressão? *olha para o lado e assovia hahaha*.
E chegamos à ligação de pai e filha, que foi marcante em diversos sentidos. Porém a conclusão deixa no ar o tipo de relação que eles tinham, com isso, a forma que a Bella foi criada. Será que esses ensinamentos ainda a impactam no presente?
Isso e mais quero saber de vocês, então, por favor, comentem bastante, pois se tudo der certo, o próximo capítulo vem na segunda-feira para a alegria geral da nação *ao menos espero que seja haha*. Sigam-me no twitter: @KNRobsten. Até a próxima.
~Kiss K Nanda.



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