O caçador estava indo rumo ao seu destino e a viagem com um demônio a tira colo estava tensa para o caçador principalmente porque o rei do inferno decidiu que atazanar o Seo era a coisa mais deliciosa do mundo, pois em sua concepção a raiva crescente daquele ser enfezado o deixava ainda mais sexy.

Não era muito do feitio do anjo caído sentir desejos por meros humanos, mas o que estava em jogo ali era um orgulho a ser quebrado, ver o Seo Changbin o desejando seria o maior prêmio de sua vida e ele não fazia questão de esconder seu próprio desejo pelo caçador e ele pensava consigo: “que se dane, estava na hora mesmo de eu ter uma diversão assim”.

Já o Seo pensava que aquele demônio ao seu lado queria apenas o matar quando tudo acabasse, por tanto ele estava pronto para dar o abraço mais apertado de todos no seu maninho quando o encontrasse, pois provavelmente este será o último que darão.

...

— Credo tão tenso, por que você não faz uma de suas piadinhas? Podemos beber juntos também se quiser. — O caçador lançou um olhar fatal meio de lado para o demônio — Você é hilário, sabia Changbinah? Todo bravinho, mas, no fundo, é fofo e também é um grande gostoso, o que é uma bela mistura, devo confessar.

— Cara não enche! Desde quando o Lúcifer é uma puta carente? — Ele falou parando o carro no destino final. — Chegamos oh chifrudo, e aí cadê meu irmão?

— Saiba que não sou carente, mas quero você e o terei, pois é assim que eu funciono — o Seo virou os olhos com desprezo. — Seu maninho está lá dentro, e o melhor? Ele está com um dos meus irmãos. — A risada do Christopher era debochada e o Seo se perguntou quando foi que ele se convenceu a dar trela para aquele demônio imbecil.

— Ele está com um demônio? — O Seo saiu do carro às pressas para matar o demônio que estaria provavelmente querendo ferir seu irmãozinho. — Isso é coisa sua, seu verme, se seu irmão tocar em um fio de cabelo do meu e-eu...

— E-e eu o que meu gostosão? Relaxa essa bunda aí ele está com um irmão bonzinho, um anjo não caído como eu, em outras palavras você está do lado escuro da força, seu irmão no lado da luz e esse embate entre luz e trevas eu vou adorar presenciar.

O Christopher sumiu da presença do Seo que correu para o interior da cafeteria e assim que entrou reconheceu o idiota que encontrou no orfanato, e tentando o ignorar foi procurando pelo seu irmão, sem sucesso, mas ainda tinha o andar de cima para ver então ele foi se direcionando para lá.

— O que você está fazendo aqui nanico? — O Kim falou assim que também reconheceu o caçador. — Aqui não é o seu lugar, caí fora.

— Não tenho tempo para você idiota pomposo, estou aqui por algo maior e também até onde eu saiba aqui é um ambiente público, ou será que eu estou enganado e essa cafeteria é uma propriedade particular sua, engomadinho?

— Na verdade, ela é minha sim, mas é designada para os letrados, e como você é um caçador de merda, bom, a porta da rua...

— Nossa que cara chato! — O Seo queria dar um soco na cara dele, mas assim que ia avançar ele viu o Christopher. — Ah aí está você, então vai cumprir o que disse ou não?

— Lúcifer?

O Kim olha para o anjo com ele, ele estava pálido em vislumbrar a figura que apareceu ao lado do caçador.

— Pera aí, Lúcifer? O demônio rei do inferno? O próprio pecado do orgulho e soberba? Mas que patifaria é essa?

— Caramba quem ainda fala patifaria? — O demônio falou debochado — Changbinah seu irmãozinho é um mauricinho chato e ele nem se chama Maurício. — O Changbin olhava sem entender e o demônio se virou para o anjo, oi Jeongin tudo bem maninho? Não vai abraçar seu irmão rejeitado?

Tanto a cabeça do Seo quanto a do Kim estavam em curto, “como assim meu irmão?” era o pensamento do Changbin, e “como assim irmão dele” era o do Seungmin e com isso eles se olhavam boquiabertos.

— Ah, sim, vocês não conseguem ver seus verdadeiros rostos, pera aí que o Yang aqui vai dar um jeito nisso, não é maninho?

O anjo ainda atônito estalou os dedos e na mesma hora tanto o Changbin quanto o Seungmin sentiram como se uma venda sobrenatural tivesse saído de seus olhos se reconhecendo de imediato.

— Nem fodendo, Minnie é você mesmo?

— Minha nossa você não cresceu muito né Binnie?

Aquelas foram as primeiras palavras que disseram um ao outro. Os dois estavam boquiabertos e sem entender muito bem tudo aquilo e após poucos, mas longos minutos se encarando atônitos eles correram e se abraçaram.

— Que saudade pequerrucho! Eu achei que nunca mais o veria, mas acredite em mim e-eu nunca deixei de procurar você irmão.

— Eu sempre te procurei também Binnie, estou tão feliz que nem sei pôr em palavras... — O abraço dos dois era como um grito saudoso e ainda iria demorar para se desfazer. — Mas eu acho Binnie que agora o pequerrucho aqui é você, maninho.

— Vai se ferrar Seung, ainda sou mais velho e te arrebento na porrada se quiser.

— Ah reencontros são tão tocantes não é Jeonginnnie? — o Christopher disse abraçando também seu irmão, mas apenas no intuito de o importunar.

— Me solta Christopher, que saco, nosso pai não vai gostar nada de saber que você está perambulando entre os humanos de novo.

— Mas pelo que vejo você também está aqui maninho e por ainda viver com o papaizinho está muito mais ferrado que eu, então não enche tá.

Os irmãos recém-reencontrados tinham muito a dizer um ao outro, porém os dois achavam não ter muito tempo, pois fosse o demônio ou o anjo ali com eles, eles agora teriam o seu fim vindo pelas mãos daqueles seres sobrenaturais.

— Vamos matá-los? — o Changbin falou ainda no abraço com seu irmão.

— Não posso matar o anjo, prometi liberá-lo e que ele poderia me punir assim que eu o reencontrasse irmão.

— Porra, Seung é sério?

— É, sim, Binnie.

— Eu não prometi nada ao lúcifer e nem sua ajuda eu pedi, ele veio se vingar de mim por um demônio que matei.

— Você já matou um demônio?

— Claro que já, seu irmão mais velho é foda!

— Ow irmãos Seo, a gente pode ouvir vocês, sabia? E não Seungmin, eu não vou matar seu irmão, eu o quero, e meu maninho aqui não vai matar você, seja lá o porquê, então eu aconselho que vocês aproveitem seu tempo juntos e se reconheçam melhor. — O demônio apareceu entre o abraço dos dois de frente para o Seungmin. — Oops irmão errado... — Ele se virou para o Seo e deu um selar em seus lábios deixando o caçador emputecido de ódio. — Um tesão... não sinta minha falta amor eu voltarei.

E assim o lúcifer saiu de cena.

— Não posso ir, pois o feitiço está me prendendo aqui, mas fiquem à vontade para conversar, não sou ruim assim de atrapalhar esse momento lindo.

O anjo falava sério, mas o Kim era um homem de palavra.

— Binnie me acompanha até em casa para podermos conversar? Eu preciso libertar o anjo como prometi que faria.

— Claro, eu sigo você.

Todos eles saíram da cafeteria, o Kim foi para seu carro com o Yang e o Changbin quase caiu para trás quando entrou no seu e viu que o Christopher ainda estava lá.

— Surpresa! Pensou que eu ia te deixar parrudinho? Pois pensou errado, só não quero muito contato com o iluminadinho do meu irmão, muita luz para minhas trevas, sabe como é né? — O Changbin o ignorou e começou a seguir o seu irmão. — Mate a saudade, coloque a fofoca em dia, eu vou te esperar na nossa casa.

— Se você entrar na minha casa, eu juro que... — O Christopher sumiu deixando seu cheiro de enxofre para trás. — O que eu fiz para merecer uma porra dessas?

O caçador, apesar de irado, estava extremamente feliz por ter finalmente reencontrado seu irmão para ficar remoendo seu infortúnio de ter o próprio Lúcifer na sua cola, então por hora ele apenas seguia o carro do seu irmão e quando chegasse a hora lidaria com o demônio stalker.

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