Histórias Cruzadas escrita por Adnoka


Capítulo 19
✶✫ 18. — E hoje você veio até mim. - MinSung


Notas iniciais do capítulo

Avisos: ⚠️Esse capitulo tem uma menção breve a suicídio, que estará sinalizado por (⚠️) no inicio e no fim da menção então se não quiser ler essa parte, não leia.⚠️

Desejo uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/811712/chapter/19

O anjo da guarda e o demônio da ira estavam sempre se encontrando, e a cada encontro, um confronto que no fim não levava a nada e aquilo estava enervando demais o demônio, e o Lee Minho decidiu que já passou da hora dele e o anjo da guarda se resolverem, ele só não sabia como faria isso sem uma briga ferrenha entre os dois.

Os irmãos guardados pelo cupido estavam vivendo seus momentos de romance com os seres mais poderosos possíveis e é claro o Jisung mesmo sendo quem era ainda não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, afinal a onipresença é um dom exclusivo de seu papai, então ele tinha que escolher um deles para olhar primeiro e depois seguiria para guardar o outro e era com isso que ele se ocupava agora.

[...]

E parado em uma rua qualquer olhando um assalto que estava acontecendo, o Minho pensava no anjo e em como convencer ele a lhe dar uma chance ou qualquer coisa que pudesse levar ele ao encontro dos lábios cheinhos do ser de luz, que eram os donos do seu maior desejo nesses últimos tempos.

— Vamos Sra. passa tudo pra cá, ou eu estouro seus miolos. — O bandido ameaçava a mulher, que estava petrificada em pavor.

— Patético… — O Minho falou olhando para o meliante. — Eu nem sei por que ainda perco meu tempo com humanos.

Ele só queria sair dali, então ele caminhou até seu alvo e o tocou.

— Bandidinho filha da puta! Seu merda! Vai atirar em mim? Então me mata se você é homem mesmo…

A mulher tomada por uma ira avassaladora pegou uma pedra de tamanho considerável, sem saber como tal pedra brilhou em seus olhos, pois ela podia jurar que não havia uma pedra ali antes, e então já com a rocha em mãos ela lançou o projétil naquele bandido o acertando em cheio, mas não contente e irada como estava ela se jogou nele e pegou novamente a pedra já caída e começou a lhe desferir pedradas onde suas mãos a levassem.

— Eu odeio pessoas como você, ODEIO! Seu imbecil! Então é assim? Nós temos que nos matar trabalhando para vocês virem e levarem de nós o que conseguimos com esforço e até humilhação? — Ela não parava e algumas pessoas pararam para olhar. — Eu vou te matar seu insolente, e quando eu acabar teremos um verme a menos nas ruas.

O Minho a olhou um tanto surpreso.

— Acho que exagerei no meu toque.

Em seguida ele deu de ombros e saiu de lá, aquilo já não lhe cabia mais.

[...]

Ele caminhava sem vontade alguma, pensou em tocar em mais alguns humanos até chegar onde vivia e foi o que fez, tocou um executivo…

— Esse aí vai matar seu chefe hoje.

Tocou um casal aparentemente apaixonado.

— Esses aí vão revelar suas traições e se matarão, que vença o melhor.

⚠️

E então ele tocou um rapaz, ele era lindo, estava bem vestido e cheirava deliciosamente, e apesar de achá-lo extremamente atraente o demônio pôde sentir o que vinha de dentro dele, e quando ele recebeu o toque do demônio ele pareceu notar sua presença.

— Uma pena rapaz, mas não estou aqui para me compadecer de vocês, e sim para libertá-los.

— Tudo bem…

O Minho arregalou os olhos, o homem realmente o viu.

— Tudo bem? Você não está com ódio?

— Estou, muito, eu já estava antes, mas você fez algo comigo, não foi? Agora está tudo amplificado.

— É digamos que toquei em você e meu toque gera ira.

O homem nada disse sobre o que lhe foi revelado e apenas o olhou nos olhos.

— Ótimo, eu realmente me odeio, já me odiava antes, mas agora?

Foi só o que ele disse antes de correr para a rua e ser acertado em cheio por um ônibus.

⚠️

— Okay… por hoje deu.

Aquilo não assustou o demônio, nem o surpreendeu, acontece que ele sabe exatamente o que causa a ira em cada um de nós, antes mesmo de tocar-nos então nossas reações ao toque da ira, não são uma surpresa para o demônio, mas nem sempre aquilo era de todo um prazer para si, ele vivia entediado, e com raiva da raça humana que deturpou seu propósito.

Ele agora estava indo para a sua casa, queria um bom banho para relaxar.

“Às vezes as coisas que nos surpreendem vêm no momento certo de vir.

E hoje você veio até mim.”

 

Ele chega em sua casa, é uma enorme e luxuosa mansão, claro, o Minho nunca se contentou com pouco, e “para as favas” com essa de que um ser do submundo tem que viver em podridão e escória.

E então ele se joga em um banho relaxante em sua enorme banheira, toma seu Manhattan com uma dose extra de whisky, pois aquele dia estava estranho demais para si e aí ele ouve.

Um baque estrondoso que veio provavelmente da sua sala.

— Mas que porra é essa? — Ele fala e sai do seu banho, sem muita urgência, pois seja o que for, ele está com raiva o suficiente para causar uma dor absurda a quem o estiver perturbando, então ele apenas veste uma calça folgada de seu pijama de seda preto e vai ver o que houve.

— Olha aqui, seja quem for, eu não permito que me atrapalhem em um banho relaxante e eu juro que arrancarei pedaço por pedaço do seu…

Ele para de esbravejar e olha assustado para a cena em sua sala.

— Jisung…

— Minho…

O demônio não estava entendendo nada, mas pelo que via, tampouco o anjo que tinha um semblante de dor cruciante estampado em seu rosto conseguia entender o que estava acontecendo ali.

O Minho foi até o anjo sem nada a dizer, e viu o estado do ser celeste, não era algo que o mataria, mas com toda certeza o anjo precisaria de um bom tempo para se recompor, e agora a pergunta que não queria calar, por que mil demônios ele estava em sua casa?

— Posso tocar em você? — O Jisung o olha com um certo pavor. — Digo, para cuidar dos seus ferimentos?

O anjo apenas acena que sim com a cabeça, ele sabia que estava muito ferrado e que precisaria de ajuda, então quando o demônio se aproximou ele apenas falou baixinho.

— Obrigado Minho.

— Não me agradeça ainda, vou te levar para um banho, temos que limpar essas feridas para você ir as fechando com calma.

Nada naquilo fazia sentido, um anjo do nível do Jisung conseguiria se curar facilmente, a cabeça do Minho girava buscando respostas.

— Foi o Belfegor que fez isso. — O Jisung disse quase sem forças enquanto era levado no colo pelo Minho. — E eu pensei que você tinha algo a ver com isso até que ele disse estar me atacando para te atingir.

— Maldito de merda!

Sempre houve uma rixa ferrenha entre o demônio da ira e o Belfegor, pois o Minho levava o título de senhor do fogo entre os humanos e, na verdade, assim como o Belfegor, o Minho também era, são fogos diferentes que atendem a cada um desses demônios, mas o que atacou o Jisung era o verdadeiro demônio da preguiça, pecado que os humanos também associaram a Azazel, ou seja, ao Minho e por isso os dois não se suportavam.

Mas aquilo ainda estava estranho demais para o Minho, tudo bem o Belfegor querer o atingir atacando o Jisung, pois aquele anjo era de fato o alvo de sua completa obstinação e isso não era segredo para ninguém, mas assim? Do nada? Sem motivos mais escusos?

Algo não cheirava nada bem para o demônio.

— Jisung, você consegue me explicar exatamente o que houve?

O demônio despiu o anjo e o colocou na banheira, e o Jisung se surpreendeu com o ar sério dele.

— Eu estava olhando o Changbin, ele estava com o Lúcifer entrando em um acordo de trégua ou algo assim e o Belfegor apareceu lá, ele ia para cima do Changbin mesmo vendo o rei do inferno ao seu lado e então eu o impedi, minha lâmina o atingiu e ele enlouqueceu vindo com tudo para cima de mim, e bom no meio do nosso embate ele sorriu com sua boca cheia de sangue e disse que resolveu ferir a outro demônio, Azazel ele disse e eu soube que era de você que ele falava, e aqui estou eu, todo ferrado na sua banheira, mas acredite o Belfegor está pior do que eu.

— Ótimo guardinha, fico feliz que tenha arrebentado aquele imbecil, agora descanse, precisa de algo específico?

— Você teria pó de estrela? Se colocar na água pode ajudar a me cicatrizar mais rápido.

— Tenho, sim, já volto, vou pegar.

O Minho estava mais sério que o normal, parecia até que de fato ferir o Jisung feria a ele também e isso não passou desapercebido pelo anjo.

Não demorou muito ele voltou com um pote médio que parecia conter ouro dentro dele de tanto que brilhava.

— Você é mesmo uma coisinha preciosa, não é Jisung? — O anjo apenas o encarou confuso. — Pó de estrela para se curar? Isso é muito fofo.

— É sério Minho? Pó de estrela cura qualquer ser sobrenatural, e por você ter em casa acredito ser assim que se cure também.

— É, também uso para isso anjo ranzinza, mas uso para outras coisas também, agora pare de falar, vou cuidar disso aí.

O demônio não colocou diretamente na água como o anjo sugeriu, pois assim demoraria mais, e os ferimentos no anjo vieram de uma lâmina envenenada que o Minho conhecia bem, então ele começou a passar diretamente nos ferimentos do Jisung.

— Aí… merda… isso dói.

— O anjinho não tem o costume de se machucar não é coisinha linda?

O anjo fez uma breve careta e o demônio sorriu apesar de sua real preocupação.

— Merda… isso dói muito.

— Está acabando, e olhe… — Ele apontou a ferida na coxa do anjo. — Já está fechando.

O Jisung olhou para o semblante do demônio e pela primeira vez em todo esse tempo ele viu ali um lado protetor, não apenas ironia e sarcasmo como era sempre quando se tratava de Lee Minho, e por um momento o anjo gostou do que viu.

— Se continuar me encarando assim, vou achar que quer um beijo, e dessa vez um decente.

O anjo ruborizou e o demônio gargalhou por achar a cena muito fofa.

— Deixe de ser presunçoso Minho, eu estou todo ferrado assim por sua causa.

— Ah, então vamos falar sobre isso?

Ele se referia ao fato de estar tão interessado no anjo que o mesmo virou alvo de seus inimigos, e isso só se tornou real, pois o Jisung também deve ter demonstrado se importar, caso contrário ninguém o atacaria daquela forma.

Mais silencio tomou o lugar, e o anjo se arrependeu de ter tocado no assunto.

— Não, nós não precisamos falar disso agora.

— Agora… okay, depois falamos então, agora venha, vou te levar para o quarto, durma o tempo que precisar e se recupere.

— Ei! Você não precisa me pegar no colo.

— Fique quietinho Jisung, e aproveite meu colinho.

O anjo quis retrucar, mas estava se sentindo enfraquecido demais para isso, então apenas se deixou levar.

— Assim… muito bem. — O Minho o colocou em sua enorme cama e se afastou. — Posso preparar algo para você comer, pera aí, anjos comem?

— Só se quisermos, mas não precisamos comer.

— Certo, precisam do que exatamente para recarregarem? Luz? Quer que eu abra a janela e...

O Jisung se sentia estranho sendo cuidado pelo demônio que a tempos era seu rival direto, ele não sabia exatamente o que estava sentindo em relação a tudo aquilo, mas uma coisa era certa, ele não queria ficar sozinho.

— Minho, pode ficar quieto por favor, você está me deixando zonzo.

— Ah, está bem, desculpe. — Ele desviou seu olhar um instante, pois ter o objeto de sua obstinação deitado em sua cama o estava levando a lugares diversos em questão de segundos. — Vou deixá-lo descansar então.

Ele se virou e foi até a porta em passos firmes, mas foi impedido de atravessá-la e sair do cômodo pela doce voz do anjo que chamou por seu nome.

— Minho…

Ele se virou e encarou o anjo.

— Você pode ficar aqui comigo?

Havia muitas coisas que o Lee Minho era, mas nem de longe ele seria um troglodita e deixaria aquele anjo sozinho se ele mesmo pedia por sua companhia.

Então ele voltou até a cama, e parou ao lado o encarando.

— Claro que posso ficar Jisung. — Ele fez um gesto sutil e uma enorme poltrona vermelha foi até ele. — Vou me sentar aqui e...

— Não aí Minho, deite ao meu lado por favor, estou me sentindo frágil e seria bom se…

O demônio levou seu indicador aos lábios do anjo e o impediu de continuar, não por arrogância ou algo do tipo, mas por que ouvi-lo pedindo por si o estava desmoronando por dentro.

— Tudo bem guardinha, não se esforce, ficarei ao seu lado pelo tempo que precisar.

— Obrigado.

E assim que o anjo o agradeceu, ele fechou seus olhos e se aninhando no peito do demônio, ele rapidamente adormeceu.

— Esse veneno foi forte mesmo, não é? Você pedindo por mim assim Jisung? — Ele fazia carinhos nos cabelos do anjo — Agora não sei se mato o Belfegor ou se o agradeço por isso.

A pelas próximas horas o demônio da ira aproveitará ao máximo o calor que vinha do corpo do anjo da guarda para o seu, como se aquilo, sim, fosse o certo para o seu mundo.

✶✫⊶⊷ ⊱⊰ ✧✦✧✦ ⊱⊰ ⊶⊷✫✶


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tretas e tramas, é isso e como o título da história sugere está tudo conectado.

E será que agora o Jisung se rende? Afinal o Minho é tão protetor... enfim...

Espero que vocês estejam curtindo, e obrigada por ler "Histórias Cruzadas"

Tenham uma ótima semana (dentro do possível).

Beijoka da Adnoka!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Histórias Cruzadas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.