Seguindo a lógica eu só poderia ter um caminho para optar, aquele que a nascente do lago subterrâneo fluía.

Me deu um certo trabalho porque eu teria que escalar uma parte completamente inclinada, mas graças á resistência herdada por Syphus eu pude aguentar subir.

Ainda assim foi uma experiência estranha para alguém como eu, já fiz algumas viagens de campo com o pessoal da empresa claro tudo era apenas por conta de uma dinâmica em grupo e fortalecer nossos laços, mas no geral o máximo que fazíamos era um tour guiado pelas florestas e durante á noite dormíamos em um motel, mas não digo que são a mesma coisa.

De qualquer forma a escalada teve que ser em um ritmo constante, eu não sabia quais pedras eram seguras para me apoiar e segurar então fui lentamente, não preciso dizer que isso demorou um bom tempo.

Em seguida mais uma vez andei mais um pouco por um caminho tortuoso, pedregulhos por todo lado e chão escorregadio por conta da umidade, diferente do que era lá em baixo a vegetação por aqui não era tão evidente.

Sabe, agora que vejo essa parte dessa caverna eu posso notar que ela não é completamente deformada como eu esperava.

Nem mesmo a parte em que eu estava era tão deteriorada e não digo isso apenas pela corrosão.

A erosão do solo não dominou todo o ambiente, as pedras ainda permanecem secas assim como o chão, que depois de um tempo se tornou áspero mas ainda estava muito gelado e empoeirado.

Talvez a minha visão tenha se adaptado de mais ao escuro, mas posso distinguir as coisas agora, pelo menos aqui aparenta estar um pouco mais claro, embora eu não possa ter sinal nenhum de luz natural por aqui infelizmente, mas acho que se eu continuar seguindo por esse caminho posso ao menos encontrar alguma saída, já que estou subindo mais e mais.

Cheguei em uma bifurcação nesse momento, mas todas levam para o mesmo lugar aparentemente já que ambas são uma pequena subida.

Eu não sei qual caminho escolher, como havia pressentido antes todo esse lugar emana um certo perigo, assim como qualquer um desses dois caminhos...

Acho que isso não importa por enquanto, escolhi um deles e o segui.

Acredito que não havia escolha boa nessas horas, apenas ruins, afinal de contas eu já tinha certeza de uma coisa e agora não tenho mais dúvidas, independente de onde eu fosse eu apenas teria que enfrentar o perigo...

Rwaarrh Rwoorw!

Bem, demorou bem menos o que eu esperava.

Nossos olhos se encontraram por um momento, em minha frente estava aquela criatura.

Ela me lembrou muito um crocodilo por conta da sua aparência reptiliana, sua pele possuía um tom esverdeado mas por conta da terra em seu corpo eu não podia ver muito bem, mas olhando mais perto posso notar que assim como o resto da caverna abaixo ele foi dominado pela corrosão, mesmo assim ele não estava se deteriorando como o esperado porém ele estava mais ameaçador, podia sentir uma presença hostil apenas em seu olhar avermelhado.

Vlussshh!

— O quê?

Rapidamente pulei para o canto batendo com tudo no chão, ele quase me pegou de surpresa.

Eu esperava que sua mandíbula fosse o extremo perigo, até mesmo presumi que ele fosse vir em minha direção, porém acabou soltando uma rajada de vento em minha direção, como se fosse um canhão de vácuo.

Por sorte não acabou me acertando, embora eu tivesse certeza da minha resistência isso poderia acabar causando um certo dano que até mesmo a minha cura teria um problema para dar conta.

—  Uh oh...

Ele parece estar se preparando para mais um ataque, ele tem um ritmo lento mas ainda assim não posso subestimá-lo agora que sei do impacto disso.

Talvez me aproximar dele não seja uma boa ideia, mas ainda assim não tenho muita escolha, a pressão da onda de vácuo ao redor é maior, mesmo não me atingindo, como o espaço é apertado isso lhe dá uma certa vantagem.

Vlussshh!

Mais um ataque desviado, porém dessa vez notei que o vácuo acabou ficando um pouco maior, quanto mais tempo ele canaliza em suas mandíbulas mais forte a onda fica.

Agora ele está com a guarda baixa recarregando para um ataque mais forte, se continuar assim vai ser um problema, então acho que terei que usar a distância ao meu favor, mais uma vez é hora de esquentar as coisas.

Fooosh!

Sem hesitação assoprei minhas chamas em sua direção.

Rwaaarrrhhh!

Achei que ele teria certa resistência ás chamas por conta das suas escamas, mas estava enganada, seu corpo ainda permaneceu intacto em algumas partes, mas o calor foi tão intenso que ele foi parcialmente carbonizado, talvez a corrosão tenha dado um certo reforço na hora.

Ainda assim foi apavorante, se eu tivesse vindo para cá sem ter me preparado previamente eu provavelmente teria levado a pior, mesmo com os dons herdados por Syphus em meio ao contrato eu poderia entrar em pânico e acabado na pior de alguma forma.

Devo tomar cuidado na hora de utilizar essas chamas em um lugar aberto, mesmo sem algo para consumir as chamas permanecem consumindo tudo o que há em volta.

O som dessa criatura ao disparar essa rajada de vácuo ecoava por toda a caverna, então acredito que outras ameaças estarão em alerta daqui em diante, melhor eu tomar cuidado.

Mesmo assim eu observava intrigada o corpo dessa criatura, minhas chamas não foram capazes de consumi-lo então acredito que ele demonstre certa resistência ao calor, sem falar que a corrosão também não se dissipou, pelo contrário ela se espalhou.

Acho que posso utilizar desse momento como um parcial aprendizado.

Essa corrosão pode ter se adaptado com o tempo, acredito que o miasma ocasionado por Syphus era mais evidente na parte inferior, mas ainda assim conseguiu atingir algumas criaturas aqui em cima.

Agora posso tentar purificá-lo com o meu poder de cura, ou no caso absorvê-la para ter uma certa noção, gostaria de saber se meus poderes funcionam em outros seres vivos...ou no caso em corpos de criaturas, se der certo acredito que o processo será o mesmo.

Com cautela me aproximei de seu corpo, conferindo ao meu redor, não há mais perigos no local em que eu estou, mas acredito que posso encontrar mais criaturas um pouco mais á frente.

Ao tocá-lo pude confirmar sua robustez, ele realmente tinha uma pele resistente, assim como o meu corpo coberto por escamas em algumas partes as deles parecem mais grossas e adaptadas para esse ambiente.

Se eu não tivesse algum preparo ele teria sido um adversário problemático.

Shinin~~

Quando o purifiquei pude sentir que a corrosão foi um pouco mais além do que eu imaginava, internamente ele já não tinha mais salvação, acredito que poucas criaturas possam lidar com esse elemento sem perder á cabeça de alguma forma, se não fosse meus dons curativos acredito que eu estaria na pior por conta da dor e agonia.

A purificação foi um sucesso, agora o observando ele é bem mais fraco do que aparenta, a corrosão acabou o fortalecendo de alguma forma mesmo com suas escamas resistentes ainda assim foi graças á esse elemento o motivo dessa fortificação, meu calor apenas intensificou o processo ao ponto dele não aguentar mais, uma pena para ele mas ótimo para mim, uma vitória por aqui é mais um tempo viva.

— Hm?

Que estranho...

 Sinto algumas partes do meu corpo mudando aos poucos, que droga terei outro apagão?

Não...as minhas escamas elas estão caindo e se regenerando rapidamente.

Por alguma razão elas ainda são iguais mas posso sentir que estão mais resistentes, será que foi porque eu o curei? Ou eu acabei roubando sua habilidade?

Será que isso é mais algum dos dons ocultos de Syphus?

No instante em que as minhas escamas caíram outras rapidamente nasceram no lugar, por conta dos meus dons curativos não senti nenhuma dor no processo, para a minha sorte.

Mas isso ocorreu depois que optei por purificar esse lagarto.

Talvez no instante em que realizei a absorção dela acabei herdando as habilidades daquela criatura.

Ao que parece minhas escamas se adaptaram á sua resistência e acabaram sendo renovadas.

Mas se eu herdei suas capacidades corporais será que também herdei seu [Sopro de Vácuo]? 

Mais uma vez optei por tomar aquela postura.

Isso é apenas um experimento, caso haja algum fracasso eu vou apenas cuspir aquelas chamas negras da qual eu já estou habituada.

Vlussshh! Blast!

Como o esperado, uma rajada de vento  acabou saindo de minha boca, diferente daquela criatura escamosa á minha tinha um alcance mais curto e era bem mais comprimida sem falar que se dissipava rapidamente em uma pequena explosão em área, isso realmente tem um impacto destrutivo.

Em conclusão foi apenas isso que herdei dele, um aumento na resistência devido á [Escamas resistentes] e a capacidade de criar uma rajada de vento comprimido em uma área pequena, uma versão mais forte e de baixo alcance de seu [Sopro de Vácuo]. 

Fooosh!

Em uma confirmação tive a certeza que ainda possuía a capacidade de manifestar ás minhas [Chamas Sombrias] talvez isso funcione apenas em base da minha imaginação e do meu desejo, já que nenhuma interferiu na outra de maneira negativa.

O fato de Syphus ser um dragão já me impressionou logo de cara, por outras razões é claro, mas seus dons estão muito mais além do que eu imaginava, por mais orgulhoso e esnobe que ele pareceu á primeira vista, agora entendo que ele tem motivos para ser assim, afinal o pouco que descobri de seus poderes em alguns dias presa nessa caverna já demonstrou um enorme potencial de sua parte.

De qualquer forma meus testes foram barulhentos por conta da minha curiosidade á respeito das minhas novas habilidades, como tenho apenas um único caminho á seguir nem preciso presumir o que virá á frente...

Sem falar que posso sentir á hostilidade alheia mais á frente, talvez passarei por uma série de perigos iminentes á partir de agora, mas não posso ficar aqui por muito tempo.

[...]

Um dia...não talvez dois dias se passaram desde então, ainda permaneci andando, escalando, subindo e descendo mais um pouco.

Mas uma coisa é certa á respeito dessa caverna...ou eu deveria dizer masmorra?

De fato ela não possuí estruturas que se assemelhem à masmorras convencionais, como aquelas que vemos em RPGs, mas ainda assim nem mesmo uma caverna teria tantos perigos ou seria tão extensa e um tanto linear quanto essa.

Há alguns pontos que mereciam certa atenção porém segui minha intuição e optei por um caminho mais favorável, ou quase.

Mas essa masmorra é um labirinto natural, seguindo apenas a minha intuição optei apenas por caminhos que me levassem á um lugar mais elevado, dificilmente esse lugar me levaria para a saída se eu seguisse descendo.

É apenas uma questão de lógica, o terreno algumas vezes conforme eu passava alguns lugares eu acabava saindo em outras grutas mais extensas então isso nem sequer poderia ser uma montanha, não sou ambientalista para entender mas se isso de fato fosse uma com certeza a parte interna não seria dessa maneira então seguindo esse raciocínio sem base tracei a minha própria rota.

Mas não havia muita coisa para se ver, porém um fato curioso é que a corrosão de Syphus não chegou até uma determinada parte desse lugar apenas nos níveis inferiores do qual era abundante em ervas e daqueles minérios misteriosos.

Os níveis mais altos possuíam uma vegetação mais rasteira e pedras brutas, como carvões minerais e pedregulhos.

Mas algo havia me dado uma esperança enquanto eu seguia esse caminho.

Uma pequena fresta no teto me fez ser capaz de ver o que parecia ser uma fenda de luz, então pude presumir que era dia, mas isso podia significar que estou me aproximando de meu objetivo principal o que me deixou mais motivada á seguir.

Claro que esses dois dias não foram nada fáceis, tive que lutar muito para chegar até aqui, sem falar dos meus constantes descansos e refeições á base de ervas para evitar fadigar durante o caminho, eu não tenho muita noção de mana nem sequer do meu gasto, mas para alguém que morreu de exaustão em sua vida anterior, agora tenho que tomar um certo cuidado para que algo semelhante não aconteça.

Mas falando em perigos, pude encontrar uma série de potenciais inimigos nesse lugar.

Além daquele crocodilo peculiar pude encontrar o que parecia ser uma Aranha Gigante, um tipo de toupeira robusta e uma salamandra negra.

Tive que tomar um desvio enorme em meu caminho para não me deparar com um potencial ninho dessas outras criaturas, afinal onde há uma poderiam haver várias mas para a minha sorte conseguir evitar mais confusão.

Ainda assim todos foram um desafio.

Para lidar com a aranha tive que ser esperta, afinal seu disparo de teia era um problema por dificultar meu caminho e até mesmo meus passos, até mesmo disparava teias eletrizadas o que tornava ás coisas ainda piores, fui atingida de raspão em minha perna e pude sentir um choque bem forte, mas nada que pudesse me abalar por conta da minha resistência, mas assim como antes tive que lidar com ela de maneira estratégica utilizando minhas chamas para fazê-la cair e carbonizá-la por completo.

A toupeira foi um adversário difícil, mas para a minha sorte por conta da minha visão adaptada pude enxergar bem no escuro e pude ver seus movimentos, mas quando ela entrou para o subsolo eu tive uma certa desvantagem.

Suas garras pareciam de aço, sem falar dos seus espinhos em suas costas, pareciam como as minhas escamas mas acredito que poderia me cortar facilmente ao toque, o que infelizmente eu tive que comprovar na marra para ter certeza.

Dessa vez não pude depender das minhas chamas já que ela não parava quieta no solo, tive que esperar o momento certo para poder fazer isso.

Acabei a enganando de alguma forma fazendo-a pensar que estava vulnerável e ela poderia facilmente me atacar em um ponto cego porém a surpreendi no mesmo instante.

Com um giro rápido a chutei contra á parede com toda á minha força, foi o suficiente para atordoá-la e o resto bem, mais um ponto para ás chamas.

A salamandra por mais fraca que fosse se comparado aos outros três anteriores ela era mais ardilosa pelo simples fato de desaparecer diante da minha vista, sem falar da sua velocidade de deslocamento nesse terreno.

Mas acabei pegando o seu padrão e pude detectá-la mesmo sem enxergá-la porém tive uma enorme surpresa, ela era imune ás chamas.

Mesmo com a corrosão imbuída ela ainda pode resistir ao calor que é o grande trunfo desse ataque, como ela estava distante de mim tive que optar por me aproximar, mas ainda assim não seria tão fácil.

Ela possuía não só a resistência mas a capacidade de cuspir um líquido extremamente quente, similar á um tipo de ácido.

Mas isso não foi problema embora tenha descoberto isso da pior maneira, no instante em que fui atingida em meu braço eu esperava sentir uma grande dor porém acabei descobrindo uma imunidade, mais um ponto para á resistência de Syphus.

Como ela era imune ao calor tive que optar por utilizar á minha nova e recém adquirida habilidade, com um [Sopro de Vácuo] direcionado  em uma pequena área pude derrubá-la e esmagá-la com os meus pés, mas essa última parte não foi muito agradável de se fazer.

E claro assim como fiz com aquele crocodilo, fiz com os demais.

Para a minha surpresa a corrosão não tomou conta dessas criaturas então presumi que não haveria nada para ser feito porém mais uma vez Syphus me impressiona indiretamente.

Quando optei por purificá-los mesmo sem estarem corroídos pude absorver algumas coisas dessas criaturas, no caso acabei descobrindo que o dom para purificar está mais para uma [Absorção]

Resumindo posso herdar alguns aspectos de algumas criaturas, não só isso mas também algumas habilidades características e elementais que eles dominam.

O que faz certo sentido, a corrosão em si se encaixa na categoria de elementos, mesmo que seu foco seja assimilado á impurezas e consequentemente á destruição de algo ainda assim é algo natural, se eu realmente tivesse que purificar algo meu poder de cura seria acionado, ao invés disso eu estava utilizando esse tempo todo algum tipo de [Absorção].

Dito e feito acabei fazendo isso com essas criaturas.

Da aranha gigante acabei herdando suas teias, mais precisamente suas [Teias Eletrizadas] consequentemente também herdei uma certa [Resistência á Paralisia por conta disso mas também tenho a capacidade de fazer [Fios de Seda] bem finos porém resistentes.

Então eu meio que aproveitei para confeccionar algo para me cobrir, mais precisamente um manto.

Como eu não tenho o dom para tricotar uma blusa ou até mesmo um short, seria  bem melhor algo mais fácil.

Mesmo as minhas escamas me cobrindo ainda assim eu estava seminua então por questão de constrangimento o fiz, claro que não foram um dos meus melhores trabalhos afinal eu estava improvisando, até mesmo utilizei uma escama bem fina retirada de meu braço esquerdo para utilizar como uma agulha.

Pode-se dizer que fiquei horas parada em um único lugar enquanto conjurava aqueles fios de seda para formar uma camada maior de tecido e agrupado, pelo menos lembrei de deixar um buraco para os meus braços passarem, enfim não estou totalmente nua dessa vez, embora eu talvez esteja agredindo ás leis da moda dessa maneira, mas isso não importa no momento.

Após essa extensa lista acabei também herdando mais uma vez talentos relacionados á melhorias corporais.

E sim, eu não estava relutante no instante em que fiz aquilo com a aranha porém acabei percebendo no momento em que já estava tudo feito.

Estava arriscado eu ganhar mais alguns braços ou pernas extras sem nem ao menos saber, mas para a minha sorte nada disso aconteceu, dei um longo suspiro aliviada após isso.

Mas enfim, daquela toupeira eu acabei herdando ás suas [Garras de Navalha] as pontas de meus dedos, mais precisamente ás minhas unhas ficavam mais resistentes ao ponto de cortar facilmente pedregulhos com uma única arranhada, elas também se tornaram retrateis posso aumentá-las e diminuí-las á minha vontade, um dom desses me faria economizar nos dias de manicure em meu outro mundo.

Eu também posso o fazer com os meus pés se forem necessário, mas acredito que a capacidade de esmagar uma pedra com uma simples pisada já seria mais do que o suficiente.

E mais uma vez no instante em que o fiz as minhas escamas mudaram mais uma vez, agora tenho a capacidade de fortificá-las para fazerem parecerem com espinhos, mais precisamente minha armadura corporal de escamas foi reforçada com esses [Espinhos corporais].

Mas eu acabei cometendo um erro por empolgação, no instante em que isso ocorreu eu estava utilizando meu manto improvisado e ele acabou o rasgando e mais uma vez tive que parar, dessa vez por uma hora para remendá-lo.

Mas garras afiadas e teias chocantes não foram o suficiente então acabou entrando a salamandra.

A essa altura meu manto já estava detonado só pensei no tempo que levaria para o remendá-lo enquanto lidava com ela.

Mas ainda assim ela possuí uma gama de habilidades interessantes.

No caso acabei herdando á sua [Visão Ultravioleta].

Eu já podia enxergar no escuro antes, mas agora posso detectar á presença de calor com meus olhos, o que facilitaria na hora de detectar o perigo, mas ainda assim esse tipo de visão é um problema dependendo da situação em que eu estou já que enxergo apenas fontes de calor o que a torna mais favorável em ambientes escuros isso somado á minha potencial visão noturna.

Também acabei herdando á sua [Camuflagem], mas diferente da dela que durava por pelo menos uns cinco á dez minutos á minha não dura mais do que dois, fora que ainda fico visível em certos lugares, acredito que aqui tenha certa vantagem por conta da escuridão, mas ela não me deixa totalmente invisível, ao menos a minha presença não é detectada por conta disso, o que é bom já que se caso eu encontrasse uma quantidade exagerada de criaturas da caverna eu poderia utilizá-la para fugir e evitar conflitos desnecessários.

Mas ainda assim tive também que sentir um gosto ruim na minha boca, já que herdei seu [Cuspe Ácido] acho que eu não preciso entrar em muitos detalhes á respeito dessa habilidade resumindo foi desagradável, mas para á minha sorte ás ervas dessa caverna serviram para retirar esse gosto de lixo da minha boca.

[Sopro de Vácuo] [Escamas Reforçadas] [Teias Eletrizadas] [Fio de Seda] [Garras de Navalha] [Espinho Corporal] [Visão Ultravioleta] [Camuflagem] [Cuspe Ácido] foram todas as habilidades que herdei só nesse caminho até aqui, antes eu estava reclamando de não possuir recursos o suficiente para seguir meu caminho até a saída desse lugar, mas agora possuo uma gama de habilidades enquanto descubro ás minhas próprias, Syphus estava certo naquele dia em dizer para eu descobrir por mim mesma, isso me motivou á seguir mais adiante quem sabe o tipo de coisa que eu possa aprender fora desse lugar escuro.

Ainda assim fui seguindo em frente de onde eu estava, e mais frestas me mostravam feixes de luzes, esse lugar sem dúvidas pode ser a saída!

[...]

Alguns minutos e uma boa caminhada eu segui e me deparei com algo surpreendente, um portão!

Sem dúvidas, isso só poderia ser a saída! Posso ver luzes saindo de sua fenda, isso não poderia ser a sala de algum chefão muito menos alguma armadilha.

Ele estava diante de mim, isso não é nem sequer uma formação natural era algo feito por humanos, sei que é só um portão mas ainda assim para alguém que passou quase um mês nessa masmorra isso é um avanço significativo!

Ainda assim ele é bem grande, talvez uns 10 metros, fora seu material que visivelmente é resistente, acredito que nem mesmo minhas chamas poderiam derretê-lo, mas quem sabe se eu utilizar ás [Garras de Navalha] pode ser que funcione...

Yeeeeeh Bruh!

A porta começou a ranger, espere, alguém está tentando abrir isso?

Posso ver ele tomando uma cor em suas extremidades, estão usando algum tipo de magia para fazer isso?

Eu não sei o que virá mas acabei me escondendo por trás de algumas rochas por garantia e utilizei á [Camuflagem].

— Finalmente abriu! Eu te disse que utilizar magia de codificação iria dar certo.

A claridade tomou conta do lugar por um breve momento, minha visão chegou á ficar branca e turva por alguns segundos, depois que se recuperou, claramente no sentido literal é claro, pude ver que se tratava da luz do sol.

De onde eu estou posso ver um trio peculiar, um jovem rapaz, um homem e uma bela moça, suas roupas são características.

— Caramba, ainda acho que vir para cá não foi uma ótima ideia, mesmo sendo uma missão de reconhecimento.

— Não adianta falar dessa maneira, sabe que Axel é um cabeça dura entusiasmado.

— Hey, calem a boca vocês dois! Vocês não pensam nas possibilidades.

Bem, ao menos posso ter a certeza que todos são barulhentos, ainda mais aquele rapaz, estranhamente posso compreendê-los.

Não sei que tipo de idioma é esse mas pude entender claramente, embora tenha ciência do japonês clássico e moderno e noções intermediárias de inglês e uma completa amadora em mandarim não é nada como o que eu já tinha escutado antes, mas pude interpretar até que perfeitamente.

— Dizem que são ruínas inexploradas há mais de 300 anos! Então pensem nos possíveis tesouros que esse lugar possuí!

— Tesouros?  Você só pensa nisso não é? Ainda temos que nos recuperar do ataque daqueles lagartos gigantes, sem falar que tivemos que tomar um desvio para não nos depararmos com aqueles orcs o que resultou em mais um tempo de viagem até aqui.

— Eu te disse para não se preocupar, monstros como lagartos daquele tipo são meros classe B, eu não seria subjugado facilmente por algum deles nem se eu quisesse.

— Mas ainda assim demos sorte, se nos encontrássemos com um tipo de Basilisco nem mesmo você poderia dar conta por serem classe A

— Hey! Eu sou um aventureiro Classe B+! Se eu subir mais um rank eu seria um classe A, e outra também posso lidar facilmente com basiliscos.

— Mesmo com o feitiço petrificador?

— Bem...aí me daria um pouco de trabalho, mas ninguém gosta de um serviço fácil não é mesmo?

— Certo, certo, qualquer coisa posso utilizar minha [Retirada tática] para sairmos de um confronto iminente.

— Podem ficar quietos vocês dois? Preciso me concentrar para usar meu feitiço [Presença Serena]

Hã? Eles sumiram?

Com a minha [Visão ultravioleta] pude vê-los seguindo em frente, essa invisibilidade chega á ser mais eficiente que a minha, mas ela demorou pelo menos um minuto para conjurá-la.

Por mais que não tenha ocorrido uma interação esses foram os primeiros humanos que vi durante esse meio tempo em que fiquei preso nessa masmorra, acredito que por aparecerem aqui eles tem ao menos alguma noção do quão perigoso é esse lugar, sem falar que talvez possam acabar se perdendo, ou quem sabe tem meios para achar uma saída.

Mesmo assim eu não fiz tal aproximação, como a minha aparência está dessa maneira acredito que eles poderiam me encarar como algum tipo de ameaça e eu não quero causar uma má primeira impressão então é melhor deixá-los ir.

Sem falar que como eu lidei com os caminhos extremos o restante do caminho até lá seria tranquilo.

Yeeeeeh

Uh oh! O portão está se fechando! Á essa distância eu tenho que correr até lá!

Se eu demorar mais um pouco ele vai se fechar por completo e não sei quanto tempo eles vão demorar para vir aqui novamente para abri-lo. 

Vamos lá...

POOOW

Uff...Quase que minha cauda ficou presa, isso poderia doer pra caramba.

Depois desse grande estrondo o portão se fechou completamente.

Como acabei herdando a habilidade de camuflagem daquela salamandra pude sair daqui sem problemas e nem chamei a atenção deles, ainda assim sinto que poderia alertá-los sobre os perigos, mas estou relutante quanto á isso e pelo fato de ser considerada uma potencial ameaça...

Posso ter lidado com alguns monstros corroídos á caminho daqui mas os perigos dessa masmorra ainda são um grande mistério.

Mas ainda assim não podia perder a oportunidade para sair desse lugar.

Luz...Não achei que veria isso tão cedo.

Depois de um bom tempo eu enfim pude sentir o sol em minha pele e para a minha surpresa eu não queimei até a morte ou fui derretida! 

Continua...

====={Habilidades Herdadas}=====[Sopro de Vácuo] [Escamas Reforçadas] [Teias Eletrizadas] [Fio de Seda] [Garras de Navalha] [Espinho Corporal] [Visão Ultravioleta] [Camuflagem] [Cuspe Ácido]