Aposta escrita por Stakaha


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas.

Essa é uma pequena história que decidi fazer após muitos anos sem escrever para que eu possa lidar com meu sentimento após finalizar o anime.

É uma leitura curta e tranquila. Espero que goste.

Obrigada.



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Por mais reservado que fosse, Levi se agarrou a Erwin e Hange durante aqueles anos de luta juntos, principalmente após perder todo o seu esquadrão na primeira expedição fora das muralhas com Eren. Finalmente haviam alcançado a paz, mas o mesmo sentimento de incerteza do que era certo ou não continuava pairando sobre seus ombros. 

Levi fechou os olhos por um instante, respirou fundo e voltou a abri-los direcionando ao céu azul que estava acima de si. Sentiu a brisa gostosa balançar seus cabelos, mas em seguida resmungando. “Eu ainda não sei se essa aposta valeu a pena, Erwin.”. Seus companheiros deram seus corações em prol da paz da humanidade. Era justo desfrutar disso sozinho?

— O que tanto te preocupa? - O loiro indagou de forma tranquila, olhando os papéis que estavam à sua frente, mas sabendo que o capitão lhe fitava encostado da porta. Apesar do questionamento, Levi ficou em silêncio por um tempo. O comandante sequer ouvia a respiração ou qualquer indício de movimento do outro, mas era impossível não sentir a forte presença dele.

— Você sabe muito bem. Você inventa essas merdas e a gente tem que dar conta.

— Levi, já conversamos sobre isso. – O comandante ergueu os olhos na direção do rapaz. – A estratég-

— Eu não quero mais ouvir sobre estratégia. – Desencostou-se da porta, caminhando em direção à mesa do outro. – Eu quero saber o que você vai fazer lá. Você é muito mais útil aqui, não percebe? Por melhor que seja, será um peso morto.

Ele não foi um peso morto e, mesmo que tivesse dito isso, Levi melhor que ninguém sabia que mesmo sem um braço Erwin lutaria melhor do que qualquer outro soldado. A questão não era o que Erwin poderia fazer ou não no campo de batalha, mas sim o medo que Levi tinha de perdê-lo.

Erwin nunca havia se machucado de forma tão séria, mas no dia em que ele perdeu o braço, pôde sentir o arrepio na espinha de que, sim, Erwin era um soldado como qualquer outro e sua vida estava por fio como a de todos em campo. Entender isso, foi dolorido e, mais uma vez, sentiu-se impotente. Eram tão pequenos e fracos diante de todos aqueles titãs enormes que com apenas um movimento destroçavam um a um.

Naquela época, a impotência maior vinha de não saber contra o que estavam lutando. Não importa o quanto o avançassem, não tinham respostas suficientes para terminar com tudo aquilo. Não conseguiam entender o porquê eles os devoravam. No entanto, depois de todos esses acontecimentos, era desprezível perceber que a própria humanidade fazia isso. A humanidade era tão repugnante ao ponto de transformar humanos em monstros famintos que comiam o próprio povo.

Ouviu o ranger da porta, porém continuou na mesma posição: deitado na cama virado para a parede. Sabia exatamente quem tinha a audácia – e liberdade – para entrar no seu quarto sem permissão, principalmente em tal horário. Não demorou a sentir o corpo maior e mais forte que o seu se acomodar atrás de si, logo o único braço lhe envolver de forma carinhosa.  

— Eu necessito disso, Levi. – O loiro sussurrou de forma calma, no mesmo ritmo que acariciava a pele do mais novo. – Eu necessito ver com meus olhos a verdade. Realmente, eu posso morrer antes disso acontecer, mas a única maneira de conseguir é continuar lutando. – O explicou, recebendo mais uma vez o silêncio como resposta.

— Mas se você morrer, será uma grande perda pra...

— Precisamos confiar nas forças das novas gerações, capitão. – O lembrou, mas não demorou a ver o menor se mexer na cama e girar o corpo, de forma que agora ficasse de frente para o comandante. – Rivai-

— Será uma grande perda para mim. – O capitão completou, dessa vez fitando os olhos azuis tão próximos aos seus.

Apesar da relação de ambos durarem há anos, não havia juras de amor ou declarações apaixonadas. Ainda assim, ambos tinham consciência do amor e respeito que nutriam um pelo outro. Ao ver nos olhos do capitão o medo de lhe perder, Erwin só pode ter uma ação: confortá-lo. Levou a mão ao rosto o mais novo, acariciando de forma calma e delicada. Aos poucos o comandante aproximou os lábios, roçando-os nos do outro. O beijo foi calmo, sem pressa. Naquele momento não havia necessidade carnal, apenas dois corações que se tranquilizavam enquanto as batidas ritmavam. 

— Você não vai me perder, Levi. Mesmo que eu morra, meu coração sempre vai estar junto ao seu. Seja aqui ou no inferno. – Disse por fim. 

Levi deu um sorriso quase como se pudesse ver Erwin à sua frente sorrindo de volta. Ainda não tinha a resposta se aquela aposta tão arriscada do comandante havia valido a pena ou não, mas de uma coisa tinha certeza: viveria mil vidas, morreria e mataria mil vezes se pudesse juntar o coração ao de Erwin em todas elas. Esta sim, esta aposta sabia que valia a pena.


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