“Naruto-kun, aishiteru”

Essa foi sua ultima palavra? Esse foi seu ultimo suspiro? Kami-sama, tudo esteve sempre tão claro em minha frente e... Eu não vi... Tive tantas chances e eu não aproveitei.

Como pude? Como pude? Não era questão de ser burro, não era questão de ser baka... Eu fui cego, por todo esse tempo, eu fui cego e não vi o que estava ali... Na minha frente literalmente.

Hinata, minha hime de olhos perolado, como pude deixá-la tanto tempo assim? Como pude ser tão sem noção? Por favor, me perdoe, por favor, me escute.

Não morra, não se vá, volte pra mim... Dê-me uma chance de mostrá-la que também te amo.

Sempre tive olhos para Sakura, quando a pessoa que realmente amava estava tão próxima, estava na minha frente, ao meu lado, sempre, sempre... Ela sempre dava um jeitinho de estar por perto, e eu não vi! COMO?

-AAAAAAAAH – gritei, tentando por minha raiva pra fora, não consegui.

Senti aos pouco ser dominado pela raposa, quando do nada estava no meu subconsciente.

-Naruto – aquela voz, eu conhecia, era ela, a raposa – tire o selo, acabe com ele, ela morreu, vingue-se.

-Hinata – sussurrei e ergui minhas mãos até o selo – morra Pain – o puxei, com gosto, com vontade... Morreria? Acho que sim, mas o levaria comigo, ao inferno.

Perdi a consciência, não sabia de mais nada, não via mais nada... Tudo o que queria era o sangue dele, como um troféu, minha medalha de vitoria e vingança. Sabia que poderia machucar pessoas inocentes, ou qualquer outra pessoa que entrasse em meu caminho, mas e daí? Ela havia morrido.

Hinata, aquela sempre tão tímida, aquela sempre tão distante, calada. Como poderia imaginar isso?! BAKA! Esteve sempre em sua frente, grande imbecil. Como pode não ter visto Naruto? Como?

Hinata, por que agora? Por que não antes? Por que não até mesmo ontem? Por que no momento em que não posso mais te ter pra mim? Por quê?

Minha inexplicável paixão por Sakura – algo que agora eu via que era somente uma atração nada convincente pelo fato de nunca tê-la conseguido ter para mim e uma paixão que jamais viraria amor, ela só tinha olhos para Sasuke e minha atração era algo platônico – havia me cegado totalmente.

Eu nunca havia visto Hinata na multidão e ela sempre estava ali... Agora eu entendia por que ela estava sempre me olhando, ou por que desviava o olhar quando a olhava, o porquê corava quando falava com ela, ou por que desmaiava sempre que me aproximava.

Mas por que eu tinha que ver isso somente agora? Por que não pude perceber antes?

-NARUTO-KUN – essa foi à única coisa que ouvi depois de alguns minutos e a ultima também.

Aos poucos eu caia, caia... E tudo ficava cada vez mais escuro até que me entreguei e cai completamente. Não via nada, não queria mesmo, minha vida estava acabada? Ficaria feliz se estivesse.

Não ouvia nada, era agonizante, queria ouvir pelo menos gritos me denunciando estar no inferno. Mas nada emanava som algum, nem grilo para me alertar estar em meio a noite, nem risadas denunciando a felicidade das pessoas com minha morte, com meu fim.

E então, ouvi um barulho de choro, algumas vozes um tanto quanto singelas, silenciosas, calmas e outra meio que desesperada, gritando meu nome, como se essa fosse à última vez me que me veria, e eu queria que realmente fosse assim.

-acorde – a voz chorosa disse – por favor acorde.

Queria poder gritar: “não peça para eu acordar, peça para que eu morra, eu quero o meu fim” e gritaria se não reconhecesse a voz.

-Hinata – era pra ser um grito de alegria, mas minha pouca força fez sair um sussurro e eu mal conseguia me mexer.

-Naruto – ela gritou e me abraçou, não tive forças para retribuir, mas deixei as lágrimas que brotavam em meu olho caírem e encontrarem seu fim em meu pescoço.

-pensei que tinha morrido – outro sussurro com grande esforço.

-nunca te deixaria Naruto, jamais – ela chorava inconsolada – Aishiteru, aishiteru.

Tentei a abraçar, mas parecia ter perdido todos os meus movimentos e fui repreendido pela vovó Tsunade – não se esforce Naruto, pode prejudicá-lo mais.

Tinham outras pessoas na sala, entre elas Sakura, mas isso não me importava, não mais, meus olhos só viam uma pessoa agora, Hinata, a hime que sempre notará sem querer na da em troca, aquela quem sempre cofiou em mim e aquela que sempre amaria.

FIM