Eternamente escrita por llRize San


Capítulo 4
O novo membro da família


Notas iniciais do capítulo

Tae Tae chegando 〜(꒪꒳꒪)〜



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Jin mal conseguiu disfarçar sua surpresa ao contemplar a notável transformação de Namjoon. Ele havia crescido em altura, superando até mesmo Jin, e exibia uma presença física robusta e imponente. Era evidente que aquele não era mais o garoto que costumava segui-lo como um cachorrinho perdido; Namjoon havia se tornado um homem.

— Você cresceu muito — Jin o olhou de cima a baixo — Nunca imaginei que aquele garotinho se tornaria um homem tão… adulto. 

— Agora sou maior que você, Jin — Namjoon se aproximou e ficou ombro a ombro com Jin, medindo suas alturas.

— Mas ainda é um bebê.

— Jin, eu sou grande, forte e tenho até barba, já sou um homem.

— Sim, eu estou vendo, mas pra mim ainda é um bebê. 

Namjoon se aproximou e suas mãos agarraram a cintura de Jin com firmeza. Jin sentiu seu corpo estremecer, surpreendido pela atitude ousada, mas, ao invés de se afastar, gostou da proximidade.

— Eu sou um homem agora, não sou mais uma criança — Disse Namjoon num sussurro, se aproximando para beijá-lo.

Jin se deixou levar por aquele momento, sentiu-se atraído por aquele Namjoon adulto, não conseguia mais vê-lo como uma criança. Fechou os olhos e sentiu Namjoon beijá-lo desajeitado, quase machucando seus lábios, era um beijo sem prática, sem experiência, porém, puro e cheio de amor e admiração.

— Desculpa Jin — Namjoon sorriu, sem graça — Foi o meu primeiro beijo. Ainda não sou muito bom nisso. 

— Foi gostoso Joonie, você é um homem de atitude, isso que gosto em você.

— Jin, agora que sou um homem adulto, quer namorar comigo? O Rei me explicou como funcionam os relacionamentos e quero fazer isso dar certo com você.

Jin suspirou com tamanha tristeza. 

— Joonie, eu gosto muito de você, só não sei ainda se é dessa forma, como um homem, como um namorado. Da última vez que te vi você era uma criança, agora já é um homem. Você cresceu rápido, o tempo passou rápido demais. Eu realmente achei que chegaria aqui e você ainda seria aquele pequeno Namjoon, preciso me acostumar que você cresceu. 

Namjoon o olhou com tristeza, seus olhos marejados e os ombros caídos.

— Jin, estou esperando por você há tantos anos. 

— Joonie, você ainda é novo, vai aprender muito sobre a vida e conhecer muitas pessoas. Só tem dezenove anos, tem muita coisa pra viver ainda. Será que o que você sente por mim não é algo fraternal? 

Aquelas palavras magoaram Namjoon. Por mais que ele fosse fisicamente um homem formado, grande e forte, Jin ainda o via como uma criança, e o pior é que ele não acreditava em seus sentimentos, em seu grande amor. 

— Acha que eu beijaria alguém por quem sinto algo fraternal? Amor fraternal eu sinto pelo Rei Park que é como um pai para mim. Ou por Jimin que é como se fosse meu irmão mais novo. Mas com você é diferente, eu quero você, quero ficar com você, te beijar, te tocar... e quero ter uma família com você.

— Você sabe que eu sou um elfo, não sabe?

— Meu amor por você vai além de nossa espécie ou raça. Eu te amo e não me importo o que você seja, eu só o amo, porque você é o Jin.

Jin sentiu seus olhos se umedecerem. No entanto, precisava ser forte, pois havia muitas responsabilidades a serem enfrentadas em Amicitia, muitas pessoas dependiam dele. Não podia permitir que um rosto bonito e palavras amorosas o distraíssem de seu objetivo.

— Joonie, eu fico feliz por seus sentimentos, mas não posso aceitá-los, não agora, você sabe que preciso viver viajando, não posso me prender em um lugar só... me desculpe — Jin saiu do quarto antes que fosse vencido por sua vontade de ficar. Limpou as lágrimas que corriam por seu rosto, precisava focar em sua viagem para as Montanhas Speculos, não seria uma missão fácil, por isso, não podia permitir distrações.

...

Dois anos depois, Jin retornou à Regium City, ao castelo Real. Namjoon já estava acostumado com seus sumiços, então o recebeu como receberia qualquer outra visita: de forma educada, porém, distante e fria.

Todos estavam jantando ao redor da mesa quando um dos soldados se aproximou do Rei.

— Magestade, tem uma criança desmaiada nos portões, o que devemos fazer?

O Rei Park arregalou os olhos.

— Por que ainda pergunta? Tragam-no para dentro. Vamos cuidar dessa criança.

Todos correram para ver quem era aquela criança; aparentava ter entre dez ou doze anos, sua pele bronzeada do sol e seus pés sujos e descalços indicavam que ele havia andado a pé por semanas. Estava muito machucado e desnutrido, suas roupas em puro farrapos. Ele foi levado imediatamente para o quarto de Jimin e ali foi tratado por Jin. Dois dias depois, a pequena criança adormecida abriu os olhos lentamente.

— Oi — Jimin o cumprimentou com sua voz doce.

— Oi — O menino respondeu, com dificuldade, ainda sentindo-se fraco.

— Você deve estar com sede — Jimin colocou o copo de água em sua boca e o ajudou a beber — Meu nome é Jimin, Park Jimin, e o seu?

— Kim Taehyung... Park? Você é da realeza?

— Meu pai é o Rei, eu sou o Príncipe — Jimin sorriu com a expressão de surpresa e admiração de Taehyung — Tae, você quer ser meu amigo?

— Seu amigo? Mas você é um príncipe, e eu sou só eu...

— Você é o Tae e eu sou o Jimin, só isso importa e você é meu amigo agora. Fico feliz que esteja bem e que tenha acordado, estávamos preocupados. 

— Obrigado Milorde — Taehyung quis chorar com toda aquela generosidade e cuidado. 

— Não sou seu lorde, sou seu amigo, Tae. Acho que temos quase a mesma idade. Tenho onze anos e você?

— Tenho treze. 

— Ainda é mais velho que eu, viu? — Ambos deram risada — Tae, você chegou aqui muito mal, o que houve? De onde você veio? E sua família?

— Eu vim de Daisies — Taehyung suspirou com tristeza.

— DAISIES? Pelos deuses de Amcitia! isso é do outro lado do país!

— Sim, são mais de três mil quilômetros, eu vim a pé, por isso levei meses pra chegar aqui.

— Meu deus, Tae! Isso é muito perigoso, seus pais deixaram?

— Não, eu meio que fugi de casa, deixei uma carta explicando tudo...

— Você é doido? Na verdade, tem o meu respeito — Jimin riu e então olhou com tristeza para o chão — Eu não posso nem ir do outro lado da rua.

— Você será o Rei de Amicitia um dia, deve zelar pela sua vida.

— Isso é só um título, você também é importante, também deve zelar pela sua vida. Por que veio de tão longe? Não teve medo?

— Sim, eu tive muito medo. Tem muitas criaturas tenebrosas lá fora, Jimin. Mas eu tenho um objetivo e foi o que me ajudou a chegar aqui. Quero ser um guerreiro do exército Real de Amicitia para poder cuidar de todos, inclusive dos meus pais que estão longe.

Taehyung contou toda a sua história e como chegou até ali. Jimin o ouvia impressionado, percebendo que, apesar de ter tudo, invejava a liberdade e determinação de Taehyung. Começava a perceber que precisava se esforçar para ser um bom Rei no futuro. Todos à sua volta davam o melhor de si no que faziam, e sua amizade com Taehyung foi a porta para o florescimento e amadurecimento de Jimin, não apenas como um futuro Rei, mas como pessoa também.

O Rei decidiu que Taehyung poderia ficar e treinar, mas é claro que fez questão de buscar seus pais para uma grande festa. Durante o evento, teve a oportunidade de conhecê-los e pedir permissão para que Taehyung permanecesse no castelo, garantindo que ele seria muito bem tratado e se tornaria um habilidoso guerreiro.

...

A amizade entre Jimin e Taehyung crescia a cada dia. Taehyung era a primeira criança com quem Jimin teve contato, então ele se identificava muito mais com ele do que com Namjoon, que vivia brigando para que ele não comesse muitos doces. Jimin achava Namjoon chato; em contrapartida, Taehyung o ajudava a roubar os doces para comerem escondidos no quarto antes do jantar.

— Tae — Jimin falava com a boca cheia de doces — Eu quero muito viajar um dia e conhecer pessoas novas. Já tenho doze anos e só fui até os jardins do castelo, quero viver as aventuras que você já viveu, principalmente ver um dragão de perto.

— Um dragão de dez metros! — Taehyung se gabou.

— Incrível! Você deve ter ficado com medo.

— Não mesmo, sou um bravo guerreiro, não tenho medo de nada.

— Então por que você tem que dormir com os candelabros acesos? Você tem medo do escuro, não tem? 

— Só do escuro — Taehyung sorriu, sem graça.

— É normal sentir medo. Sabe, alguns soldados do reino me contam as aventuras que eles tiveram por aí. Um deles me falou de um rapaz de quinze anos que dizimou sozinho um exército inteiro usando apenas uma espada negra.

— Quinze anos? Um ano mais velho que eu — Taehyung estava impressionado, sentiu que precisava treinar ainda mais.

— Sim, ele é muito novo, mas nenhum adulto é páreo para ele.

— Ele é humano?

Jimin deu risada, pois tinha perguntado a mesma coisa quando soube daquela história.

— Sim é, apesar da sua pele alva e seu cabelo branco como algodão, ele é humano. Dizem que ele tem uma cicatriz no rosto.

— Uma cicatriz? Por que?

— Não sei, mas dizem que é bom nunca o encontrar. Apesar de ser tão novo, ele é cruel e maldoso.

Taehyung ficou pensando naquilo, que tipo de vida uma criança teria para chegar ao ponto de ter que matar tanta gente?

— Como é o nome dele?

— Min Yoongi, ou algo do tipo, mas talvez sejam apenas lendas, talvez ele nem exista.

Taehyung sentiu um aperto no coração. Queria que aquilo fosse apenas lenda, e, se esse espadachim Min Yoongi realmente existisse, ele deveria ser uma pessoa muito triste e solitária.


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Notas finais do capítulo

Meu espadachim trevosinho é real sim, Tae

Amizade do Tae e do Chim ❤️



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