O gosto de Satoru escrita por gojjunas


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Então, como eu sou completamente obcecado por esses dois, resolvi fazer uma espécie de fluffy deles (com doses pequenas de angst, porque infelizmente sou um pouco dramático e esses dois não ajudamkjkkk).

Enfim, sem mais delongas, espero que gostem ♥
Opiniões são sempre bem vindas!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/811564/chapter/1

Não passava das 17h da tarde quando Satoru Gojo e Suguru Geto se viam finalmente livres de suas obrigações, que, naquele dia em específico, haviam sido um tanto quanto exaustivas. Os dois xamãs suspiraram em conjunto, cúmplices daquele sentimento de alívio que pairou sobre o ar, quando o albino subitamente resolveu quebrar o silêncio.

— Francamente… Fazia um bom tempo que uma missão não dava tanto trabalho. - Falou preguiçosamente, enquanto acompanhava os passos do amigo. Suguru suspirou cansado, concordando mentalmente com o amigo. - Acho que seria bom a gente relaxar um pouco.

O moreno interrompeu os passos, olhando-o intrigado por cima dos ombros.

— Relaxar? - Questionou com um olhar genuinamente curioso voltado para as orbes oceânicas. Suguru não sabia o que era relaxar a muito, mas muito tempo.

— Mas é lógico, Suguru. - O mais alto respondeu, com o indicador da mão direita erguido no ar, como se estivesse prestes a provar um ponto. - Sabe, a vida não é feita só de trabalho.

As orbes escuras desviaram para o chão, pensativas. Relaxar. Aquela palavra estava tão distante de seu vocabulário ultimamente que ele não fazia ideia de como realizar tal ato. Como quem lia seus pensamentos, Satoru suspirou.

— Vem, eu conheço um lugar. - Disse o albino, que agora tomava sua frente, fazendo menção para que o moreno o seguisse.

Sem questionar, Suguru o seguiu com curiosidade. O caminho era percorrido, ambientado por sons urbanos ao redor e um silêncio confortável entre os dois. Aos poucos, a paisagem antes tão urbana ia dando lugar a uma mais arborizada, o que fez com que Suguru olhasse ao redor percebendo a mudança. As árvores iam ficando cada vez mais presentes à medida que andavam, o céu estava azul, sem nuvem alguma. Suguru se perguntava para onde o amigo o estava levando, até que, depois de terem subido uma ladeira, Satoru parou.

— Chegamos! 

Suguru despertou de seus devaneios com a voz do amigo, analisando a paisagem ao redor. No final da ladeira que subiram, havia um abismo, que dava para um campo verde e arborizado. A vista era, apesar de simples, muito bonita. Satoru chegou mais perto da ponta e deitou na grama, fazendo sinal para que o amigo o acompanhasse.

O moreno, ainda absorto pela vista, demorou uns minutos antes de deitar-se ao lado de seu amigo, que estava distraído olhando para o céu. Quando se deitou, virou o rosto para encarar o albino, que parecia estar em outro mundo observando aquele céu, que era tão azul quanto seus olhos. Suguru sorriu com a visão. Por mais que estivessem cansados da missão, era como se Satoru exalasse a paz naquele momento. Uma paz que o moreno não costumava sentir, a não ser em momentos como aquele, que agora costumavam ser mais raros. Com esse pensamento, não pôde conter a dúvida que martelava em sua mente.

— Ei, Satoru. - Perguntou, chamando a atenção das orbes azuis para si. - Por que estamos aqui?

O albino, que agora o encarava, sorriu e deu de ombros, voltando o olhar novamente para o céu.

— Achei que estávamos precisando disso. - Respondeu genuinamente. - Faz um tempo desde a última vez que saímos, então quis aproveitar a oportunidade rara.

Suguru, por sua vez, continuava o encarando intrigado. A voz do albino, que na maioria das vezes era carregada de um tom brincalhão, agora estava amena. Seus olhos vidrados, quase que hipnotizados com o céu acima de si e seu rosto estava calmo. Seus cabelos platinados refletiam a luz do sol, quase reluzindo. As orbes escuras registraram cada mínimo detalhe antes de se voltarem ao céu. Suguru sorriu. Por algum motivo, sentiu uma tranquilidade diferente tomar conta de si.

— Você é mesmo imprevisível. - Disse, resolvendo quebrar o silêncio. Satoru voltou o olhar para o moreno, um pouco confuso com a afirmação. Suguru, por sua vez, tirou seus olhos do céu e resolveu focá-los em outra imensidão azul. Na imensidão azul em que, se ele não tomasse cuidado, se perderia por horas. 

Ambos se encararam em silêncio, um se perdendo na intensidade, nas dúvidas, nos inúmeros pensamentos que passavam por suas cabeças e seus olhos denunciavam.

Até que Satoru levou uma de suas mãos aos cabelos negros de Suguru e puxou de maneira leve seu prendedor, observando minuciosamente eles se soltando.

— O que você… Está fazendo? - Perguntou o moreno franzindo o cenho, pego de surpresa com aquela ação. O albino deu de ombros enquanto sorria, voltando novamente seu olhar para cima.

— Você fica bonito assim. - Respondeu simples enquanto ainda fitava o céu, fazendo Suguru arregalar os olhos em choque, para depois sorrir.

— Você é estranho, Satoru. - Falou enquanto virava seu rosto para cima imitando o amigo, que sorriu mais ainda com a afirmação.

E ficaram ali por horas, em silêncio, ouvindo apenas o barulho dos pássaros que voavam ao redor e de suas respirações relaxadas. Quando o sol se pôs, Suguru suspirou.

— Acho que devemos voltar. - Quebrou o silêncio longínquo enquanto se virava para o amigo, quando percebeu que este havia dormido.

Suguru olhou com curiosidade. Satoru estava com os cabelos bagunçados, o rosto corado, os olhos fechados destacando seus cílios longos e brancos e seu peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo devido ao relaxamento causado pelo sono. Por algum motivo, sentiu seu coração palpitar com aquela imagem

O albino estava exposto. Ali, ao seu lado. Sua guarda havia baixado a ponto de fazê-lo dormir em um local que, por mais tranquilo que fosse, ainda era público. Suguru se perguntou por um breve momento o quão descuidado aquilo poderia ser. Até que se lembrou das palavras proferidas a ele uma vez.

“Você está aqui também.”

Por um momento, o coração do moreno apertou. Satoru confiava nele. Com a vida. Sorriu amargo. Será que ele ainda confiaria se soubesse o que se passava por sua cabeça? Se soubesse o quão mentalmente atordoado ele estava? Suguru se odiou por um momento, apertando as mãos em punhos para conter a ira crescendo em seu peito. Foi quando o olhou, novamente. Ele estava tão perto, tão sereno, tão… Divino. O coração do moreno batia freneticamente ao vê-lo com aquela expressão tão angelical, tão relaxado. Se permitiu curvar os lábios em um sorriso ameno, ainda hipnotizado com a visão. Sem pensar muito e claramente afetado pelo momento, levou uma das mãos aos cabelos do albino, tirando delicadamente os fios que caíam sobre seu rosto. Sentiu um choque percorrer seu corpo quando sua mão tocou levemente a pele de Satoru. Ao sentir uma pequena reação, Suguru afastou a mão com cautela, ainda extasiado, porém decepcionado com o quão breve havia sido o toque. O moreno suspirou contrariado. Infelizmente, ele teria que acordá-lo. Já deveria tê-lo feito há algum tempo, porém, não havia conseguido. 

A verdade é que ele temia que aquele momento de calmaria acabasse, assim como aquele breve toque havia. 

Suguru olhou para a mão com a qual o havia tocado, para logo depois desviar o olhar novamente até Satoru. O moreno bufou com o pensamento de que, por mais que ele desejasse continuar ali por tempo indeterminado - mesmo que fosse apenas com o intuito de observar o albino que dormia profundamente ao seu lado e, se possível, tocá-lo novamente -, eles realmente deviam ir.

Com isso, sem mais delongas, Suguru levantou-se parcialmente, apoiando-se em uma das mãos enquanto usava a outra para alcançar o pescoço do albino, dessa vez, de maneira um pouco mais firme, levantando-o de leve enquanto se inclinava para que ficassem com os rostos de frente um para o outro.

— Satoru. Ei, Satoru. Acorda. Precisamos ir. - Chamou o amigo, com um tom de voz um pouco mais firme, porém calmo. Percebeu os olhos se abrindo aos poucos, com leves piscadas. Ele estava corado e com olhos sonolentos, a respiração profunda se misturando com a de Suguru, descompassada pela proximidade.

— Suguru… Só mais 5 minutos… - Choramingou com a voz sonolenta, olhando para o moreno com os olhos entreabertos, quase fechando de vez de tão relaxado que estava. Suguru quis sorrir com a visão, mas se conteve.

— Está bem. - O moreno suspirou, se dando por vencido. - Mas depois disso realmente temos que ir. Já são 20h da noite, Satoru. - Afirmou, preocupado com o horário em que chegariam em casa. Porém, para sua infelicidade, o albino já havia pego no sono novamente, com a cabeça apoiada em sua mão e sem ouvir uma só palavra que ele havia dito. Suguru suspirou, mas depois riu. Ele tinha mesmo o sono tão pesado assim? Quando se deu conta, acabou hipnotizado pelos traços do amigo novamente, agora o observando de mais perto ainda. Sua respiração pesada se encontrava com a respiração relaxada do outro, que, agora, estava com a boca entreaberta de tão profundo que dormia.

Suguru amoleceu. Seu coração batia descompassadamente, seus rostos estavam perto, suas respirações se misturavam e ele conseguia ver cada detalhe do rosto impassível do outro. Aquilo o trazia uma paz interna que ele não sentia com mais nada - ou mais ninguém. Porém, também despertava em si uma avalanche de sentimentos, tão intensa que fazia com que ele temesse ser soterrado. Ali, sob a luz do luar que iluminava aquele rosto tão belo com maestria, Suguru não pôde mais se conter. Num gesto delicado e ansioso, o moreno inclinou a cabeça para baixo, unindo seus lábios de modo singelo aos de Satoru. O tempo parou. Ele sentia sua cabeça girar com aquele simples selar de lábios, que era quase tão suave que o dilacerava por dentro. Com aquele turbilhão de sentimentos em seu peito, Suguru se afastou calmamente, feliz pelo fato de que o outro não havia acordado e, com delicadeza, depositando sua cabeça na grama. Suguru, que agora sentia o gosto doce dos lábios de Satoru em sua boca, se deixou sorrir com aquela sensação.

Afinal, depois daquilo, não importava mais quantas maldições ele teria que engolir. Aquele gosto sempre prevaleceria em sua boca. O gosto de Satoru.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eeee naskjhaf é isto!!

Espero que tenham gostado! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O gosto de Satoru" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.