Doce Loucura escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 1
Doce Loucura




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Tudo começou com lembranças e contagens. O aniversário de Mawey tinha sido há alguns dias atrás, o que fez seus pais e seu irmão comemorarem, felizes por ela estar crescendo forte e saudável, mas também se lembrando de quando ela nasceu.

—Eu me lembro claramente - Varang comentou ao marido - toda dor do parto e antecipação, mas nossa garotinha está aqui, há 4 anos.

—Isso quer dizer que... faz 5 anos que nos conhecemos - Miles percebeu - eu nem percebi o quanto passou rápido.

—Então também quer dizer que o aniversário de casamento de vocês já passou - Spider, participando da conversa, acrescentou - vão fazer algo especial?

—Aniversário de casamento? - o conceito era estranho a Varang.

—Sim, é uma coisa meio humana - Spider disse vagamente.

Quando a resposta não veio do seu menino, a olo'eyktan olhou para seu consorte.

—É a mesma lógica de um nascimento - ele explicou - comemorar e lembrar o dia que nos casamos, geralmente os casais saem juntos, para se divertirem.

—Vocês deviam fazer isso - seu filho sugeriu - não me levem a mal, mas merecem um bom descanso do trabalho duro que fazem por aqui.

—É uma excelente ideia, meu menino - o rosto de Varang se iluminou só de imaginar - faz um tempo que eu e seu pai não possamos um tempo a sós.

—Por mim, podemos ir amanhã - Miles concordou de imediato.

—Mas a Mawey, você cuidaria da sua irmã, Spider? - sua madrasta quis saber.

—É claro, só vão e se divirtam - recomendou o jovem.

—Está bem, partiremos amanhã - ela compartilhou um sorriso confidencial com o marido, animada com o que estava por vir.

Dessa vez, eles atravessaram a ilha, indo para um lado pouco explorado e que nem mesmo Varang conhecia tão bem. Ela esperava que explorar um pouco do local também fizesse parte da diversão.

Chegaram lá ao anoitecer e a primeira coisa que Miles pensou foi em montar uma tenda, onde ele e a esposa pudessem dormir e se abrigar.

A exploração começou quando os dois procuraram galhos de árvores e os afiaram para ficarem mais finos, conforme precisassem. Montaram a estrutura juntos e então Varang a cobriu com o tecido que trouxe, também estendendo uma esteira dentro da tenda.

—Está cansado ou tem energia para um jogo? - ela propôs, com um sorriso travesso espantado no rosto.

—Jogo, é? - ele pôs uma mão no queixo, pensativo, mas entrando na proposta - eu sei o que posso esperar dos seus... jogos.

—Prometo que esse será novo - ela se aproximou de forma esguia dele, segurando suas costas com uma mão, mas tocando sua cauda com a outra.

Um tanto desconfiado, Miles se virou para ver o que ela estava fazendo. Muito rapidamente, sua esposa amarrou uma tira de cipó em sua cauda.

—O que que é isso? - ele estreitou os olhos para ela.

—Não fique assim, pode amarrar uma na minha cauda também - ela ficou de costas, oferecendo essa parte de seu corpo livremente.

Ela lhe entregou outra tira de cipó e por mais estranho que achasse, amarrou na cauda dela.

—É muito simples - Varang retomou, ficando em posição de luta - o primeiro a tomar o cipó vence.

—Agora entendi onde quer chegar - seu marido riu, se inclinando para frente, em posição de ataque - podemos começar?

—Agora! - gritou Varang e partiu para cima dele, tentando alcançar suas costas, mas Miles a bloqueou pelas costelas, tentando alcançar o cipó logo em seguida, mas ela deu dois passos para trás.

Ela tentou dar a volta pela esquerda, mas Miles se esquivou outra vez, chegando a escorregar. Quando sentiu a mão da esposa em sua cauda, se virou de uma vez, a segurando pelo pulso. Aproveitando a vantagem, Miles a ergueu pela cintura com facilidade e a jogou por cima dos ombros. Finalmente, tirou o cipó dela, vencendo o jogo.

—Ah mas eu quero uma revanche! - ela declarou, dando alguns socos de leve nas costas dele.

Miles deu dois passos, a ignorando por completo, mas então ela desceu dos ombros dele, pulando na sua frente. Ela o empurrou pela cintura o fazendo cair no chão de uma vez, batendo as costas com força.

—Calma, docinho - ele arfou, buscando um pouco de ar.

Ela resolveu ser mais delicada agora. Enquanto o peito de Miles ainda subia para cima e para baixo rapidamente, sua esposa se inclinou em cima dele. Seus lábios chegaram a encostar nos dele, mas não se dobraram em beijo. Em vez disso, ela se moveu rapidamente, escolhendo beijar bem acima do umbigo dele, subindo lentamente, de forma delicada em cada beijo que depositava até chegar em seu pescoço. A respiração dele se acalmou, e ela deitou a cabeça sobre seu abdomem, chegando a esticar os braços, de tão a vontade que estava.

—Você é mesmo maluca... - Miles confessou seu pensamento, rindo depois.

—Maluca? - ela se ergueu para olhá-lo, segurando seu queixo - Minha sanidade mental está ótima, é o meu modo de me divertir com você.

Miles apenas a observou por um momento, os cabelos soltos dela estavam ao vento, seus olhos brilhavam de travessura, os lábios finos entreabertos. Era a criatura mais bela que ele já tinha conhecido.

—Você é louca - ele reafirmou, mas como um termo de carinho - mas ainda por cima me deixa louco por você.

—Eu o deixei louco? - ela passou um dedo por seu rosto - eu certamente quero mexer com você com minhas tramas, mas eu não creio que possa te deixar louco, sua sanidade está ótima para mim.

—É uma expressão, boneca - ele explicou, segurando e beijando a mão dela - eu ser louco por você quer dizer que estou completamente apaixonado por você, você ser quem você é só me faz a querer mais.

—Mesmo depois de 5 anos? - ela perguntou, rindo depois.

—Mesmo depois de 5 anos - ele a beijou rapidamente - quero mais 10 - mais um beijo - 15 - e outro - 20, uma vida toda ao seu lado.

—Eu também, meu amado - ela se deitou sobre ele outra vez e o beijou.

Ela prendeu os joelhos no chão, em volta dos quadris de Miles, colocou os cotovelos ao redor da cabeça dele, o prendendo entre seu corpo.

—O que tá fazendo agora? - seu marido ousou perguntar.

—Mais um jogo maluco - ela respondeu.

Varang se soltou de uma vez sobre o peito de Miles, se agarrou a ele com força, se movimentando para o lado. Só restou a ele se segurar bem nela e seguir o ritmo, fazendo com que os dois rolassem pela areia, até chegarem à água.

Varang riu quando sentiu a água sobre eles.

—Tudo bem, espertinha - seu consorte resolveu ter sua própria revanche - aqui vai um pouco dos meus jogos.

Ele se levantou de uma vez e a segurou no colo, levando-a para dentro da tenda. Dessa vez, ele se pôs por cima dela, beijando-a à vontade. Agora, Varang estava rendida e seguiu os jogos do marido. Os dois seguiriam os gestos de carinho um do outro durante a vida que Eywa permitisse que eles levassem.

 


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