Kang Lia caminhava pelo castelo com uma serenidade, ela e Jimin haviam decidido passar a lua de mel em Serendipity, seria difícil voltar a sua rotina, se sentia tão relaxada ali, mas sabia que em breve teria que voltar a Lilases, muitas coisas esperavam pela sua aprovação e o Trono não podia ficar sem seus reis.

A mulher adentrou o quarto e viu seu marido esparramado na cama, do mesmo jeito que havia o deixado quando foi até a cozinha roubar algo para comer.

— Dorminhoco – ela resmunga negando e se deita ao lado dele, apenas se aconchegando ao travesseiro e fechando os olhos, sentir toda aquela calmaria era incomum, mas era tão incomum que ela com certeza não se acostumaria.

Fazia um mês que havia se ausentado de Lilases, e essa mesma quantidade de tempo que Jimin estava organizando tudo para deixar um regente em seu lugar, havia optado por Youngbae, ele era o que mais esteve ali, ele conhecia toda a burocracia daquele lugar, era seu segundo lar. Park Jimin sempre seria o rei de Serendipity, mas não podia comandar dois lugares ao mesmo tempo, igualmente a Namjoon e Yoongi, que se mudaram para o reino de seus amados.

— Você sempre some de madrugada – ela ouviu Jimin murmurar e abriu os olhos assustada, o vendo ainda de olhos fechados.

— Comecei a ter fome em horários estranhos – ela diz com calma, vendo então o loiro abrir os olhos para encará-la.

— Será que está gravida? – Jimin pergunta e Lia apenas nega, ela já havia ido ao médico real, na primeira suspeita, e também teve a negativa.

— Estou ansiosa para voltar a Lilases – ela dá de ombros.

— Não gosta de ficar o dia todo sem fazer nada comigo? – Jimin diz em um tom brincalhão e ela ri negando.

— Odeio, eu prefiro mandar nos outros.

— Pode mandar em mim, eu deixo – ele brinca e os dois riem, a fazendo negar.

— Só estou preocupada, tem muitas coisas a minha espera e não quero atrapalhar o trabalho dos outros – ela dá de ombros e ele apenas assente, no fim ele sabia que de fato ela tinha razão.

— Podemos voltar amanhã, Youngbae está pronto para assumir esta tarde, então não teremos mais o que fazer aqui – ele se aproxima dela e enlaça sua cintura, deixando seus rostos a poucos centímetros de distância – o que acha?

— Tudo bem – ela suspira, e torna a fechar os olhos quando ele a beija com ternura – eu quero um bebê.

Jimin se afastou dela confuso e semicerrou os olhos, tentando entender se havia sido aquilo mesmo que ouviu.

— Eu sei que tudo aconteceu muito rápido, mas...

— Vamos ter – ele afirma, a fazendo arregalar os olhos.

— Mesmo?

— Sim – ele deixa um beijo na testa dela e volta a recostar a cabeça no travesseiro – sempre foi nosso plano, certo?

Ela apenas assentiu. E os dois acabaram voltando ao sono. No dia seguinte, Kang Lia voltou a Lilases junto de Jimin, de fato havia muita coisa a ser feita e suas irmãs falavam sem parar.

— Meninas, esperem – Kang Lia fala mais alto, as fazendo se calar e suspirarem – lembram que eu sou uma só e agora que Lilases tem um Rei, eu e Jimin vamos dividir as tarefas.

— Ótimo, eu preciso falar sobre as armas e os materiais que faltam para nosso arsenal – Jisoo diz e Lia assente.

— Você fica comigo, Jennie, é sobre o treinamento do exército? – Lia pergunta e ela assente – comigo, vocês duas?

— Os problemas de importação – Chaeyoung diz dando de ombros e Lia indica Jimin, que estava ao lado dela apenas aguardando, Kang Lia sabia que Jimin era um diplomata, ou seja, ele sabia tratar de negócios como ninguém.

— Lalisa?

— Tenho notícias do reino gelado.

— Jimin vai lhe ajudar – ela sorri para a irmã que assente e sai com Jennie e Jisoo.

As duas se entenderam e Jennie foi a primeira a falar, eles haviam colocado um novo plano de treino para o exército de Lilases, mas Jennie não apostava que o combate corpo a corpo seria vantajoso em todos os conflitos, por causa do arsenal de outros reinos. E aí é que entrava Jisoo, ela estava cuidando do arsenal de Lilases, estava produzindo novas armas.

Aquela era a nova era de Lilases, e eles iriam prosperar, iriam cuidar para que as próximas gerações pudessem viver em paz, criariam um reino digno, que se lembrariam dela como uma rainha bondosa e justa.

Lia se jogou na cama exausta, havia acabado de sair do banho e estava tão cansada, Jimin secava os cabelos com uma toalha, enquanto ria do drama da mulher.

— Não sei por que você criou um parlamento para as leis, mas não criou um conselho para tratar tudo com mais eficiência – Jimin diz, fazendo Lia levantar a cabeça e semicerrar os olhos.

— Por que não me disse isso antes? – ela se levanta irritada, mas grunhe, realmente estava dolorida.

— Porque você nunca perguntou – ele dá de ombros.

— Eu também não perguntei agora Park Jimin – ela joga a almofada nele que a segura rindo e trata de ir estender a toalha, logo voltando para a cama e pegando os pés de Lia para massagear.

Os dois ficaram em um silêncio agradável, eles sempre haviam se dado muito bem, e aquilo não havia mudado, só fortalecido. Eles se tratavam com amor e faziam questão de cuidar um do outro.

— Cansada demais? – Jimin pergunta, vendo a expressão de deleite de Lia se transformar em uma desconfiada – só perguntei – ele dá de ombros.

— Sabe que pra você nunca – ela suspira ao ter ele apertando um ponto de tensão.

— Eu só queria que fossemos jantar na sala de estar hoje – ele dá de ombros e ela apenas assente, era verdade que ela nunca estava cansada para atender aos pedidos dele, independente do que fosse.

— Vamos – ela senta e calça suas pantufas.

Os dois foram até a sala de jantar e as irmãs de Lia já estavam por ali, esperando o jantar ser servido e a casa estava em um clima tão animado que logo Lia esqueceu do cansaço.

— Boa noite – Jimin deseja, sentando-se em um dos lugares vagos com Lia ao seu lado.

Ali eles não costumavam ter lugares marcados, apenas sentavam onde bem quisessem e não havia problema. Sehun logo chegou e se juntou a eles, sendo bem recebido pelos seus reis, apesar de ainda ser um pouco formal, Lia fazia questão de dizer a Sehun que eles também eram cunhados, então as coisas podiam ser diferentes em casa.

— É, com licença meus reis – Sehun se levanta e se curva diante deles, os fazendo franzir o cenho – eu sei, somos família, mas isso é um pedido real, então eu preciso ser formal – ele olha para Lalisa que parecia confusa com a atitude o amado – eu quero vossas benção para me casar com Lalisa.

Os dois se entreolham e abrem um sorriso radiante.

— Lhes concedemos esse desejo Sehun – Jimin quem fala sorridente.

— Pelo amor de Deus, leve ela daqui e não traga nunca mais – Lia diz rindo e Lalisa tentou lhe bater com uma colher do outro lado da mesa – brincadeiras à parte, será um prazer tê-lo oficialmente na nossa família Sehun.

Ele olha para Lalisa e se ajoelha ao seu lado, finalmente lhe fazendo o pedido, enquanto a loira chorava emocionada, nunca havia realmente acreditado que um dia poderia casar com Sehun, aquilo mais parecia um sonho, mas se de fato fosse, que ninguém a acordasse, porque sonhar era bom demais.