[Em algum lugar ao Sul do país]

     Ele estava cansado de uma vida tão violenta, com tantas mortes.Era difícil viver assim, quando sentia todas as emoções a sua volta,como se fosse a própria.Ele pensava em uma forma de fugir daquilo, imaginava como seria viver com um pouco de tranqüilidade.Não de paz.Ele não acreditava na paz para sua espécie.Eles era assassinos,destruidores por sua natureza, não sabiam conviver com calma e serenidade.

   Jasper estava realmente cansado, mas não sabia como ir embora, largar Maria parecia uma tarefa um tanto quanto difícil,mas era uma idéia que estava realmente lhe tentando.

As palavras de Charlotte ainda ecoavam em sua cabeça “- Obrigada Major,lhe seremos gratos por toda nossa eternidade!”- toda a sinceridade e gratidão que emanavam dela e de Peter naquele momento,o fazia ter esperanças.Mas como poderia? Ele amava Maria, como iria deixá-la?Abandoná-la?

            Nos dias que se seguiram, tentava ao máximo disfarçar sua angústia, mas em alguns momentos sua infelicidade escapava e tocava as pessoas a sua volta.Em um momento como esse, Maria estava por perto, e sentiu como se fosse sua, a infelicidade de Jasper.

            - O que há, Major? – a forma como ela pronunciava sua patente era de tamanha sensualidade, mas nesse momento beirava o pejorativo.

            - Não é nada, Maria! Não se preocupe... – ele disse se aproximando dela, sentia um impulso de abraçá-la, queria ser reconfortado,mas a relação de ambos apesar de romântica, não era carinhosa.Só se tocavam quando ela permitia.

            - Sinto que há algo de incomodando, me diga, sabe que pode confiar em mim. – ela disse ternamente, mas o encarando, e ele podia sentir toda a autoridade em sua voz musical.

            - Eu estive pensando,por quanto tempo continuaremos com essa guerra?Com essas brigas? Você já conquistou todo o território que almejou,não podemos parar? – ele disse com simplicidade, com medo de enfurecê-la.

            - Parar? Desistir? Como posso desistir quando tenho tantos inimigos..Ah Major Withlock – ela destilou todo o tom de desprezo que pôde – Por acaso não quer mais ficar ao meu lado? Defender-me está te incomodando?

Ele podia sentir todo a mágoa, raiva e desprezo que emanavam dela.E foi demais para ele.Jasper baixou os olhos, e sussurrou:

            - Não é isso Maria,eu não quero deixá-la nem penso nisso,eu apenas almejava um pouco menos de violência...

A vampira olhou para ele com desdém,riu com desgosto e se retirou,enfurecida.Foi o suficiente para que Jasper entendesse que ele nunca fora um amor para ela.Maria o queria apenas como um defensor, no fundo, ele era tão descartável quanto os outros vampiros que ela transformou, a sua única diferença era habilidade e experiência.

Jasper passou o resto da noite se perguntando se era esse o tipo de vida que ele levaria para o resto de sua existência.As lutas sem fim, cada vez almejando mais e mais território, criando vampiros sem medidas,e conquistando um número cada vez maior de inimigos.Ele precisava mudar o seu rumo, se afastar daquilo, uma decisão estava se formando em seu íntimo...

xxXxx

[Em Columbus]

A notícia da morte da pequena Alice chocou Célia.

Ela nunca se recuperaria.Elizabeth era culpada, não importava  dizerem  que a doença a tinha levado,não!

Para ela, a única culpada seria Elizabeth.

A mãe que recusou carinho, compreensão e amor.

Elizabeth Brandon condenou a pequena Mary Alice, e Célia nunca a perdoaria por isso.

Nunca se perdoaria por isso.

Deveria ter fugido com a menina, quando teve oportunidade

Como ela pôde não perceber as reais intenções daquela mulher , agora era tarde.

Célia adoeceu e Ernesto lutava para animá-la, não queria perder sua companheira, sua esposa tão amada...

_x_

Orlando.

O homem tão poderoso, o político em ascensão, que agora tinha como objetivo tornar-se governador.

Era esse o homem que trazia dentro de si a dor e a decepção de perder uma filha na flor da idade.

Sua filhinha, sua preferida, sua menina.Tão doce, tão meiga, tão especial.

Se fora, para sempre. Mas a culpa era sua, e só sua.

Como pudera negligenciar assim uma de suas filhas, sua família.

Tão cego pelo poder, pelo sucesso, não percebera que deixava de lado, seu maior tesouro.

xxXxx

[No Tenesse]

Era final de tarde em um dia nublado e cinzento.

Rosalie além de sede,se sentia entediada cercada por Carlisle e Esme – que levavam uma vida tão amorosa quanto um casal comum - e era justamente isso que a incomodava:como podiam fingir serem marido-e-mulher,sendo dois predadores,caçadores.Sendo vampiros?

Uma parte dela era grata por Carlisle tê-lo salva, mas outra, em proporção maior, era infeliz justamente por isso.Em muitos momentos, ela gostaria apenas de ter sido largada para morrer. Ela queria ter sido abraçada pelos braços frios da morte,e embarcado na longitude de seu sofrimento.

Anos depois, ainda se ressentia pelo que lhe acontecera. “Aqueles brutamontes!” – ela pensava.Acabaram com sua vida, com suas esperanças de um futuro doce. De um lar e filhos para tomar conta, para cuidar. Um marido que lhe trouxesse rosas em datas especiais, que lhe agradecesse pelo jantar preparados com esmero.

             Rosalie com um vestido requintado, incrivelmente bonito,dava ordens para a criada preparar a carne assada com o molho que seu marido tanto apreciava.

            - Não corram pela casa! – ela gritava para duas crianças pequenas de cabelos tão loiros que pareciam prateados,e que gargalhavam ao correr pela sala. Junto com as crianças que sumiam de vista, foi-se seu pensamento.Se esvaindo como uma névoa.A realidade era outra.

Rosalie estava encostada em uma árvore, e não se dera conta de quanto tempo se passou.Um forte cheiro a tirou de seus devaneios. Um cheiro tão característico e decisivo, que ela chegava a repudiar.Ela adentrou mais na floresta, conseguia perceber que o cheiro vinha de uma clareira.

Andou até lá, mal contendo sua curiosidade. O cheiro era tão forte, que a fazia crer que a pessoa estava sangrando, só poderia. Apurou seu instinto e captou outro cheiro.Um aroma forte, e estranho que não era tão apetitoso, nem assustador como o outro. E além dos cheiros, pode perceber o barulho: dois corações pulsando. Um batia tão forte e tão pesadamente que só poderia ser de um grande animal.Enquanto o outro, fazia um esforço para continuar palpitando.Mas Rosalie podia sentir a vida se esvaindo. Correu mais rápido, tentando por uma vez localizá-los.

            Não estava preparada para o que viria a seguir.Um rapaz alto,de cerca de 20 anos, caído e um urso pardo enorme,rodeando-o.Movida por uma fração de segundo, rosnou para ele, compelindo-o a se afastar do homem ao chão.Rosalie podia ver as feridas, as patas foram cruéis.Ela se perguntava o que haveria acontecido, o que aquele homem fazia  ali, tão afastado da cidade? Ela se aproximou lentamente.

            O choque a perpassou quando o observou de perto, tudo naquele homem a remetia a lembrança de Henry, o filho de sua amiga Vera.Uma visita a casa da amiga,fora seu último ato como humana.A memória ainda era fresca,mesmo tantos anos depois:os olhos brilhantes de Henry se despedindo dela. E aquele homem á sua frente tinha os mesmo cachos, no cabelo de mesmo tom.Em seu rosto inconsciente, duas covinhas brincavam em suas bochechas.E sua aparência tão juvenil, tão inocente.        

            Movida por um estranho impulso, Rosalie o ergueu do chão cheio de folhas e terras.Apesar de seu corpo ser mais que o dobro de seu tamanho,não era um empecilho para sua força sobre-humana.Disparou em uma corrida, o segurando em seus braços,uma cena impossível de ser imaginada.Seu único pensamento era chegar até Carlisle para que ele o salvasse.Mas em seu íntimo uma dúvida a consumia; deveria ela, condená-lo a sua maldição?

xxXxx

[ No Sul do país]

            Jasper tomou sua decisão: deixaria Maria!

Não importava o quanto sentia em relação á ela.Com o passar dos dias, ele confirmou sua suspeita de ser para ela tão útil quanto qualquer outro recém-criado: apenas um soldado.Isso foi o seu maior incentivo para deixá-la.Por que viver em um ambiente tão violento,sem nem mesmo ter uma companheira.

Ver Peter e Charlotte havia mexido com ele.A forma como Peter a defendera,como lutou pela vida dela.Todo o desejo de ambos refletido em Jasper, o fazia desejar aquilo para si próprio.

            Esperou até que Maria saísse para procurar por humanos para serem transformados. Normalmente isso acontecia ao cair da noite e levava horas.Lhe daria tempo suficiente para ir longe o bastante, onde ela não o procuraria.E pensar em Maria, em nunca mais vê-la, por um momento lhe trouxe hesitação.Ela era tudo o que ele conhecia naquela vida.

Respirou fundo e lançou-se a corrida, sem rumo,sem destino.

            Jasper vagou por dias, apenas com a roupa do corpo, já bem suja e cheia de terra,devido as passagens por matas e bosques.Estava faminto, ou melhor:sedento.

Não se sentia disposto a caçar e reviver todo aquele horror do medo de suas vítimas.Mas era uma parte inevitável de sua natureza.

Esperou até a alta madrugada para se aproximar da cidade,poucas pessoas circulavam pelas ruas mal iluminadas.A maioria não era boa,”pessoas boas não estão fora de casa essa hora” –pensou ele.

Ao se aproximar mais,sorrateiramente, ouviu conversas ao redor, e identificou que estava no estado da Filadélfia.

xxXxx

            De onde estava, Alice pôde ver quando Rosalie salvou aquele homem,viu seu temor em não resistir ao seu sangue e seu pedido desesperado para que Carlisle o salvasse.Em sua mente um pensamento vagava insistente: “Será que um dia os encontraria?”

Semanas, possivelmente MESES se passaram desde as primeiras visões daquele homem misterioso que mexia com todo o sentimento de Alice.E com o passar do tempo, Alice percebeu que podia invocar as visões,se concentrasse-se.Eram fragmentos em geral, menores do que as visões espontâneas.Mas não importava para ela,desde que pudesse vê-lo,já lhe bastava.

Em um desses momentos onde ousava observar o futuro daquele homem – ela não conseguia ver suas feições,apenas via-o de costas, ou em rápidos relances, mas isso não a fazia menos apaixonada – ela pode ver quando ele saiu de um  lugar próximo a Carolina do Sul e depois quando avançou mais a nordeste.Pensilvânia talvez.Tão próxima a ela que estava em Nova Jersey. Será que ele ficaria lá tempo o suficiente para que ela chegasse até ele?

Alice não sabia como, e nem mesmo por qual motivo, só o que sabia era que precisava encontrá-lo, ficar com ele e amá-lo.Arriscaria tudo, se preciso fosse, pois o sentimento que ardia dentro de si, era vital.Nada mais importava,só estar junto dele.Ela pertencia a ele. E isso bastava.

Nota das autoras:

Olá meninas!Tudo bem por ai?

Esse capítulo teve muitos fragmentos não é verdade?

Sabemos que algumas não vão gostar,mas era necessário.Não podemos simplesmente fazer como gostaríamos,sem colocar um roteiro na fic!

Enfim,pra alegria geral da nação, o encontro de Alice e Jazz será no próximo capítulo!Uhul!Comemorem!! =)

Prometemos que será LINDO e grande!Todas vocês merecem!

E meninas, nós agradecemos cada review de vcs!Vocês são demais!

Pela milésima vez,pedimos desculpa pela demora, as vezes é inevitável porque falta tempo! Mas vcs sabem que jamais abandonaremos vcs né?

E bem, a má notícia (pelo menos para nós) é que a fic está chegando na reta final!*chora*

Talvez tenhamos apenas mais 3 ou 4 capítulos pela frente!Nós sentiremos MUITA saudade da fic e de cada uma de vcs, mas a  história de Alice está se encerrando já que ela está se aproximando do Cullen!

Mas vamos lá COMENTEM COMENTEM COMENTEM, os próximos capítulos terão grandes emoções e os reviews de vocês são nosso combustível! Por isso, comentem mesmo!

Beijos meninas,até sexta que vem! =)

PS: durante a semana, postaremos alguns fragmentos do próximo capítulo (spoilers) para animar vocês,ok?