Já não há mais luz no céu, a chuva cai sem parar limitando minha visão e meus movimentos. Olho para frente e tudo o que vejo é alguém que um dia já foi meu irmão, mas que agora é meu inimigo, alguém que um dia já foi um aliado, mas que agora é minha caça.

— DESGRAÇADO – Grita desferindo inúmeros golpes com sua espada– Eras meu irmão, todos em nossa irmandade o adoravam, como ousas nos caçar assim?

Me atacas com movimentos fortes e pesados, desvio-me de todos com facilidade e em um momento de descuido desfiro um chute em seu peito o fazendo cair no chão.

Olho para ele com um semblante sério, frio e sem expressão.

— Sabes bem o porquê de eu estar fazendo isso – respondo sem emoção alguma – Eu jurei que iria caça-los e extermina-los um por um.

— E tudo isso por que? – Lentamente se levanta – Toda essa chacina por aquele dia? Aquilo precisava acontecer, mesmo que não aceites, foi o certo a se fazer.

Não o respondo, apenas o observo com um semblante inexpressivo.

— Que figura patética você se tornou – lentamente me aproximo – Arrependo-me de um dia ter lhe chamado de irmão.

Com um movimento rápido, atravesso seu pescoço com minha espada o decapitando.

Olho para trás e nada sinto.

— Eu vou caça-los um por um – Embainho minha espada e começo a andar deixando ali, atirado no chão.

A chuva cessa e uma brisa gélida se choca em minha face, fazendo-me lembrar daquele dia que a muito tempo tento esquecer.

Eu vou caçar cada um deles até que não sobre nada além de cinzas, eu vou caça-los, porque eles são a caça e eu sou um caçador.