The Dream escrita por Nappy girl


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eleanor encontrava-se encostada contra a janela dos seus aposentos. O vestido negro, as mangas curtas com um formato que se assemelhavam a asas, o decote em V, mas conservativo e as saias redondas e volumosas a surgirem pouco depois do decote. O cabelo escovado num coque na nuca da cabeça, e um conjunto de acessórios de ouro que complementavam o tom quente da sua pele mulata.

Observa Theresa, que andava com os olhos presos no chão, o rosto rosado no jardim da mansão Stirling, a passear com Duque Granville. Colocou os dedos sobre o vidro, em cima da expressão facial séria dele, penso nas palavras que o mesmo tinha dito durante o funeral de Viktor. Não sabia se deveria ficar em alerta ou simplesmente este homem tinha pobres capacidades sociais.

— Senhorita Eleanor. – O cavaleiro retira o seu elmo. Tem o tom de pele escuro, cabelo totalmente rapado, um dos olhos cego. Fala inglês, mas tem um sotaque forte.

— Isaac… – Voltou-se para ele, agora sentada no parapeito da janela. – O que tem para mim?

— Falei com todos os envolvidos daquela noite. Não houve nenhuma testemunha. Andámos à procura de pegadas humanas, sinais de outro coche, cavalos, dentro da floresta, mas não encontramos nada. Não me parece que exista hipóteses de termos tido testemunhas. A cidade estava cheia, imensos coches, imensas pessoas. Impossível termos tido algum problema.

— Então o que será que ele quis dizer, então? – Andou à volta no quarto e levantou o olhar, vendo as empregadas a rodear a manequim a completarem o vestido que estava pendurado, cozendo os acessórios e ajeitando as partes necessárias.

— Talvez estivesse simplesmente a fazer conversa, senhorita Eleanor. – Mal Isaac disse isso, ela uniu as sobrancelhas, parecendo confusa.

— Pode ser… Posso estar a pensar demasiado. – Respira fundo, sentando-se na cadeira por trás da secretária com as pernas cruzadas. – Mas por alguma razão, não me sinto tranquila. – Passou a mão pelo peito, olhando para os papeis em cima da mesa cheias de rabiscos, diferentes estilos de vestidos, peças de roupa de variadas cores.

— Não pense mais no assunto. Com certeza não será nada. Mesmo que seja, será a palavra dele conta a sua e de todos nós. Não tem como provar. E de nada ganhará se acusar a filha de Marquês de Stirling. – Aproximou-se Isaac.

— Sim, faremos de tudo para lhe defender, senhorita Eleanor. – garante a emprega de pele castanho escura, de cabelo curto crespo e nariz núbio. Kayin. – Se quiser, até posso preparar-lhe um chá de camomila para acalmar os nervos, senhorita Eleanor.

— Não será necessário. Mas agradeço muito o esforço. – Fez um pequeno sorriso.

Bateram à porta. Pegou na papelada toda que estava em cima da mesa, colocando dentro da gaveta que trancou a chave, guardando a mesma no bolso do seu vestido. Entrou Theresa e Eleanor sorri, levantando-se do seu lugar. Ela tinha um sorriso de orelha a orelha. Olha para todos que estão na sala, estes fazem uma vénia.

— Irmã Eleanor, posso entrar? – pergunta.

— Claro, irmã Theresa. Junte-se a mim. Se quiser, até lhe posso servir uma chávena de chá.– afirmou, indo para a mesa-redonda que se encontrava no centro dos aposentos.

— Eu por acaso quero-me juntar a si, irmã. No entanto, preferiria se não se cansa-se com tais funções, irmã Eleanor. Por favor, conseguem preparar o bule de chá de camomila e algumas bolachas? – Apontou para Kayin teve de retirar a bolsa onde tinha os objetos necessários para costura. As empregadas trocaram olhares e eu disse:

— Não, por favor continuem a fazer o vestido. Servir o chá não me irá partir os braços. – Sorri, sentando-se e irmã Theresa responde. – Não teremos bolachas, mas o chá por si só é interessante. Coloquei gengibre seco que comprei recentemente no mercado.

Colocou no bule as ervas secas de camomila e gengibre, enchendo com água a ferver que tinham trazido recentemente. Cruza as pernas após se sentar, e empurra a chávena para perto de Theresa antes de segurar na chávena dela. Sopra levemente o chá e observa a irmã que segue a borda da chávena com o dedo, sempre cabisbaixa.

— Vejo que já está a conhecer o Duque Granville. Devo de dizer que parecem ser um bom par. – Tocou no assunto que claramente estava escrito na face dela que seria o tema de hoje. Ela para de movimentar o dedo e Eleanor finalmente dá o primeiro gole do seu chá, sempre concentrada em Theresa.

— Sim… A mãe forçou-me a dar voltas no jardim com ele.

— Não parece contente, Theresa. Existe algum motivo para não estar? No final do dia, tem um dos homens mais poderosos de Seren, alguém reconhecido, digno de estar ao seu lado, não concorda? Qualquer mulher daria tudo para ficar no seu lugar. – À medida que vou deitando as palavras, ela vai contorcendo o rosto e respira fundo.

— Eu… Sabia que ele viria. Que ele seria a pessoa com quem me casaria… E tenho sorte, porque ele é bem parecido e não é muito mais velho do que eu. Mas… Pode parecer ridículo o que eu vou dizer, mas… Gostaria de casar por amor. – gagueja, atrapalhando-se a meio da frase, e parece aliviada quando diz tudo.

Eleanor parou de beber o seu chá. Escondeu o pequeno sorriso que tinha atrás da chávena. Claro que Theresa pensaria assim. A menina privilegiada com os seus problemas fúteis, conclui Eleanor

— Pode vir a ter sentimentos pelo Duque. Apenas o tempo dirá. Chegou e só agora o está a conhecer. Pode não ser um conto de fadas, mas pelo menos ainda tem algum tempo de conhecer o seu marido, adaptar-se a ele. E é como diz, é bem parecido. Meio caminho andando. Pense em como no tempo dos nossos pais não foi possível. Conheciam-se no dia de casamento e já era o suficiente.

— Sim… Mas ele é tão calado. O tempo todo que estivemos a dar voltas pelo jardim, só me perguntou se estava tudo bem e se tinha fome! – Suspira, revirando os olhos.

— Está preocupado consigo e o seu bem-estar.

— Não, não está! Nem está a fazer um esforço para me conhecer! Parecia que estava a andar com um dos meus cavaleiros em vez que estar a falar com o meu futuro esposo.

— Talvez seja tímido.

— Estamos a dar voltas ao jardim há três dias, Eleanor. Não seja como a minha mãe! – reclama, tapando o rosto com as mãos e abana a cabeça negativamente com frustração.

Eleanor troca olhar com as empregadas, revirando os olhos sem que a irmã que estava a ter um desgosto reparasse e as empregadas suspiram.

— Theresa… – disse, aproximando-se dela e tocou-lhe nas mãos, afastando-as para estabelecer contato visual. – Quando nós nos conhecemos, algum dia pensou que estaria aqui nos meus aposentos a contar-me tudo o que me conta agora? – Fez festas na pele suave das suas mãos.

Ela baixa a cabeça e depois de algum tendo, abana-a negativamente.

— Exato, era impossível saber. Nunca pensei que me fosse dar tão bem com uma irmã tão querida, bonita e carinhosa. – Foi elogiando, colocando mechas de cabelo por trás da orelha. Um pequeno sorriso vai surgindo nos lábios de Theresa. – O tempo muda tudo. Se ele não lhe fizer perguntas, faça você. Conheça o Duque. O tempo é limitado. Em breve ele retornará para as suas terras.

— Sim, é verdade. – Acena positivamente. – Mas não sei bem… Fico tão intimidada perto dele… Ele parece tão austero.

— Bem… Tem de tentar. Se precisar, até podemos estar presentes as duas com o Duque. Eu ajudo-a a fazer conversa com ele. Não pode ser assim tão difícil. – Os olhos arregalam-se, parecendo que tinha ganho uma nova esperança.

— Jura, irmã?

— Claro, Theresa. O que não faria por si? – Sorri e Theresa envolve os seus braços à volta de Eleanor, apertando-a num abraço aconchegador.

Eleanor troca olhar com Isaac. Parecia ser uma boa oportunidade de perceber mais sobre Duque e tirar todas as dúvidas que tinha.


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