Tsunade sentiu que aquele encontro teria uma aura diferente. Era estranho conhecer melhor o comportamento do vizinho que um dia fora sua "pedra no sapato", mas algo nas palavras dele denunciava tudo. 

*

Jiraiya estava nervoso. Seguir as sugestões da terapia o afligia. O medo de sofrer imperava a cada encontro. Fitou o objeto rotundo em que havia guardado a surpresa. Era tarde para fugir para as colinas? 

— Não se pode esconder dos sentimentos — refletiu, certo do que deveria fazer.

*

Batucando os pés, Tsunade pigarreou em expectativa. 

— Então? 

Jiraiya tossiu, abriu o canudo e tirou algumas páginas. 

— Quero que seja a primeira a conhecer esse trecho do meu novo romance. 

Palavras fluíram dos lábios dele e Tsunade sentiu-se transportada por elas. Quando percebeu, estava chorando ao ouvir sobre uma mulher forte e destemida que tinha um mundo dentro de si. Um mundo que ansiava por florescer, ela entendeu nas entrelinhas. 

O homem se preocupou, mas ela adiantou-se. 

— Só achei bonito... É inspirado em mim, mesmo? — perguntou, fungando. — Uma história linda dessas... 

— Sim... Senju. É difícil verbalizar... mas aceita oficializar o que temos? Podemos tentar, respeitando sempre nossos limites. Companheiros de jornada. 

Tremendo receosa, Tsunade aceitou. A recíproca era verdadeira. Sorriram.