Dor

Raiva

Angustia

Medo

Dor pela perda de Vicent. As últimas palavras dele ainda ecoavam em sua mente...

Raiva por não ter podido fazer nada, por não ter conseguido salvá-lo – mesmo sabendo que não havia muito a ser feito...

Angustia por não saber o que seria deles dali para frente.... como superar o luto e seguir em frente...

Medo e esse era o mais palpitante dos sentimentos...ela sabia que aquela bala não era para Vincent....era para Booth...para o homem que amava, acima de tudo.

E foi o medo que a impulsionou, foi o medo que a fez ir até o quarto dele...

Mas foi a dor que ela expressou quando ele perguntou, ainda com os pensamentos meio embotados pelo sono e pela noite mal dormida, se ela tinha ouvido algo.

— Eu posso....

Quando Booth abriu os braços para ela e a puxou para seu peito, ela se sentiu numa redoma de calor e aconchego. Foi como se o mundo e sua injustiça e crueldade estivem ficado lá fora.

Eles perderam a noção do tempo.... ali, naquele abraço existia somente eles e o sentimento pulsante que os dois lutavam dia a dia para manter oculto.

Mas a dor e todos os outros sentimentos haviam enfraquecido a força com que eles empurravam o amor que sentiam um pelo outro para o fundo do coração e da mente.

E quando Booth a virou em seus braços para olhar em seus olhos, nem ela e nem ele saberia dizer quem tomou a iniciativa do beijo, nem quando ele mudou de algo suave para intenso e nem quem tirou a primeira peça de roupa.

— Temp – Booth sussurrou.

— Eu sei...eu também preciso de você....

E quando ela tomou a iniciativa de mais um beijo ele a reverenciou com as mãos, com os lábios, com seu corpo....

Quando ele mostrou a ela como era fazer amor, Bones realmente acreditou que o amor era mais que reações químicas .....

Ela realmente acreditou no amor e em seu poder.

Bones abriu os olhos e por um momento ficou confusa sobre onde estava...mas quando sentiu o calor do corpo de Booth colado ao seu, a agarrando como se para mantê-la protegida, ela lembrou de tudo o que havia acontecido.

A respiração compassada dele em seu pescoço a manteve quieta, aproveitando a paz do momento. Ela percebeu direitinho quando ele acordou, quando sua respiração alterou e quando seus corpos reagiram um ao outro.

Ela se virou em seus braços e depositou um beijo suave nos lábios dele...Booth sorriu,  a puxou para mais perto e lhe deu um beijo na testa.

— Bom dia, Temp...

— Bom dia!

Ficaram abraçados naquela áurea de calma e paz por um tempo.

— Temos que ir, preciso pegar Broadsky – Booth falou lhe dando um beijo nos lábios e levantando da cama.

— Booth...Seeley – Bones o segurou pelo braço o impedido de sair da cama, fazendo ele sentar em sua frente – por favor, tome cuidado. Seja o herói que precisamos, mas tome cuidado, não posso perder você. Não agora.

Ele viu a angustia e o medo nos olhos que tanto amava.  Aproximou o rosto do dela e encostou sua testa na dela, segurando seu rosto entre suas mãos, dizendo quase num sussurro:

— Eu prometo que tomarei cuidado e voltarei para você – a beijando por todo o rosto ele disse entre beijos – Eu...te... amo!

Aquelas palavras ditas de forma tão intensa e ao mesmo tempo tão despretensiosa, comoveram Bones de uma maneira que ela nunca tinha nem sequer imaginado. Era como se o calor se espelhasse por um corpo há muito congelado...como se naquele momento seu mundo de repente ficasse colorido, cheio de luz.

E o amor que ela sentia por ele se tornou imenso demais para ela guardar só para si, mesmo com todos os receios de sua mente ela pronunciou as palavras que só ousava pronunciar no escuro da noite, para si mesma.

— Eu também te amo, como todo o meu coração...

Booth lhe presenteou com aquele sorriso que ela tanto amava. O que ia surgindo aos poucos, meio de lado e depois alcançava os olhos tão expressivos dele.

As bocas se encontraram no meio do caminho. As mãos dela estavam nos cabelos dele o puxando para si, as dele a agarravam pela cintura a trazendo para seu colo e quando os corpos se uniram seus corações batiam no mesmo compasso.