Deixe com a Lily | One-Shot escrita por Andréia Santos


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Leia as notas finais ♥

Palavras-chave escolhidas: GRUPO 1
1. Célere (Que anda ou decorre com rapidez)
2. Rotundo (Que não deixa dúvidas ou não admite contestação)
3. Madorna (Estado intermédio entre o sono e a vigília. = SONOLÊNCIA)
4. Averno (inferno)
5. Minore (Tornar ou ficar menos intenso ou menos grave)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810697/chapter/1

Não sei o que seria de todo mundo sem mim, digo isso com humildade! Estou diante de um problema que se resolveria com uma simples conversa, mas os envolvidos preferem ficar nessa madorna³ do que sentarem como pessoas racionais e falar sobre seus sentimentos. De um lado, Rose, minha prima; do outro, Scorpius Malfoy, melhor amigo do meu irmão Albus e quase um morador da minha casa nas férias. É óbvio que eles estão apaixonados um pelo outro, mas eles não enxergam isso e preferem sofrer imaginando cenários.

Eu fiz o que tinha que fazer.

Albus, aquele estraga prazeres, me fez prometer que eu não falaria mais do que deveria quando eu fui contar pra Rose que ele e o amiguinho não eram um casal. Não culpo minha prima por tirar essa conclusão de cara, Albus nunca enganou ninguém sobre sua sexualidade, era questão de tempo ele admitir que curtia garotos também. Foi um verdadeiro averno(4) manter-me fiel ao que me foi designado falar, mas consegui porque eu rapidamente consegui pensar num plano para dar um empurrãozinho sem revelar na cara da prima que Scorpius queria ficar com ela.

Tudo que eu precisava era de papel, pena e tinta.

— Olá Sossai, me ajuda com uma coisinha, por favor. – chamei quando ele passou por mim.

— Pois não? – ele me respondeu daquele jeito formal que só pessoas que não falam inglês desde que nasceram ou têm mais de 40 anos falam.

— Quando você quer elogiar uma garota, como você faz? – perguntei e ele pareceu surpreso com aquele questionamento.

— Ah... não seria melhor você responder isso? Você é uma garota, deve saber melhor o que é bom ouvir... – ele disse meio sem graça.

— Preciso de um “olhar masculino”. – insisti – Não vai me dizer que você não curte garotas? Achei que era bi também...

— “Também”? – ele perguntou interessado.

— Igual ao meu irmão. – disse, meio perdida em pensamentos, só depois me tocando que ele parecia... esperançoso? – Albus, seu amigão. Ele não te contou?

— Não... eu... não fazia ideia! – Gabriel parou para refletir e eu vi que um sorriso surgiu nos seus lábios.

— Você gosta dele! – quase gritei. Me empolgo com o amor – Não posso resolver isso agora, preciso focar na prima.

— A Weasley? Ela gosta de alguém?

— Ah sim. Ela gosta do Malfoy. – respondi. Não adiantava esconder nada do meu futuro cunhado – Gabriel... posso te chamar assim, né? – ele acenou positivamente com a cabeça – Eu prometi que não iria entregar de bandeja que eles se gostavam, mas posso dar um empurrãozinho. Você vai me ajudar. – concluir de modo rotundo².

— Como? – ele perguntou ajeitando-se no banco ao meu lado e notou meus rabiscos – Uma carta de amor?! Você não vai...

— Vou! – o interrompi – Confie em mim, eu sei o que estou fazendo. Ela conhece minha letra, então você vai reescrever o que eu anotei aqui. Pode me ajudar com algumas ideias. Quero algo que cause impacto tipo “seu nome faz jus à sua beleza” ou algo bobo assim que um homem diria achando que está abalando.

Gabriel riu e embarcou na minha, acho que ele estava mais empolgado em saber que tinha uma chance com meu irmão do que qualquer outra coisa, mas, como eu disse, precisava focar em um casal de cada vez.

Antes de o sinal do segundo tempo de aulas tocar, Gabriel já tinha finalizado a carta do “admirador secreto”, colocando no envelope e selando com cera dourada e uma folha de bordo (um toque que mostrava que meu cunhadinho tinha bom gosto para coisas feitas à mão). Eu subi animada para o Corujal e escolhi uma das corujas da escola, descendo o mais célere¹ possível para ver o momento que ela a receberia:

— Não é possível... – Rose leu a carta e ficou ruborizada, escondendo-a no meio de suas coisas.

— O que aconteceu? – perguntei me fazendo de desentendida – Más notícias?

— Mais ou menos. – ela respondeu e olhou desconfiada ao redor – Recebi uma carta de um admirador secreto. – ela me sussurrou urgente.

— Que ótimo! Vamos descobrir quem é! – incentivei para ver a reação dela.

— Não! Eu não posso... – ela deteve-se. Acho que ia confessar que gostava do Scorpius – eu não tenho interesse. – concluiu, minore(5), e se levantou – Preciso ir à biblioteca antes de ir ao Grande Salão.

Fiquei frustrada. Não imaginava que Rose seria tão sorrateira, mas não podia forçar a barra. Segui primeiro para a sala de Transfiguração para pegar um livro que acabei esquecendo na correria e depois caminhei calmamente para ir fazer minhas refeições...

— Merda! Merda! Merda! – praguejei e apressei o passo ao ouvir os gritos de minha prima e do Malfoy. Havia uma multidão no meio do caminho – Rose! – chamei-a e ela me olhou com uma expressão que misturava raiva e vontade de chorar – Vem comigo, por favor!

Rose hesitou, mas quando viu que Gabriel e Albus já puxavam Scorpius para o outro lado, cedeu. Gabriel me lançou um olhar preocupado, mas eu tentei passar calma e torci para que ele apenas seguisse o plano contando que ele sabia do tal admirador e incentivando o esquentadinho a se declarar.

Foi só depois do desabafo da minha prima sobre que o que tinha acontecido para ela ter engatado numa discussão com Scorpius foi o fato de ele aparentemente não ligar ela ter um admirador que eu percebi que nem tudo estava perdido: habilmente, eu a fiz enxergar que ele se importava sim e que era bom ela ir falar com ele sobre os sentimentos que tinha por ele. Ela FINALMENTE me escutou e se resolveu como deveria ter sido desde o começo.

Mais tarde naquele dia, encontrei Gabriel sozinho no corredor. Seu rosto estava corado e ele parecia que ia sair dando piruetas de tão empolgado que estava quando me viu:

— Ele gosta de mim! Albus gosta de mim, Lily! Estamos namorando! – me disse mal se contendo de felicidade – Se você não tivesse me contado que ele era bi, acho que não teria coragem de beijá-lo.

— Meu trabalho por aqui está feito. – disse e abracei meu parceiro de artimanhas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que Lily fez tudo para Aconteceu na Biblioteca andar, isso todos já sabiam, mas senti que precisava mostrar como a mente ardilosa dela funcionava quando ela engajava numa missão. Aproveitei e fiz uma ligação com a outra fanfic spinoff, Bi Panic!, e mostrei porque o Gabriel quase se declarou antes do Albus: ele já sabia naquele momento que ele também curtia garotos ♥

Espero que tenham gostado de acompanhar essa oneshot curtinha. Finalizo aqui oficialmente as histórias relacionadas e espero encontrar vocês ano que vem com novas histórias pra contar/ler! Obrigada por todo carinho!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deixe com a Lily | One-Shot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.