Boa Noite, Charlotte. escrita por Daniel Victor


Capítulo 1
Boa Noite, Charlotte.


Notas iniciais do capítulo

Um conto que escrevi a algum tempo atrás e estava engavetado. O desafio Drabble de outubro me fez pensar em postar mais produções autorais. Espero que gostem.



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— Até que não é tão horrível assim...
Charlote estava parada, fitando a fachada de um casarão velho e esquisito, onde iria passar a noite. Seu trabalho como fotógrafa do jornal local já havia a colocado nas mais diversas situações desconfortáveis.

— Não mesmo! Na verdade, achei até legal. – Francis parecia animado, olhando o jardim da frente e as janelas grandes que ficavam no primeiro andar, acima do telhado, enquanto puxava sua bagagem de dentro do porta-malas do taxi.

Ele era um repórter subvalorizado, sempre enviado pra cumprir as piores pautas do jornal. Normalmente, Charlote ia junto. Ela chamava essa equipe de “a dupla de perdedores” mas não dizia isso a Francis, pra não magoá-lo.

— Estranho que o jornal esteja pagando por um lugar desses, e não um hotel. Nem era necessário tanto espaço só pra nós dois.

— É, estranho mesmo... Mas vamos aproveitar, né? Amanhã vamos receber a pauta pra reportagem, fazer o serviço e vazar, então tanto faz onde vamos dormir, certo? – Francis respondeu, mexendo na carteira procurando a grana do taxi.

Charlote ajeitou a bolsa da câmera que estava pendurada em seu ombro e se inclinou pra apanhar sua mala que estava no chão ao seu lado.

— Vamos entrando, essa rua dá calafrios. Nunca vi um lugar tão vazio e quieto.

Francis estava passando o dinheiro ao taxista, que ao receber seu pagamento, acelerou e foi embora sem nenhuma cerimônia.

— Que educado! Quase leva minha mão junto, esse filho de uma puta! – Francis esfregava a mão direita, e olhava pra ver se estava inteira. – Vamos pra dentro, também não me sinto tranquilo moscando aqui fora.

Os dois se dirigiram até a grande porta da casa, que ficava abaixo de uma cobertura de telhado, apoiada por duas colunas de mármore, e Francis sacou as chaves de seu bolso.

— Qual delas será? – ele chacoalhava as chaves sem saber bem o que procurava.

— Que tal tentar essa grandona, diferente de todas as outras chaves desse molho? – Charlote falou de forma irônica.

— Nossa! Ela é enorme, eu achei que fosse o chaveiro! – E Francis riu envergonhado de sua própria confusão.

A chave era grande, com uma haste comprida e o segredo bem na ponta. Uma chave velha, pesada, e com entalhes que lembravam um idioma antigo. Ao girar na fechadura, um estalo muito alto ecoou pela noite, e tanto Charlote como Francis tiveram um susto.

— Mas que mer... – os dois falaram simultaneamente, mas como se houvesse alguém puxando a porta por dentro, uma rajada de vento gelado fez com que ela abrisse de repente. A maçaneta bateu com força na parede e o barulho viajou pelo interior de cada cômodo do casarão, fazendo um eco que durou uns bons segundos.

— Jesus! Eu me arrepiei até os cabelos do cu! – Francis começou a rir e foi entrando, enquanto Charlote, de olhos arregalados e petrificada, esperava sua alma voltar lentamente ao seu corpo. Outra rajada mais fraca do vento noturno a trouxe de volta e ela entrou, fechando a porta, ainda trêmula devido ao susto recente.

Francis procurava um interruptor com a lanterna do celular acesa. – cadê você, desgraçado.... Achei! – um clique no interruptor ativou todas as luzes da sala de estar, inclusive de um lustre que pendia bem no centro do cômodo.

— obrigado pela cegueira, Francis – Charlote, com os olhos quase fechados, fazia sombra com a mão em seu próprio rosto.

— Vai me dizer que prefere o escuro? Posso apagar de novo, se quiser. – Francis sorria e ameaçava apertar o interruptor novamente.

— Ridículo, Francis...

A casa tinha uma decoração antiquada, muitos quadros com pinturas antigas de desconhecidos com olhares e expressões sérias, e móveis bem velhos. Um tapete de urso empalhado unia um conjunto de sofás de couro marrom, e bem na frente deles uma bancada sustentava uma grande e pesada TV de tubo ostentando uma antena em “V” no seu topo. Atrás do sofá central uma porta dava acesso a cozinha, e uma escada no lado esquerdo de quem entra dava acesso ao primeiro andar e aos quartos.

— Mano, eu preciso cagar! Onde fica a porra do banheiro? – Francis olhava em volta desesperado. – aqui em baixo não tem nenhum lavabo?

— Suba as escadas, cagão. O banheiro deve ser lá em cima.

— Aí é sacanagem! – e disparou pelas escadas, praticamente se puxando pelo corrimão. Charlote riu baixinho e soltou sua mala num dos assentos do sofá de três lugares, e uma nuvem de poeira subiu pelo ar. Ela fez cara de nojo, e deu uma rápida olhada em volta. Nada de interessante.

Fechou os olhos e começou a girar no seu próprio eixo lentamente, para sentir a energia do imóvel. Parecia pacífica, oscilando entre solidão e abandono, mas quando seu rosto se posicionou em certa direção, uma sensação de medo e desespero começou a aparecer aos poucos. Essa sensação ruim começou a aumentar e aumentar, causando um enorme desconforto físico repentino que Charlote não pôde suportar, então ela abriu os olhos, e estava encarando a porta da cozinha que, antes fechada, agora estava escancarada como se estivesse a encarando de volta.

Uma mão agarrou seu ombro por trás, e Charlote deu um grito agudo e assustado, fazendo Francis puxar a mão de volta, sobressaltado.

— Calma, sou eu! Nossa senhora! Você vai me matar do coração um dia, Charlote! Você tava fazendo aquele seu “negocio” e eu não quis chegar de repente e te assustar... Jesus...

Charlote pôs a mão no peito e sentiu o coração acelerado, suspirou e virou novamente pra cozinha, a sensação ruim que vinha de lá parecia ter sumido.

— Seu arrombado, se você fizer isso de novo eu juro que arranco suas bolas pela boca.

— Só assim pra você tocar nas minhas bolas. Então, o banheiro está asqueroso. Não pise naquele chão descalça, fica a dica. Seu superpoder detectou algum problema?

Desde pequena, Charlote conseguia sentir as energias dos ambientes, mas ela fazia isso apenas pra decidir em qual ambiente iria passar mais tempo, ou dormir mais confortavelmente. Aquela foi a primeira vez em que ela sentiu uma energia tão negativa e assustadora.

— Essa cozinha definitivamente não teve bons momentos. Vou evitar esse espaço.

— Eu não. Preciso cozinhar meu miojo. Espero que tenha gás no fogão. – Francis se dirigiu até a cozinha e acendeu a luz.
Uma espaçosa ilha central abrigava um fogão de quatro bocas, uma pequena pia e uma bancada com quatro bancos estilo bar. Uma porta dos fundos que dava acesso ao quintal estava trancada na chave, e uma barra de metal cruzava a porta de um lado a outro, como segurança adicional.

— Será que a vizinhança aqui é perigosa? Enfim, vamos deixar essa porta como está. Gosto dela assim, por algum motivo. – Francis começou a rir consigo mesmo.

Ao redor da ilha, balcões seguiam uma boa parte da extensão das paredes, e armários superiores faziam o mesmo percurso. Charlote observava o movimento de Francis do lado de fora do cômodo, e quando notou que estava tudo tranquilo, decidiu que era hora de um banho e uma tentativa de sono. A insônia havia piorado desde que teve que fotografar os destroços de um acidente aéreo e as vítimas despedaçadas.

— Vou subir, boa noite Francis!

— Não quer jantar? O cardápio não é dos melhores, mas alimenta.

— Obrigado, mas não tenho fome de miojo.

Francis riu. – Justo! Boa noite, Charlote!

Atravessou a sala de estar e começou a subir as escadas. Em cima o corredor à esquerda levava a uma porta do lado esquerdo, provavelmente um quarto espaçoso, cuja janela dava pra ver do lado de fora da casa. E em frente ao quarto, outra porta, que estava aberta e com a luz acesa, exibia o banheiro. Se seguisse o corredor na direção oposta, haviam mais dois quartos que se encaravam, porta com porta. Seguiu a direita e abriu a porta do lado direito, que dava acesso a o outro quarto mobiliado com janela e acendeu as luzes.
O quarto era simplório, uma cama de solteiro ao lado da janela, de frente para a porta havia uma mesa de cabeceira com abajur e relógio, um armário embutido, um cabide alto ao lado da porta e um tapete oval, com cores de arco-íris.

“Que coisa mais brega” pensou Charlote, jogando sua mala no colchão, que expeliu mais uma nuvem de poeira. “aff”.

Catou sua toalha, seus chinelos e uma camisola e se dirigiu ao banheiro, que fedia e estava asqueroso, como Francis havia avisado. Fechou a porta e girou a chave. Se despiu e agradeceu aos céus por poder tirar o sutiã. Entrou no box e ligou o chuveiro. A primeira rajada de água gelada quase fez ela atravessar o vidro do box pra fugir, mas segundos depois a água esquentou um pouco, oferecendo uma agradável sensação de conforto.

De olhos fechados, embaixo do chuveiro, a energia do ambiente em que estava era triste. Ela, como sempre fazia, começou a mexer sua cabeça lentamente, seguindo uma planta mental da casa.

Seu quarto estava tranquilo. O quarto em frente a ele emitia uma energia de abandono e solidão muito leve. O quarto em frente ao banheiro era neutro, quase vazio. Ela não gostou dessa sensação e baixou o rosto em direção à sala. Ela sentiu algo opressivo fluindo da sala em direção a cozinha, e moveu um pouco mais sua cabeça na direção de onde Francis devia estar. Foi aí que ela sentiu de novo, dessa vez mais forte. Medo e desespero.

Interrompeu o banho e saiu do box, se secou rapidamente e entrou na camisola. A opressão que ela havia sentido na direção da sala parecia presente no banheiro também e ela se apressou em sair dali. O corredor parecia mais comprido do que antes, e mais estreito. Ela sentiu uma leve tontura e se apoiou na parede. Se recompôs e seguiu para as escadas.

— Francis! Você tá na cozinha ainda? – Sem resposta, mas ela conseguia ouvir um barulho vindo da sala.

Ela começou a sentir frio. Mas a princípio achou que estava ainda um pouco molhada. Chegando às escadas, percebeu que a tv estava ligada, e as luzes apagadas. A estática chiava baixinho, e os objetos formavam sombras alongadas graças a luminosidade da tv.

— Francis, isso não tem graça, ok? Sei que você está querendo me assustar, seu pau no cu. – Francis não respondia.

Descendo lentamente, Charlote olhava ao redor, procurando seu amigo brincalhão, que com certeza estava armando uma baita pegadinha pra ela. Chegando no térreo, a estática parecia ter aumentado de volume, e invadia os pensamentos de charlote. Quando ela se aproximou, a tv estalou e desligou, deixando a sala numa penumbra graças a luz da cozinha que estava acesa. Isso fez com que ela andasse rápido, quase correndo em direção a cozinha. Ela parou sem entrar e olhou o cômodo, que agora estava vazio. A porta que dava acesso ao quintal estava aberta, e o vento noturno a balançava. Uma chama trêmula queimava na boca do fogão e uma panela jogada ao lado vomitava um macarrão meio cozido na pia.

— Cadê você, porra! Francis! Francis! – Charlote gritou por instinto, mas percebeu que isso poderia ser um erro fatal e tapou a boca com as duas mãos.

Sentindo seu próprio suor escorrer pela testa e muito frio, ela decidiu ir fechar a porta e procurar Francis nos quartos, afinal ele poderia estar deitado em uma das camas sem nem saber o que tinha acontecido.

Hesitante, Charlote deu um passo à frente e foi em direção a porta. Quando chegou bem perto, a porta fechou com uma pancada muito forte e a lâmpada explodiu. As trevas tomaram de conta do ambiente e Charlote fechou os olhos com força, incrédula e apavorada.

Sentiu uma energia maligna de raiva e vingança atrás de si e se virou lentamente, tremendo de medo e frio. Ela estava de olhos fechados, mas sabia que seja lá o que fosse, estava ali na cozinha com ela.

Abriu os olhos pra encarar o seu medo e se deparou com uma forma humana iluminada pela chama acesa na boca do fogão. Francis. Mas ele não era o mesmo que ela havia deixado preparando o seu miojo. Roupas rasgadas e cortes profundos na sua carne indicavam o ataque de uma criatura feroz. Um rosto sem olhos nas órbitas, das quais o sangue escorria pelas bochechas arroxeadas de hematomas, e uma boca aberta exibido dentes quebrados e ensanguentados.

— Não! Francis, meu Deus! Por favor não me machuque! – Charlote recuou e quase caiu.

A entidade começou a mover o maxilar de forma violenta. Charlote conseguia ouvir os ossos do rosto estalando enquanto a boca da criatura se movia. De repente, algo que parecia um chiado, um suspiro, ou tudo junto começou a sair da garganta de Francis, e o movimento dos lábios deram forma a palavras. Palavras que pareciam estar sendo pronunciadas diretamente do inferno, da boca do próprio demônio. Um som gutural, grave e resfolegado. Como se viesse de dentro de uma cova profunda: “bo... boa... noite... Char... Charlote”

Eram as últimas palavras que Francis havia falado ainda vivo. A Entidade parecia estar fazendo um esforço falho de se passar realmente por Francis e enganar Charlote.

O monstro começou a se mover na direção de Charlote, arrastando o corpo de Francis como se fosse uma marionete, sem dar passos. Era como se o cadáver estivesse sendo suspenso por mãos invisíveis.

Aterrorizada, Charlote gritou:

— Não se aproxime, demônio! Em nome de Cristo, se afaste!
Charlote pode ouvir como que uma risada grave. O cadáver continuou seu caminho, e quando chegou ao lado da ilha da cozinha, Charlote percebeu que poderia correr pelo outro lado da bancada.

Juntando toda força e restinho de coragem, ela disparou e passou ao lado do cadáver, que ainda estendeu o braço morto pra tentar agarrá-la, mas não a tempo suficiente. Primeiro ela correu até a porta da sala, mas estava trancada e a chave estava com Francis. – Ah não, que merda, que merda! – e então correu pras escadas e começou a subir, percebendo que o cadáver vinha quase que flutuando em sua direção, esbarrando nos sofás, e derrubando a tv que explodiu em faíscas ao se espatifar no chão. O tapete de urso começou a incendiar.

Virou à direita, pra tentar escapar pela janela do seu quarto, porem a porta do quarto em frente, onde ela havia sentido solidão e abandono se abriu, e duas sombras do tamanho de crianças se arremessaram no corredor, se embolando uma na outra enquanto fixavam seus olhos vermelhos acesos nela.

Charlote quase não conseguiu parar sem cair, e se virou pra fugir pelo outro quarto. Então ela viu uma sombra se formar na parede da escadaria, através da luz âmbar do fogo que se alastrava no térreo. Acelerou a corrida e passou pela escada, por onde o cadáver vinha subindo, batendo os pés quebrados nos degraus. – Boa... Noite... Charlote...

Chegou na porta do quarto que tinha uma energia vazia e girou a maçaneta. Trancada. Começou a bater com o ombro na porta pra arrombá-la, e sentiu a madeira podre ceder. As sombras menores vinham pelo corredor, saltando pelas paredes, pelo teto, sempre com seus olhos de brasa fixos em Charlote. Foi quando o cadáver apontou no corredor e veio em sua direção, que ela deu um pequeno passo atrás e chutou a porta, caindo junto com ela pra dentro do quarto, bem a tempo de se esquivar do salto das pequenas sombras que voavam em sua direção. Ela se levantou e viu que o quarto era decorado com desenhos aterrorizantes de crianças, fotografias velhas de pessoas mortas e muitos crucifixos invertidos nas paredes. Ela havia caído bem no centro de um enorme pentagrama desenhado de vermelho no chão.

— Porra! Eu só quero sair daqui! – e se levantou, mancando, enquanto o cadáver aparecia na porta.

— Boa... Noi...

— Cala a porra dessa boca! – disse Charlote, se virando em direção à grande janela que dava pra o lado de fora da casa. Em disparada ela se jogou contra o vidro e o atravessou, abrindo vários cortes em seus braços e pernas, caindo no telhado e rolando até finalmente atingir o chão.

Quase sem forças, ela se arrastou pra mais longe enquanto o velho casarão ardia em chamas vermelhas e azuis. Se virou e pôde ver o cadáver do seu amigo incendiando através da janela quebrada. O fogo o engoliu e Charlote apagou.

Charlote abriu os olhos e sentiu dor em cada centímetro do seu corpo. Olhou em volta e viu que estava num quarto de hospital. O bip suave dos aparelhos ligados traziam uma paz. Porém a memória logo trouxe de volta o horror que ela viveu no casarão e os batimentos aumentaram, alertando uma pessoa que ela ainda não tinha percebido que estava no quarto, sentado na poltrona ao lado.

— Graças a Deus! Acordou. – o editor chefe Grimes se levantou da poltrona dobrando um exemplar do próprio jornal com uma foto do casarão queimado na primeira página. – mas que bagunça, hein? Vocês vão me matar antes de eu morrer!

Charlote tentou falar mas não conseguiu, e sentiu muita dor na garganta.

— Não faça isso, a fumaça do incêndio queimou sua garganta. Vai levar um tempo até você voltar a falar. Mas quando voltar, vai ter muito o que explicar. – ele fez uma cara de curiosidade desesperada. –Por que diabos vocês foram dormir na casa “assombrada” que vocês deveriam apenas fotografar e escrever um artigo?

Charlote fez uma cara de surpresa.

— Eu disse ao Francis, que Deus o tenha, que se ele queria tanto assim fazer essa reportagem sobre essa porcaria de fantasmas, o hotel ia ficar por conta dele. Ele tinha conseguido as chaves da casa “assombrada” com a imobiliária e vocês deveriam entrar lá só no dia seguinte! Aquele muquirana achou que seria melhor dormir naquele lixo de casarão do que arcar com um quarto de hotel?

A cabeça de Charlote era um turbilhão.

— Os bombeiros disseram que o incêndio pode ter começado na cozinha, devido a o uso do fogão velho. Eu sei que foi ele! Tinha um miojo lá! Maldito mão de vaca! Que Deus o tenha... Vou deixar você descansar e chamar a enfermeira. – ele saiu do quarto apressado.

Era uma sensação horrível saber que, por mais que o Francis tenha sido muquirana, o mal que havia naquela casa foi a causa da morte dele, e não o incêndio, e que por pouco ela não foi junto. Charlote fechou os olhos.

O quarto do hospital tinha uma energia de paz, mas tudo ao redor era confuso, muitos sentimentos diferentes. Então ela sentiu algo familiar, chegando próximo, devagar, como um sussurro... Medo e desespero! Ela abriu os olhos e estava só, mas o medo e o desespero estavam lá, com ela. E então ela ouviu, bem ao pé do seu ouvido:

— Boa... Noite... Charlote...


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Notas finais do capítulo

Contos de terror me atraem de uma maneira mágica, e eu amo tentar escrever esse gênero é uma delícia e espero que tenha ficado assustador e legal o quanto eu queria. Boa leitura!



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