A Mente escrita por Akemi Mori
Notas iniciais do capítulo
pequeno , mas rápido , e importante também
Era um sonho . Disso eu tinha certeza .
Eu flutuava no ar sem apoio algum , embora não soubesse como . Meio metro abaixo de mim haviam nuvens . Tentava me controlar para não ir direto para o chão , pois estava instável . E , sem notar , fui descendo devagar até que meu pé roçou numa das muitas nuvens .
E tudo se transformou .
Eu não estava mais no céu . Eu estava naquele lugar perfeito. As flores, o lago... Era idêntico ! Eu estava mais uma vez naquela clareira perfeita .
Me virei para olhar sem acreditar . Como isso podia ter acontecido ? Era ... Impossível ! Nuvens nunca viram arvores ou lagos ! Não que eu tenha visto antes , pelo menos .
Cheguei a achar que estava acordada e continuava lá . Mas era um sonho ! Eu sabia disso ! Eu ... sentia !
— Confortável ? – perguntou uma voz já a muito conhecida . Tinha a impressão de que se estivesse em uma multidão e ele sussurrasse qualquer coisa , por mais baixo que fosse , eu ouviria . E reconheceria .
— E como ! – respondi enquanto observava uma borboleta levantar vôo . Senti sua mão em meu ombro .
— Logo vamos voltar ... – ele falou . Voltar para onde ? – Relaxe !
— Certo ... – eu disse . Não tinha idéia do que ele estava falando . Então por que parecia que eu tinha entendido ?
— Você sente falta de lá ? – perguntou ele em um sussurro quase inaudível . De lá onde ?
Eu respirei . Não sabia do que ele estava falando .
— Um pouco ... Mas você está aqui comigo ! – disse . Eu nem sabia sobre o que ele dizia . Por que respondia como se soubesse ? Meus sonhos nunca faziam sentido ! – Você me dá coragem ...
Senti alguém me abraçar pelas costas . Sabia quem era . Mas tinha alguma coisa no meio que interrompia o contato total .
— Nós vamos vencê-la ! – ele prometeu .
Me virei para olhá-lo , mas era tarde demais . Tudo que pude ver foi seu sorriso e duas grandes massas brancas atrás de suas costas .
Asas .
Eu devia estar mesmo sonhando .
Tinha alguém me cutucando . Me remexi inquieta seja onde quer que estava . E ouvi um riso .
Abri os olhos . Lá estava ele .
Graças aos céus , sem asas .
- Eu sabia que você podia fazer isso ! Você não mudou nada ! – ele disse .
Como assim eu não tinha mudado nada ? Eu nem o conhecia antes das férias !
- Não acredito que ainda não adivinhou ! – ele falou ainda com um sorriso brincando nos lábios .
O que eu não tinha adivinhado ?
- Vamos ? – ele perguntou olhando para mim e para seu colo . Fiquei rubra . Havia esquecido onde havia adormecido .
Ele riu , contente com minha reação . Me levantei , para ficar zonza e quase cair novamente , mas ele , não sei como , já estava de pé e me segurou bem a tempo .
- O que você faria se eu não existisse ? – ele brincou .
- Eu morreria ... – falei . Era verdade . Ele já havia salvo minha vida tantas vezes ...
A expressão dele endureceu . Ele pegou minha mão e foi me guiando pelo caminho de volta .
- O que você queria dizer com “ Eu ainda posso fazer isso “ ? Isso o que ? – perguntei já no meio do caminho .
Mas ele contornou o arco das plantas e , sem responder , continuou me guiando rua afora .
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