Saudade de Nós - Songfic escrita por Brenda Porto


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, novamente!
Resolvi postar esta fanfic em comemoração de um mês que Fúria Cósmica está na Netflix. Escrevi ela logo depois que terminei o primeiro capítulo de "Respirar". Espero que vocês gostem!
Desculpem pelos erros e boa leitura!



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Segue o link da música

Amor, não quero mais
Ficar brigando com você
Não quero mais
Você precisa entender
Que eu te amo
E que não faz sentido
Viver nessa louca confusão

O pesadelo de Amelia Jones retornou com toda a força.

Seu namorado, Ollie Akana, foi vítima do veneno de Lord Zedd outra vez. Amelia retornou a base com ele adormecido, após golpeá-lo com a chave soneca, de dentro da Squidrill em que se encontrava. Ela o deixou na forma civil e com ajuda de Mick, colocaram ele na maca. Solon começou a monitorá-lo enquanto dormia.

Lágrimas quase caíram de seus olhos, estava desesperada não apenas com seu amado, mas também com Zayto e Javi. Mas, Amelia não quis chorar naquele momento.

Com um Ollie já maligno e ainda com a chave cósmica engatada no sabre, abriu um portal. Após todos desviarem do ataque, Zayto ficou diante de Zedd, que ao tentar se levantar, o líder foi chutado para este portal, o levando para um planeta desconhecido. Aiyon tentou até segurá-lo, mas sem êxito.

No caso de Javi, para invocar o Zords Fúria Cósmica pela primeira vez, desfigurou seu braço ao inserir o cajado do Mestre da Morfagem vermelho no altar. Pelo choque de perder um membro, Mick teletransportou até base com ele e ao chegar, Solon aplicou um calmante para que o ranger preto consiga descansar. Enquanto os outros rangers, incluindo Billy Cranston, o primeiro ranger azul, lutavam contra o robô gigante maligno de Ollie, inaugurando o novo megazord.

Ao recordar dos fatos que aconteceram em poucas horas, acariciou a mão de seu namorado e relembrou da primeira vez em que aconteceu isso com o azul. Ao tentar confessar seu amor para a rosada, acabaram brigando e foi uma abertura para que Zedd o trouxesse para o lado do mal. Felizmente, a Dra. Akana fez um antídoto e aplicou no filho imediatamente. Após o time proteger a cidade, Amelia aproveitou a ausência dos outros rangers e confessou que gostava de Ollie, ainda adormecido. Ou seja, ele é curável.

— Ele é curável, lembra?

Lembrou das palavras de Izzy quando estava no altar de Zornia. Logo, soltou a mão de Ollie e foi até ao salão principal, tocando a tela de seu celular para ligar para a mãe do rapaz, que por sorte, estava em Pine Ridge. Não demorou muito para que atendesse.

— Lani... – Com o tempo em que estava com Ollie, se acostumou a chamar a mãe do namorado pelo nome, diferente dos outros do time.

— Oi, Amelia! O que houve? – Pelo tom triste de sua futura nora, sabia que tinha acontecido algo com o casal.

— Lembra daquele veneno em que Ollie foi corrompido? – Engoliu em seco para segurar o choro. – Aconteceu de novo...

— Estou a caminho.

Amelia encerrou a chamada com os olhos marejados, porém, prometeu a si não chorar. O time precisava dela mais do que nunca.

Meu coração
É seu e parece que nunca percebeu
Quando cê foi embora assim amor, doeu
Não faz assim cê sabe eu fico na saudade
Saudade de nós

Amelia estava na sala principal da base com Javi. Ela olhava para uma das telas, de prontidão para ser informada de qualquer anormalidade. Já o seu colega de trabalho do Buzzblast estava adaptando suas roupas e ainda se acostumando com a nova rotina com o braço de ferro.

A ranger rosa e a mãe do ranger azul conseguiram refazer o antídoto, porém, a dosagem do veneno era mais forte que a primeira vez e não obtiveram sucesso. Amelia acabou prendendo Ollie na enfermaria para que não o perdessem novamente, no entanto, ele destruiu todos os móveis do cômodo pela raiva e partiram para outro método: Usar a estátua do tricera para uma limpeza na energia no corpo do ranger azul. Porém, o time tinha que ser discreto, para que as forças do Lord Zedd não localizassem a base.

Enquanto preparavam tudo, os dois aguardavam o sinal da Dra. Akana para soltar o rapaz corrompido, os gritos e barulhos diminuíram conforme o tempo, entretanto, era terrível ouvir o namorado clamando o nome de Amelia de maneira assustadora. Tinha pulso firme para fantasmas, zumbis e vampiros, mas ver alguém que ama naquela situação, era uma sensação que a fazia tremer de medo.

Enxugou as lágrimas rapidamente para não deixar seu companheiro preocupado e respirou fundo várias vezes para engolir o choro engasgado na garganta, passando a olhar fixamente para a porta da enfermaria trancada. Tudo estava acontecendo tão rápido que não se dava ao luxo de se desesperar e precisava ter forças para manter o foco e naquele momento.

Do nada, sentiu uma mão em seu ombro.

Era Javier.

— Quanto tempo você está aqui? – Questionou a moça meio assustada e tomou um susto maior ao ouvir Ollie jogando o que restou de um móvel na porta e gritando.

— AMELIA, ABRA ESSA PORTA!

Jones suspirou fundo para não chorar.

— Eu não consigo me concentrar com o Ollie gritando, tenho medo dessa porta ser destruída com você sozinha... vim te fazer companhia. - Após falar, seu braço de metal se mexeu sem aviso e bateu no braço de Amelia. – Foi mal. – Em seguida, afastou-se de sua amiga e voltou a se concentrar no braço. – Você consegue, Javi! Vai dar certo!

A moça sorriu triste, a dor no seu braço era infinitamente menor que sentia em seu coração. Mas as palavras do cantor aliviaram sua alma por alguns momentos.

— É... vai dar certo...

Até que Aiyon fez um alerta de invasores próximos da base, fazendo sair de sua calmaria e focar em sua parte do plano, dizendo a si em tom baixo.

— Concentra nos fatos, Amelia!

Se eu peço pra te ver
Vem mais perto
Ficar sem te beijar
Eu detesto
Minha vida sem você
Tá muito sem graça
Um dia desses essa saudade me mata

Amelia fechou os olhos e respirou fundo.
Estava deitada na cama do pequeno compartimento que chamou de quarto durante esses dias.

Vamos aos fatos: Estava presa com seus amigos em um planeta desconhecido e muito longe da Via Láctea, seu namorado ainda trabalhando para Lord Zedd, seus capangas propagando o terror e prendendo todas as pessoas da Terra, incluindo equipe de rangers. No entanto, estavam própria base, na qual acabaram descobrindo que poderia se tornar uma nave espacial, ganharam novos poderes, Amelia foi promovida para ranger vermelho e conseguiram recuperar Zayto, se tornando o ranger zenith.

Durante este período, a moça não conseguia dormir direito e era pela noite que chorava silenciosamente pensando em Ollie, sentia falta de suas mãos entrelaçadas, do abraço, dos beijos intensos em que ele não dava em público, do carinho, da voz e até das provocações. A Amelia de dois anos atrás ia surtar com a Amelia atual, se apaixonando pelo garoto em que tanto odiava.

Os soluços queriam invadir além das lágrimas, mas se segurou e ficou respirando fundo até se acalmar completamente. Já que não iria pegar no sono, a repórter colocou a roupa que vestiu durante o dia e saiu do quarto de fininho rumo a cozinha.

Caminhando com cuidado para não acordar ninguém, viu Izzy e Fern dormindo juntinhas e sorridentes, aquela visão fez seu coração doer bastante, mas estava aliviada por nenhuma delas estar no lugar de Amelia, nem quis imaginar como reagiriam. Por outro lado, esta cena a encorajou para ter seu namorado de volta.

Ao chegar a sala de estar, notou que não estava sozinha. Viu Zayto sentado no sofá, chegando a ficar surpreso com sua presença.

— Amelia? Por que não está descansando?

— Não consigo dormir... estou com sede. Quer um pouco? – A Ex-rosada viu seu companheiro concordar com a cabeça e se aproximou da cozinha, buscou uma jarra de água da geladeira, depositando o líquido em dois copos.

— Obrigado. – Zayto pegou seu copo ao ser servido e chamou a amiga para sentar ao lado dele. – Não acho que perdeu o sono só porque está com sede.

— Por que?-  A nova vermelha indagou, tomando um pouco do líquido no copo. – Eu estou bem.

— Você está incentivando todo mundo, mas seus olhos estão tristes...

— É só cansaço... Eu só quero sair de Erridus e voltar para casa.

— Eu não preciso ler sua mente para saber que não é apenas isso... É por causa do Ollie. – Foi a vez dele de beber a água. – Eu percebi que não quis olhar pra Izzy e Fern enquanto estavam conversando, não queria machucar ainda mais o seu coração por conta a felicidade delas, estou certo?

Amelia suspirou e olhou para ele com olhos cobertos de lágrimas, mas engoliu o choro.

— Não tem problema você chorar... isso não te faz menos líder por isso.

A fala do mais velho fez a jovem abaixar a cabeça e chorar baixinho. Zayto acolheu sua amiga e colocou a cabeça dela no próprio ombro.

— Ele faz...falta...- A fala dela veio entrecortada entre soluços.

— Sim, e muita... – O ranger zenith acariciou o braço de sua companheira e permitiu que ela chorasse o quanto quisesse.

Amelia soluçou baixinho e as lágrimas vieram de forma intensa, mantendo os olhos fechados por longos minutos e ficando naquela posição até sua respiração se normalizar.

— Carregar o peso de líder não é fácil, eu te entendo... – O ranger zenith se atreveu a falar a partir do momento que sentiu Jones mais calma.

— Bom, o restante do time está me ajudando a carregar este peso junto comigo, então, está até fácil de lidar. O conselho da Dra. Akana de concentrar em um problema de cada vez está funcionando... – A rafkoniana criada na Terra engoliu a saliva antes de continuar. – Mas... eu sinto cada vez mais distante do Ollie. Por mais que eu saiba que aquela criatura não ser o Ollie que conhecemos... – A voz embargou novamente, mas tentou engolir o bolo na garganta para falar mais. – Está sendo difícil lutar contra ele, juro que estou tentando não machucar tanto, mas, o universo está falando mais alto, porém, eu o amo tanto e não vou desistir dele... – As lágrimas retornaram e sua voz falhou definitivamente.

— Eu também me senti mal por batalhar contra ele. E você está fazendo a escolha certa. O universo é a prioridade neste momento. E ninguém vai desistir do Ollie, eu tenho certeza que vamos recuperá-lo, afinal, nós temos uma líder incrível! - O mais velho apertou o abraço.

— Zayto... – A voz de Amelia ficou trêmula e retornou a olhar para ele. – Para mim, você ainda é o nosso líder. – Sorriu após falar e sentir os dedos dele em seu rosto, limpando as lágrimas.

Se eu peço pra te ver
Vem mais perto
Ficar sem te beijar
Eu detesto
Minha vida sem você
Tá muito sem graça
Um dia desses essa saudade me mata

— Ei, ninguém faz a minha amiga chorar! – A voz da ranger verde deixaram os dois assustados. Não sabia por quanto tempo chorou e desabafou para Zayto.

— Izzy? Fern? – A vermelha retirou a cabeça do ombro do amigo e limpou as próprias lágrimas rapidamente ao ver as duas diante dela.

— Amelia, eu sinto muito, acho que estamos te fazendo mal... não é nossa intenção. – Fern foi logo falando, sentando-se ao lado da ranger vermelho.

— Fiquem tranquilas. – Jones pegou as mãos da nova ranger da equipe. - Vocês se amam muito desde aquela competição. Quem sou eu para impedir a felicidade das minhas amigas?

— Conte comigo para recuperar o Ollie, tamo junto! – A laranja sorriu largo e apertou as mãos de sua líder.

— Não precisa esconder seus sentimentos da gente. Lembra que seu pai falou para cuidarmos uns dos outros? Podemos ajudar nisso também, não apenas em batalha. – Izzy caminhou ao sofá e sentou ao lado da namorada enquanto falava.

— Se eu soubesse que você estava assim, eu deixaria você falar o que sente. – Aiyon chegou repentinamente em semblante sério, se sentando diante da ranger vermelho e deixando suas mãos nas pernas dela.

— Mas, Aiyon... você me permitiu falar, aquela conversa foi boa para nós... diminuiu um pouco do peso. – Foi a vez de Amelia pegar as mãos do ranger dourado, se referindo ao segundo dia em Erridus. Em que uma ex-ranger rosa consolou um certo dourado frustrado e triste por ver seu melhor amigo voltar e perdê-lo novamente em um curto espaço de tempo.

— E se tiver qualquer coisa que a gente possa fazer, estamos aqui por você! - Javi foi o último a se aproximar do time, usando a mesma frase em que falou quando Amelia procurava seus pais. Usou a mão humana para ajudar Amelia a se levantar do sofá, em seguida, todos ficaram em pé.

— Ai, gente... espero que a Solon não fique com ciúmes, mas quero um abraço! – Amelia disse com um enorme sorriso entre lágrimas emocionadas.

— Compensaremos o abraço com ela mais tarde. – Zayto respondeu, aliviado ao ver sua amiga melhor. Após isso, todos se aproximaram para fazer um abraço grupal.

— Vocês são incríveis, a melhor equipe do universo, obrigada! - Passou alguns minutos ali e a líder nunca sentiu tanto amor em sua vida. O peso em seu coração pela falta de Akana havia diminuído consideravelmente. Ao desfazer o ato e mantendo-se no pequeno círculo. – Nossa, já é manhã? – Amelia um biquinho ao olhar o sol nascendo pela janela do cômodo, fazendo todos sorrirem. - Bom, antes de começar o dia, posso fazer uma pergunta para vocês? – Amelia suspirou ao ver todos concordarem em resposta e ficaram atentos.

— Se acontecesse algo com o Zayto ou comigo, quem vocês escolheriam para liderar o time?

O time, incluindo Zayto, ficaram se entreolhando e falaram em uníssono.

— Ollie!


Olha como é lindo esse céu azul
É assim que eu vejo você
Nem nos melhores contos
Nem nos melhores filmes
É só felicidade, bebê

— Mas o que...

Foi o que pensou Ollie Akana após cair de uma explosão e retornar a sua forma civil. Não chegou a atingi-lo fisicamente, porém, tinha algo estranho em sua mente. Seus olhos miraram a estátua do tricera destruída, em seguida, para os causadores da bomba. O que eles pretendiam com isso?

— Ollie, agora você é do bem, né? – Slyther, um dos ex-capangas do Void Knight, estava disfarçado de Squillia, a filha de Bajilia.

— Ah, eu recomendo fortemente que fujamos. – Mucus, a companheira de Slyther falou em direção ao jovem.

Eles estão falando para eu fugir com eles? O impacto da explosão foi tão forte assim? Ou uma das pedras da estátua me atingiu e não notei?

Aos poucos, se levantava do chão, completamente confuso e se recordando de tudo que aconteceu. Aos poucos, o peso na consciência o consumiu.

— Ah, não.. O que eu fiz?

Se lembrava que lutava contra os monstros em Zordnia e foi atingido pelo veneno. Se recordou de todas as batalhas que teve com os seus companheiros, dos planos frustrados, os conselhos de Zedd, as tentativas de Amelia e seus amigos para trazê-lo de volta. As memórias o deixaram em choque, não esboçando nenhuma reação, tanto que não notou que seus salvadores foram atingidos por um raio do inimigo lendário, fazendo Slyther retornar a sua forma original e Mucus, virar gosma.

— Ollie, agora seria um bom momento para nos ajudar. – A fala de Slyther o tirou do transe, apesar de ainda ficar imóvel.

Diante de tantas atrocidades que fez ao lado de Lord Zedd, Ollie sabia que não merecia ser salvo, mas o esforço dos ex-vilões de se infiltrarem na fortaleza do inimigo e se arriscarem por uma pessoa que lutou contra eles anos atrás, mereciam ser poupados. Não ia questionar as decisões de Amelia e os outros. Se houver a oportunidade, questionaria isso diretamente com namorada... quer dizer, ex-namorada, porque ela pode até perdoá-lo, mas achava muito improvável o relacionamento continuar.

Precisava ser cauteloso e aguardou o momento certo para agir.

Sou aprendiz do Zeca Pagodinho
Por isso deixo a vida me levar
Também não tô feliz,
mas sozinho
Vou me organizar

Zedd estendeu o seu cajado e uma forte energia se formava, mirando Slyther, quando estava prestes a golpear, Ollie juntou toda a coragem que tinha e usou o próprio braço para impedir o ataque.

— Meu senhor...

— Garoto... – Alertou Lord Zedd, aguardando um excelente motivo para pará-lo naquele instante.

— Uma simples destruição é muito pouco para eles. – Ollie ouviu o vilão lendário grunhir, mas não cedeu. – Eles traíram o Imperador... eles tem que sofrer! – O ex-ranger encarou o monstro azul de forma assustadora.

— Pera aí, sofrer? Isso quer dizer... não! Você ainda é do mal! - Mucus falou ao retornar a sua forma original.

Ollie estalou os dedos para chamar soldados, que se aproximaram dele.

— Prendam o metamorfo enquanto achamos uma maneira de conter a bola de gosma.

Ao ver os dois fugindo dos peões malignos, o rapaz permaneceu em sua expressão malvada. Era previsível o desespero, mas era a única maneira de ganhar tempo e mantê-los vivos.

— Eu vou dar um jeito de salvar vocês, só aguentem firme.

A gente tá mulher distante
Mas juntos sei no pensamento
Tem muito amor aqui dentro
Saudade, vários sentimentos
Porra, é passageiro
Coração é forte, ele é guerreiro

— O Lord Zedd está fazendo uma tecnologia para virar um Mestre da Morfagem! – Akana esbravejou para a câmera e ao olhar para trás, Zedd havia concentrado uma forte energia em seu cajado e golpeou sem piedade, atingindo o ex-ranger em cheio e batendo contra a parede.

— OLLIE! – Mucus e Slyther se assustaram ao vê-lo cair e até tentaram se soltar, mas sem sucesso.

— Vai se arrepender de ter falhado comigo e me trair, garoto. – O inimigo se aproximou do rapaz enquanto falava. Ollie até tentou responder, mas sua voz sumiu por estar tão apavorado e sem saber o que fazer.  – Vou usar o feitiço contra o feiticeiro, vou fazê-lo sofrer! Prendam este traidor! – Zedd ordenou e saiu da sala principal com Bajilia. Os soldados acataram a ordem e se aproximaram, levantando à força o ex-azulado, que tentou se soltar, mas eles foram mais firmes e prenderam os pulsos do jovem para cima.

— Ollie, você está bem? – Mucus questionou preocupada.

— Estou vivo... – Ollie olhou para as correntes que o prendiam, depois, olhou para o recipiente em que a cogumelo estava. - Estou em dívida com vocês por se arriscarem por mim e me libertarem do veneno. Obrigado. – Suspirou triste após falar. – E me desculpem, eu não consegui salvar vocês...

— Você nos salvou! A gente poderia ter virado churrasquinho e o cabeção de carne ter nos comido! – A ex-vilã expressou seu alívio.

— Seus amigos darão um jeito. Tenho certeza que eles ouviram sua mensagem e virão nos buscar. – Slyther falou confiante.

Alguns minutos de silêncio reinaram. O sentimento de culpa em Akana retornou e as memórias de um Ollie malvado e corrompido repetiam incansavelmente, fazendo um bolo na garganta. Porém, Mucus o fez sair de seu transe novamente.

— Ei! Já que não tem nada para fazer, que tal nos conhecemos melhor?

— É uma ótima ideia! - Slyther concordou.

— Eu não tenho escolha, né? – Ollie engoliu o choro e disfarçou com uma risada. – Eu começo... primeiramente, quem da equipe bateu a cabeça e perdeu parte da memória, convencendo o restante a fazer o mesmo?

— O quê? – Os monstros bonzinhos disseram em uníssono, fazendo Ollie rir genuinamente. - Vou reformular a pergunta: Como vocês chegaram até os rangers, mesmo depois de tudo?

Ambos os monstros finalmente compreenderam e Dr. Sly foi o primeiro a explicar em como sobreviveram a explosão do Nêmesis, tentando seguir suas vidas como humanos e com o circo, até a chegada de Zedd.

Em seguida, Mucus continuou em como o Aiyon os achou na cidade e levaram eles a um esconderijo, o modo em que o dourado falou com os outros que agora eram do bem e até como Zayto a transformou de volta em cogumelo, incluindo o desmaio. Por fim, falou sobre a Bajilia descobrindo o local e que mantia a Squillia presa, até a derrota delas contra os rangers, que ficaram surpresos que a mãe ainda estivesse viva.

Em resposta, o cientista ficou pensativo a respeito de Zayto, porém, não deu para pensar muito, pois um dos capangas de Zedd entrou na sala e achou a arma de Ollie no chão, tendo rapidamente uma ideia.

Se isso amor é verdadeiro
Foda-se os contratempos

— Ei, eu ordeno que me tire daqui. – O rapaz preso retornou a expressão maligna. – Uns palhaços me confundiram e acabei preso. Preciso chegar até Lord Zedd, ele precisa de mim!

O monstro vermelho se aproximou dele e apontou a arma para as algemas, porém, o ser maligno chutou as costelas de Ollie, fazendo gritar de dor, não podendo encolher seu corpo devido as mãos acorrentadas e muito menos se defender.

— OLLIE! – Os ex-vilões exclamaram preocupados.

— Bela tentativa, panaca..., mas o Lord Zedd já me falou que você traiu ele. – Em seguida, gargalhou de forma perversa.

Em resposta, Ollie aguentou tomou toda a dor para si e transformou em força, segurou as mãos sobre as correntes e começou a friccioná-las em uma tentativa de esquentar e em consequência, quebrar. Em uma pequena esperança de fazer algo de bom, em meio as maldades que fez.

Se eu peço pra te ver
Vem mais perto
Ficar sem te beijar
Eu detesto
Minha vida sem você
Tá muito sem graça
Um dia desses essa saudade me mata

— Isso tem que ser alguma coisa...

Ollie falou em sua mente, observando novamente para as armas que tinham no momento. Bajilia fez uma armadilha para os rangers e para proteger o time, Zayto usou o restante de sua magia oriunda dos Mestres da Morfagem e retornou a rede. Pelo choque de perder o melhor amigo de novo, Aiyon desmaiou. Eles se dirigiram a nave e permaneceram no espaço para traçar a próxima estratégia.

O rapaz voltou a se concentrar uma das telas da base, fazendo um projeto rápido de montar cada arma para virar um grande detonador, para voltar a ação e destruir o Lord Zedd. Porém, seu foco foi desviado por duas mãos abraçando seu corpo e o apertou. Ollie mordeu o lábio inferior para não gemer de dor, se afastando um pouco do abraço. Ele ainda não havia se recuperado totalmente do chute, que deixou um roxo na costela.

— Me desculpa, eu não sabia... – Era Amelia, com a feição desesperada. – Vou cuidar disso...

— Não prec... – Não deu tempo de o cientista olhar para trás e completar a frase, a vermelha já correu em direção a cozinha, pegando uma compressa gelada e alguns panos, fazendo o resto do time estranhar tal atitude. Ollie a seguiu com o olhar, uma vez que a dor não conseguia pensar direito.

— Aqui está... – Amelia ficou por trás dele, puxou-lhe as mãos para retirar o casaco preto, colocou delicadamente a compressa por baixo da camisa em que ele vestia, após encontrar a área dolorida. – Quero que nosso gênio da tecnologia faça uma arma bem poderosa para arrasar com o Zedd. Prometo uma grande recompensa. – Em seguida, piscou para Fern, Izzy, Javi e Solon, que estavam em uma mesa próxima. Eles entenderam a mensagem e a dinossauro saiu discretamente da sala principal para preparar o presente.

— E o que... seria...? – Ollie perguntou entre gemidos de alivio, não deixando de sorrir envergonhado com as ações de sua namorada, enquanto relaxava com o gelo agindo em seu corpo.

— É surpresa! – A menor riu sapeca, ficando ao lado dele para olhar a tela. – E eu vou te ajudar com a arma... e com a sua dor. Foi o Zedd?

— Bom, vou precisar de algumas opiniões a respeito do detonador... – Ollie se virou com cuidado e retirou a compressa de sua costela, acariciando a mão gelada de Amelia, em seguida. – E foi o cretino que estava com o meu blaster. Ele me chutou enquanto estava aprisionado, ele já virou história. Agora, vamos nos concentrar?

Por fim, Ollie olhou para a namorada determinado ao vê-la concordar em resposta. A dor havia diminuído consideravelmente e conseguiu retomar o foco que precisava. Com a ajuda da namorada e dos amigos, o projeto e a obra final foram finalizados em tempo recorde.


Se eu peço pra te ver
Vem mais perto
Ficar sem te beijar
Eu detesto
Minha vida sem você
Tá muito sem graça
Um dia desses essa saudade me mata

— Amelia, já conseguimos a localização exata do Zedd.– Javi caminhou em direção a sua amiga, fazendo Izzy e Fern se agruparem, já prontas para batalha.

— E ele já deve estar fazendo a transferência. A partir de agora, todo cuidado é essencial. – Ollie alertou.

— Vamos fazer o maior churras em que esse universo já viu. – Izzy disse confiante.

— E com todas as nossas armas juntas, tem tudo para dar certo! – Após falar, Fern uniu suas mãos, esperançosa.

— Essa é a maior batalha que já tivemos, vai ser difícil derrubá-lo, mas não será impossível. Mas antes, faltou alguém receber a surpresa... – Amelia sorriu para seu time. Todos se entreolharam e concordaram, deixando Ollie confuso.- Solon, tá pronto?

— Achei que a tal hora certa nunca fosse chegar, querida. – Solon respondeu cômica e entregou para Amelia uma pequena caixinha azul clara com lacinho branco. O restante da equipe ficou mais próximo do casal.

— Não acha que é uma hora muito errada para...

— Oliver Akana. – Amelia o interrompeu, fazendo ele suspirar meio irritado. Odiava ser cortado. - Em nome da equipe, receba este presente por tudo que fez por nós até agora. – Amelia iniciou a fala.

— Não estamos bravos pelas coisas que aconteceram nestes dias. E estamos felizes por tê-lo de volta. – Javi falou sorridente ao amigo.

— Espero que você goste, da mesma maneira que gostamos. – Foi a vez de Izzy comentar.

— E não aceitamos devolução! – Fern finalizou.

Ollie pegou a caixinha e abriu. Era o orbe cósmico do tricera. Em seguida fechou novamente e tentando entregar de volta para sua amada.

— Eu não posso fazer isso...

— Qual é? – A repórter se aproximou e segurou as mãos de seu par. – O detonador é quase todo mérito seu. É claro que você pode! – Ela notou que ainda não tinha o convencido. - Estaríamos perdidos se não fosse por você, o Billy está ocupado com sua equipe libertando as pessoas pela Terra. Ele mesmo me alertou que te resgatar seria uma missão arriscada, até sugeriu esperar outras equipes para ajudar. Não era uma ideia ruim, mas decidimos lutar com todas as nossas forças para tê-lo de volta e faríamos de novo, sabe o porquê? – Amelia ajeitou o rosto dele para mirar o olhar dele. – Você é necessário e imprescindível para a equipe, nós precisamos de você... eu preciso de você... – Colocou as próprias mãos no rosto do namorado e deu um selinho rápido. – Eu te amo, Oliver.

— Eu também te amo, Amelia... – O rapaz respondeu emocionado.

— Awwwww! Que bonitinho! – O resto dos rangers e Solon reagiram a declaração de maneira fofa e foram ovacionados. Até Izzy e Fern ficaram de mãos dadas e se olharam rapidamente.

— Essa é a oportunidade perfeita para você mostrar ao Zedd que não nasceu para ser do mal. Seremos o pior pesadelo dele. – Amelia finalizou com um sorriso, ao ver o olhar determinado de seu amado.

— Zayto não iria se importar que você usasse o morfador dele. – Solon se aproximou, com o objeto que pertencia ao ranger zenith em mãos, retirando o orbe do t-rex e guardando na mesma caixinha azul. – Podemos pedir ao Billy fazer mais uma, quando tudo isso acabar. – Todos concordaram com a afirmação.

Amelia usou sua telepatia para fazer um tutorial rápido de como se transformar para Ollie, além da lembrança de uma líder que tinha um time incrível e todos escolheram um certo alguém para ser o segundo no comando.

—Tudo pronto? – Amelia perguntou de forma mais séria.

— Oi? Que história é essa? – O cientista não sabia se ficava feliz ou irritado, ambos pelo tamanho da responsabilidade.

— Gente. – Amelia se virou para seu time. – Se acontecesse algo com o Zayto ou comigo, quem vocês escolheriam para liderar o time? – Todos, inclusive a própria, apontaram para o ranger azul, que ficou tímido com tanta consideração. – Considere o Aiyon e Zayto apontando para você também. – Murmurou baixinho, se virando de volta para ele.

— Obrigado por não me abandonarem, meus amigos - Ollie concordou corajoso e sorriu para cada um dos membros, falou para si antes de se teletransportar para o local em que Zedd se encontrava.

— É hora de salvar o universo!


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