Assinado: Admirador Secreto - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - O Admirador Secreto




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Jorge Cavalieri já havia feito aquilo seis ou sete vezes antes, mas mesmo assim sentia o estômago gelado de nervosismo. Talvez porque em todas as vezes em que deixara um bilhetinho como aquele, assinado como “admirador secreto”, na mesa de Marcelina Guerra, sua paixonite suprema, ele a viu fechar a cara ao encontrar o bilhete, amassar o papel depois de ler e jogar no lixo com raiva.

Porque será que Marcelina reagia assim?

Será que ela achava que era zoeira de alguém e não um gesto sincero de carinho?

Bem... Levando essa hipótese em consideração, Jorge se tornou ainda mais determinado em continuar deixando os bilhetes até que sua musa entendesse que aquilo era real. Muito real.

Mas naquele dia Marcelina o surpreendeu, assim que o garoto se virou para sair da sala e aproveitar que restava do intervalo deparou-se com ela parada em frente a porta, encarando-o com uma expressão assassina.

— Você. — ela praticamente rosnou a palavra, falando entredentes.

— C-c-calma, po-por favor. — o jovem Cavalieri gaguejou, recuando conforme sua ainda incrivelmente linda musa se aproximava com olhar feroz.

Marcelina o agarrou pela camisa e empurrou contra a parede do outro lado da sala assim que chegaram perto o bastante.

— Eu vou perguntar só uma vez e é melhor você me dar uma resposta direta, entendeu? — ela disse devagar para ter certeza de que suas palavras seriam perfeitamente compreendidas, só continuando a falar depois de receber um aceno trêmulo com resposta. — Você gosta mesmo de mim, moleque?

Jorge estava mais nervoso do que já estivera em qualquer outro momento de sua vida. Não esperava ter que revelar a sua identidade tão cedo, no entanto nunca seria capaz de mentir para aqueles olhos castanhos. Nem que eles não estivessem tão turvos de raiva e assustadores.

— S-sim. Muito. — respondeu, tentando soar firme sem muito sucesso.

— Certo, certo. Então escuta aqui, seu moleque engomadinho. — Marcelina murmurou, apertando ainda mais o tecido da camisa entre seus dedos. — Eu não gosto de joguinhos e muito menos de enrolação. Então me chama pra sair de uma vez ou para de desperdiçar o meu tempo.

Jorge apenas encarou sua paixonite por alguns segundos, tentando forçar seu cérebro a voltar a funcionar e processar aquela frase.

— An... Er... Tá bom. — respondeu por fim ainda com a voz trêmula, mas sem gaguejar, então engoliu um punhado de coragem a seco e perguntou. — Você quer jantar e ver um filme comigo sexta-feira?

Marcelina o olhou de cima a baixo devagar e afrouxou os dedos ao redor da camisa dele, produzindo um barulhinho baixo com a garganta, algo como “hmm”.

— Ainda não tinha reparado em como você é gatinho. — constatou, finalmente largando o tecido e passando as mãos sobre ele tentando desfazer os amassados que causou. — Seguinte: você vai me buscar as sete horas em ponto, sem atrasos, vamos comer pizza com queijo, porque sem nem é pizza, e você vai escolher um filme divertido. Nada que seja meloso. Entendido?

Embora Marcelina estivesse bem menos assustadora agora, Jorge ainda ficou atordoado demais para responder de imediato, pois aquela pose toda firme e mandona de sua musa fez o sangue se concentrar em uma parte de seu corpo um tanto quanto longe do cérebro.

— C-com certeza. Entendi. — murmurou finalmente, ainda colado à parede mesmo que já estivesse livre para se mexer.

— Ótimo. — Marcelina sorriu de forma tão doce que o contraste fazia parecer que sua irmã gêmea do mal havia saído da sala e ela surgiu instantaneamente para substituir, então se virou e caminhou calmamente para a porta da sala.

— Espera. — Jorge pediu quando ela estava quase tocando a maçaneta, atraindo as íris castanhas de volta para si. — Temos um encontro mesmo ou eu alucinei por um instante?

Marcelina revirou os olhos e riu. — É sério.

— Ai Deus. — ele respondeu, sorrindo tanto que mal cabia em suas bochechas.

— Olha... Eu não tenho nada contra bilhetes, só não suporto joguinhos. — explicou com uma expressão serena, até um pouco envergonhada. — Então, sei lá... Se ainda quiser me deixar cartinhas, só... Assina, tá?

Jorge conseguiu segurar um “sim, senhora” na beira dos lábios por muito pouco, então pigarreou e disse. — Pode deixar.

O tal encontro foi maravilhoso e acabou com um beijo de boa noite muito intenso, que de novo fez o sangue se concentrar em pontos muito específicos do corpo de Jorge. E dessa vez em Marcelina também.

E depois houve outro, outro e mais outro encontro. No fim os dois acabaram namorando e desde o início ficou muito claro quem mandava naquela relação.


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