O debilitado rei Aerys II Targaryen, muito magro, caminhava com dificuldade por um corredor. Ao seu lado, o acompanhando, vinha lentamente um cavaleiro da Guarda Real, vestia a tradicional armadura de escamas esmaltadas brancas com o manto branco pendendo em suas costas. Ambos param diante uma suntuosa porta de carvalho escuro, ricamente entalhada com intricados motivos florais e heráldicos.

  A manhã cinza havia chegado, o dia amanheceu, mas a forte chuva impedia que os raios de sol adentrassem a Câmara do Pequeno Conselho. No teto um candelabro gigante de cristal ilumina a sala, lançando uma luz suave sobre a longa mesa de reuniões.

Os conselheiros pararam de cochichar quando a porta se abriu e viram surgir o rei Aerys II, um incomodo silencio tomou conta do lugar, somente o barulho do fogo queimando na imensa lareira esculpida em mármore branco continuava a se ouvir:

— Continuem, podem continuar a sussurrar pelas minhas costas! Não é porque eu cheguei que devem parar! Disse Aerys sentando-se na grande cadeira estofada de veludo na cabeceira da mesa de mogno polido.

— Vossa graça! Temos notícias da rainha! Disse Varrys, o Mestre dos Sussurros.

— Descobriram que ela fugiu? Que irá se juntar com o filho e dar início a uma nova Dança dos Dragões? Os olhos violeta do rei fitavam a todos com suspeita.

— Vossa Majestade, a pouco chegou um corvo... e ele trazia a mensagem de que lady Rhaella foi sequestrada, que para termos elas de volta com vida, teremos que entregar o lendário Caldeirão Mágico de Yeen, das irmãs Bruxas de Sothoryos. Interrompe Grande Meistre Pycelle.

— Elas? Perguntou Aerys dando uma gargalhada histérica.

— Lady Jeyne Swann e sua septã também desapareceram! Disse Barristan Selmy, o cavaleiro da Guarda Real que veio acompanhando o rei e que agora estava parado ao seu lado.

Novamente um longo silêncio toma conta da sala.

— Leia a mensagem sir Barristan! Ordena o rei emotivo, chorando.

— Caro Aerys. Tenho algo que é de grande importância para você: sua amada rainha Rhaella. Mas só a libertarei em troca do Caldeirão de Yeen. Não subestime minha determinação ou inteligência. Entregue o caldeirão na próxima lua cheia, no coração da Mata do Rei. Você tem uma escolha a fazer Aerys. Pense bem e aja com sabedoria. Assinado Simon Toyne. Leu o alto cavaleiro com seus olhos azuis claros.

Os murmúrios de preocupação ecoaram na sala. O conselho estava ciente das histórias sobre o caldeirão mágico, mas até então eram apenas lendas.

— Estava mais pra tigela enferrujada, aquilo desapareceu a anos... nunca mais foi visto! Mas, O Grande Meistre Munkun deve ter escrito alguma coisa a respeito, irei procurar. Falou o meistre Pycelle

— O que Simon Toyne pode estar querendo com este caldeirão? Ouvi dizer que ele é o líder da Irmandade da Mata do Rei! Disse Lorde Qarlton Chelsted, o Mestre da Moeda.

— Não me importa! Encontrem os responsáveis, quero vê-los queimando! Encontrem-nos e tragam eles até mim para queimá-los! Aerys estava tendo um ataque de raiva e Barristan o observava, reparando nas suas longas unhas amarelas como garras. O cavaleiro pensou em como a insanidade do rei aumentou após o desafio de Valdocaso. E o rei continua citando teorias conspiratórias e querendo punir a todos com fogo: - Quero ter o prazer de vê-los queimando vivos! Gritava agitando sua longa barba e seus longos cabelos desgrenhados.

Twin Lannister olhou para o conselho, seus olhos cheios de preocupação e determinação, chegou a hora de agir. A busca pelo Caldeirão Mágico de Yeen e a investigação sobre a Irmandade da Mata do Rei começariam imediatamente. A segurança da rainha estava em jogo, e a mão do rei não mediria esforços para trazê-la de volta.

A reunião continuou, com planos sendo traçados e estratégias sendo discutidas. A jornada em busca do Caldeirão de Yeen começaria, e o destino de Westeros estava em jogo.