Tudo que não pudemos dizer escrita por Little Alice
Notas iniciais do capítulo
Domais: Refrear, reprimir; domar paixões, impulsos.
— É trabalho — respondeu, o rosto corando. — E você? Se sente incomodada com tudo isso?
— Um pouco. Eu nunca quis viver um romance — confessou. — Sei que é estranho, mas...
Melissa suspirou, interrompendo-se. Não costumava falar disso com ninguém, sobre sentir-se diferente dos demais. As pessoas, em geral, queriam romances avassaladores. “Quando o assunto é amor, não domais o coração”, lembrava-se de ter lido uma vez. No entanto, Melissa nunca sentiu qualquer centelha em seu peito. Talvez, o fato de pensar que jamais seria compreendida por um homem contribuísse... Não sabia ao certo.
— E quanto a um novo amigo? Acha que poderia querer?
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Oi, gente.
1. A palavra de hoje tinha um bom significado, mas a conjugação... 2ª pessoa do plural? Sério? Quem usa vós? Acho que nem Machado de Assis se brincar.
3. Eu não disse isso no capítulo, pois esse termo e entendimento ainda não existiam na época (embora pessoas assim pudessem obviamente existir), mas imaginei a Mel como demi (espectro da assexualidade, em que a pessoa precisa desenvolver algum laço afetivo para conseguir sentir atração). Eu não tinha pensado nisso inicialmente, mas isso foi ficando claro enquanto eu escrevia esse capítulo. Por isso ela se sente diferente. Como nunca teve a oportunidade de desenvolver um laço afetivo com um cara, também nunca conseguiu sentir qualquer interesse. Eu sou demi, então fiquei particularmente feliz por a Mel ser demi. É só um detalhe, não vai ser suuuper trabalhado na história, mas achei legal compartilhar o insight.
Beijos e até a próxima :*