Tudo que eu deixei escrita por alegrrdrgs


Capítulo 5
V




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Todo mundo fica com medo de sair depois que a Tainá morreu, mas como quando aconteceu a gente perdeu metade da comida, depois de umas três semanas não dava mais para ficar com fome. Ninguém quer ir, e eu me pergunto se vou encontrar o Luiz zumbi de novo, mas na real o clima está ruim demais e eu simplesmente não quero mais ficar dentro do prédio então digo que vou. O Moisés diz que vai comigo, e a Bruna decide ir também para ajudar. Assim ficamos separados em três e quatro pessoas.

O que é foda é que: não existe isso de matar zumbis.

Eles já estão mortos, então esse lance de dar um tiro na cabeça e ele magicamente cair no chão é mentira hollywoodiana. Eles são tão filhos da puta que nada para eles. Pode ser só uma mão, mas ela vai continuar avançando. É claro que a gente poderia desmembrar eles, mas não é fácil e nem rápido porque eles tem corpos humanos (meio apodrecidos, mas ainda assim). Não é fácil e rápido cortar os ossos de alguém, não. Acho que daria para tocar fogo e seria mais rápido, mas não tem como ter controle para onde ele iria enquanto pega fogo então outras coisas acabariam queimando.

Além disso, a gente não tem armas. Tem, tesouras de escritório, estiletes, e uns pedaços de madeira das camas. Essas "armas", é claro, foram para logo no começo quando a gente achou que o mundo ia virar uma coisa meio madmax encontra the walking dead e a gente ia precisar se defender dos malucos. Mas não tem maluco nenhum além de nós mesmos. Então a gente não costuma andar com nada disso e fica tudo jogado em um canto do escritório

De qualquer jeito, a gente vai pro shopping. Não tem zumbi nenhum na rua, mesmo assim todo mundo corre bem rápido com medo deles aparecerem. Eu não consigo evitar ficar olhando para todos os lados para ver se encontro o Luiz, mas não vejo sinal dele. Dentro do supermercado, eu fico vasculhando tudo para ver se tem como entrar em outra loja por lá mesmo. Tinham várias lojas abertas e só algumas fechadas, então eu quero conseguir entrar do supermercado, que eu sei que não tem zumbis, para uma loja fechada, que não teria zumbis também.

Eu simplesmente preciso trocar de roupa, ou pelo menos uma calcinha nova. Não tem condição nenhuma de continuar, nenhum de nós na verdade. Então eu penso que se conseguisse ir pro terraço do shopping, deve ser mais fácil entrar por uma das clarabóias ou duto de ventilação ou alguma coisa assim. Mas quando eu comento com os outros dois eles ficam me olhando como se eu fosse completamente louca, e dizem que a gente precisa voltar logo antes que ficasse escuro (ainda é cedo, mas acho que todo mundo ficou meio traumatizado com a morte da Tainá. Se os zumbis conseguiam pegar ela então nada impedia de pegarem a gente também).

Eu tenho pensado obsessivamente sobre isso, me concentrado nisso para não pensar em outras coisas. Até sonhei que fazia compras com a Bruna em um mundo pré-apocalipse, como se estivéssemos em um desses filmes em que adolescentes ficam fazendo compras sem se preocupar em quem vai pagar o cartão.

Eu falo isso para os dois, que dão uma risada baixa.

O Moisés espera a Bruna se afastar e me pergunta se eu tô bem. Ele deve ter lembrado do meu surto na última vez que vim com ele fazer as compras e espera que eu fique doida de novo. Mas eu digo que sim, que só tinha me assustado no outro dia mas estava bem.

Acho que ele não acredita muito, mas também não insiste.

*

Eu tô deitada no meu quarto conversando com o José (ele também é fã de harry potter, então às vezes a gente tenta lembrar de todas as falas do filme porque esse é o único "cinema" disponível) quando o Moisés entra. Ele pergunta se eu quero mesmo tentar entrar em alguma loja do shopping pelo telhado. Ele é o que foi lá mais vezes desde que tudo começou, então acho que faz sentido que ele seja quem vai me ajudar.

O José se intromete antes que eu possa responder e diz que é doidice e a gente não devia tentar porque não valia a pena. E ok, eu também acho que é um pouco de doidice mas absolutamente tudo na minha vida pelo último ano foi uma doidice, então eu não posso aguentar toda essa doidice com uma calcinha limpa? É isso que eu falo e ele responde e eu repito as palavras exatas que ele diz: "você que sabe". E sim, inferno, eu que sei. Em que momento eu não soube? Me estresso com ele, e o Moisés também porque ele só fala que se eu quiser tentar a gente precisa ir logo enquanto está cedo.

Me dá uma raiva tão súbita do José que eu não aviso para ninguém que a gente está saindo, só escalo a porra da janela para sair e o Moisés vem comigo. Eu penso que ele provavelmente deve ter avisado alguém.

Eu deixo ele passar na frente. A gente vai direto pro supermercado, e só precisa correr um pouquinho de um zumbi, mas ele era lento e estava sozinho então tudo bem. Eu nunca mais vi o Luiz aqui depois da primeira vez, e às vezes me pergunto se ele foi para outro lugar ou se eu imaginei que ele estava aqui. Talvez eu tenha imaginado, confundido ele com algum outro adolescente morto-vivo.

O Moisés me fala que ele já trabalhou no supermercado, então sabia como chegar do depósito de lá até o terraço perfeitamente. Eu pergunto por que ele não tinha me falado isso antes, se eu já tinha dado a ideia, mas ele disse que foi porque ele nunca pensou em ir para uma loja de lá, e no dia que eu falei não dava tempo de tentar.

Em resumo a gente passa pela parte de frios (que estão mais do que tomados de fungos e tem um cheiro forte e horrível) e de lá para uma porta de rolar que dava para as rampas de caminhão, por onde chegava a mercadoria. E então sobe uma escada na parede, que teria me dado medo antes. Ela é alta e não tem corrimão, é uma dessas escadas que tem só os ferros cimentados na parede e você vai escalando. As rampas estão bloqueadas então os zumbis ficavam bem longe da gente. Pelo menos aparentemente, mas eu não fico tempo suficiente para descobrir se eles conseguem subir ou não.

A gente sobe e sobe e sobe, e é só aí que eu constato como o nosso condicionamento físico é uma piada. Eu chego ofegante no terraço, e preciso parar e respirar um pouco pra me recuperar.

O terraço de lá é bem mais bonito que a laje do prédio. E bem mais triste também. Dá para enxergar bem mais longe na cidade, e ela inteira está estática como se fosse uma pintura. Não tem nada. Óbvio, já que todo mundo tinha morrido. Nem um movimento, nem um barulho, nada. O mundo tinha mesmo acabado e só sobramos nós e o silêncio.

Não que eu já não soubesse disso.

Mas ali, observando, parece uma fotografia. O tipo de foto que eu veria em um livro de história: bonita e triste e alheia a mim.

Na varanda telada de um prédio próximo, um zumbi me olha e tenta se aproximar, mas ele é impedido pela tela. Os zumbis são bem burros, e mesmo assim conseguiram acabar com a gente. O que isso não diz da extinta raça humana?

Mas é bem bonita a vista, com o sol banhando tudo. Eu fico parada um pouco, admirando, e pergunto pro Moisés se ele já tinha ido lá nesse tempo. Ele diz que não, que só entrava correndo, pegava a comida e saia correndo, mas que quando trabalhava lá ele subia sempre. E ele parece bem saudoso, então eu acredito.

Dá para enxergar o prédio de lá, do outro lado da rua. Eu brinco que a gente devia colocar uma tirolesa lá, ele ri e eu também. É estranho rir de novo. Rir de verdade, não um sorriso infeliz ou uma risada nervosa. Mas lá em cima não tinha como nenhum zumbi chegar. Eu até penso por um segundo que a gente devia se mudar para lá, mas claro que foi a emoção do momento. A logística seria terrível. Mas ali no alto, longe de todo o ar abafado e o calor e a sujeira e os rostos infelizes dos meus colegas, é como se eu finalmente conseguisse respirar.

Finalmente, a gente encontra uma sala que, pelos nossos cálculos, é de uma loja de departamento e tem uma clarabóia. A gente bate a cabeça pra tentar descobrir se é a claraboia certa, e eu me sinto tentando resolver uma equação da escola. Ele chuta o vidro para quebrar, o que é muito mais difícil do que parece, e então eu pulo para dentro primeiro, tomando o cuidado de mirar a queda para não cortar os meus pés descalços. Era o escritório da gerência ou alguma coisa assim, uma sala fechada. Quando eu olho ao redor me assusto com a minha imagem em um espelho enorme, que ocupa uma parede, e dou um grito. O Moisés pula, apressado, ao ouvir meu grito, e depois eu preciso ficar calada por alguns segundos, respirando até que consigo explicar para ele que a morta viva na sala sou eu.

A gente enrola o tapete onde o vidro caiu e empurra ele para um canto, assim eu não me corto mais que o necessário. Ele me ajuda a sentar no sofá para ver se cortei muito os pés, e reclama que eu devia usar um sapato. Eu lembro ele que é exatamente isso que a gente está tentando fazer ali, e não penso ou comento sobre eu gostar de ter ele me segurando, e como parece natural.

A loja está escura, então a gente tem muito cuidado com os zumbis. Não é um breu, mas é fácil se distrair. Os meus pés doem um pouco, e eu deixo pequenas manchas de sangue por onde ando, mas digo a mim mesma que é como uma trilha de pães, e assim vai ser fácil achar o caminho de volta. Eu e o Moisés fomos um do lado do outro, devagar, olhando tudo ao redor. Tinham alguns zumbis. Perto do caixa, especialmente, mas quando eu percebo o estado dos corpos, eu me dou conta do que aconteceu ali.

Chamo o Moisés, mas quando ele vê, me vira de costas e me entrega uma cesta que estava no chão. Ele me diz pra não prestar atenção nisso.

Os corpos devorados, mas ainda vivos, e as portas trancadas, o ar abafado da loja, me dizem que esses zumbis comeram a si mesmos porque não tinham mais ninguém. Não conseguiram sair e espalhar a morte. Mas por algum motivo eu não deixo de me sentir mal, como se eu enxergasse eles como pessoas, e não como zumbis.

Mas é perigoso pensar assim. Por tantos motivos... E o Moisés sabe, então ele pega uma cesta também e me fala para pegar várias coisas. Brinca que ele vai pagar.

A gente começa devagar, escolhendo, selecionado. Mas em pouco tempo a novidade de estar ali me deixa feliz e eufórica, e ele também. Ele corre, pegando tudo que alcança, e quando eu me aproximo dizendo que consigo pegar mais coisas que ele, ele corre para o outro lado.

Eu pego todas as calcinhas de uma arara, passo a mão em camisas e tudo que eu vejo sem olhar o tamanho ou modelo. Quando a minha cesta fica cheia eu corro de volta pro escritório, sempre alerta para onde o Moisés estava, e ele também comigo. A gente enche umas 5 sacolas, e descansa.

O segundo round é menos eufórico. Ele me acompanha enquanto eu experimento tênis e sandálias, e quando eu escolho um modelo nós decidimos levar sapatos para todo mundo. Sapatilhas para a Bruna, uma sandália para o José. Tênis para a Maria e a Carol. Eu brinco que ele deveria pegar um salto caro para a Ana, mas ele balança a cabeça e pega uma sapatilha igual à da Bruna para ela, e diz que ela não gosta.

A gente enche uma sacola com sandálias de vários tamanhos. Várias sacolas com pijamas e blusas e vestidos, roupas de todos os tipos e tamanhos. Eu me sinto tão feliz que até pego shorts iguais da lufa-lufa para usar com o José. Eu contorno os funcionários zumbis sem olhar para eles quando vou ao caixa pegar as sacolas.

Aí o problema que fica para nós dois é como que a gente vai sair da loja. Quando a gente volta para a sala por onde entrou, já está ficando escuro. Não escuro o suficiente para nos impedir de voltar, mas nós dois estamos exaustos e com os braços doendo, então a gente decide dormir ali mesmo.

Eu me sinto exausta e feliz, com a adrenalina a mil no meu corpo. Então eu dou uma gargalhada e ele também, por que qual a porra da probabilidade de que eu ia acabar trancada numa loja de departamento brincando de fazer compras, estendendo um colcha de cama no sofá para dormir? O mundo só fica mais e mais bizarro.

*

Estamos os dois deitados na sala pela qual entramos, eu quase dormindo, quando confesso que queria ter sido mais assim antes de tudo acontecer. Ele me pede para explicar, e eu digo que passei tanto tempo sendo uma mãe responsável que eu nunca fui uma jovem idiota. Ele me diz que gostava de quem eu era antes e também gosta de quem eu sou agora, mas logo fica calado e nós vamos dormir.

A gente dorme, eu no sofá e ele na mesa do escritório forrada com travesseiros e colchas de cama. Eu abro a janela antes de dormir, para deixar o ar entrar, e a sala fica ainda mais fria que as caixas de concreto do prédio durante as noites de chuva. É estranho fazer tanto esforço físico, porque eu já estava completamente acostumada com ficar o dia inteiro na inércia. Então a gente simplesmente capota, dorme muito pesado mesmo. Eu nem penso no pessoal do prédio ou como eles vão se preocupar se a gente não voltar no mesmo dia.

Eu durmo pesado MESMO, e faz meses que eu não conseguia dormir assim. Acordo só uma vez de madrugada, choramingando de frio, e eu sinto ele me cobrir de novo com o lençol. Quando acordo de novo o céu já está num tom colorido de azul e cinza, e o Moisés está de pé na janela olhando o sol nascer. Isso não é tão incomum, porque como não tem energia e a gente não gasta os fósforos, todo mundo dorme bem cedo e acorda bem cedo também.

Mas tem alguma coisa diferente nele, eu não sei. O jeito como o perfil dele parece trágico e bonito contra o céu, como uma dessas fotos da internet no mundo pré-apocalipse. Ou o jeito como ele se vira para mim apesar de eu não ter dito nada, adivinhando que eu acordei. Eu não consigo decifrar a expressão dele, o seu olhar. E aí ele sorri e eu sorrio de volta, fingindo não perceber o que está acontecendo. E eu também não quero perceber. Eu me esforço pra não perceber.

Ele espera eu me levantar, e eu só consigo pensar, ao me olhar de novo no espelho, como eu não me reconheceria nem em um milhão de anos. A garota que eu já fui, com uma disposição juvenil e aparência saudável, simplesmente não existe mais. E não é só sobre os muitos quilos a menos, as olheiras, a palidez ou o cabelo quebrado. O meu olhar mudou, tudo em mim mudou. A minha aura mudou, teria dito a Miranda. Ela teria me dado cristais para limpar a minha energia negativa, e eu teria revirado os olhos. Quando eu coloco a mão no bolso eu sinto o quartzo ali, mesmo depois de todo aquele tempo. Eu não teria me desfeito dele nem que a minha vida dependesse disso.

A gente coloca uma cadeira em cima da mesa, e ele pula de volta para o terraço. Então eu entrego as sacolas e, quando elas acabam, ele me puxa pela mão, e eu ignoro o que o rosto dele contra o sol nascente, e a mão dele na minha, causam em mim.

Ao invés disso, eu digo que deve ser mais fácil arremessar as roupas ali de cima do que fazer todo o caminho de volta com aquelas sacolas. Eram só quatro andares, então não ia ser tão difícil. A gente atravessa o terraço para ficar em frente ao prédio, vai amarrando as sacolas como uma bola para jogar para a laje no outro lado da rua.

As primeiras ficam muito leves e caem no meio da rua, as segundas muito pesadas e a gente não consegue arremessar. Aí a gente descobre a quantidade ideal (5 peças) e faz várias bolas de roupa. Os sapatos chegam perfeitamente, mas pelo menos um terço das roupas caem na rua. Uma habilidade que eu não sabia que tinha: arremessar bolas de roupa do terceiro andar de um shopping para a laje de um prédio do outro lado da rua. Depois que acaba, não tinha muito o que fazer, então a gente fica esperando o dia clarear mais um pouco, sentados com os pés balançando no ar.

Ele me pergunta se em algum dia eu imaginei que estaria naquela posição, praticando arremesso de roupas de cima de um prédio cercado de zumbis, e eu dou uma risada. Porque é claro que eu não imaginava. Quem imaginaria?

Sentados no terraço, eu pergunto por que ele tinha decidido fazer compras àquela altura do campeonato, e ele responde que precisava fazer alguma coisa diferente ou ia se jogar pro próximo zumbi que aparecesse. E que queria cuecas limpas, também. E que nunca teria pensado nisso se eu não tivesse falado. O que é uma boa justificativa, considerando-se que eu estava na mesma situação. Um risco idiota e que a gente absolutamente não precisava ter corrido, mas meu Deus, como foi bom.

A gente consegue descer pelas escadas de novo. Eu pego alguns baldes antes de sair do supermercado, porque água nunca é demais, e a gente corre de volta. Todo mundo está PUTO quando a gente volta. A Ana mais que todo mundo, óbvio, e eu jurei que ela ia matar o Moisés. Assim, eu não tiro a razão, porque eu faria o mesmo se o meu namorado me deixasse no meio do apocalipse e voltasse só no dia seguinte.

Quem briga comigo mesmo é a Bruna, mas quando a gente diz para eles que tinha roupas limpas e novas todo mundo corre para a laje e começa a separar. A Maria e a Ana choram de emoção, só de poder vestir uma roupa limpa, e eu me deito um pouco afastada deles, na sombra, porque todo aquele esforço me deixou cansada demais. Mas eu fico feliz, apesar de tudo, pelo menos mais feliz do que eu achei que fosse voltar a me sentir um dia. Talvez seja só a adrenalina mesmo.

Eu ainda tô deitada quando o Moisés se aproxima e senta do meu lado, sem perceber quando a Ana mostra uma blusa para ele, também parecendo exausto. Ele diz que a gente precisa fazer isso de novo algum dia, porque fez um milagre no humor dele. Ele sorri e eu sorrio de volta e digo que fez um milagre para mim também.

O José se aproxima de nós dois, uma expressão desconfiada, me perguntando se eu não quero escolher as roupas. Eu digo que sim e saio com ele só como uma desculpa para sair dali, para me afastar, mas quando olho para trás Moisés ainda está parado no mesmo lugar, me olhando com a expressão cansada e abatida, que é a nossa expressão normal de todo dia, mas sorrindo para mim também, apesar de tudo isso.

 


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