Marinette e Adrien são melhores amigos, desde sua tenra idade. Eram inseparáveis, até tudo mudar.

Quando o corpo dos dois adolescentes cresceu e junto veio os “hormônios.”

Adrien ficou mais bonito, alto e diferente. Foi então que a garota entendeu o que eram aquelas borboletas no estômago. Marinette estava tendo uma queda por ele. Não foi difícil aceitar aquilo, o difícil era encarar o amigo como sempre.

Então depois de um ano escondendo o que sentia, Marinette decidiu que ia se confessar pra ele..mas..

— E..eu..g..gosto de vo–.. cê..

Ela mal conseguia olhar para seu rosto refletido sobre o espelho. Marinette estava treinando para o dia que contaria seus sentimentos.

Era mais difícil do que Marinette pensava.

Olhar para si mesma falando aquilo na frente do espelho fez as bochechas incendiarem pela vergonha que estava sentindo.

— Ei! Vai demorar muito na merda do banheiro?

Uma veia saltou sobre a testa da garota e logo ela deixou de lado seu constrangimento.

— Eu ainda não terminei, por que você não vai no quarto dos nossos pais?!

— Por que esse é o mais perto do meu quarto! Anda sai fora. 

A contragosto, Marinette abriu a porta e deixou seu irmão mais velho entrar, Marcos. 

O café da manhã estava lindo, era até difícil querer comer quando a beleza do pão e do bolo eram tão incríveis.

Mas sem delongas prolongadas seu irmão não mediu esforços para enfiar metade de um pão na boca e engolir.

As bochechas dele estavam explodindo e ele parecia um esquilo. 

O garoto não precisou de muito senso para não perceber que sua irmã o estava julgando.

— Coma logo. — Disse com a boca cheia de pão.

— Não fale com a boca cheia, seu porco. — Marinette revirou os olhos.

Marcos deu de ombros e continuou a comer seu café tranquilamente.

O café da manhã era sempre agitado com os irmãos. Os pais viviam trabalhando fora e só eles podiam cuidar de si mesmo.

— Vamos.

Marcos levantou da cadeira e pegou as chaves do carro. 

Marinette não demorou nem um segundo e o seguiu logo atrás. 

Diferente das manhãs agitadas com o irmão, o caminho até o colégio era calmo.

Quando os dois chegaram na entrada cada um foi para sua sala. Marinette estava no segundo ano, já seu irmão no terceiro.

Os passos da garota começaram a ficar lentos, ela não queria ir tão cedo para a sala. Enquanto todos estavam correndo de um lado para o outro Marinette estava muito focada em pensamentos.

Então mesmo que quisesse desviar da pessoa que se chocou contra ela. Ela não pôde. Era pra ser apenas um encontro de braços, mas Marinette se atrapalhou com algo no chão e levou a pessoa junto ao piso do colégio.

Para piorar a situação, a posição que os dois estavam não era das melhores. Marinette estava em cima do rapaz com cada mão em volta do rosto dele.

Verde oliva.

Os olhos dele não tinham afeto algum.

Frio.

— Er…me desculpa! 

Marinette saiu de cima dele e se curvou totalmente envergonhada. Ela chegou a se desculpar mais vezes e até perguntou se ele estava bem. Marinette também chegou a tirar o pó da camisa dele. Mas com um gesto sem delicadeza alguma o rapaz afastou suas mãos.

Suspiro.

Marinette levantou seu olhar e o observou direito. Cabelo marrom castanho. Alto, talvez ele estivesse na faixa de 1,80.

— Está tudo bem, não é como se eu não estivesse acostumado com gente estúpida. — Falou com um sorriso falso nos lábios.

Ele não deu a ela qualquer outra palavra e virou indo embora.

“Que cara grosso!”

Pisando duro, Marinette caminhou para sua sala antes que a Sra. Olga a expulsasse da sala, a mulher odiava atrasos.

Não vendo a professora na sala, Marinette entrou e caminhou para sua mesa.

— Oii Marinette. — Alya se jogou contra o corpo de Marinette e a prendeu em um abraço de urso.

Alya podia ser a segunda melhor amiga, mas era sua única amiga garota. Para ela, Marinette contava coisas que ela não podia para Adrien.

— Alya..oi.

— E então..como vai a operação "love"? 

As bochechas da garota ganharam uma cor rosada ao lembrar das tentativas no espelho.

— Não tão bem..

— Mari..eu tenho fé que você vai conseguir dizer o que sente pelo Adrien..

— O que tem eu?

Imediatamente Marinette perdeu a cor de seu corpo, ficando branca como o papel.

— Ops..— Alya comentou com um sorriso acanhado.

— Er..bem..

— Chega de papo, sentem em seus lugares.

Nunca Marinette ficou tão feliz ao ver o rosto azedo de Olga, a professora de física. Carinhosamente apelidada de bruxa pela maioria da turma.

Ao ver todos sentados e calados. A mulher voltou a falar.

— Certo, agora que todos estão em seus lugares, eu gostaria de apresentar um aluno novo.— Olga caminhou até a porta e falou algumas palavras baixas com a pessoa que estava lá fora esperando.— Como é seu primeiro dia, vou deixar você entrar, mas saiba que eu odeio atrasos. Agora se apresente e escolha um lugar para sentar.

Quando a pessoa que estava fora da sala entrou, um burburinho começou a rondar as mesas. Mas não durou muito, todos ficaram calados ao verem o olhar de Olga.

— Bom dia, meu nome é Lian Rossi. É um prazer conhecer todos vocês.

Para todos ele era um cavalheiro muito educado, mas aquele sorriso falso não enganou Marinette. 

Quando a aula da Sra.Olga acabou todos ficaram em volta de Lian. 

— Você é aquele modelo super famoso da Itália?!

Chloé se aproximou da mesa onde estava Lian.

— Claro que sim estúpida. Ele e filho do presidente da Rossi Company. Eu conheço seu pai, digamos que nossos pais são bem amigos.— Chloé deu um sorriso pretensioso, fazendo a maioria das garotas da sala se sentir inferior. Era uma habilidade nata fazer as pessoas se sentirem desconfortáveis.

Marinette revirou os olhos.

“mimada.”

— André Bourgeois. Claro, meu pai já me falou da muito da sua família. Estou ansioso para sermos amigos.— Lian sorriu.

Marinette afastou o olhar quando percebeu que ele a estava encarando.

Lian não afastou o olhar mesmo enquanto falava com toda aquela gente em sua volta. 

“Hmm..”

(...)

Quebra de tempo.

4 meses passaram voando. Coisas boas e ruins aconteceram na vida de Marinette. Ela estava se saindo bem no colégio. Mas ela ainda continuava sendo a mesma Marinette de sempre. 

Ela ainda não conseguia dizer o que sente por Adrien. 

“Quem eu quero enganar..eu nem estou tentando dizer..”

Então, naquele dia, Marinette prometeu que ia tentar chamar atenção de Adrien.

Com uma coragem louca, a garota se maquiou e se vestiu de como custumava se vestir.

Olhar para seu rosto maquiado e seu cabelo solto fez Marinette entrar em pânico. Ela estava prestes a tirar quando Marcos bateu na porta.

— Marinette está pronta? 

— Er..não…eu não posso..

— Como assim?! Vamos entrar atrasado por sua causa. O que você tanto…

Faz..

Marcos abriu a porta e se deparou com sua irmã com uma roupa diferente do custume, com os cílios longos, delineado nos olhos, lábios rosados, bochechas levemente vermelhas. Estava vestida com uma camisa preta uma saia quadriculada listrada em marrom e preto. Por último usava uma bota de cano curto marrom de camurça.

Oh.

Marcos abriu a boca chocado.

—...

Marinette esperou qualquer insulto vindo dele, mas nenhum chegou.

— Diga alguma coisa!

—..tipo o que exatamente? 

— Qualquer coisa!

— Bem.. você tá diferente.

— Eu vou tirar..

— Deixa de ser idiota, você tá bonita, ok.. contente?

Um sorriso brotou nos lábios de Marinette, era difícil receber um elogio vindo do irmão. Ele sempre dizia que ela era parecia o grito quando acordava.

Foi por um momento mas Marinette se esqueceu como era ter vergonha. Ela só se tocou quando eles chegarem no colégio.

— Você não vai sair?

— Marcos..eu não quero entrar! Me deixa ficar aqui..

— Sai logo daí.

Sem medir esforço o rapaz arrancou Marinette do banco de passageiro e a jogou para fora.

— Seu..seu..eu te odeio! — Marinette correu para dentro do colégio e se escondeu dentro do banheiro.

“ir, não ir, ir, não ir, ir”

Decidida ou não, Marinette saiu do banheiro e caminhou para sua sala.

— Senhorita Marinette, você pode me fazer um favor?— Aquele em sua frente, era o professor de Artes. Jean.

Um senhor alto de olhos verdes acinzentados. Cabelo curto e grisalho. 

— Claro professor do que precisa?

— Você pode levar isso para a sala de Artes? Me desculpe, minhas costas estão doendo muito.

Marinette engoliu seco ao ver aquele tanto de quadro branco na mão do homem mais velho. Mas ao ver o rosto dele, ela sabia que ele não estava mentindo e prontamente segurou os quadros na mão.

— Pode deixar comigo.— Marinette fez um joinha com a mão e seguiu caminho para a sala de aula.

“Falta só um pouquinho..”

Ouch!

Por azar do destino alguém passou por Marinette a fazendo derrubar os quadros no chão.

— Não olha por onde anda..hã? Olha só quem temos aqui, a garota desastrada. Você passou por na cara, parece um palhaço. — Chloé apontou para o rosto de Marinette com as unhas feitas. 

— Foi mal, eu não te vi aí. — Marinette teve que suprimir a vontade de xingar Chloé. Ela já tinha decidido que não cairia nos joguinhos dela. 

— Até que você tem algum senso de moda. 

“isso e um elogio vindo dela?”

Marinette se agachou e começou a colocar os quadros sobre as mãos. Enquanto colocava pegava de um por um, alguém se agachou e ajudou a carregar.

E era ninguém menos que Lian Rossi.

Por que?

“Talvez ele não seja tão ruim assim..”

— Obrigada…

Assim sem mais nem menos, Lian empurrou todos os quadros que já estavam na mão de Marinette. E mais uma vez os quadros estavam espalhados pelo chão.

“Que..”

— Por que…qual o razão para isso?

Lian sorriu.

— Eu não gosto de você, e apenas por esse motivo.