Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 9
Capítulo 9




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Com as visitas regulares ao Dr. Jones, as coisas sobre gravidez ficaram um pouco mais claras para Aziraphale e Crowley, e nesse interim, a Muriel também.

Os sintomas iniciais se passaram, sem mais enjoos ou apetites malucos, mas deram lugar às repentinas crises de choro. Era comum encontrar a sra. Crowley fazer uma pausa em sua leitura para derramar algumas lágrimas.

—Está tudo bem, anjo? História muito triste? – perguntava seu marido, com uma leve preocupação no seu tom de voz.

—Não, é que... eu acredito que sim, mesmo assim... – ela fungou, tentou se recompor – há uma parte estranha de mim que me diz que não deveria chorar tanto, mas a outra parte... simplesmente quer chorar... e eu não posso evitar...

—Tem um lado seu que sempre quer chorar, e sem ofensa, é uma coisa que faz parte de você e sinceramente, eu adoro tudo que faz parte de você – ele aproveitou para um elogio, numa tentativa de tranquilizá-la.

—Obrigada... – ela disse num suspiro, que de repente, se tornou num choro, chegando a apertar sua garganta.

—Mas qual o problema agora, Aziraphale? – ele se aproximou dela, segurando sua mão.

—O elogio me deixou constrangida... – ela explicou entre soluços.

—Tudo bem – Crowley acabou a abraçando – segundo o doutor, essas reações são comuns, certo? Apesar de você não ter hormônios...

—Parece que o bebê me fez tê-los, de algum jeito – ela respirou fundo, sua voz mais clara e calma agora – me desculpe por isso.

—Está tudo bem, sério – ele a assegurou – como eu disse, ser sensível faz parte de quem você é, e se o bebê é sensível como você, está tudo bem pra mim.

—Muito obrigada, querido – Aziraphale conseguiu responder, mais calma.

Com um pouco de tempo e paciência, a sra. Crowley conseguiu se acalmar e compreender de onde vinha seu choro, chegando até mesmo a controla-lo na medida certa. Porém, outra coisa entrou em seu campo de ideias: se em breve haveria um bebê na livraria, eles precisariam de um lugar e coisas para o bebê.

No meio da noite, Aziraphale se levantou e andou até um cômodo específico, não tão grande quanto ela estava começando a desejar que fosse, mas que tinha um espaço significativo que ela simplesmente não podia ignorar. Olhou para as caixas e mais caixas que se empilhavam ali, tentando substituí-las por um berço, prateleiras, um guarda roupa com roupinhas, brinquedos e livros, certamente livros para o seu filho. O pensamento e a visão acabou lhe arrancando lágrimas, mas ela as deixou cair sem culpa. Eram de felicidade, certamente.

Dando falta da esposa, Crowley foi procura-la imediatamente, encontrou-a encarando o quarto um tanto bagunçado com a mesma expressão doce e adorável de quando amava alguma coisa.

—Aqui não seria perfeito pra um quartinho pro bebê? – ela explicou sua contemplação.

—Um quarto pro bebê... – ele repetiu, um tanto atônito.

—Sim, ele vai precisar de um lugar pra ficar, um lugar especial e feito exatamente sob medida para ele – acrescentou sua esposa.

—Óbvio, isso é óbvio, depois que ele nascer... o que ainda vai demorar uns meses – ele apontou.

—Eu sei que vai demorar uns meses, mesmo assim, tem algo que me impulsiona a organizar tudo agora, eu até consigo ver o rostinho do bebê e tudo mais... – ela voltou a falar com o ar sonhador.

—Não me entenda mal, mas aí tem uma imagem que começa a me assustar – ele foi sincero, apesar de soar cauteloso também.

—Assustar? – Aziraphale estreitou as sobrancelhas, confusa com o termo.

—Bom, é que o bebê vai estar literalmente aqui, aí é que vamos pôr em prática todo nosso conhecimento prévio de como cuidar de bebês, de verdade, e é aí que... enfim, você sabe – Crowley tentou resumir, mas sem conseguir ser muito claro.

—Vamos ver se vamos ser bons pais ou não – ela concluiu, se sentindo comovida com a preocupação dele – bom, nesse caso, vou lhe dar o conselho que deu a mim, deixe para se preocupar com isso quando o momento certo chegar, eu sei que posso ser apressada, no entanto não posso hesitar ficar empolgada com arrumar o quartinho.

—E é todo direito seu, como mãe – Crowley chegou a sorrir, de forma simples e sutil – não se preocupe comigo, Aziraphale, vou seguir seu conselho.

—Obrigada – ela assentiu – e se lembre, nós estamos juntos nessa.

—Juntos, como sempre estivemos – ele completou.

Ela assentiu mais uma vez e se inclinou para beijá-lo.

Aziraphale nunca foi de se olhar muito no espelho, mas acabou criando uma auto apreciação por suas formas e curvas depois do casamento. Foi justamente por essa observação que notou o crescimento progressivo da barriga. Uma pontada de insegurança a provocou por um mini segundo, a fazendo acreditar que estava enorme como um hipopótamo, mas o pensamento ruim logo tratou de desaparecer quando ela se lembrou de quem estava crescendo ali.

Ela se virou de lado em frente ao espelho, com uma mão nas costas e analisando a curva da barriga, um pouco maior agora. Orgulhosa de seu bebê, ela sorriu e decidiu usar algo que destacasse justamente as condições de estar grávida no momento.

Foi então que, ao abrir o armário, percebeu que não tinha muito que se encaixasse com o que ela procurava. Uma ideia iluminou sua mente, e tendo que se vestir de qualquer maneira, colocou um dos seus típicos suéteres de tweed, com uma calça dessa vez, e decidiu partir rumo à uma compra que renovasse seu guarda-roupa. Ao vê-la tão animada, Crowley tentou deduzir o que estava acontecendo com a esposa.

—Aonde você vai com tanta pressa e alegria? – ele precisou perguntar.

—Eu decidi comprar umas roupas novas, vou precisar, afinal, o bebê está crescendo! – ela respondeu, de fato, muito alegremente.

—Parece divertido, posso ir com você? – ele ofereceu companhia.

—Claro! – ela sorriu, aceitando a proposta.


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