Quem mais? escrita por Lura


Capítulo 1
Capítulo Único




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Depois que Lucy, Natsu e o restante do time fizeram o trajeto de volta de Elentir para Earthland, não estranharam realmente encontrar os demais membros da guilda ainda em Drameel, na mesma hospedaria em que estavam quando foram transportados para outra dimensão.

Logo, não foi surpresa nenhuma que tivessem ocupado a taberna da estalagem para festejar  qué sobreviveram a mais uma parcela da missão de cem anos. Não que eles precisassem de um motivo para comemorar, em primeiro lugar, as farras sendo característica registrada e incorrigível da Fairy Tail.

O que eles não calcularam, foi que a narrativa a respeito da batalha com Selene, o “Dragão da Lua”, ficaria ofuscada pela curiosidade geral em relação à vida de suas contrapartes de Edolas.

Pensando bem, não poderiam culpá-los, realmente. A ideia de saber a respeito de uma variação da própria existência, atiça a curiosidade de qualquer um, fomentando as complexas reflexões a respeito das escolhas que tornariam a vida diferente.

Ainda, havia aqueles que conheceram a versão Edolas de Fairy Tail com os próprios olhos, mas não puderam vê-los em uma segunda oportunidade. Lisanna mesmo, perguntou com carinho a respeito de todos com os quais conviveu nos dois anos em que passou na dimensão alternativa, ao passo que Gajeel tornou-se um tanto carrancudo por ninguém ter tido contato com sua contraparte dessa vez. Ou talvez por não obter a confirmação que, mesmo em outro mundo, sua vida estava atrelada a de Levy.

Nem todos reagiam bem ao modo de vida de seus sósias, no entanto. 

Os relatos mal haviam começado quando Erza fugiu, constrangida, sob o olhar confuso de um Jellal, que ainda se encontrava por ali apenas para desfrutar da companhia dela. 

Claro que ele compreendeu a fuga da mulher tão logo as notícias sobre Mystogan passaram a ser compartilhadas. 

O mestre Makarov, estava particularmente interessado em saber do bem estar do filho que havia definitivamente retornado ao mundo de origem, sorrindo com nostalgia ao recordar tudo que ele fizera enquanto associado à guilda. Mas os relatos a respeito do rei de Edolas, logo chegaram ao ponto de sua estranha relação com a Capitã da Segunda Divisão de Cavaleiros Sagrados, Erza Knightwalker, mulher outrora comparada ao demônio que, atualmente, vestia-se publicamente de empregada, em submissão ao monarca, e oferecia seu traseiro para ser punido sempre que acreditava merecer repreensão. 

Não demorou muito para Jellal seguir o exemplo de Erza e desaparecer, um rubor crescente indisfarçável em seu rosto.

O prêmio de melhor reação, certamente, poderia ser atribuído a Juvia, que caiu desmaiada ao saber que em Edolas sua contraparte e a de Gray não apenas haviam se casado, como ainda tido um filho. Um sorriso de júbilo adornava seu rosto inconsciente enquanto era socorrida por Wendy, e embora Gray sentisse que realmente deveria tentar ajudá-la, não tinha coragem o suficiente para encará-la depois disso. Ou a qualquer dos colegas de guilda que riam ao seu redor.

Contudo, não foi o fato das versões alternativas  de Juvia e Gray terem um filho que mais surpreendeu os membros da Fairy Tail, mas sim saber que Edo Natsu e Edo Lucy haviam formado sua própria família.

A informação levou todos à loucura e fez com que explodissem em uma onda de euforia e zoações, mas enquanto a maga celestial permanecia mortificada entre Cana e Mirajane em suas versões mais maliciosas e zombeteiras, o dragon slayer do fogo mantinha-se alheio ao constrangimento da situação.

— Você não parece estar incomodado com o fato da sua versão de Edolas ter tido uma filha com a versão da Lucy de Edolas — Laxus comentou, tanto pensativo quanto admirado.

— Por que eu ficaria? Eu gostei da Nasha — respondeu com simplicidade.

— Gostou tanto que queria trazê-la junto — Happy contou, entre uma mordida e outra do peixe que consumia.

— Isso é impressionante, de muitas maneiras — Kana observou, lamentando a sorte da amiga maga celestial, por ter um interesse amoroso em potencial que, mais que nunca, provou-se alheio a assuntos sentimentais. Natsu não reconheceria um romance nem que ele dançasse pelado em sua frente.

Tanto que, interpretou de maneira errada a sua colocação.

— O que tem de impressionante em gostar da Nasha? — questionou. — Não é normal eu gostar de uma criança que cheira como Lucy e eu?

Silêncio total.

Mas Natsu, claro, não compreendeu a razão de seus companheiros de guilda piscarem incrédulos em sua direção, e muito menos de Lucy parecer estar a beira de um desmaio.  

Happy teve que impedir-se de rir da ausência de perspicácia do amigo, mas estava se divertindo demais para tentar esclarecer a situação de qualquer maneira.

Coube a Gajeel, como pai iminente e jovem mais experiente, tentar trazer um pouco de noção ao outro dragon slayer:

— Não, Salamander — começou —, não é você gostar da pirralha que é esquisito, e sim não estranhar que, no outro mundo, teve uma filha com a Lucy — explicou.

Natsu, no entanto, apenas o encarou como se não acompanhasse seu raciocínio.

— Você ao menos tem noção do que isso significa? — o dragon slayer do ferro perdeu a paciência. — Se todos em Edolas são uma contraparte das pessoas de Earthland, e lá você e Lucy têm uma filha, isso quer dizer que eventualmente terão essa criança aqui! — explicou, ignorando os gritos histéricos da maga celestial, que imploravam para que ele parasse.

Somente então, o semblante do dragon slayer do fogo relaxou em compreensão.

Compreensão, apenas. Não havia um pingo de constrangimento ali, para a estupefação geral.

— Isso não te perturba? — Gray foi quem expressou o sentimento compartilhado por todos ali. Ele próprio ainda estava tentando digerir a realidade de ser pai num futuro não muito distante. — Não te incomoda saber que um dia você vai ter uma filha com a Lucy? — inquiriu, exasperado diante da indiferença do companheiro de time.

Lucy gemeu de vergonha e parecia prestes a realmente chorar, ao passo que Natsu, para a consternação dos amigos, apenas deu de ombros, antes de falar de supetão:

— E com quem mais eu teria?

Independente do grau de comprometimento da frase, o dragon slayer do fogo permaneceu com a feição inocente e ignorante, enquanto os demais mantinham as bocas escancaradas pelo choque.

Menos Lucy, é claro. Esta também teve que ser socorrida por Wendy, pois finalmente fora visitar Juvia no mundo da inconsciência.


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