Rainbow 5 escrita por Lee George


Capítulo 28
Um plano




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A manhã no vilarejo natal de Di e Lea seguia com uma serenidade enganosa, pois a tensão envolvendo o Stalker e os acontecimentos recentes ainda pairavam como uma sombra sobre elas. Di e Lea corriam pelas ruas de terra e pedra, afastando-se do templo onde encontraram as respostas que buscavam, mas também desencadearam novos enigmas.

Os uniformes recém-vestidos das garotas da Rainbow 5 resplandeciam, destacando-se como armaduras para a batalha que se aproximava. Di ostentava um traje de látex branco, adornado com detalhes em azul que percorriam seu corpo com uma elegância inigualável. Proteções metálicas brancas envolviam suas coxas, conferindo uma mistura única de beleza e força.

Lea, por sua vez, trajava um uniforme rosa, delicadamente contrastando com a determinação refletida em seus olhos. Proteções almofadadas moldavam-se sobre seus seios e ombros, criando uma imagem que mesclava graciosidade com a promessa de resistência. Juntas, as duas formavam um duo formidável, cujas silhuetas destacavam-se contra o cenário pitoresco do vilarejo.

Enquanto corriam, a preocupação pairava sobre elas como uma névoa densa. A incerteza sobre como enfrentar Parker Jun permeava seus pensamentos. Di, normalmente impetuosa, sentia uma sombra de hesitação diante do desafio que tinham pela frente. Lea, mantinha-se reservada, mas a determinação em seus olhos não passava despercebida.

"Di, o que faremos sobre Jun?" Lea quebrou o silêncio, a voz suave ecoando nas ruas vazias.

Di diminuiu a velocidade, lançando um olhar pensativo para sua companheira. "Não sei, Lea. Ele é poderoso, e não podemos subestimá-lo. Precisamos de um plano, algo que o pegue desprevenido."

As duas pararam em uma encruzilhada, contemplando as opções diante delas. A quietude da manhã contrastava com a tempestade que se aproximava em sua jornada. Enquanto discutiam estratégias, a realidade implacável de suas vidas como idols e a ameaça do Stalker se misturavam em um desafio monumental.

Di olhou para Lea, um brilho determinado em seus olhos. "Vamos enfrentar isso juntas, Lea. Somos mais fortes quando estamos unidas. Seja lá o que aconteça, não deixaremos que ele nos divida."

Lea assentiu, uma expressão de confiança se formando em seu rosto. "Estamos juntas, Di. Vamos encontrar uma maneira de superar isso e proteger as nossas amigas, mas precisamos de um plano, ou pelo menos saber onde ele está."

No emaranhado de ruelas silenciosas do vilarejo, Di e Lea confrontavam a dura realidade da intrusão em suas vidas. Seus uniformes brilhavam como a coragem que habitava os seus corações, mas a incerteza do que os próximos passos reservavam persistia. Em meio à quietude, Lea rompeu o silêncio novamente.

"Di, você está com seu celular ou carteira?" Lea questionou, a preocupação marcando sua voz.

Di franziu a testa, uma sombra de perplexidade em seus olhos. Ela buscou rapidamente dentro do uniforme, batendo as mãos rapidamente, mas a busca foi em vão. "Não estou com nenhum dos dois. Você está com os seus?"

A resposta de Lea foi um mero balançar de cabeça negativo. Uma realização súbita fez Di apertar os lábios em desagrado. "Jun deve ter ficado com nossos aparelhos e carteiras. Ele pensou em tudo para nos isolar."

A tensão crescia entre elas quando Lea, com olhar perspicaz, propôs uma solução. "Minha casa está próxima, e agora está vazia. Meu pai está no escritório a essa hora. Podemos pegar alguns pertences lá e formular um plano."

Di assentiu, reconhecendo a lógica na sugestão de Lea. "Vamos até lá, então."

As duas garotas da Rainbow 5 romperam o silêncio do vilarejo com seus passos apressados. As ruelas estreitas pareciam esticar-se à medida que se aproximavam da casa de Lea, e a perspectiva da incerteza envolvia-as como uma névoa persistente.

Ao chegarem à residência de Lea, um casarão espaçoso e muito bem decorado que testemunhara sua infância e aconchegara memórias familiares, a tensão se misturou com a familiaridade. A porta rangeu quando Lea a abriu, revelando os corredores vazios e as salas silenciosas.

"Rápido, Di. Vamos pegar o que precisamos e traçar nosso próximo passo." Lea sussurrou, guiando Di pelos corredores familiares.

Di admirou a quietude da casa, agora um refúgio temporário em meio à tormenta. O olhar atento de Lea detectou as primeiras luzes do dia filtrando pelas janelas, lançando um brilho suave sobre os móveis familiares.

Enquanto reviravam gavetas e armários em busca de algum tablet ou notebook, Di pôde sentir a presença do Stalker como um espectro invisível rondando o perímetro de suas vidas. A casa, outrora cheia de calor e segurança, tornara-se um abrigo momentâneo, onde as garotas decidiriam os rumos de sua luta iminente.

A manhã projetava os raios solares nas paredes da casa de Lea quando as duas garotas se reuniram na sala. Lea, com semblante determinado, sentou-se no imponente sofá de couro que seu pai tanto gostava, próximo a um aparelho de telefone fixo que estava em uma pequena mesa. Seus olhos encontraram os de Di, compartilhando a seriedade do momento.

"Di, você sabe que precisamos de um plano… eu tenho um e será perigoso", Lea começou, sua voz firme e calma.

Di engoliu em seco, os olhos fixos em Lea, um misto de apreensão e coragem estampado em sua expressão. "Diga-me o que está pensando."

Lea respirou fundo antes de revelar o plano arriscado. "Lembre-se do número de telefone de Jun?"

Di assentiu, a lembrança dos momentos compartilhados com Jun ressoando em sua mente. "Sim, claro. Mas por quê?"

"Porque você vai ligar para ele", Lea declarou, e um silêncio pesado pairou na sala.

Di franziu a testa, perplexa. "Ligar para Jun? Lea, ele é o inimigo aqui. Por que deveríamos chamá-lo de volta para o vilarejo?"

Lea olhou nos olhos de Di, a intensidade em seu olhar transmitindo a gravidade da situação. "É aí que está o plano. Se queremos afastá-lo das outras, precisamos atraí-lo de volta. Ele vai voltar para cá se achar que ainda pode recuperar o controle sobre nós. E é aí que vamos pegá-lo."

Di piscou, processando as palavras de Lea. A ousadia do plano ecoava no silêncio tenso da sala. "Você está sugerindo que eu ligue para ele, diga que escapamos e esperemos que ele venha até nós?"

Lea acenou, sua determinação inabalada. "Sim, exatamente. Se queremos lutar contra ele, precisamos fazê-lo em nosso território, com nossas regras."

Di, ainda processando a audácia do plano, suspirou profundamente. "Isso é arriscado, Lea. E perigoso. Mas, se é o que precisamos fazer para salvar as nossas amigas das garras dele, então estou dentro."

Di pegou o telefone fixo na casa de Lea e, com uma expressão decidida, discou o número que conhecia muito bem. O aparelho emitiu o tom de chamada, ecoando na sala enquanto Lea observava com expectativa. Após alguns momentos de suspense, a ligação foi atendida.

A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas do quarto de Sing, no alojamento das Rainbow 5, revelando Sing adormecida em sua cama em um sono profundo enquanto seu corpo estava envolto em suor, revelando uma noite agitada para a garota. No entanto, na beirada da cama, Jun estava sentado, enquanto começava a vestir sua camisa social branca, observando-a com uma expressão contemplativa.

O celular de Jun começou a vibrar, interrompendo o silêncio sereno do quarto. Ele pegou o dispositivo e, ao atender, ouviu a voz irônica e desafiadora de Di do outro lado da linha.

"Olá, Jun. Parece que escapamos, afinal. Agora, você está pronto para enfrentar as consequências?" provocou Di, sua voz carregada de determinação.

Jun, surpreso com a reviravolta, questionou com uma ironia calculada. "E como você planeja fazer isso, Di?"

Di, mantendo a compostura, respondeu de forma enigmática. "Ah, você vai descobrir em breve." Sem dar espaço para mais perguntas, ela desligou abruptamente.

Jun, agora intrigado e determinado, decidiu deixar Sing dormindo enquanto resolvia este, que para ele, não passava de um pequeno incômodo. Com um toque suave, ele teletransportou-se para fora do quarto e, em instantes, encontrava-se no topo do prédio ao lado do alojamento, olhando na direção do vilarejo onde Di e Lea haviam se refugiado, um momento após isto, o homem desapareceu no ar.

O sol da tarde espalhava-se pelos arredores do vilarejo enquanto Jun se materializava perto do templo, o local onde a trama havia começado. Ao entrar, deparou-se com um vazio profundo. As correntes que outrora mantiveram Di e Lea prisioneiras agora jaziam quebradas e congeladas no chão, um testemunho silencioso da fuga das garotas.

O homem revirou os destroços com um olhar furioso, sua mente repleta de memórias da noite que passara ali com Di. A raiva e a obsessão refletiam-se em seus olhos enquanto ele encarava os restos das correntes que não foram páreo para os poderes das garotas.

Determinado a capturá-las novamente, Jun deixou o templo e explorou o vilarejo em busca de qualquer pista. Seu primeiro destino foi o antigo parque, onde imaginou que as garotas teriam o seu local seguro. No entanto, o lugar encontrava-se deserto, as risadas dos momentos felizes que tivera ali com Di haviam sido substituídas pelo silêncio.

Sem desistir, Jun seguiu em direção à casa da família de Lea. Ao se aproximar, vislumbrou uma figura sentada na varanda. Era Di, vestida com o uniforme branco e azul que destacava sua figura como uma heroína desafiadora.

"Você realmente acha que pode escapar de mim?" gritou Jun, sua voz ecoando pelo ambiente tranquilo da rua deserta.

Di, com expressão séria, encarou-o sem recuar. "Não estamos mais sob seu controle, Jun. Estamos aqui para enfrentá-lo."

O sol da tarde lançava sombras longas sobre a varanda onde Di e Jun se enfrentavam. O olhar desafiador de Di encontrou-se com a expressão obscura de Jun, ambos imersos em um jogo tenso de vontades.

"Teve dificuldades para nos encontrar?" Di provocou, mantendo-se firme em sua postura desafiadora.

Jun respondeu com uma risada sarcástica enquanto começava a caminhar lentamente em direção à varanda. Seus passos eram calculados, revelando a confiança que ele mantinha em seu controle sobre as garotas. Di não recuou, seu olhar fixo no homem que havia se tornado uma ameaça constante.

A tensão pairava no ar quando Di decidiu confrontar Jun sobre o que restava de seu relacionamento. "Alguma coisa entre nós foi real?"

Jun parou de caminhar e, com um olhar obsessivo, respondeu: "Claro que foi real. E todas vocês pertencerão a mim, Di."

A resposta chocante deixou Di em estado de incredulidade. "O que você quer dizer com 'pertencer a você'?"

Jun, com um sorriso malicioso, começou a relembrar as noites que compartilhara com Di. "Você gostou do que tivemos, não gostou? E suas amigas... elas merecem a mesma felicidade."

Di, agora em choque, perguntou com uma mistura de raiva e confusão: "O que você está planejando?"

O olhar insano de Jun encarava Di, revelando uma parte de seus obscuros planos. Seu tom de voz, tingido de insanidade, ecoava pela varanda enquanto ele descrevia suas intenções.

"Todas vocês serão minhas namoradas, Di. Uma grande família feliz," Jun proclamou, sua voz contendo uma doentia alegria.

O choque estampado no rosto de Di intensificou-se quando Jun continuou, agora mencionando especificamente Di e Lea. "E vocês duas serão minhas parceiras de 'trabalho'. Tenho planos especiais para seus... talentos."

Di tremia, ainda sentada na cadeira, lutando para processar as palavras perturbadoras de Jun. As ameaças veladas e a promessa de manipular seus poderes lançaram uma sombra sombria sobre o destino das garotas.

De repente, Jun desapareceu e, num piscar de olhos, materializou-se atrás de Di. Um grito de surpresa escapou dos lábios da garota quando a cadeira tombou, levando-a ao chão.

O triunfo cintilava nos olhos do homem enquanto observava Di prostrada no chão. Seu sorriso sinistro denunciava a sensação de vitória. A pergunta sobre Lea, acompanhada por um toque lascivo em sua voz, ecoou pela varanda.

"Onde está a sua amiguinha, Di? Já esperei demais por ela," Jun provocou, seu olhar de posse fixo na jovem caída. “Eu tive muitas chances enquanto ela estava desmaiada, espero que ela saiba como me agradecer por ser tão paciente.”

Di, mesmo em meio ao desespero, manteve uma expressão desafiadora. "Ela está em um lugar seguro. Você não vai tocá-la."

Jun riu, uma risada desdenhosa que reverberou pelo ar. "Não existem lugares seguros, querida. E você...", ele avançou, segurando Di pelo braço, "vai voltar para mim."

No entanto, um vislumbre de hesitação cruzou os olhos de Jun, um breve instante de reflexão que surpreendeu Di. Antes que ele pudesse avançar com sua intenção de capturá-la novamente, Di agiu com rapidez. Com a mão livre, ela desferiu um golpe certeiro usando uma pequena lâmina de gelo que acabara de criar.

A lâmina encontrou a têmpora direita de Jun, causando um corte superficial, mas suficiente para interromper sua investida. O sorriso vitorioso de Jun desvaneceu-se, substituído pela surpresa e dor. Di, com um misto de coragem e desespero, encontrou uma brecha na batalha iminente.

A tensão pulsava entre Di e Jun enquanto o sangue escorria da pequena lâmina de gelo, formando uma gota carmesim que caía silenciosamente no chão. A expressão animada nos olhos da jovem idol contrastava com a fúria desmedida de seu Stalker, que se afastara alguns metros após o golpe.

O grito furioso de Jun ecoou pela varanda, seu rosto distorcido pela raiva enquanto ele tentava entender o que acabara de acontecer. "Onde ela está? Onde Lea se escondeu?" Ele exigiu, sua voz ecoando pela varanda.

Di, mantendo-se firme, negou, preparando-se para o confronto iminente. A pequena lâmina transformou-se em suas mãos, crescendo agora para uma arma letal, uma adaga de gelo afiado. Di segurava a adaga com ambas as mãos, pronta para enfrentar Jun.

Contudo, Jun, com uma risada sarcástica, parecia ter decifrado parte do que ocorria. Ele gritou, apontando um dedo acusador para Di. "Entendi! Sua amiguinha está lendo meus pensamentos, não é? Dizendo a você tudo o que estou planejando fazer."

Di permaneceu em silêncio, uma expressão determinada em seu rosto, recusando-se a confirmar ou negar as palavras de Jun.


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