Mareach - A conversa embaraçosa escrita por Lino Linadoon


Capítulo 1
A conversa


Notas iniciais do capítulo

Baseado em umas ideias de que as pessoas (toads, koopas, kongs, etc...) do mundo do Reino Cogumelo, não podem engravidar e os bebês são entregues por cegonhas.
E eu adicionei Toadsworth pq eu adoro ele e ele devia estar no filme!



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   Não era fácil se livrar da atenção de todos os Toads do castelo, sejam eles partes do Conselho, soldados ou outros Toads que trabalhavam no castelo, mas de algum modo, Peach conseguiu fazer tal coisa dizendo que estava cansada demais para lidar com todos seus afazeres. Toadsworth é claro, concordou que ela devia dormir bem e talvez ir dormir mais cedo fosse a melhor ideia; mas ele ainda lançou um olhar para os dois quando Peach chamou Mario para acompanhá-la até seu quarto, e o encanador rapidamente se colocou ao lado dela.

   Uma vez longe dos olhos curiosos dos Toads, Mario tomou a mão de Peach na sua, beijando-a gentilmente, antes de levar seus lábios cada vez mais para cima. A princesa riu, se abaixando para tomar os lábios do homenzinho nos seus. Ele começou doce e gentil, mas em apenas alguns momentos se tornou profundo, os dois respirando com força e se sentindo cada vez mais quentes em baixo de suas roupas.

   Uma porta de repente se abriu no corredor e os dois pularam para longe um do outro como se tivessem se queimado. Uma camareira saiu da sala e sorriu para os dois, que acenaram sem jeito. Assim que a camareira se afastou, os dois se entreolharam e, novamente de mãos dadas, correram para os aposentos da princesa.

   Ao chegarem lá, Peach só deu à Mario alguns segundos para trancar a porta, antes dela se curvar para tomar os lábios dele mais uma vez nos seus, o apertando contra a porta. Mario se derreteu todo, envolvendo a cintura da princesa com os braços e, sem interromper o beijo, Mario guiou Peach até sua grande cama circular.

   Seu cérebro só começou a funcionar direito novamente, quando ele sentiu as mãos da princesa começaram a puxar as alças de seu macacão. Essa era a primeira vez que eles chegavam assim tão longe e ele sabia o que ambos desejavam para aquela noite...

   "Espera!" Ele disse ao finalmente se separar da princesa para respirar.

   "O que?" Peach piscou, seu rosto estava mais rosado que o normal e seu cabelo, sempre tão bem escovado e arrumado, estava um pouco descabelado.

   Mario sentiu seu rosto e seu corpo inteiro esquentar com aquela visão. Tudo o que ele queria era jogar a princesa de novo na cama e a beijar como um homem desesperado, mas ele se impediu.

   "Uh, a gente não tem proteção nenhuma..." Ele disse, um pouco sem jeito.

   "Proteção? Bom, a porta está trancada e você está aqui comigo~" Ela disse isso em um tom baixo, como se ronronasse sensualmente, seus dedos delicados subindo pelo peito coberto do encanador e brincando com o botão da gola de seu camisa. "Do que mais a gente precisa?"

   Mario sentiu como se fosse explodir ou derreter em qualquer momento, especialmente ao encarar aqueles olhos azuis cheios de desejo. Mas ele pigarreou, segurando a mão de Peach na sua.

   "Não, eu quero dizer... Sabe, uma camisinha?" Ele disse com um sorriso embaraçado.

   "Uma camisa pequena?" Peach inclinou a cabeça para o lado, confusa.

   "Não...!" Mario piscou uma ou duas vezes, agora tão confuso quanto ela. Ela estava fazendo piada? Não, sua expressão de confusão era genuína. "Uh, é algo usado pra, você sabe, cobrir... Proteger contra doenças sexuais ou então pra não engravidar, saber?" Ele se sentia um pouco bobo falando sobre aquilo, mas...

   "Engravidar?" Peach repetiu e de repente seu rosto ficou sério. "Espera, você tem alguma doença que pode se espalhar e não me disse?"

   "Não! Não, eu não tenho!" Mario rapidamente se defendeu. "É só por segurança e..." E só então ele processou a primeira pergunta da princesa. Ele a lançou uma expressão confusa e chocada. "Você... Não sabe o que é gravidez?"

   "Não...?" A princesa respondeu, um pouco desconfortável com o olhar que estava recebendo. "Eu deveria?"

   Mario hesitou, sem saber o que dizer, ou o que pensar. Ela tinha de estar brincando com ele, não tinha?

   "Uh... Peach, como você acha que os bebês nascem?" Ele perguntou com um sorriso, realmente esperando que aquilo tudo era uma piada.

   "Eles são entregues por cegonhas." Foi a resposta.

   Mario estava novamente sem palavras. Tinha que ser uma piada! Mas o tom de voz de Peach era tão calma, como se ela estivesse falando de um fato, algo que todo mundo sabia.

   "Sério?" Mario soltou uma risada o que fez as sobrancelhas da princesa se unirem. "Quero dizer, você ainda acredita nessa história?"

   Peach claramente não gostou do tom ou da reação de Mario, seu rosto se tornando mais sério.

   "Acreditar? Elas são bem reais, Mario. Como mais as pessoas teriam bebês?" Ela disse, sua voz tão séria quanto sua expressão e Mario parou de rir. "As cegonhas chegam de noite trazendo pacotes com os bebês para os pais. Eu mesma já vi alguns durante meus passeios noturnos, ou da sacada, vez ou outra."

   Mario encarou a princesa em silêncio por alguns segundos, já conhecendo bem aquele tom de voz, sabendo que quando Peach falava daquele modo ela estava falando sério.

   "Você... Não tá brincando...?"

   "Não." Ela disse simplesmente.

   Mario não sabia em que pensar, era como se seu mundo tivesse virado de cabeça para baixo - embora ele já soubesse que tal coisa tinha acontecido muitos anos atrás, quando ele acabou naquele mundo e naquele reino. Depois de tanto tempo ele já tinha aprendido várias coisas sobre o Reino dos Cogumelos, mas cada dia parecia que tinha algo novo para descobrir. Pelo jeito isso era mais uma dessas coisas...

   Mas cegonhas? Sério mesmo? Era assim que as pessoas tinham bebês? Mas então... Peach não sabia o que era gravidez. Então seres do Reino Cogumelo não engravidavam? Bem, a maior parte do pessoal ali eram cogumelos, então, é, fazia um pouco de sentido, mas...

   "Mario, você está me deixando confusa." A princesa tirou o encanador de seus pensamentos, seu olhar mais suave agora, confuso. "Bebês não são entregues por cegonhas no seu mundo?"

   "Não, eles nascem da mãe deles." Ele respondeu simplesmente, mas aquilo só pareceu confundir mais a outra.

   "Como?"

   "Gravidez!" Mario repetiu e suspirou, tirando o chapéu e passando a mão pelos cabelos. "É... Uh, uma longa explicação..." Tudo o que ele menos esperava daquele dia era ter que falar sobre aquilo com Peach.

   "Bem, você me deixou curiosa agora." Peach disse com um sorriso, se movendo levemente na direção do outro, como que para incitá-lo a continuar falando.

   A mão em seus cabelos desceu para cobrir seu rosto corado por causa do desconforto.

   "Ugh, eu não acho que sou a melhor pessoa para explicar..." Ele murmurou contra sua mão.

   "Você pode acabar grávido?" Peach perguntou em um tom inocente.

   "NÃO! Não" Mario exclamou, sentindo que seu rosto devia estar tão vermelho quanto seu chapéu a esse ponto! E ele usou esse mesmo chapéu para cobrir o rosto, o escondendo completamente. "Eu disse que é a mãe, lembra? Eu acabei de dizer que eles nascem da mãe!"

   "Ah, desculpa, é que as vezes progenitores homens também são chamados de mãe aqui, então você me confundiu." Peach disse de modo gentil, incapaz de segurar uma risada com o modo que o homenzinho se escondia.

   "Ah..." Mario murmurou contra o chapéu, sua voz abafada. "Bebês também são entregues para, tipo assim, casais do mesmo sexo?"

   "É claro!" A princesa disse e Mario podia ouvir seu sorriso. "E ocasionalmente são entregues para pais solteiros também." E seu tom era tão casual e gentil que Mario se sentiu confortável o bastante para mostra o rosto de novo. Peach o lançou um olhar gentil, mantendo aquele tom, deixando que ele se acalmasse um pouco. "Quando uma família está pronta para crescer e está pronta para um bebê, o bebê é entregue à eles, não importa quem, o quê nem onde estão!"

   "Ah, bom, isso é legal, eu acho..." Ele disse, rindo um pouco sem jeito. Mario finalmente ergueu os olhos para a princesa, a encontrando o observando com interesse, seu rosto ainda estava rosado e o cabelo desarrumado, o que lembrou Mario do que eles estavam planejando fazer. O que também o lembrou do que tinha se passado em sua cabeça antes. Seu rosto corou novamente. "Mas, então... As pessoas nesse mundo não... Fazem sexo?"

   Peach o encarou como se não tivesse ouvido e Mario se sentiu estranhamente pequeno em baixo daquele olhar.

   "Mario, você achou que a gente estava vindo pro meu quarto pra tomar um chá da noite?" Peach perguntou, seu rosto e seu tom sem expressão alguma.

   "N-não, eu só--" Ele não terminou, vendo um sorriso surgir no rosto da princesa. Ele suspirou. "Desculpa, é que tudo isso é uma revelação doida pra mim, sabe, sobre como as coisas acontecem aqui."

   "Hm..." Peach ficou pensativa por um momento e Mario pacientemente esperou, embora seus dedos apertassem o chapéu com força. "Então, no seu mundo, bebês são nascidos de suas próprias mães e são feitos através de sexo?"

   "Isso." Mario assentiu.

   "Interessante." Peach imitou o movimento. "Mas como?"

   "A-ah...!" Mario gaguejou, notando que os olhos da princesa estavam novamente focados nele, curiosos. Ele desviou os olhos. "Peach, eu não seu todos os detalhes pra explicar exatamente como isso acontece..."

   "Mas você sabe como acontece?"

   "Sim, um pouco." Mario escondeu o rosto da princesa com uma mão. "Ah, isso é estranho..."

   "É?" Peach não pôde deixar de rir, pegando a mão de Mario na sua para impedi-lo se esconder.

   O encanador desviou os olhos para suas mãos agora unidas, descansando no joelho coberto da princesa.

   "Um pouco, tipo, eu não exatamente como tudo funciona e... Bem, Luigi e eu já recebemos aquela conversa sobre sexo quando éramos pequenos." Ele fez gestos vagos com a mão. "Tudo aquilo dos 'pássaros e as abelhas'..."

   "Pássaros e abelhas?" Peach riu.

   "É um jeito mais infantil para explicar sobre sexo, okay?" Mario não pôde deixar de rir também. "E também tivemos classes de biologia sobre reprodução e... Aulas de educação sexual que foram bem... Desconfortáveis..."

   Peach assentiu enquanto ouvia, apertando os lábios em um biquinho, como ela fazia sempre que pensava profundamente sobre alguma coisa. Mario esperou.

   E então a princesa se mexeu na cama. Ela retirou os saltos que ainda usava, os jogando para o lado e se ajoelhou no colchão, seu corpo e sua atenção totalmente voltadas para o encanador à sua frente.

   "Tudo bem! Então vamos falar sobre isso." Ela disse com um sorriso.

   "Peach!" Mario honestamente queria pular por uma janela sem se importar com o que havia lá em baixo.

   "O quê?" Peach revirou os olhos. "Eu estou curiosa agora! Vai, me conta tudo o que você sabe."

   Mario grunhiu, escondendo o rosto com o chapéu mais uma vez.


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