Amor Demais escrita por Fofura


Capítulo 1
No desespero, nenhuma regra importa




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Fazia um tempo que todos eles não saiam juntos, e Nick teve a ideia de irem beber num bar depois de dois casos que tiveram naquele turno. Uma mulher morta nos bastidores do Circo de Soleil e um homem morto na festa de Sam Braun. Assim que finalizaram os dois casos, os amigos resolveram sair juntos.

Infelizmente, uma dor de cabeça horrível impediu que Sara fosse, mas ela não se importou de Catherine ir sem ela. Era até melhor, pois assim seus amigos iam desconfiar menos delas.

Acabou que só foram Catherine, Greg e Nick, pois Grissom não frequentava esses lugares e Warrick teve que desmarcar pra ficar com a esposa.

Depois de dançarem um pouco, Greg foi ao banheiro e Nick chamou uma garota que ele conhecia pra dançar, Catherine foi tomar uma bebida.

Infelizmente, foi uma péssima ideia.

A ruiva sentiu tudo girar e teve um corte em sua linha do tempo. Acordou nua num quarto de motel e ficou desesperada.

Sara achou estranho ela não ligar, pois sempre ligava antes de dormir, mas imaginou que ela tinha chegado cansada, ou talvez até bêbada, e por isso não deu sinal de vida. Sara até mandou mensagem, mas não teve resposta.

De manhã, ainda de plantão, eles foram chamados para a cena de um astro do rock morto, e enquanto estava lá com Grissom e Nick, Sara recebeu uma mensagem de Catherine.

“Sara, eu preciso de você. Eu estou no motel Palm Tree Inn, eu não sei o que fazer, preciso de ajuda! Traz seu kit e disfarça, não deixa ninguém perceber. Por favor, amor, vem rápido.”

A morena leu e ficou preocupadíssima com a mensagem da namorada, precisava saber o que estava acontecendo. Por que ela estava num motel? E por que pediu pra levar o kit? Inventou uma desculpa para Grissom e chamou Greg pra ficar no lugar dela enquanto ia atrás da ruiva.

Foi o mais rápido possível até o local e quando chegou lá, Cath correu para abraçá-la.

Era muito raro ela chorar, então Sara sentiu seu coração partir ao meio quando a ouviu soluçar.

— Hey…- tocou o cabelo dela e fez um carinho. — O que aconteceu?

Catherine se recompôs e secou as lágrimas.

—  Eu posso ter sido dopada e estuprada. Acordei aqui.

— O que??- Sara indagou com os olhos arregalados.

— Eu... improvisei meu próprio kit de estupro, tem... pelo púbico, resíduo da unha, coleta vaginal...

— Espera, espera...- Sara a interrompeu. — Você fez a ocorrência?

— Eu chamei você.- a ruiva respondeu, parecia desesperada. Só confiava nela naquele momento, não queria que ninguém soubesse.

— Cath...- Sara não estava acreditando que aquilo podia ter acontecido com ela. Se estivesse lá, isso não teria acontecido. — O fato de você mesma ter feito isso torna a coleta inadmissível.

— Eu conheço o procedimento, eu não quero uma investigação oficial, eu só quero saber o que aconteceu.- Catherine estava mesmo desesperada e assustada. Ela não se lembrava de nada e tinha medo de que tivesse sido mesmo violentada.

— Tá... Tudo bem...- Sara ainda não tinha digerido a informação. Aquilo era horrível. Por isso que ela não deu sinal de vida, estava dopada num motel sabe lá Deus com quem. — Se eu tivesse ido com vocês…

— Não, não.- Catherine tocou o rosto dela tentando tirar aquilo da cabeça dela. — Não foi culpa sua, não tinha como saber que isso ia acontecer. Os meninos também não tem culpa.

— Você está machucada?- tocou sua cintura olhando pra baixo de relance.

— Não, eu estou bem, só… assustada. Espero que esse teste dê negativo.

— Vai dar.

Sara ia dizer algo mais quando a atenção delas foi desviada para um táxi que tinha chegado. Catherine tinha chamado enquanto esperava Sara chegar.

— Eu... tenho que levar isso pro laboratório... É o quarto 229, é lá em cima.

— Eu vou passar um pente fino.

— Sa… não conta pra ninguém, tá?- ela pediu, quase implorou pela sua expressão. Estava mesmo com medo do resultado.

— Claro… claro, não vou contar.- Sara ainda estava em choque. Só queria colocá-la num potinho e protegê-la do mundo.

— Me dá um beijo?- sua voz deu uma leve embargada, mas ela segurou.

Sara tocou sua bochecha com todo carinho e lhe beijou com todo amor. Um beijo curto, lento e cheio de ternura.

— Vai ficar tudo bem, meu amor.

Catherine sorriu.

— De repente… eu fiquei com menos medo.

Sara sorriu e a abraçou beijando seu ombro.

— Eu estou com você.- Sara notou que o taxista podia ficar impaciente e a soltou. — Vai lá.

Catherine apertou a mão dela antes de se afastar.

         Sara ainda ficou ali por alguns segundos vendo-a indo embora e tentando fazer com que a ficha caísse. Subiu correndo pro quarto para investigar o local minuciosamente. Depois disso, voltou ao laboratório, não havia achado nada, só uma digital desconhecida.

Felizmente o teste deu negativo e ela pôde respirar tranquila, mas estava confusa. Por que a doparam se não iam abusar dela? Tinha que descobrir quem foi.

Voltou ao bar para ver se lá tinha câmeras de segurança, mas a única que tinha mostrava o caixa. E ela ainda não conseguia lembrar do rosto de ninguém. Seu carro ainda estava no estacionamento e não havia sido roubado, ainda estava tudo lá dentro. Lembrou que Lindsey tinha um ensaio, mas já estava tarde, não dava mais tempo de assistir. Pegou seu carro e foi buscá-la. No caminho de casa, enquanto ela conversava com Lindsey, um carro em alta velocidade bateu no dela, bem no lado do motorista. Catherine sofreu um corte profundo na testa, a lateral de seu rosto sangrava. Lindsey estava quase inconsciente quando alguém abriu a porta e a pegou no colo levando-a para uma van. Catherine se desesperou e tentou sair do carro, mas seu cinto estava preso e ela não conseguiu impedir que sequestrassem sua filha.

Ligou para os amigos avisando do sequestro e um paramédico chegou para atendê-la, mas ela não queria cuidado nenhum, só queria achar sua filha. Sara foi correndo até a cena e ela estava gritando com o paramédico. Ao ver a namorada, a ruiva se levantou em desespero repetindo que levaram a Lindsey, que foram para tal direção, que ela não viu quem era... Sara tentava acalmá-la de todas as formas. Com muita relutância conseguiu com que ela fosse pro laboratório já que Grissom estava esperando por ela. Ele era o chefe, tinha que estar a par de tudo. E ele ficou.

Tinham que se concentrar em achar Lindsey e precisavam de foco, mas Catherine estava inquieta, preocupada com a filha e o que podiam estar fazendo com ela.

Sara simplesmente se esqueceu que estavam quebrando uma regra do laboratório ao vê-la daquele jeito. Foi inevitável esconder a intimidade que tinham e os meninos só confirmaram suas suspeitas quando as viram juntas na sala de descanso.

Não tinham tempo para explicações, precisavam achar Lindsey.

A ruiva recebeu uma ligação de Sam, ela foi até o cassino falar com ele e o confrontou. Perguntou quem estava as usando para chegar nele. Ele lhe mostrou duas fotos, uma dela desmaiada na cama com a legenda “Consegue adivinhar o que você vai me dar?” e uma de Lindsey amarrada numa cadeira com a legenda “Transfira 20 milhões”. Catherine, com os olhos cheios d’água disse que o culpava por tudo aquilo. Quando jogou na cara dele que ele não tinha negócios e que era um bandido com sapatos de mil dólares, Sam desferiu-lhe um tapa em seu rosto.

A ruiva voltou para o laboratório e Nick descobriu que a digital que ele encontrou no carro batia com um caso que Warrick investigou. Ao olhar as fotos do caso, Warrick viu que a cadeira da casa era a mesma que Lindsey estava amarrada. Com o endereço, eles invadiram o lugar e o suspeito saiu correndo sendo baleado pelos policiais. Soltaram Lindsey e levaram os dois ao hospital.

Olhando para o homem pelo vidro da janela, Catherine se lembrou que ele estava no bar na noite que foi dopada. Grissom confirmou que ele quem tirou a foto de Catherine no motel, com a digital que Sara encontrou no papel da polaroide.

A morena foi correndo pro hospital ver a enteada quando soube que elas estavam lá.

— Linds!- a menina sorriu ao ver Sara e aceitou o abraço. — Você está bem?

— Estou bem agora, mas morri de medo.

— Eu imagino.- fez um carinho no cabelo dela. — Está segura agora.

Lindsey sorriu e desfizeram o abraço.

— Cadê minha mãe?

— Está falando com o Grissom, dando o depoimento dela.

Lindsey assentiu.

Sara não sabia como manter o diálogo agora, apesar de conseguirem se comunicar tranquilamente quando se encontravam.

— Eu.. hã…

— Sara…- Lindsey pegou na mão dela. — Eu sei.- Sara ficou inexpressiva. Não sabia bem do que ela estava falando. — Eu sei de você e da minha mãe.- ela explicou.

Opa. Sara fez cara de surpresa. Não soube dizer se ela estava de boa ou decepcionada.

— E… está… tudo bem pra você?

Lindsey deu de ombros.

— Nenhum relacionamento da minha mãe deu certo, nem com meu pai nem com nenhum depois dele.- a ruivinha observou. — Acho que o problema é que eram homens mesmo.- as duas conseguiram rir com isso. — Ela está bem mais feliz agora e… que bom que é por sua causa.- Sara quis chorar. Não era de agora que era uma manteiga derretida, mas ver que Lindsey a aceitava, era um alívio enorme. — Eu estranhei no começo, quando eu percebi, mas… eu gosto de você, Sara. Hoje eu comprovei que minha mãe ia até o fim do mundo por mim. Imagino que você faria o mesmo por ela.

— Por vocês duas.- Sara tocou a ponta do nariz dela a fazendo sorrir.

Não resistiram a mais um abraço e Sara agradeceu o apoio e o carinho dela.

Catherine chegou naquela hora com Grissom ao seu lado.

Sara sorriu enquanto ainda estava agarrada a Lindsey, com os olhinhos cintilantes pelas lágrimas, e ao olhar para a amada, Sara não precisou dizer mais nada. Catherine entendeu o que aquele momento significava, e seus olhos também brilharam com as lágrimas.

Sua filha tinha aceitado Sara como parte da família, como a mulher que ela amava!

Entrou no quarto, sem se importar que Grissom estava vendo, e abraçou as duas beijando a lateral da cabeça de cada uma.

Nada pagava aquele momento.

Grissom observou e mesmo com o coração destroçado por ter perdido a chance que Sara lhe deu por anos, estava feliz por ela estar feliz. Sabia o que fazer em seguida, então deixou-as a sós.

♥ ♥ ♥

— Vocês entendem o porquê de não contarmos, não é?- Catherine os indagou.

— Vocês ficaram estranhas desde o dia que fomos dormir na sua casa.- Greg comentou e as duas se olharam. E não é que ele acertou? — Mas o Nick insistiu que amigas eram assim mesmo.

— Não foi de repente, nós nos aproximamos com o tempo.- Catherine defendeu.

— E nunca demos motivo pra desconfiarem aqui dentro, eu só me excedi ontem porque estava preocupada com ela. Por um momento eu esqueci que ninguém podia saber.- Sara sorriu fazendo uma careta, o que fez Catherine também sorrir e colocar o cabelo dela atrás da orelha. Um gesto carinhoso com um olhar doce.

— Bom, de qualquer forma, todos já devem estar sabendo. Olharam tempo demais pra gente quando entramos.

— Eu aposto que eu vou ser demitida hoje.

— Não, isso não vai acontecer.- Catherine discordou.

— É, Sara, acho que não é pra tanto.- Warrick opinou.

— Ora, o Ecklie me odeia, ele só precisa de um motivo e esse é perfeito. Principalmente se ele for preconceituoso.

— Ele não é.- Grissom disse entrando na sala. — O boato se espalhou e claro que chegou nos ouvidos dele. Eu sou o chefe, então fui resolver. Não vai ter demissão e nem troca de turno.

— É sério?- as duas perguntaram juntas.

— Fui enfático ao dizer que o relacionamento de vocês é da porta pra fora, e que são as melhores no que fazem.

— Não mentiu.- Nick sorriu.

— Só não consegui evitar a suspensão. 10 dias não remunerados pras duas. E vocês não podem trabalhar no mesmo caso. Fora isso, está tudo certo.

Elas estavam surpresas.

— Fez isso pela gente? Logo você que…- sem jeito, ela parou.

— Que o que?- os meninos perguntaram quando Catherine não terminou a frase.

— Eu perdi a Sara. E está tudo bem, eu consigo lidar com isso.

Os meninos arregalaram os olhos e as bocas, em total surpresa. Grissom apaixonado por Sara?? E dizendo isso abertamente??

— Catherine é minha melhor amiga.- olhou pra ela e sorriu. — Que bom que foi pra ela e não pro Greg.- ele descontraiu, pois ficou sem graça com os olhares.

— Hey!

O mais novo reclamou e os outros riram.

— Fiquem tranquilas.- Gil voltou a falar. — Ecklie não vai separar vocês.

As duas rapidamente foram abraçá-lo e agradeceram.

— Obrigada, Gil, de verdade.- Sara segurou a mão dele com carinho após o abraço.

Grissom só sorriu levemente de lado, ainda sentindo sua pele reagir com o toque da morena, assentiu e se retirou para sua sala.

— Bom… Gil e eu temos algo em comum.

— O que?

— Amor demais por você.

Sara sorriu e simplesmente não conseguiu não beijá-la na hora.


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Notas finais do capítulo

Aaaaa eu amei escrever essas ones ♥ Muito minhas enemies to lovers ♥
Abraço de urso quentinho em cada um que leu e até mais :3