Continuo a me movimentar pela casa e vou conhecendo cada cantinho onde chego, pois o lugar onde se vive diz muito sobre você e eu preciso entender essas pessoas que moram aqui, então vou andando e olhando tudo atentamente até que me deparo com uma porta fechada; eu a abro sem hesitar esperando encontrar hum.. sei lá uma masmorra?

Mas o que vejo ali é algo realmente impressionante e encantador, seria uma “sala de jogos” se pode se dizer assim, ali tem computadores, telas gigantes conectadas a consoles que acredito eu serem da última geração poltronas lindíssimas e aparentemente muito confortáveis uma espécie de “mini bar” visivelmente repleto de guloseimas e outros tipos de jogos também como exemplo uma mesa de sinuca enfim o lugar é encantador e tem cores lindas mesmo o lugar não sendo mega iluminado. Paro e analiso melhor o lugar e em uma das poltronas eu consigo ver o I.N quase que deitado de forma bem largada e confortável super concentrado em seu jogo o que me faz pensar a quanto tempo que ele estava ali como se não houvesse mais nada além dele no mundo e então, meus pensamentos são interrompidos por sua doce voz.

— Eu sabia que viria — Ele me olha sorrindo e todo seu rosto sorri em conjunto — Toma! — Ele me mostra um controle de console parecido com o que o próprio está usando — Sente-se aqui comigo e vamos jogar juntos, eu te ensino se não souber.

E me lembrando das palavras do Bang Chan dizendo que em cada canto eu encontraria um deles e aí então eu poderia conhece-los melhor eu fui até ele peguei o controle de sua mão e me sentei ao seu lado, o que o fez pausar o jogo e olhar para mim.

— Que bom que finalmente vamos conversar. — Ele disse em um tom manso e suas palavras me abraçaram me fazendo sentir muito bem e posso dizer sem medo que também muito feliz por poder falar com ele.

O I.N era nitidamente o mais novo deles, mas mesmo assim iniciei a conversa com essa óbvia pergunta.

— Você é o irmão mais novo? — Com isso tento quebrar o meu próprio gelo, pois o I.N apesar de ter a pele fria por ser vampiro é puro calor em seus atos comigo.

— Sim, mas não se deixe enganar se eu quiser eu mando neles todos — Ele fala em um sorriso fofo nitidamente se divertindo com seus pensamentos — Olha você pode me fazer qualquer pergunta Naty eu quero que você me conheça bem para que possamos voltar a ser a dupla que éramos o quanto antes.

Suas palavras me trazem a mente a história que ouvi mais cedo onde eu já havia vivido em outras vidas com eles e eles ao que parece querem retomar essa relação, mas eu realmente não sei se serei capaz de correspondê-los a altura e isso me entristece um pouco.

— Tá bem, já que mencionou então me diga, como era nossa relação antes? — Pergunto, pois estou mesmo curiosa sobre isso — Tipo antes de você se tornar um vampiro quero dizer.

— Muito bem, essa é uma pergunta das boas — Ele fala todo fofo e sorrindo como sempre — Nós nos amávamos muito tenha certeza disso e éramos como jovens apaixonados e cumplices um do outro, claro que você tinha sua conexão especial com cada um de nós não vou negar isso, mas entre nós dois, sempre que estávamos juntos tínhamos nosso “romance de adolescente” onde as vezes só correr pelos campos e rolar na grama já nos deixava ainda mais unidos mais apaixonados; tínhamos até nossa casa na árvore e guardávamos todas nossas coisas legais lá e sempre que queríamos escapar era lá nosso ponto de encontro — Ele me encara vendo como presto atenção e percebeu que suas palavras me deixavam cada vez mais curiosa.

Ouvir o I.N e imaginar as coisas que ele dizia me fez ruborizar, eu realmente vivi isso? Bom eu podia perfeitamente visualizar tudo que ele me contou e só o que passou pela minha cabeça é que eu queria poder sentir isso com ele aqui e agora.

— Imagino que deve ter sido difícil para você ter perdido a Alice ­­– ele me olha nos olhos e eu o entendo – quer dizer, me perdido, eu sinto muito.

— Ah por favor não fique triste, todas as vezes que você voltou para nossas vidas nós dois tínhamos nosso canto secreto e nosso amor sempre voltava da mesma forma, na mesma intensidade.

Eu realmente consigo acreditar em suas palavras, mas o receio de não ser assim agora me deixa triste pois, eu por mais que quisesse ainda não me via como essa Alice deles e pensar assim me fez sentir um nó na garganta então continuo com as perguntas.

— E falando sobre você como um vampiro, quais são suas habilidades?

Ele me olha nos olhos e consigo ver como os olhinhos dele são lindinhos e quando ele sorri se fecham quase por completo o que o deixa ainda mais lindo e ele então, apenas se mostra encantado por eu estar curiosa sobre o ele de agora me olhando ainda mais docemente.

— Bom, o que você precisa entender primeiro é que temos mais de uma habilidade, e dito isso posso dizer que basicamente eu vejo o futuro por isso já sabia de você, na verdade eu sempre te vejo chegar antes do LeeKnow te encontrar, e também possuo o que nós chamamos de “aura de felicidade” que é algo que diferente das visões eu consigo controlar— Eu o encaro ainda mais curiosa e ele continua explicando — basicamente eu consigo fazer com que se sintam genuinamente felizes, consigo transmitir seja a quem for todo nível de felicidade que possa existir — Ele me lança mais um de seus belos sorrisos enquanto nota o quão prestando atenção eu estou e dispara em seguida — Vem cá mais perto vou te fazer entender melhor isso.

Eu me aproximo como ele sugere e ele me envolve em um abraço; neste momento eu não sei como explicar mas me sinto imensamente feliz como se eu nunca tivesse sequer me desanimado nessa vida, me sinto incrivelmente segura e motivada nunca me senti assim antes, e de repente percebo que essa felicidade intensa vai ficando mais controlada, não passa pois estou feliz demais, mas sinto que ela diminui até ficar apenas uma sensação feliz meio que “okay”, nada demasiadamente exagerado como antes que parecia que eu explodiria de tão feliz e então ele me solta e eu o encaro boquiaberta.

— Uau que máximo isso I.N — eu estou extasiada — E é pelo toque que isso acontece? UAU! — perguntei, pois, agora ele não me abraçava mais.

— Não, não eu posso fazer isso a quilômetros de distância se eu quiser, mas eu queria e precisava te abraçar então aproveitei a oportunidade e a abracei. — E com a fala ele me dispara mais um de seus lindos sorrisos.

Ele é tão lindinho meu deus, ele me olha com doçura e notando o quão empolgada eu estava ele me diz em uma nítida tentativa de me trazer de volta.

— Mas sabe Naty, essa minha habilidade pode ser perigosa também imagine alguém prestes a tirar sua própria vida, ou cometer um crime hediondo e eu transmitir plena felicidade a essa pessoa? Felicidade em excesso pode tirar até o dom da autocritica ou julgamento, tudo estará bem então aquele que estiver sob meu controle se sentirá como “eu posso ser qualquer coisa, posso fazer qualquer coisa e está tudo bem”. — Eu o encaro e ele continua — Ou até mesmo eu posso induzir alguém a fazer algo por mim algo que essa pessoa não quer, mas vou deixa-la tão feliz que ela fará sem questionar; ou então posso fazer com que a pessoa tenha um impulso de fazer algo incansavelmente até sua morte achando tudo maravilhoso pois está extraordinariamente feliz. Então eu evito usá-lo a não ser em casos como o de ontem que você estava em pânico e com medo então eu usei em você o suficiente para te tranquilizar, inclusive me desculpe por isso eu não quero induzi-la a nada acredite.

O I.N falou tudo aquilo com um certo pesar, como se ele já tivesse usado sua habilidade para tais coisas, mas isso não me incomodou muito pelo contrário eu conseguia ver sua evolução ao colocar para mim sua habilidade da forma que fez, como se ele agora entendesse as proporções de seu poder e se recusasse a usar o que tinha para o mal.

— Eu entendo, deve ser difícil achar um equilíbrio entre o que fazer e não fazer tendo todo esse poder e instintos iguais aos seus. — Enquanto falo pareço calma, e realmente estou, eu não quero que ele pense que acho que ele é um monstro, por deus que não.

— É, não é fácil mesmo, mas todos nós decidimos que era preciso então hoje evitamos usar nossas habilidades o máximo que pudermos, mas quando vimos você tão aflita abrimos uma exceção então espero mesmo que nos entenda.

— Tudo bem I.N, é sério. — Sorrio para ele, e não quero que ele pense que eu o interpreto de forma ruim — Claro que isso não é a coisa mais normal que já me aconteceu, mas eu estou tentando absorver tudo da melhor forma possível e eu meio que entendo vocês por favor acredite.

— Eu sei, e também sei que vai conseguir ficar bem com tudo em breve.

O I.N estava bem ali na minha frente, com toda sua beleza e palidez, mas como com ele eu me sinto realmente à vontade então mudo um pouco o assunto.

— Ta me diz, o que você está jogando aí? — Percebo imediatamente o quão feliz ele fica por meu interesse no jogo dele.

— Ah é um jogo de zumbi, ação e estratégia, vem vou te ensinar o básico e vamos jogar juntos, mais tarde pedimos algo pra você comer, ou o LeeKnow prepara algo pra você o que for melhor.

E ali ficamos por um bom tempo, acabamos falando de muitas outras coisas ele me contou mais detalhes de como eu era como Alice até quando finalmente ele entra no assunto da minha vida atual.

— Então Naty você estava feliz? — Sua pergunta me pega completamente de surpresa — Quero dizer, você estava bem com sua vida como estava? Pergunto por que sempre que eu a via nas minhas visões você me parecia sempre pensativa demais, e até melancólica as vezes e só eu sei como quis ir até você e te fazer sentir melhor, mas juro que nunca fui.

— Olha I.N — dou de ombros — eu não vou mentir pra você eu não sei bem como eu estava, mas sim, eu estava sempre pensando que alguma coisa me faltava, que algo precisaria mudar, mas eu nunca sabia ao certo o que poderia ser.

— Entendo, provavelmente você estava sentindo a nossa falta em sua essência, — ele me dá mais um lindo sorriso — achamos que desta vez você não nos encontraria e a obsessão do LeeKnow em trazer você para cá causou muita discussão por aqui, pensamos que se você não nos encontrasse era por que finalmente se libertou de seu destino conosco e se assim fosse já estávamos decididos por respeitar isso, mas ele não aceitou isso bem e sem dar ouvidos ao que nós falamos para ele, ele foi te procurar por conta própria, te trouxe e o resto você já sabe.

— Mas você já sabia que eu viria e mesmo assim era contra?

— Não, eu nunca fui contra, no fundo nenhum de nós foi de fato, mas eu era sim o mais tranquilo de todos por saber que estaríamos aqui agora, juntos.

— E você não contou a eles?

— Contei sim, mas eles mesmo assim ainda pensavam que como descobrimos que haveria, essa poderia ser a vida em que você não estaria conosco o que causava todo tipo de sentimento por aqui, e eu por minha vez sabendo o que sabia, apenas tive que te esperar.

— E você ainda me ama? — Não sei por que perguntei isso, mas depois de passar um tempo com o I.N eu sentia que poderia sim haver algo a mais entre nós dois.

— E sempre amarei! — Ele deixa seu controle de lado e me olha fixamente — Nathalia você pode não acreditar mas não há outra em todas as possíveis vidas que eu queira e ame além de você — E com isso ele se aproxima de mim tão rapidamente que não o vejo chegar, ele segura com suas mãos geladas o meu corpo e o traz para mais perto dele e eu sinto toda sua força e então ele coloca sua cabeça junto a minha e eu fecho meus olhos com vergonha de tê-lo assim tão perto a mim e com isso ele fala como em um sussurro — Eu sou seu Naty, e sempre estarei aqui para você, então se você me permitir vou demonstrar todo meu amor por você toda vez que nos encontrarmos.

E com seus lábios tão próximos aos meus entendo que o beijo é inevitável, ele vem ainda mais perto e deixa um selar em meus lábios e com isso eu estremeço, suas mãos firmes em minha cintura me levando sempre mais para perto de seu corpo gélido, mas estranhamente confortável como se eu pertencesse a aquele lugar (seu corpo) e com um arfar vindo dele o envolvo com minhas mãos envolta a seu pescoço e nosso beijo se intensifica...

Minha cabeça gira de forma súbita e eu tenho uma visão breve minha e do I.N...

“Estávamos correndo juntos de mãos dadas em um lindo dia e quando paramos de correr ele me abraça e me beija com todo amor e ternura” e eu consigo sentir como se isso estivesse de fato acontecendo como em uma mistura de realidades e quando abro meus olhos me recordo que estávamos mesmo nos beijando o que me faz recordar também de como tudo aconteceu e em um susto eu paro e encosto minha cabeça em seu ombro.

— I.N o que foi isso? — Eu estava assustada, mas também muito emocionada e sem saber o que estava de fato acontecendo — Eu nos vi, e estávamos correndo e então nos beijando e quando percebi...

— Eu a beijei aqui e agora — aceno em concordância pois apesar dessa mistura de realidades me lembro do exato momento em que ele me tomou em seus braços e me beijou — me desculpe se fui apressado, mas não pude me conter — Ele me afasta levemente apenas para me olhar nos olhos — Você está bem Naty?

— Sim, acho que estou — Na verdade eu não sabia dizer — Mas o que foi isso que eu vi? Foi você que me mostrou? Faz parte de suas habilidades?

— Não, não fui eu — Ele me encarava preocupado — Na verdade tenho uma teoria sobre isso, mas nada concreto, vamos vou te levar para seu quarto e ficamos lá um pouco, você precisa descansar e comer algo.

Ele me pega no colo estilo noiva e me leva dali.

— I.N eu posso andar sabia? Já estou mais calma me põe no chão por favor.

Ele simplesmente ri.

— Mas eu quero leva-la assim, por favor Naty não tire esse gostinho de mim.

E com isso ele continua em direção ao meu quarto e quando passa pelo hall antes das escadas avistamos o Seungmin que nos encara com os olhos semicerrados o que me fez pensar se assim ele enxergaria alguma coisa uma vez que seus olhos puxados estão quase fechados.

— Já com ela no colo I.N, ganhei a aposta! — Ele sorri.

— E você sempre a observando, então estamos quites!

Eles sorriem de suas piadas internas e o I.N continua seu caminho.

— Até mais tarde! — O Seungmin se direciona a mim saltando de onde estava sentado e some nos corredores.

— Esse Seungmin não existe — O I.N estava nitidamente se divertindo — Ele ama te observar sabe, é realmente difícil tirar ele de perto de você sempre foi assim, mas depois que viramos vampiros isso nele piorou cem por cento.

— Ah é? — Ainda olho na direção que o Seungmin estava e penso em que tipo de relacionamento tínhamos — Ele me olha enquanto durmo, achei estranho isso, mas como vocês não dormem...

O I.N apenas sorri.

Chegamos no meu quarto e esperando por mim havia uma linda refeição com tudo que se possa imaginar, era um banquete o I.N satisfeito com o que vê me coloca no chão finalmente e antes que eu me afaste deposita um beijo em minha bochecha.

— Como disse o LeeKnow ia preparar seu almoço venha sente-se e coma o quanto quiser, vou te esperar na cama.

Apesar do I.N ser aparentemente novinho ele tinha muitos anos a mais que eu e seu ar todo vivido não me deixava ter dúvidas de toda sua experiencia.

Olho para toda aquela comida e vejo que tem muitos dos meus pratos favoritos ali, até hambúrguer artesanal com batatas fritas, mas também tinha lasanha, nhoque, strogonoff, empada de frango comida japonesa, enfim tudo que eu amava comer fora as frutas, e alguns doces e no mínimo uns três sabores de sucos e olhando tudo aquilo eu me viro pro I.N incrédula.

— Vocês não acreditam que eu vou comer tudo isso né?

— O LeeKnow quer te agradar, e ele também ama cozinhar é como que o hobbie dele, um dos muitos que ele tem na verdade, coma só o que quiser e fique tranquila, pois não jogaremos comida fora, você vai jantar também e se ele cozinhar mais o que é bem provável ele tem para quem dar toda essa comida, já é um habito dele fazer esse tipo de doações.

— Hum... entendi, bom vou comer então, está tudo muito bonito... — Não resisto ao hamburguer e as batatas e quando dou minha primeira mordida sinto que nunca provei nada tão delicioso antes — Meu deus — falo de boca cheia — isso aqui está divino — O I.N se diverte com a cena — Não, sério, foi mesmo o LeeKnow quem fez?

— Sim ele mesmo, do molho ao pão que você está comendo tudo feito pelo nosso “cheff Lino”.

Eu estava incrédula pois aquilo estava realmente delicioso.

Eu termino de comer, vou escovar os dentes e me lembro que eu não tinha nada dessas coisas básicas de uma vida normal e me pego pensando se vampiros escovam os dentes o que me faz ri, vou ater o banheiro mesmo assim e quando abro a porta vejo que tem tudo que eu precisava ali dentro e até mais e no espelho um bilhete: “espero que seja tudo do seu agrado meu amor – Att. Hyunjin” ele realmente estava cuidando de mim diria até que me mimando também, muito além de seu instinto protetor e por um instante penso comigo “obrigada Hyunjin” então escovo meus dentes e volto para o quarto me deparando com o I.N deitado na cama todo descontraído e lindo me encarando o que me faz enrubescer e desviar o olhar o fazendo sorrir.

— Vem cá, deite-se comigo vamos fazer nada juntos. — Ele abre os braços para mim o que me faz pensar que realmente estou em um sonho, este homem lindo ali me chamando não podia ser real, mas eu simplesmente fui respondendo ao seu chamado.

Já deitada ao seu lado pergunto pra ele meio que de forma retórica

— Isso não é muito estranho? — Ele segue em silencio esperando que eu termine de falar seja lá o que estivesse pensando — Não era pra eu estar aqui, e mesmo estando, não era pra eu estar tão à vontade com qualquer um de vocês, e se isso fosse em um encontro “normal” eu já teria o beijado assim no nosso primeiro contato? Não sei, mas quanto mais eu penso mais maluco isso fica afinal nem sei quem vocês são direito. — Digo essas palavras a ele, mas no fundo também penso e vocês são em oito! Todos vão me beijar? O que me deixa tonta por um instante e então decido omitir essa parte do meu pensamento dele.

— Entenda Naty, — Ele fala de forma gentil enquanto acaricia meus cabelos— Para você tudo isso é como se fosse a primeira vez então eu entendo seu conflito, mas já para mim ou para todos nós aqui na real, é como se você retornasse de uma longa viagem, então sim, isso vai ser conflitante para você, mas para nós acredite, é tudo sobre matar a imensa saudade que sentimos e aproveitar você o máximo que pudermos.

O que o I.N disse fazia sentido agora que conheço a história deles, mas isso não muda o fato de que eu estou deitada ao lado de um vampiro tecnicamente desconhecido, como se fossemos muito íntimos quando tudo que fizemos foi conversar, jogar, e nos beijar...

E eu nem lembro direito do nosso beijo, pois por um momento eu nem estava lá o que me faz pensar no que foi tudo aquilo.

— Ta bom, eu vou tentar olhar do seu ponto de vista para me sentir menos constrangida — E falando isso me alinho em seu peito ele me cobre e ficamos abraçados.

— Quer ver um filme? — E me pergunta ligando a TV e eu concordo com ele.

— Só não gosto muito de terror — digo para que ele entenda que é ele quem vai escolher o que vamos assistir e mesmo sem olhar para o rosto dele pois estou com minha cabeça em seu peito percebo que ele sorri.

 — Monstros não te agradam? — Eu sorrio entendendo o por que dele ter perguntado.

— Você não é um monstro I.N, não para mim. — E ao dizer isso me envolve em um beijo lento, sem urgências, se virando para facilitar o acesso dele a minha boca onde ele mistura sua língua com a minha e eu sinto meu corpo todo arrepiar quando ele sorri em meio ao beijo.

— Bom saber que não me vê assim, eu te amo Naty.

— Dou um breve suspiro, nossos rostos ainda estão bem perto e o I.N me ver ruborizar e então ele beija meus olhos se vira para voltarmos a posição que estávamos e acaba escolhendo um filme para gente.

 Fico deitada ali com ele até que eu pego no sono.

“estou no meio de um campo aflita olhando no horizonte a espera de algo, ou alguém quando lá longe avisto o I.N vindo em minha direção, o que enche meu coração de alegria e em um rompante saio correndo em sua direção e ele corre para mim com uma linda expressão de carinho, nos encontramos no meio do caminho para ambos e nos beijamos em meio muitas juras de amor, o que é lindo de ver antes de ficar assustador, tudo escurece e sou arrancada dos braços dele por uma força que nem eu e nem ele controla, ouço umas vozes junto ao grito dele chamando meu nome mas não as identifico de quem seriam as vozes e de repente em total desespero vejo ele sumir enquanto ouço “ele jamais será seu” e tudo começa a escurecer, sinto uma dor cruciante começo então a gritar o nome dele e chorar desesperadamente até que tudo some...”

— Naty, hei meu amor acorde por favor, vamos acorde Naty, você está me preocupando.

Abro meus olhos e o encaro, ele está se é que é possível ainda mais pálido com uma expressão horrorizada estampada em seu rosto e em um impulso eu o abraço e começo a chorar descontroladamente fazendo com que ele fique sem saber o que fazer e então ele deposita alguns selares em meu rosto e me pergunta.

— O que houve? O que você viu? — sua voz estava trêmula e ele nitidamente muito preocupado.

Contei a ele o que vi e ouvi no sonho e como me senti e ele pareceu entender o que acontecia.

— Meu amor, preciso dar uma saída fique aqui e tente descansar um pouco eu já volto — Ele deposita um beijo dessa vez meus lábios e sai antes que eu diga qualquer coisa.

Olhando no quarto vi que a comida foi tirada sendo deixado apenas as frutas, água e suco, então vou tomar um copo d’agua para tentar me acalmar e quando olho pela janela percebo que já está escuro e vejo que dormi tempo demais nos braços do I.N.

Ouço passos no corredor e antes que eu pense nos rapazes tem oito rostos intensamente apreensivos me olhando com toda a atenção possível, mas quem quebra o silêncio é o Bang Chan que sentando ao meu lado começa falando:

— O I.N nos contou o que houve e nós temos uma teoria sobre isso que quero compartilhar com você — Eu aceno com a cabeça e ouço atentamente — É como eu disse apenas uma teoria, mas a muito tempo atrás encontramos vampiros de um clã muito antigo que nos alertou sobre algo que eles chamaram de  sua “última vida” — Ele me olha com atenção enquanto minha cabeça está maluca com tantos pensamentos — Ele nos disseram — volta a falar pausadamente — que chegaria uma hora que seria a última vez que você voltaria como você “mesmo sem ser a mesma você entende?” com o espírito da Alice no caso. E que depois dessa última vez seu espirito não reencarnaria mais então nunca mais a veríamos — ele pausa novamente, me encara e volta em seguida — Eles também disseram que isso poderia não acontecer mas que se acontecesse ou melhor, quando acontecesse seu corpo sentiria os reflexos de todos os seus passados quando em contato com emoções muito fortes, como por exemplo o reencontro de almas gêmeas, um beijo, um abraço que fosse de alguém que significou muito para você e quanto mais contato com tudo isso você tiver mais lembranças virão e no momento essa é a única teoria que temos em mente para os acontecidos de hoje.

Quando ele termina de falar eu me lembro de respirar e assim o faço, respiro tão fundo que todos eles me encaram igualmente preocupados.

— Fiquem calmos eu estou bem, só esqueço que preciso respirar as vezes.

— E isso é coisa que se esqueça? — Quem me pergunta isso é o Changbin que no fundo eu sei ser alguém fofo, mas em seu semblante parece estar sempre puto com alguma coisa o que acredito faça parte do seu charme.

— Calma Binnie, assim você vai é assustá-la — Mas o oposto do que o Han acaba de dizer ele não me assusta, muito pelo contrário ele me fascina assim como todos eles o fazem, mas isso não é assunto para agora.

— Se vocês me deixarem prova-la garanto que a deixarei muito tranquila — E com essa afirmação todos eles gritam em uníssono.

— FELIX POR FAVOR!!!

— Tá parei, calma só estou quebrando esse clima tenso que está aqui, mas uma coisa é certa se esta é a de fato a “última vida” dela eu estou com o Channie em transmutá-la para que ela fique pra sempre conosco mesmo que isso me tire essa sede boa de bebê-la até a última gota — Ele fala isso me encarando de forma intensamente sexy e macabra.

— Alguém amordace o Felix por mim ou eu mesmo farei — Dessa vez é o Hyunjin quem fala enquanto vem para mais perto de mim — Não ligue para ele meu amor, eu o amo também, mas as vezes os instintos dele são um pé no saco — Ele fala revirando os olhos e impressionantemente ao vê-lo fazer isso eu o acho ainda mais lindo.

Todos estão igualmente preocupados comigo e com essa teoria que no meu ver é só mais um item nessa fila imensa de maluquices, mas o que faço a seguir os deixa no mínimo surpresos.

— Tem alguma coisa que possamos fazer juntos fora desse quarto? Acho que eu quero ouvir música.

Todos me encaram sem muito o que dizer e então o LeeKnow me segura pela mão e diz:

— Vem, vamos lá para fora!

—--

~ Ponto de vista do I.N ~

Já tem um tempo que o Lino observa a Naty, mas eu sei exatamente quando ele não aguentará mais e a trará de volta a nós e sendo bem sincero eu estou feliz por isso, por saber, ter a certeza que ela voltará para meus braços.

Sei que isso pode soar egoísta, mas sem ela por perto nós definitivamente ficamos perdidos ela é como uma bússola para nós e sempre foi assim.

...

Eu com meu dom passo felicidade as pessoas, mas agora tê-la bem aqui com seus lábios nos meus faz parecer que meu dom mudou de mãos e é ela quem me faz sentir a pessoa mais feliz do mundo, eu esperei muito por esse momento eu a amo tanto, nada mudou.

...

Agora ela dorme em meus braços assim como fazíamos na nossa casa da árvore com a leve diferença que hoje dormir para mim é algo inexistente o que de certa forma é bom pois eu consigo observa-la e meu deus como ela é linda e dado o privilégio da minha visão consigo entender totalmente a fixação do Seung em ficar observando-a.

Ela parece estar em um pesadelo agora, devo acordá-la?

...

Depois de tudo que foi dito pelo Channie eu consigo entender que sua jornada conosco não será de todo fácil, e se ela tiver que encarar o que eu acredito que vá quero que ela saiba que estarei ao seu lado sempre e para sempre.

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