Era Uma Vez... Uma Ilusão escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 22
21. Não quero me exaltar, nem criar falsas esperanças, mas não posso evitar.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809577/chapter/22

Abril|1803 Palácio de Ludwigsburg, Ludwigsburg

Gritos e mais gritos, ocasionalmente acompanhados também por uma quebraria, ecoavam pelos vastos corredores do Neuer Hauptbau de Ludwigsburg. Não foi uma descoberta feliz, para ninguém... a não ser para o filho caçula do eleitor.

O príncipe Paul, ao descer uma das escadarias principais da ala, tinha um amplo e divertido sorriso no rosto, a vontade dele era rir muito do que acontecia. Mas Paul não poderia, e não era nem por uma questão de respeito à família, mas sim porque...

— Fritz, Fritz, você tiraria a minha vida. — Negando consigo mesmo, o príncipe riu baixinho. Chegando, porém, no último lance de degraus, Paul acrescentou: — Seu desgraçado, joga uma bomba e depois...

— Onde você está indo, Paul? — No topo da escadaria, com toda a sua altura e... peso, apareceu a eleitora. O príncipe parou com o chamado da madrasta, que começou a descer. — Por acaso não escutou seu pai dizendo que todos precisamos estar unidos agora?

— Não acha que estou grandinho demais para dar satisfação para onde vou, mamãe? — Num tom muito audacioso, Paul respondeu e sorriu. — Além do mais, esse problema é de Fritz, não meu.

Paul foi o apresentador, mas em momento algum ele mandou Fritz tomá-la para si, a consciência dele estava limpa. Mas a eleitora não parecia concordar, muito pelo contrário, o olhar dela ao descer a escadaria era friamente acusador. Quando Charlotte parou, havia apenas um lance separando-a do cunhado... ela apontou para cima.

— Ouve isso, Paul? Escuta esses gritos? São de uma mulher ferida, uma que, por sinal, tem parentes muito poderosos. — Mas não deixava de ser uma insignificante quando comparada aos Württemberg! Ele manteve-se calado, fazendo a eleitora semicerrar os olhos: — Diga-me, Paul, esse problema é ou não seu também?

— Talvez seja, mas eu não dou a mínima importância. — Soando quase hostil, o príncipe respondeu e deu as costas à madrasta. — Vou sair e não sei que horas volto...

— Vai para junto de Fritz, conspirar contra nossa família? — A eleitora desceu alguns degraus, mas decidiu não perder tempo seguindo o enteado. — Pois diga a ele que as coisas estão feias, então é melhor Fritz ser homem e aceitar as consequências do que fez!

O príncipe sequer olhou para trás e foi embora, deixando para trás uma pasmada Charlotte, cuja única ação foi olhar para cima, escutando os gritos cada vez piores, e negar lentamente. A eleitora não poderia controlar Friedrich para sempre, e quando a Anne... ela desistiu. Que tudo tivesse um fim positivo.

*****

Palácio de Hampton Court, Londres

Logo passaria da meia-noite e, surpreendentemente, os Tudor-Habsburg já haviam terminado o jantar e agora conversavam aos risos na sala de desenho. Durante a temporada social isso era algo bastante raro de acontecer, mas o teor das conversas, e principalmente das risadas, nunca seria.

— ... e no final ela disse: "Robert me contou ótimas piadas! Muito divertidas!". Pergunto-me o que vocês conversaram? — Sentada ao piano com Richard, sendo ele que tocava, Cathrine provocou o cunhado. Robert, porém, apenas gemeu cansado, o que fez ela rir. — E nem pense em negar, Robert. Nós queremos saber.

— Embora já possamos ter uma ideia, pois de Robert eu não duvido nenhuma tolice. — Igualmente provocador, Richard também comentou e encarou o irmão, que "roubou" um livro de Mary e cobriu o rosto. O marquês e a marquesa reviraram os olhos. — Vamos, diga o que aconteceu. Temos uma marquesa fofoqueira e... todos aqui também somos fofoqueiros, até você, Adam.

Ouvindo isso, o pequeno conde de Rivers apenas riu divertido e negou, talvez ele sequer soubesse o que era fofoca, mas sabia que não era nada bom. Mas a atenção de Cathrine logo voltou-se ao cunhado, o que Richard e Mary também fizeram... até que Robert cansou.

— Eu não lembro, acreditam? — Ainda escondendo o rosto em 'Evelina', o duque respondeu irônico. Os outros negaram céticos, fazendo Robert acrescentar: — Minha memória fica tão ruim quando estou com sono.

— Agora é você, Cathrine, dê uma resposta aquele que te desafia. — Até então calada ao brincar com o sobrinho, Mary exclamou semeando a discórdia. A marquesa não respondeu, apenas sorriu ao cunhado, cedo ou tarde ele falaria. Porém a atenção logo... — Adam, não pegue os livros assim, vai acabar rasgando!

A atenção de todos imediatamente voltou-se ao pequeno príncipe amassando as páginas, fazendo-o instantaneamente soltar o livro. Adam fez uma cara de choro, principalmente pela censura da tia. Foi o suficiente para Cathrine levantar-se para pegar o filho, porém Robert foi mais rápido e colocou Adam nos ombros.

— Muito inteligente da sua parte dar livros de romance para uma criança que sequer sabe ler. — Mary fez uma careta ao irmão e abriu um livro. Enquanto Robert sorriu ao sobrinho e começou a correr pela sala, fazendo Adam rir. — O que acha? É melhor os livros, ou brincar de voar comigo?

— Tudo está rodando, minha cabeça doe. — Doendo? Cathrine voltou a levantar, fitando preocupada o filho. Foi o suficiente para Robert colocar o risonho menino no chão. — Foi divertido! Será que um dia eu serei tão... ah...?

— Alto, como eu e seu tio? — Adam assentiu alegremente a sugestão do pai. Richard sorriu e deu os ombros. — Quem sabe, nossa família é historicamente alta. Eu pensava que sempre seria mais alto que seu tio, e hoje ele é o maior... três centímetros maior.

Mesmo com Richard colocando bastante ênfase nos míseros três centímetros, Robert comemorou a aceitação desse fato, embora o tenha feito silenciosamente. Cathrine riu e negou ao observar essa reação, talvez agora eles parassem de competir tanto. Mas ela ainda não havia esquecido.

— Já que agora você está tão feliz e animado, conte-nos o que houve naquela sala, Robert, e conte já. — Encarando o cunhado da forma mais questionadora possível, Cathrine perguntou, sem sinal algum de recuar. Robert bufou.

— Falamos sobre muitas coisas: cabelo, corsários, sociedade e... felicidade. — Robert respondeu muito sério, levando o mindinho à boca numa expressão... Cathrine franziu o cenho, pensativa. Mas logo Kendal percebeu. — Foi uma conversa muito normal.

— E diversificada. — Voltando a tocar no piano, Richard acrescentou risonho.

— Talvez por isso Sophia ria tanto, estava muito confusa com tudo. — Embora também tensa... Cathrine refletiu um momento e, franzindo o cenho, encarou Robert. — Mas ainda não entendo o porquê dela estar segurando sua xícara.

Agora esse fato pegou o duque de surpresa, tanto que Robert, cujo olhos estavam arregalados, teve que virar o rosto. Ah, então estava confirmado: alguma coisa "anormal" aconteceu naquela sala, mas o quê? Cathrine estava prestes a perguntar, porém Mary se intrometeu.

— Todos aqui sabemos como Sophia é sempre boa, sensível e profundamente magnética. — Mas de que lado Mary estava? A princesa caçula, porém, deu os ombros e explicou:— Não estou justificando, mas talvez ela só quisesse fazer um favor.

— Exatamente, eu nunca mancharia a reputação de Sophia. — Certo da vitória, até mesmo abrindo os braços envolta do sofá, Robert respondeu.

— Ah, eu acredito.

Não dando espaço a essas vitórias, a marquesa respondeu irônica, causando uma leve irritação no cunhado, irritação essa que tornou-se ainda maior quando Richard e Mary começaram a rir. Porém o olhar dele tornou-se curioso quando... a risadinha de Mary tornou-se... provocativa.

— Imaginem só se eles... estiverem apaixonados! — Foi uma piada, com certeza Mary estava fazendo uma piada, a risada seguinte entregava. Mas Robert levou tão a sério que levantou e encarou furiosamente a irmã. — Faça-me o favor, Robert, ninguém está imune ao amor!

— Ah, pois eu estou. Considero tais sentimentos as "coisas supérfluas" das quais devemos desistir! — Dito isso, o príncipe virou-se ao irmão e a cunhada, pronto para falar mais. Mary o seguiu, imitando por trás. — Quando os meus filhos tiverem idade para casar, eu darei as opções e eles escolherão... dá pra parar, Mary!?

A princesa caçula riu prazerosamente, mas parou e voltou a sentar. O silêncio começou a dominar pela sala, tanto que Robert também retornou ao sofá, bem como a 'Evelina', e a marquesa voltou a tocar com o marido. Tudo poderia acabar nesse momento, mas... Cathrine sentia-se muito ousada hoje.

— Então, se você não acredita no amor e na paixão, acho que podemos começar a procurar uma duquesa de Kendal. — O príncipe voltou-se imediatamente a cunhada, franzindo o cenho. Cathrine, porém, continuou focando apenas nas teclas do piano. — O que acha, Richard? Já tem alguém em mente?

— Eu já sei qual o plano de vocês, e não darei corda. — Plano? Que plano? A marquesa deu os ombros. Respirando fundo, Robert voltou a "roubar" o livro de Mary. — Esse Sir Clement é claramente o vilão, enquanto Lord Orville casará com Evelina no final.

Então ele tentaria fugir do assunto? O marquês e a marquesa riram com essa reação, mas também não pararam por aí.

— Mas você tem razão, Cathrine, Robert precisa urgentemente de uma esposa. — Tanto que Richard comentou sério, trazendo a atenção do irmão. — Que tal a princesa Sophie?

— Sophia!? Mas o...

— Richard disse Sophie, com "E" no final. — Mary logo tratou de corrigir Robert, que ficou visivelmente mais calmo... curioso. — Poderia me devolver 'Evelina'? Não quero ler 'Cecilia', tem reviravoltas demais e... ela e Mortimer demoraram muito para viverem felizes.

— E não seria esse o objetivo do romance? — Levando o livro na direção contrária a da irmã, Kendal questionou. — Que os protagonistas só sejam plenamente felizes no último capítulo?

— Sim, — Mary, cuja expressão era de desgosto, respondeu ao tomar o livro das mãos do irmão. — Mas 'Cecilia' foge muito da regra ao mostrar o casamento deles. Não quero saber como é um casamento, o meu já será terrível!

Apenas a menção desse casamento foi o suficiente para fazer Richard errar uma nota, bem como alarmar Cathrine. Porém a discussão de Robert e Mary sobre romances não acabou aí, então o desprazer desse casamento não instalou-se entre eles. O que foi uma benção!

*****

Stuttgart, Eleitorado de Württemberg

Quando o príncipe Paul chegou em Stuttgart já passava da meia-noite e com certeza as reclamações não parariam. De qualquer forma, parando lentamente em frente a uma antiga casa — na parte mais antiga da Königstraße — o príncipe analisou e confirmou que havia chegado. Sem olhar para os lados ou hesitar, Paul desceu do cavalo e entrou.

O príncipe sabia que estava sendo seguido, a quantidade anormalmente grande de guardas pelas escuras ruas de Stuttgart entregava esse fato, por isso mesmo era vital ele ser rápido e demorar o mínimo possível... ou Fritz se daria mal.

— Eu não mandei você estar aqui ao pôr do sol!? Sabe, por acaso, que horas são, Paul!? — Assim que entrou numa sala do segundo andar, o príncipe foi bombardeado por um ansioso Fritz.

— Tarde, eu sei que é tarde. — Profundamente Impassível, o príncipe mais jovem respondeu lentamente, fazendo o irmão mais velho levar as mão à cabeça e negar. — Sei também que o eleitor deseja matá-lo... e sua esposa também compartilha esse sentimento.

Ao escutar isso, Fritz imediatamente tampou os ouvidos e, gritando altamente, afastou-se do irmão. Como as coisas chegaram nesse ponto!? Como ele deixou tudo perder o controle desse jeito!? Agora todas as cartas estavam contra o príncipe eleitoral, a única fuga dele seria...

— Não julgo Anne por isso, eu também me odiaria por... — Percebendo as próprias palavras, Fritz novamente levou as mãos a cabeça e voltou-se ao irmão. — O que eu vou fazer, Paul!? Se voltar para Ludwigsburg eles me matarão! E... ainda tem Therese!

Por quê!? Oh Deus, por que ele fez isso!? Negando veemente, mais para si mesmo que ao irmão, o príncipe eleitoral começou a andar ansiosamente pela sala. Paul apenas observou calado, levemente indiferente, até que falou:

— Não preciso nem dizer que você deve fazer uma escolha, Fritz: é Anne ou Therese... — Antes mesmo de Paul acabar, Fritz o calou com um olhar ameaçador.

— Está pedindo para eu escolher entre minha esposa, a mãe dos meus filhos, e uma amante!? — Não apenas com o olhar, o príncipe eleitoral aproximou-se ameaçadoramente do irmão, impassível. Fritz negou horrorizado. — Entende o quão inaceitável é isso!?

— Entendo, e acho-me um monstro, mas lembre-se que Anne é uma "semente dos poderosos", ela está no topo. — Fritz só conseguiu encarar Paul, que riu desdenhoso. — Mas é quanto a Therese? Quem ela é? Uma ninguém... ou melhor, é a sua prostituta!

Não aguentando mais escutar, Fritz deu um forte tapa no irmão caçula, que praticamente caiu no chão com o impacto. Nunca antes os dois agiram tão violentamente um com o outro, tanto que os irmãos se encararam furiosamente após o tapa. Uma briga estava prestes a...

O som de uma porta sendo violentamente arrombada no primeiro andar chamou a atenção dos irmãos, que se entreolharam alarmados. Foi o suficiente para eles saírem ao corredor a fim de escutarem melhor.

Mas o que é isso!? Por acaso não sabem que faço parte do...!

Sabemos muito bem da sua importância no Landstände, Sr. von Mühlpohl, mas foram ordens do eleitor. — Espiando com cuidado, Fritz e Paul viram Karel von Mühlpohl, um antigo professor deles, na frente... de um soldado! — Há fortes indícios que o príncipe eleitoral esteja aqui, então devemos levá-lo a detenção.

Detenção!? Os dois irmãos se entreolharam e, enquanto von Mühlpohl tentava aos máximo manter os guardas onde estavam, foram para um quarto. Estavam lá para prender Fritz, como se prendia um bandido! O príncipe eleitoral negou e começou a respirar ofegante... não deveria ser assim!

— Está escutando, Fritz? Escuta tudo isso? É um sinal. — Atrás do irmão mais velho, o príncipe Paul afirmou... uma discussão havia começado. — Faça uma escolha... faça logo.

Fechado os olhos e tapando os ouvidos, Fritz negou e... sentiu algumas lágrimas descendo. Ele não poderia deixar Anne, mas também não poderia fazer o mesmo com Therese, seria pior ainda, uma maldade sem igual! Porém, tomando alguma coragem, Fritz voltou-se ao irmão e… assentiu.

*****

Palácio de Hampton Court, Londres

— Faça-me o favor, digo eu! Fique com sua 'Evelina' e me deixe em paz! — Pondo um basta nessa discussão, Robert afastou-se da irmã indo para outro sofá. Mas no processo ele pegou outro livro. — Como é 'Camilla' mesmo? Faz tanto tempo que não leio Frances Burney.

— É Madame d'Arblay agora. — Ainda levemente irritada com o irmão, Mary respondeu e começou a organizar os livros, embora ainda resmungando. — Como ela foi tonta o suficiente para seguir o marido à França? Nunca mais a ouviremos.

Observando tudo do piano, Cathrine e Richard se entreolharam e riram baixinho. Toda a discussão que Robert e Mary tiveram sobre literatura foi... esplêndida! Mas o assunto anterior não havia acabado, tanto que a marquesa sinalizou para o marido falar.

— O casamento de Madame d'Arblay mostra como é vital escolher um bom partido. — O marquês recomeçou bastante cauteloso, porém as palavras seguintes dele... foram alarmantemente horríveis. — Falávamos anteriormente sobre a princesa Sophie da Suécia, Robert, creio que ela seja perfeita para você.

A atenção geral voltou-se ao marquês, desde a marquesa até Mary. A princesa Sophie da Suécia? Mas... Cathrine fitou a cunhada, que virou-se ao duque de Kendal, cuja expressão era de mais profundo nojo. De qualquer forma, todos os olhares logo retornaram a Richard.

— Ela só tem seis anos! — Mary, com uma motivação romântica, exclamou em horror.

— Ela é sueca! — Enquanto Cathrine exclamou... com preconceito.

— E qual o problema dela ser uma princesa sueca e tão nova? Um dia Sophie vai crescer, sabiam? — Tanto Cathrine quanto Mary abstiveram-se de responder. Mas não deixava de ser um horror. Richard voltou-se ao irmão. — Além do mais, enquanto a princesa sueca tem seis anos, a britânica é seis anos mais velha. Qual você prefere, Robert?

— Prefiro não responder, isso sim. — O tom da voz dele ainda mostrava um certo abalo. Robert abaixou a cabeça... e voltou-se horrorizado ao irmão. — Eu sou 15 anos mais velho! Quando ela nasceu, eu já tinha até barba!

Mas que barba... Cathrine e Mary negaram aos risos, porém o assunto deveria continuar, não? A marquesa suspirou e respondeu:

— A idade não é empecilho para um casamento favorável, nunca foi e, com certeza, jamais será. — Homens e mulheres, embora mais as mulheres, sempre casariam com alguém mais velho quando fosse necessário. Porém, balançando a cabeça, Cathrine lembrou: — Mas ela é sueca, Richard! Eu não vou ter uma sueca como cunhada!

— Ela é sua prima! — Richard teve o prazer de exclamar isso, mesmo fazendo surgir uma careta na esposa.

— O simples fato da avó dela, Sophie Magdalene da Dinamarca, ser meia-irmã do meu pai, não nos torna próximas. — Embora, olhando bem, Cathrine e Sophie Magdalene tinham bastante em comum... a marquesa suavizou o olhar e acrescentou: — A rixa entre Dinamarca e Suécia é muito mais forte que qualquer laço matrimonial.

— Mas todos somos primos! — Oh Deus, Richard continuaria nessa retórica? Cathrine negou sorrindo e voltou a tocar. — Nós, os Tudor-Habsburg; os suecos; dinamarqueses, russos, Baden e Oldenburg...

— Somos parentes de metade da Europa, Richard, talvez dela inteira! — Robert, perdendo a paciência, interrompeu logo o irmão antes dele falar todas as realezas, reinantes ou destronadas, da qual eles eram parentes, isso antes de afirmar: — E eu não casarei com princesa sueca nenhuma, e que fique bem claro!

Foram palavras ditas com toda a certeza e firmeza... porém os outros riram de qualquer forma. Robert estava levando muito a sério essa piada, não era ele o palhaço? Pois então estava sendo um bastante irritável. O silêncio ameaçou voltar, mas...

— Curioso, Anne dizia a mesma coisa com Fritz. — Mary, lendo atentamente 'Evelina', provocou num tom inocente.

— Anne também dizia que o fantasma de Catherine Howard vagava pela galeria gritando por Henry VIII. — O que não passava de uma mentira, claro. Robert, percebendo o sorrisinho dos irmãos e cunhado, bufou. — Não podemos falar de outra coisa? Cansei desse assunto, cansei de ouvir o nome Sophia!

Robert até cruzou os braços envolta do peito e virou o rosto, novamente os outros três riram dessas reações, parecia uma criança! Porém, à medida que as risadas foram diminuindo e todos os quatro retornaram às atividades anteriores, o silêncio retornou a sala, a não ser pela música tocada por Richard e uma muito sorridente Cathrine.

*****

Buckingham House, Londres

Na sala de jantar de Buckingham House, um pouco mais tarde que o normal, o rei, a rainha e as cinco princesas aproveitavam a última refeição do dia. Ou melhor, todos comiam da refeição, pois aproveitar era algo que as conversas não permitiam.

— Quer dizer então que vocês deixaram um homem sozinho por minutos com Sophia? — A visita mais cedo dos Tudor-Habsburg foi mencionada, bem como... isso, fazendo a rainha exclamou irritada. — Por acaso vocês não pensaram como isso poderia ter sido perigoso!? Mary!

— Foi apenas Kendal, mamãe, então não há problema algum! — Sophia, sequer deixando a assustada irmã mais velha respondeu, tentou tranquilizar a mãe. A rainha, porém, negou incrédula. — Robert é praticamente uma criança, o que poderíamos fazer?

— Muita coisa, pois criança ele não é! Nunca ouviu falar de irmãos que destroem a integridade da própria irmã!? — Mas isso... agora foi Sophia que negou as palavras da rainha.

Mas onde já se viu acusá-la de algo tão indiscreto!? Sophia beijou Robert, de fato, mas nunca passou pela cabeça dela passar dos beijos. Tudo isso, porém, era culpa de Amélia! A princesa voltou-se furiosa a irmã caçula, tomando inocentemente a sopa do jantar, mas essa inocência não enganava Sophia, foi ela quem começou!

— Charlotte, por favor, você está exagerando...

— Exagerando, George!? Estou protegendo a integridade da nossa filha! — Estava gritando, isso sim. Sophia retornou a sopa, disposta a ignorar a mãe. Porém, com as palavras seguintes da rainha, ditas na raiva, foi impossível. — Principalmente depois da situação...

Sophia imediatamente voltou a encarar a rainha, que calou-se ao perceber o que iria dizer. Thomas Garth... ela falaria de Thomas Garth! A atenção de todas na sala, principalmente da segunda caçula, voltou-se ao rei, cuja expressão era bastante confusa. Já era possível escutar ele perguntando "depois dá?"... mas não foi assim.

— Mas que barulho é esse? — Elizabeth subitamente perguntou, fazendo todos franzir o cenho e esquecer o assunto anterior.

— Eu também estou escutando. — Augusta confirmou a irmã. Logo um alto som de batidas e vozes começou a ser ouvido... estava aumentando gradativamente. — Parece até alguém...

— ONDE ESTÁ CHARLOTTE!? — O príncipe de Gales entrou furiosamente na sala de jantar, fazendo as irmãs levantarem e gritarem assustadas. — EU PERGUNTEI...!

O rei imediatamente levantou e bateu as mãos na mesa, o que imediatamente calou o herdeiro da Coroa. Um sentimento de dúvida e susto instaurou-se na sala.

— Eu é que tenho uma pergunta: mas o que significa isso!? — Esse silêncio, porém, o rei logo tratou de quebrar. Não houve resposta da parte do príncipe de Gales. — Lembre-se que sou o seu rei, George, então tenha mais respeito ao…!

— Se quiser respeito, trate de respeitar a minha condição de pai! — O príncipe de Gales estava visivelmente alterado, isso seria preocupação com Charlotte de Gales? — Quero minha filha, pois eu não me recordo de permitir a estadia dela aqui.

— Eu mandei Lady Elgin trazê-la, isso que importa. — Foi a única resposta do rei, e dita com a mesma indiferença que ele falaria com um insignificante da pior qualidade.

O príncipe de Gales naturalmente não gostou disso, o que causou uma longa briga entre ele e o rei. Charlotte de Gales era uma criança muito amada pelos avós e tios, mas muito valiosa aos olhos do pai, não deveria sair da vigilância dele. E quando isso acontecia... os resultados eram terríveis...

*****

Palácio de Hampton Court, Londres

Havia algo diferente em Cathrine hoje, principalmente nessa tarde, Richard não sabia ao certo o que era, mas percebia. Poderia ser o largo, e incomum, sorriso que ela tinha no rosto, ou talvez o bom humor e liberdade que Cathrine quase nunca mostrava. Tudo isso, entretanto, fazia Richard encará-la encantado.

Ele sentia-se quase como os admiradores da marquesa, em sua maioria poetas e artistas, que encantavam-se com qualquer coisa que não fosse timidez e reservada, muitas vezes confundidos com arrogância e frieza. Mas Cathrine estava muito feliz, tanto que Richard não conseguia parar de observá-la.

— Algum problema no meu rosto? — Cathrine virou-se ao marido e perguntou docemente. O marquês abriu a boca, porém, confundindo-se, só conseguiu negar. — Você está olhando tanto para mim, Richard, é algum problema?

— Eu não posso admirar a beleza da minha linda esposa? — Conseguindo formular alguma frase, Richard respondeu sorrindo. Desviando o olhar e negando, Cathrine sorriu timidamente. Isso apenas encantou ele mais ainda. — Amo quando você sorri assim.

— Você sabe como ser encarada pelos outros me deixa desconfortável. — Esse comentário, dito por ela ao abaixar a cabeça, não serviu em nada para desencorajá-lo. Até que Cathrine voltou a encarar Richard, franzindo levemente o cenho. — Mas o seu olhar não era de admiração, não completamente, havia algo a mais.

Oh, então ela também estava observando ele? O marquês riu levemente e voltou a focar no piano. Isso apenas aumentou a curiosidade de Cathrine, e Richard alegrou-se ao perceber isso. O silêncio retornou momentaneamente, Robert e Mary nem davam atenção a eles. Voltando a encarar a esposa, Richard sorriu.

— Amo o seu sorriso. A sua alegria me deixa alegre. — Deixando as teclas, Richard levou uma mão ao rosto de Cathrine, massageando os lábios dela. Ambos ficaram se encarando um momento, antes dele continuar: — Qual o motivo? Sei que não é um sorriso antigo, você não tinha ele quando acordou.

A atenção do marquês focou nos lábios da esposa, lábios esses que logo formaram um sorriso. Richard sentia-se bastante tentado a beijá-la, eles não aproveitaram muito a companhia um do outro hoje, porém Cathrine afastou a mão do marido e virou-se para frente, sorrindo largamente.

— Tenho todos os motivos para ficar feliz, Richard. Há dias eu acordo sentindo que... que serei mais feliz. — Em que sentido? O marquês buscou uma explicação nos olhos da esposa, então ela levou uma mão ao ventre. — Não quero me exaltar, nem criar falsas esperanças, mas não posso evitar.

Os olhos do marquês arregalaram ao escutar isso, porém de extrema alegria e também expectativa. Não era bom criar falsas expectativas, de fato, mas... Richard, sorrindo largamente, pegou o rosto de Cathrine e a beijou rapidamente, depois beijou uma segunda e terceira vez, era impossível não alegrar-se!

— Eu pensava que era vulgar ficar se beijando em público. — E nem mesmo a ironia de Robert foi capaz de estragar essa alegria.

Pegando o rosto da esposa e rindo alegremente, o marquês só conseguiu sorrir e abraçá-la. Porém a razão rapidamente retornou, fazendo Richard lembrar que isso não passava de expectativas, poderia estar errado. Sendo assim, ao se separarem do abraço, ele encarou fixamente a esposa, tentando não alimentar muito as esperanças.

— Não quero seu sofrimento, — Cathrine assentiu em concordância com as palavras de Richard, que continuou: — mas se você está feliz, seja feliz.

Novamente Cathrine assentiu, sempre com um belo sorriso no rosto. Havia um certo sentido nessa expectativa dela, Richard sabia que as regras da esposa estavam atrasadas, assim como escutava as reclamações de enjoos. Poderia ser uma gravidez, de fato, mas... ele mordeu os lábios, Cathrine que conhecia o corpo dela.

O piano continuou a ser tocado, apesar do silêncio retornar à sala. Porém, tão subitamente quanto uma queda, Cathrine apertou a mão nas teclas do piano, fazendo todos olharem assustados na direção... onde ela apertava fortemente o abdômen. Richard, temendo que a esposa sentisse alguma dor, tentou tocá-la, mas...

— P-perdão, mas... perdão, Richard! — Levantando-se subitamente, Cathrine recuou com os olhos cheios de lágrimas. O marquês também levantou, mas ela negou. — Perdão a todos, mas voltarei aos meus aposentos!

Sequer esperando os cunhados levantarem e fazerem uma mesura, Cathrine saiu correndo da sala, nem mesmo de Adam ela se despediu. Oh Deus, então Cathrine tinha... a julgar por essa reação toda, sim.

Um desconfortável silêncio instaurou-se na sala de desenho, tanto que Richard aproximou-se dos irmãos e compartilhou um olhar preocupado com eles. O marquês estava praticamente sem ações, o que fazer numa situação dessas? Então ele olhou para a porta e depois para Robert e Mary, segurando Adam.

— Será que eu deveria ir vê-la? — O marquês novamente encarou a porta e perguntou.

— O melhor por enquanto talvez seja deixar Cathrine sozinha. — Séria e muito provavelmente entendendo o sentimento da cunhada, Mary respondeu e então sorriu para o preocupado sobrinho. — Vamos deixar a pobrezinha assimilar tudo... tudo isso.

Inconscientemente, a atenção de todos eles acabou voltando-se ao pequeno Adam. O sonho de Cathrine era ter mais filhos, Richard suspirou e negou, o dever deles era ter mais filhos, mas situações como essas acabavam por deixar esse sonho bem distante.

— O que mamãe tem? — Adam, ainda nos braços da tia, não entendia em nada o que acontecia no mundo dos adultos. Richard sorriu tranquilamente ao filho.

— Sua preocupação no momento deve ser apenas dormir. — Desarrumando o cabelo loiro de Adam, Richard respondeu e, pegando o filho no colo, o entregou a Lady Pembroke. — Amanhã tudo será diferente, mio favo.

Lady Pembroke deixou então a sala, levando o menino para o berçário. Estava ficando tarde, de qualquer forma, embora fosse muito mais cedo do que normalmente eles iriam dormir.

— Eu também irei me retirar, boa noite. — Beijando os irmãos e fazendo uma mesura ao marquês, Mary também deixou a sala. No final, Richard e Robert também saíram.

Ao chegar nos aposentos, Richard logo foi despido e vestido com as roupas de dormir pelos cavalheiros. Não demorou muito tempo, por isso mesmo o marquês conversou um pouco e depois eles foram embora. Então chegou o momento, com muita calma e paciência Richard passou aos aposentos de Cathrine, tendo imediatamente uma... surpresa?

Ao entrar no quarto, Richard imediatamente encontrou Cathrine calmamente sentada na penteadeira, Lady Cavenbush escovava o cabelo dela e as outras damas arrumavam o quarto. Essa "calmaria" estranhou o marquês... mas não por muito tempo.

— O que devemos fazer com o vestido, minha marquesa? — Lady Chartents, trazendo consigo o vestido amarelo da marquesa dobrado, pergunto curiosa.

— Dê um fim nele. — Todas as seis damas de companhia fitaram fixamente a marquesa com tais palavras. Cathrine, porém, não gostou disso. — Jogue-o fora, queime no fogo, transforme em pano de chão, tire-o da minha vista!

— Mas é tão bonito, além de que é novo...

— EU NÃO ME IMPORTO! — Levantando furiosamente da cadeira, quase a derrubando, Cathrine gritou altamente a Lady Chartents... mas logo os olhos dela encontraram Richard. A marquesa voltou a sentar, desviando o olhar. — Algum necessitado certamente gostará muito.

A viscondessa assentiu e, em silêncio, fez o que a senhora mandou, uma ação seguida pelas outras damas. Não tardou muito e a marquesa acabou de ser preparada para dormir e as velas foram apagadas. Sozinhos no quarto, Richard e Cathrine então deitaram na cama... em silêncio.

— Tente não ficar tão triste, Cathrine. — Abraçando fortemente a cintura da esposa, Richard tentou consolá-la de alguma forma. — Sei que é doloroso, mas enganos acontecem.

— O que não nega que somos terrivelmente azarados. Eu pensava estar grávida, mas era apenas uma menstruação atrasada... de novo! — De novo, essa palavra estava tão comum no vocabulário deles, principalmente nessas situações. Cathrine fungou e respirou fundo. — Nós temos apenas Adam, Richard! Sinto-me constantemente humilhada por isso.

— Não temos apenas Adam, Cathrine, nós temos Adam, menos que isso seria a humilhação. — Que tipo de homem seria ele que não conseguia nem "plantar a semente"? Percebendo que isso não estava ajudando em nada, Richard a abraçou mais fortemente ainda. — A concepção não é o problema, mas sim o nascimento, o que justamente não podemos controlar.

Sendo assim, os filhos deles viriam sim, as tentativas deles certamente que dariam resultados. O silêncio instaurou-se entre os dois, porém não o silêncio do sono, mas sim ansioso e cheio da expectativa dos problemas. Richard beijou o ombro de Cathrine e pensou um momento...

— Cathrine, você sabia que os franceses planejam invadir a ilha? — As palavras apenas saíram da boca dele, fazendo com que a marquesa rapidamente sentasse na cama e o encarasse perplexa.

*****

Palácio de Ludwigsburg, Ludwigsburg

— É culpa minha! Tudo isso aconteceu porque eu deixei! — Apoiando a cabeça no colo da madrasta, a princesa Katharina exclamava aos prantos. — Eu sabia de tudo, o relacionamento de Paul e... Fritz com aquela mulherzinha! Mas nada disse! Escondi...!

Mais afastado de Charlotte e Katharina, bem como andando ansiosamente pela sala, o eleitor Friedrich de Württemberg levou uma mão à cabeça e fez uma careta, principalmente ao escutar o choro da filha.

— SUA CHORADEIRA JÁ ESTÁ ME DANDO NOS NERVOS, KATHARINA! CHEGA! — Voltando-se a filha e esposa, o eleitor gritou em fúria, fazendo ambas se assustarem. — Vá para o seu quarto... estudar francês!

A princesa, porém, abraçou-se a eleitora e negou veemente, voltando a chorar altamente. Toda essa gritaria... não aguentando mais, Friedrich agarrou a filha pelo braço e tentou levá-la para fora, mas Katharina fez todo o máximo para manter-se onde estava.

— Não, papai, deixe-me ficar aqui, por favor! Não suportaria saber que... — As lágrimas retornaram aos olhos de Katharina, permitindo que Friedrich a puxasse em direção a porta. Até que a princesa parou. — Nem mesmo ao ficar noiva do irmão do Demônio eu protestei, então deixe-me ficar!

— Katharina está muito aflita, Friedrich, não podemos expulsá-la. — Aproximando-se por trás e pegando no ombro do marido, Charlotte suplicou aflita. Foi o bastante para ele soltar a filha. — Vamos nos acalmar. Logo os guardas chegarão e...

— Vou matar, Fritz! E Deus queira que a criança de Anne seja um menino para substituí-lo! — Afastando-se aos gritos delas, Friedrich exclamou. Charlotte e Katharina apenas se abraçaram, em nada assustadas com isso. — Deve ser uma maldição da sua tia, só pode. Malditos Brunswick! Maldita Auguste Karoline!

As maldições dele certamente continuariam, haviam muitos membros da casa de Brunswick para se "culpar", porém o eleitor foi impedido pela entrada de... Paul? Todos arregalaram os olhos ao ver o príncipe entrando com as mãos amarradas.

— Isso é desnecessário. — Parando em frente aos pais e irmã, o príncipe respondeu. O eleitor, porém, deu um passo para frente e semicerrou os olhos ao filho.

— Onde está seu irmão? — Lenta e ameaçadoramente, Friedrich perguntou, recebendo apenas o silêncio como resposta. — Diga logo e tudo acabará pacificamente.

Não foi dada nenhuma outra opção, a ordem era falar onde estava o príncipe eleitoral. Todos na sala encaravam fixamente o príncipe caçula, como que obrigando ele a falar. Paul ergueu então a cabeça e, respirando fundo, abriu a boca a fim de responder que...

Nos aposentos da princesa eleitoral, agora destruídos após um surto de raiva, Anne observava na escuridão a lua descendo na noite da madrugada. Havia apenas escuridão e trevas no lado de fora... assim como no coração dela. As lágrimas já não desciam pelo rosto da princesa, mas isso não significava falta de sofrimento.

— Você está aí, Anne? — Um raio de luz entrou no quarto, fazendo a princesa voltar-se para trás e encontrar os sogros... profundamente aflitos. A eleitora aproximou-se. — Não temos uma notícia muito boa para dar. Fritz...

— Fritz escolheu a outra. — Fazendo Friedrich e Charlotte arregalarem os olhos, Anne afirmou ao voltar-se para frente. — Meu marido deixou a mim, minha filha e meu bebê não nascido pela amante grávida... Fritz fugiu com Therese von Abel!

Essas últimas palavras foram ditas com tanta dificuldade que Anne segurou-se no batente da janela para não vacilar, porém nenhuma lágrima caiu. Ela não se permitiria chorar, não por Fritz ou a traição dele. Anne seria forte e jamais voltaria a chorar por aquele homem... princesas Tudor-Habsburg nunca mostravam fraqueza!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Königstraße... foi um horror encontrar esse lugar, um horror! Escrever sobre Stuttgart e o Palácio de Ludwigsburg não é nada fácil, porque simplesmente esses lugares não são tão "famosos" como palácios ou ruas inglesas. Eu pesquisei em inglês e alemão, sendo que uma eu "entendo" e a outra... eu choro. Nunca pensei que fosse tão difícil assim pesquisar sobre a Stuttgart do início do século 19. Eu vi dois mapas, um de 1794 e outro de 1811, então pesquisei sobre essa Königstraße, uma rua que existe a séculos. Eu espero que vocês, leitores, deem muito valor ao meu trabalho de pesquisa, porque não é fácil.

* Esse capítulo foi bastante focado em Hampton Court e Württemberg, então acabou ficando um pouco maior que o imaginado. Mas acho que ficou bom, de qualquer forma. Na minha opinião, essa situação de Anne e Fritz foi bastante folhetinesca, não acabou ainda, mas eu achei.

* Nesse capítulo eu também mencionei bastante os livros de Frances Burney, a "grande inspiração de Jane Austen". A tríade de livros dela; Evelina, Cecilia e Camilla; foi a grande inspiração para o que hoje chamamos de romance, mas que também mostram bastante os costumes do final do século 18. Claro que décadas antes foram lançados Pamela e Clarissa, mas considero eles menos "expositivos" ao século 18. Eu infelizmente nunca li Frances Burney, embora tenha sido mais por falta de interesse que de oportunidades, mas esse dia chegará.

* "Era Uma Vez... Uma Ilusão" também está no Pinterest: https://pin.it/7i4MziJ



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Era Uma Vez... Uma Ilusão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.