t e m p o r á r i o escrita por Roxeley Rox


Capítulo 1
O Apartamento


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Como se trata de uma tentativa de desenvolver melhor minha escrita, isso é basicamente uma história aleatória com capítulos variados no tamanho e forma de escrita. Estou apenas deixando fluir.

Flua junto! Se quiser :)



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Bem, ela tinha um apartamento. Pequeno e vazio apartamento. Num bairro ruim, diga-se de passagem. Bem, era o que o Google dizia. Ela não conhecia a cidade, mas esse bairro não estava listado como um dos melhores. Provavelmente era violento, provavelmente haviam muito assaltos, provavelmente era perigoso sair de dia e principalmente à noite.

Mas era o que cabia no orçamento.

Porque ela não estava pedindo dinheiro à mãe outra vez. Porque ela não estava pedindo um aumento de salário. Porque ela não estava indo procurar um emprego melhor com zero experiência.

Então era esse o apartamento.

Alugado, pequeno, com janelas sem grade nem boa vedação, piso antiquado. Sem pia, sem armários, sem fogão, sem geladeira... sem nada. Porque ela não tinha nada.

Ela tinha um colchão. Tinha um travesseiro e cobertores. Tinha uma mala com roupas, tinha um notebook, celular e carregador. Tinha fones de ouvidos e papel para desenho. Tinha seus livros para ler, sapatos, escova de dentes e de cabelo, tinha shampoo e sabonete líquido e em barra. Tinha toalhas de banho e rosto. Tinha um caneco de alumínio e um copo de plástico. Tinha um prato, um garfo e uma faca. Tinha um pano de prato, esponja de louça e detergente líquido. Tinha um balde, um pano de chão e um rodo. Tinha um tapete de bem-vindos na porta.

Ela tinha a conta de luz. Tinha o boleto do aluguel. Tinha o boleto do condomínio. Tinha o boleto da internet.

Ela tinha um emprego. Um bom emprego, um cargo ruim, um salário não merecido e uma culpa do tamanho da Estátua da Liberdade.

Mas tinha um apartamento. Onde estava indo dormir, a primeira noite de muitas.

Cecília estava há quatro meses na capital e já se arrependia até os ossos.

Ela tinha uma colega de quarto antes desse apartamento. Uma garota, esperançosa que nem ela, que alugara um pequeno apartamento na capital. Porque a capital era o sonho de todos interioranos. A garota foi indicada pela amiga de uma amiga. Então, era a garota esperançosa e Cecília, até que Cecília recebesse seu salário.

Ela recebeu seu salário, guardou os quatro primeiros, ou o que sobrou após dividir as contas com a garota esperançosa. Depois chegou uma terceira garota, menos esperançosa e mais folgada, então Cecília pegou seu resto de salário de quatro meses e alugou seu próprio apartamento.

Não foi a primeira vez, mas mais uma vez em que a vida mostrava os dentes para Cecília e dizia “Garotas mimadas como você quebram a cara várias vezes”.

Cecília estava indo anotar mais um para a lista de vezes em que quebrou a cara.


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