Maternidade escrita por pelamordadeusa


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Fiz essa história hoje rapidinho apenas porque surgiu a história. É uma one-shot especial para o Dia das Mães, é meio bobinha mas achei fofinha. Apenas uma leitura rapidinha para não deixar o dia passar em branco.

Feliz dia das mães para as mães de vocês e, caso haja, para as leitoras mamães também!



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Hoje é domingo. Mas não qualquer domingo. É Dia das Mães e a guilda refletia isso em cada canto com decorações e com o povo todo animado. Ok, Lucy não entendia muito bem o porquê de toda essa animação, afinal, não é como se a Fairy Tail fosse uma guilda com muita presença de figuras maternas. A maioria era órfã e não tinha filhos. Na verdade, a única pessoa que realmente se encaixava na descrição do dia era a Bisca, que era a mãe da Asuka.

Lucy sorria com um toque de inveja da cena que via e se sentia mal por isso. A pequena empunhava uma sacola de presente e entregava à mãe com um sorriso enorme e os três – Bisca, Asuka e Alzack – se abraçavam felizes. Pouco depois, a garotinha subiu ao palco e seguindo uma melodia doce tocada por Mirajane, cantou desafinadamente uma canção fofa adequada à situação. Era extremamente adorável, mesmo que ela tivesse errado a letra vez ou outra. Mas ninguém realmente ligou para isso, apenas apreciavam aquele gesto de genuíno amor incondicional que no momento fazia Bisca chorar como uma criança.

A maga celestial queria tanto ter podido ter mais Dias das Mães com a sua mãe, mas não pode. E, na verdade, sequer sabia se algum dia teria um com seus filhos. Era horrível quando se via sendo carregada por essa maré depressiva em um dia que deveria ser de comemoração, mas todo ano era sempre a mesma coisa.

Ela tomava seu suco de morango sem ânimo enquanto tentava se lembrar do último Dia das Mães que passou com Layla, mas não conseguiu. Fazia tanto tempo… Ela temia que todas as outras lembranças que tem de sua mãe também desaparecessem com o tempo e isso a desesperava.

— Mira, me trás um sorvete de chocolate com bastante cobertura para a Asuka, por favor? – Bisca pediu se sentando ao lado da loira.

A maga Satan Soul apenas confirmou, retirando-se.

— Hm, Lucy… Está tudo bem com você? Parece estar meio pra baixo… – ela perguntou.

Lucy suspirou e brincou com o canudo no copo já vazio enquanto tentava achar as palavras certas.

— Ah, sabe, essa data é difícil para mim. Eu sei que é egoísta eu ficar assim em um lugar como esse, onde todos parecem sofrer do mesmo, mas eu sinto tanta falta dela. Sinto que não tive tempo suficiente para passar com ela e me assusta pensar que eu um dia acabe esquecendo o pouco que ainda me lembro dela.

A maga dos longos cabelos esverdeados sorriu com compaixão e se virou para a loira, a olhando nos olhos e segurando suas mãos, disse:

— Lucy, é normal se sentir assim. É um dia especial que gostaríamos de passar com alguém especial e isso nos ser negado, machuca. Não se sinta egoísta por ficar triste, cada um lida com isso de um jeito. Mas quer saber? Layla sempre será sua mãe e a morte dela não deveria te impedir de aproveitar esse dia na companhia dela e de presenteá-la.

Lucy sorri e seus olhos brilham percebendo que isso que ela lhe tinha dito era tão pequeno, tão óbvio, mas que ela sequer tinha pensado e se sentia uma boba por isso.

— Obrigada! Eu farei isso… – ela fez uma pausa e olhou novamente para a maga das armas. — Bisca, como é ser mãe?

Bisca abre o maior e mais belo sorriso que já dera.

— Nossa! É a coisa mais incrível, desafiadora e assustadora que alguém pode sentir na vida. Sabe… Sentir uma vida crescer dentro de si, saber que você não hesitaria um segundo sequer em dar sua vida só para que a criança possa ver o dia seguinte com os próprios olhos… É perfeito! – Lucy se permitiu sorrir junto. — Mas é também saber que dormirá todos os dias preocupada de que o mundo a machuque ou que ela tenha o coração partido por algum idiota quando crescer. Ou, pior ainda, que Deus não te permita viver o suficiente para que possa acompanhar a vida da filha.

— Eu tenho tanto medo de nunca poder sentir isso. Parece que minha vida parou. Nunca sequer me envolvi com algum homem, então minhas perspectivas de um dia ter um filho parecem cada vez menores.

Bisca sorriu. Mas não qualquer sorriso. Era aquele típico sorriso que as mães dão para os filhos quando falam sobre algo que apenas elas são capazes de entender no momento. Um sorriso sábio, carinhoso e reconfortante.

— Ah, Lucy! Você não precisa se preocupar com isso. Você é tão nova e tão bonita… O que não vai lhe faltar é oportunidade. – Mirajane voltou com uma tigela com o sorvete e a entregou à amiga. — E, além disso, a maternidade aparece das formas mais surpreendentes.

Ela pegou a sobremesa, deu uma piscadela para a loira e voltou andando para sua família, deixando a loira para trás.

Lucy se despede de Mirajane, falando que iria visitar sua mãe e saiu da guilda. Passou primeiro em seu apartamento, preparando uma cesta de piquenique recheada de guloseimas e depois foi em uma floricultura, comprando um belo arranjo de flores.

Ela andava com calma em direção à estação. Ela sentia que toda aquela emoção ruim que tinha no início do dia, havia evaporado depois da conversa com a Bisca e ela era grata por isso.

O trajeto foi curto, afinal, desde que sua família perdeu todo o dinheiro, seu pai transferiu o túmulo para um outro lugar – lugar esse que agora ele também dividia com sua amada. O lugar era bem mais perto de Magnólia do que sua antiga mansão, então foi questão de meia hora para chegar. O local era lindo. A grama verde, junto às abundantes árvores floridas da primavera e esculturas de anjos espalhadas pelo caminho davam um ar etéreo. Quase parecia que estava realmente no além, no pós-vida e ela se sentiu extremamente próxima à sua mãe nesse momento.

Ao achar a lápide, forrou o chão com a toalha quadriculada, arrumou todos aqueles quitutes e posicionou graciosamente as flores em frente àquela estrutura de pedra com o nome de sua mãe escrito.

— Ah, mamãe… Sinto tantas saudades de você! Sinto tanta falta do seu abraço, da sua companhia. Queria você aqui comigo, mas sei que não é possível, então não quero me lamentar. Mas, sabe, tem vezes que eu me vejo imaginando quão mais fácil seria minha vida se eu ainda tivesse você comigo me aconselhando quando eu precisasse e me confortando quando eu chorasse. – ela fez uma pausa enquanto enxugava algumas lágrimas que escorriam. — Mamãe, não me entenda mal, mas acho que Deus realmente escreve certo por linhas tortas, pois acho que se você ainda estivesse aqui, eu ainda estaria morando naquela mansão com você e o papai, ou talvez até me casado com um aristocrata qualquer… Eu não teria conhecido a Fairy Tail, não teria conhecido o Natsu nem o Happy e não teria vivido todas as aventuras que vivi com eles. Você gostaria de conhecê-los, eles são bem irritantes, mas eu não consigo mais me imaginar vivendo sem eles…

— Luce! – a loira enxugou novamente as lágrimas ao ouvir uma voz bastante conhecida a gritar de longe.

Ela olhou e não acreditou no que viu. Natsu e Happy vinham correndo em sua direção. Pareciam cansados e, estranhamente, felizes.

— Luce! Te procuramos pela guilda toda e não te achamos, mas aí a Mira disse que você viria aqui visitar sua mãe, então decidimos vir também. Happy teve que voar a toda velocidade! – Natsu disse ofegante.

— O que vocês estão fazendo aqui?

Natsu a olhou incrédulo. Afinal, era óbvio o que foram fazer ali. Lucy parecia ainda mais confusa. E a confusão só aumentou mais quando aquela bola de pelos azul pulou em sua direção a abraçando e entregando-a um embrulho de presente.

— Feliz dia das mães, Lushi!

— Feliz dia das mães, Luce!

Ambos disseram ao mesmo tempo animados e Lucy olhou aquele presente em suas mãos, sem entender.

— Ahn, obrigada. Mas eu não sou mãe. – ela parecia desanimada.

— Como assim não é mãe? Claro que é, Luce! Você é mãe do Happy! – Natsu parecia estar falando a coisa mais óbvia do mundo.

Ela olhou curiosa para Natsu que sorria e depois olhava para Happy que ainda a abraçava.

— Mas a mãe do Happy não é a Lisanna?

— Sim, ela é. Mas você também, oras. – Natsu respondeu já perdendo a paciência, cruzando os braços.

— Lisanna é minha mãe por ter me feito nascer junto com o Natsu e você é minha mãe por cuidar de mim e me criar junto com ele. Isso é tão óbvio, Lushi, sua extranha! – Happy disse enrolando a língua e se afastando.

Lucy sorriu e sem falar mais nada, abriu o embrulho e ao ver, não conseguiu evitar de deixar escapar mais e mais lágrimas de seus olhos. Ela estava tão feliz!

O presente era uma pintura – provavelmente feita por Reedus – e retratava o momento em que Natsu e Happy a puxavam pelo porto de Hargeon em direção à Fairy Tail. Realmente, ali foi o início daquela amizade, daquele time, daquela relação e, principalmente, daquela família.

“A maternidade aparece das formas mais surpreendentes”.

Ela sorriu, ainda em meio às lágrimas, ao perceber que Bisca estava tão certa quanto sua mãe costumava ser quando viva.

Ela então abraçou ambos, ainda chorando disse:

— Somos uma família realmente extranha, não é, Happy?


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