Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 9
Sob a luz da lua roxa




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Você fica a olhar para a pessoa com quem lhe fala na tentativa de lembrar de quem se trata, mas é em vão. Nenhuma memória surge em sua mente lhe trazendo a imagem daquela pessoa. Então, por isso, dessa forma, você diz:

— Ah, é. Aqui é um bom lugar. Mas...você me conhece?

— Sim, nós estudamos na mesma sala.

— Me desculpa. Eu não conheço você.

— Não seja por isso. Eu sou Cris. Talvez você não tenha me notado ou me visto, mas eu te vejo todos os dias.

— Entendo. É que às vezes me distraio tanto que nem presto atenção nas pessoas. Mas não me interprete errado, eu não faço por mal — você diz forçando um sorriso.

— Não tem problema. Isso é normal acontecer. Mas vem cá, você está indo ou chegando? — pergunta Cris.


— Eu cheguei agora. Na verdade eu tô com a minha irmã que aliás `tava aqui nesse instante — você fala enquanto procurando por Lívia.

— É melhor procurar por ela senão vocês não se veem mais. Viu como isso aqui tá lotado hoje?

— É verdade. Vou ligar pra ela pra ver onde que ela se meteu. Só um instante.

— À vontade — Cris fala, sorrindo.

Você pega o celular em seu bolso e imediatamente liga para sua irmã.

— Lívia? Onde você está?

— "S/N, eu que pergunto onde você está. Que raios de ideia foi essa de sair de trás de mim?"

— Ah, uma pessoa me chamou e eu não quis ignorar e deixar ela no vácuo. Me encontra aqui em frente ao primeiro poste da lateral. Estou imóvel só te esperando.

— "Tá bom, tô indo. Quando te encontrar nós iremos pra casa mesmo. Não achei nenhuma mesa disponível."

— Fazer o quê, né? Tchau — você fala encerrando a chamada.

— E então, onde ela está? — Cris pergunta.

— Tá perto, mas já já ela chega aqui. Mas infelizmente nós vamos embora. Ela não conseguiu encontrar nenhuma mesa, então...

— Ah, é uma pena. Mas entendo, hoje tá cheio mesmo. Parece até que o time da casa está jogando contra alguém e hoje é a final do campeonato — Cris fala, gargalhando.


— Exatamente — Ela `tava até comemorando que o lugar tá cheio porque ela gosta do movimento e seria uma noite perfeita, mas...

— Que pena.

— É — você fala ainda procurando por Lívia.

— Bom, acabei de ter uma ideia!

— Qual?

— Eu tô aqui com meu irmão Enzo. Nós temos três cadeiras sobrando, então se quiser, pode ficar com a gente. O que acha?

— Parece ótimo. Mas o negócio é minha irmã. Não sei se ela vai querer.

— Até parece. Não é ela que tá desesperada por uma mesa e cadeiras querendo um lugar pra ficar?

— É, mas...

— Então, se quiser eu posso falar com Enzo e pedir pra ele ficar — Cris sugere.

— Eu não sei — você diz, hesitante.

— Entendi, tudo bem. Mas se quiser o convite tá de pé.

— Se ela chegasse agora já te daria uma resposta. Mas sabe-se lá quando ela vai aparecer — você diz, irritando-se.


— Hum, aquela seria sua irmã? — Cris pergunta apontando para uma mulher vindo em sua direção com uma expressão irritadiça.

— É, é ela sim — E não parece nada feliz.

— Ai, S/N, sacanagem isso de me dar perdido, hein? — ela fala.

— Ei, calminha. Já falei que foi mal.

— Foi péssimo.

— Então, como eu disse. Uma pessoa me chamou e eu tive que atender. Lívia, essa é a pessoa. Cris.

— Oi Cris, como vai? — cumprimenta Lívia.

— Estou bem — Cris fala dando um breve sorriso — Então, eu `tava aqui falando pra S/N que meu irmão e eu estamos com cadeiras disponíveis com mesa e tudo mais. S/N me falou que vocês estão procurando por uma mesa e cadeiras há um tempo então eu pensei que já que estão procurando achei que seria uma boa que se sentassem com a gente.

— Isso parece tentador, mas na verdade já estamos indo embora. Eu lhe agradeço pela gentileza, Cris. Não quero incomodar você e seu irmão — Lívia fala.

— Que isso! Não vai atrapalhar em nada. Seria sacanagem da sua parte recusar. Passou esse tempo todo procurando por essas mesas e quando acha você quer ir embora?

— Ai, tá bom. Vamos lá ver seu irmão. Ele é legal? — Lívia pergunta.

— Enzo não é o melhor irmão do mundo mas ele sabe conversar bastante. Acho que você vai gostar dele — Cris fala, gargalhando.

— Ah, então se é assim vamos lá. Quero conhecer esse tal de Enzo.

— Legal.

Voltando o trajeto que tinham feito para irem à mesa em que Cris e seu irmão Enzo estão sentados, logo se deparam com uma cena digamos um pouco constrangedora: um cara alto e de boa aparência aos beijos com uma mulher morena, de estatura mediana com batom e vestido vermelhos. Mas não é o fato de se beijarem o fator constrangedor, mas sim como fazem tornando a cena constrangedora.

Ao se depararem com isso tanto você quanto Lívia e Cris ficam imóveis assistindo de camarote aquela situação que parece não ia ter fim. E tudo vai ficando cada vez mais intenso.


— Esse é meu irmão, Enzo — diz Cris apresentando o tal rapaz.

— Ele não perde tempo, não é? — você fala imediatamente envergonhando-se quando percebe o que havia dito.

— Não se preocupe. Sempre penso que já me acostumei vendo essas cenas, mas acho que toda vez consegue ser pior.

— Mas que falta de respeito! Sinto muito, mas preciso dar um jeito nisso.

Dito isso, Lívia chega bem próximo a Enzo e a tal mulher com uma expressão engraçada de indignação e diz:

— Então tá tudo muito bem por aqui, não é, senhor "garanhão"?

— O que é isso? Quem é você? — Enzo pergunta, assustado.

— Desculpa interromper seu beijo fantástico, mas temos dois jovens aqui, além de outras pessoas que não precisam ficar vendo essa pouca vergonhice que vocês estão fazendo.

— Mas que pouca sem-vergonhice, minha senhora? Nós estamos apenas nos beijando.

— Primeiro: senhora é sua avó. Segundo: apenas se beijando?! Vocês estão quase a ponto de se engolirem nessa esfregação imoral aí.

— Quem é essa mulher, Enzo? — pergunta a mulher de vestido vermelho.

— Eu não sei quem é essa louca. Cris você está com ela? — Enzo pergunta.

— Olha aqui, eu não sou louca. Eu apenas não concordo que façam essa perversidade na minha frente — Lívia reclama.

— Meu anjo, nos dá licença um pouquinho. Depois nos falamos, pode ser? — diz Enzo para a tal mulher, que saiu de imediato enquanto encara sua irmã.

— Ótimo. Agora sim podemos conversar que nem gente normal.

— Minha cara, eu sei que sou irresistível. Mas não precisa ficar com ciúmes assim.

Lívia cai na gargalhada.

— Era só o que me faltava. Além disso você ainda possui esse ego? Já vi que o pacote tá completo.

— Vamos conversar que nem pessoas civilizadas, senhorita...?

— Acho que não tem porquê eu dizer meu nome. Talvez não valha a pena.

— Por favor, vamos. Não está nem se esforçando — Enzo fala.

— Não precisa. S/N vamos embora. Perdi a vontade de ficar nesse lugar — Lívia fala tirando a chave do carro de sua bolsa.

— Espera, moça. Já vai tão cedo assim? Você ainda nem me disse seu nome.

— Essa é a Lívia, irmã de S/N — dispara Cris.

— Somente Lívia? — Enzo pergunta.

— Pra você, sim — ela replica.

— Okay, senhorita Lívia. Quer me acompanhar à mesa pra conversarmos? Em pé parece que estamos no ataque um ao outro.

— E o que você vai fazer quando a mulher morena de vestidão vermelho voltar? Por acaso já dispensou ela?

— Com ela eu me resolvo depois. Agora senta aqui. Vamos aproveitar essa noite linda.

Lívia fica com uma cara de desconfiança, mas em questão de hesitantes segundos acaba concordando com o pedido de Enzo.

— Tá bom, vai. Eu só vou aceitar porque... na verdade eu nem sei o porquê.

— Isso já é um começo — ele diz.

E assim fazem. Enzo e Lívia põem-se a sentar nas cadeiras desocupadas enquanto você e Cris apenas observam toda a situação surpresxs sem entender muita coisa.

A princípio tinha sido uma situação constrangedora a discussão entre Enzo e Lívia, mas graças à personalidade de Lívia e o jeito como Enzo a provocava, tinha tornado aquela discussão em algo cômico de se ver.

— Olha, me desculpa por Lívia ter agido com seu irmão dessa forma. Eu estou com muita vergonha — você diz para Cris.

— É, digamos que ela exagerou um pouco — Cris fala, gargalhando — Mas confesso que foi engraçado. O meu irmão também não dá mole. Acho que ele já percebeu que a sua irmã faz o tipo irritadinha e tá se aproveitando disso pra provocar ela.

— Ela costuma agir assim quando fica indignada com alguma coisa. Quando vê situações com que se sente desconfortável, já parte logo pro ataque. Seu irmã já foi apresentado dando motivos, então...

— Isso pode ser perigoso pra conversa deles, pois Enzo gosta de provocar.

— Percebi.

— Então é melhor se juntarmos a eles caso aconteça alguma coisa, senão os dois podem soltar faísca — diz Cris dando uma risada.

— É melhor mesmo — você concorda — Vamos?

Sem hesitar ambxs tratam logo de fazerem companhia à Enzo e Lívia sentando-se à mesa. Olhando de longe às vezes parece algo dá indício que os dois podem se entender sem mais brigas nem discussões, mas por meio das dúvidas é sempre bom ter alguém por perto caso alguma coisa surgisse apenas por precaução.

A pergunta que fica no ar é... como será que a noite vai terminar?


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