Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 29
O convite




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"Com o pronunciamento da liberação dos táxis voadores, a cidade ficou em festa desde aquela noite. Eu vi que muitas pessoas vibraram com a notícia e outras não curtiram muito. Na escola foi a mesma coisa. A apresentadora do Jornal da Noite disse que a partir do próximo ano já seria possível a população da cidade ver os veículos voando por aí passando por cima de nossas cabeças e ficando bem próximo aos prédios. Isso é algo magnífico, mas me assusta também. Eu deveria sentir isso?"

Após acordar para mais um dia que lhe espera, segue para a cozinha para tomar café. Quando terminou, foi para o banheiro tomar uma ducha para se despertar, enquanto Lívia se arrumava.

Alguns minutos depois você sai do banheiro, vai para o quarto pôr o seu uniforme para terminar de se preparar para ir à escola.


⌚ 07:09 a.m.

Chegando na escola, quando já estava indo em direção para a sua sala de aula, avista Cris, Rebekah, Tommy, Lavínia e Micaella reunidos no jardim da escola conversando. Max e Allison, porém, estão mais distantes a sós num dos banquinhos. O grupo te vê e alguns acenam para você, sorridentes. Rebekah faz um gesto com os dedos dando a entender que ela está querendo dizer para você se junte à eles depois que deixasse suas coisas na sala. Você apenas dá um sorriso como resposta e segue em direção à sala de aula. 

 

 

⌚ Minutos depois...


Ao deixar as suas coisas na sala, vai ao encontro de seus colegas no jardim.

— Ótimo. Agora que S/N chegou eu já vou contar logo de uma vez os detalhes. S/N, a gente 'tava aqui falando sobre uma coisa que poderíamos fazer depois do festival na semana que vem — Rebekah fala.

— Tá, e o que seria? — você pergunta.

— Nós estamos pensando em depois que o festival acabar, irmos à um lugar perto da escola. O nome é Super 8 — Lavínia completa.

— Super 8? O que é isso? — você pergunta.

— Micaella? — Rebekah diz.

— Sério que você nunca ouviu falar do Super 8? Mas enfim, ele fica perto daqui do colégio há algumas ruas. É bonito, colorido, com várias luzes. Além disso é do meu primo distante, então isso significa que podemos ter passe livre por lá. Mas é isso, você tem que ver — Micaella explica.

— Eu não tinha escutado falar nada sobre, me desculpa — você fala.

— A gente podia chamar alguns amigos de fora também pra se conhecerem — Tommy sugere.

— É uma boa. Tenho alguns amigos que acho que adorariam conhecer vocês — Rebekah fala.

— Também gostei da ideia — Lavínia comenta.

— Todos adoraram a ideia, mas até agora S/N não falou o que acha — Cris diz.

— Ah, é que... eu agradeço pelo convite de vocês, mas eu não sei se vai dar pra eu ir — você fala.

— Por que não, S/N? Vai ser tão legal — Rebekah diz.

— É, vai ter bastante gente lá — Lavínia fala.

— Esse é o problema. Não gosto de muita gente no mesmo local — você diz.

— Ainda tem isso, é? — Tommy pergunta.

— Não é nada contra vocês, eu juro. É só o meu jeito mesmo e além do mais é que ultimamente eu tenho pensado em algumas também, então.... — você diz.

— Eu entendo. Bom, mas é uma pena se você não quiser ir, S/N. Mas de qualquer modo o convite vai estar valendo caso queira mudar de ideia, então não se preocupe — Rebekah fala, sorridente.

— OK — você diz.

— Pra mim essa desculpa tá muito esfarrapada pro meu gosto — Lavínia comenta.

— Também acho — Micaella concorda.

Enquanto o sinal não toca, vocês continuaram conversando mais um pouco até a aula começar. De vez em quando ventava um pouco forte e as folhas das árvores balançavam fortemente, além das folhas que estavam caídas no chão voarem pelo ar juntamente à poeira que dava pra sentir batendo no rosto.

Micaella e Rebekah reclamavam muito quando isso acontecia, principalmente porque a ventania bagunçava seus cabelos e a poeira grudava um pouco em suas bocas por causa do batom que usavam. Lavínia achava isso uma bobagem e dizia que era apenas um vento forte e que elas não precisavam agir como se isso nunca tivesse acontecido antes. Em meio à isso, você, Cris e Tommy ficavam rindo da situação, principalmente quando a ventania acabava e viam a situação da galera. O pessoal parecia que ficava desnorteado ou algo do tipo.


⌚ Alguns minutos depois...

Os minutos passaram e finalmente o sinal toca fazendo com que os alunos sigam para suas salas.

— O que foram esses ventos, minha gente? A cada ano parece que eles ficam mais fortes — Rebekah comenta.

— Tanto trabalho pra gente arrumar os cabelos e dá nisso — diz Micaella ajeitando o cabelo.

— Mas é só passar uma escova neles e fica tudo direito, não é? Olha que fácil — Lavínia diz, debochando.

— Você fala isso mas não é simples assim. Eu tenho que fazer todo um ritual pra isso, minha filha — Micaella fala.

— É verdade — Rebekah diz.

— Quanta frescura — Lavínia reclama revirando os olhos.

— OK, vamos logo, gente? Agora temos física e o professor é rígido, então acelerem aí — Cris fala apressando o passo.

— Caramba, aula de fisica logo cedo? Boa sorte pra vocês — Tommy comenta.

— Bom, então deixa eu ir, amor. Beijo — Rebekah fala para Tommy se aproximando para um beijo rápido.

— Tchau, amor — Tommy fala retribuindo o beijo e se afastando para ir para sua sala.

— Eu também vou indo, gente. Até depois — Micaella diz dando um abraço em vocês três e logo em seguida indo pelo mesmo caminho de Tommy.

— Até — Rebekah fala — Bom, agora somos só nós quatro e os corredores já ficaram vazios.

— Então, vamos logo, né? Senão vamos levar suspensão — Lavínia diz.

E assim fazendo, se apressam e logo vão para a sala de aula.


⌚ Duas horas depois...

Quando as aulas de física acabaram, finalmente chega a hora do intervalo.
Dessa vez apenas Lavínia, Stefan e você ficaram conversando, pois os demais do grupo foram para lados diferentes. Por sorte, a enciumada da Cynthia não apareceu pra perturbar o coitado do Stefan como fazia na maioria dos dias e nem para te alfinetar. Com Lavínia ela nem tentava fazer nada do tipo, pois sabe o que ela sente toda vez que chega perto e o que estava a fim de fazer.

Por falar nisso, você ainda tinha que tirar a limpo o que ela havia falado no refeitório no outro dia, mas acontece que Cynthia é muita "faceira", sempre conseguindo se esquivar. Mesmo sendo da mesma sala que a sua era difícil de ter um diálogo com ela, pois sempre ficava mais com o pessoal de outras turmas. Mas para tudo tem uma hora, e essa hora não tardaria para chegar.

Quando passou o intervalo e as duas, quer dizer, quase duas aulas que viriam depois, a sua turma é liberada antes do sinal tocar. O professor que dava a aula teve uma ligação de emergência, por isso teve que liberá-los faltando vinte e oito minutos para o fim da aula. Para alguns era uma pena e para outros, um alívio, pois sua disciplina era História, e como toda aula dessa disciplina sempre tem aqueles que ficam fascinados pelas explicações do professor e também, aqueles que quase cochilam sentados.

— Que bom que a aula terminou mais cedo. 'Tava pensando em fazer uma coisa antes de voltar pra escola agora à tarde — você diz para Lavínia.

— E o que seria? — ela pergunta.

— Preciso ver uma pessoa. E não. Não é nada a ver com coisa de namoro — você avisa antes que Lavínia dissesse alguma coisa sobre.

— Bom, eu não disse nada — ela fala, rindo.

— É, mas pensou. Eu tenho certeza.

— OK. Então nos vemos mais tarde de novo?

— Com certeza.

— Ai, quando isso vai acabar? Não vejo a hora de passar esse festival — ela reclama.

— Calma, a semana já 'tá acabando e daí faltam só mais uns dias até lá. Tenha paciência — você diz.

— Já que não tem outro jeito...

— Bom, eu já vou pra não me atrasar — você fala.

— Tchau, S/N.

— Tchau.

Chegando no seu bairro, você encontra-se num endereço que já fazia algum tempo em que não ia.

É a Rua das Flores.

Andando por ali, começa a procurar por uma casa vermelha e simples de número 1001. Não demora para encontrá-la e, ao se aproximar da porta, bate e fica a esperar até que aparecesse alguém para atendê-lx.

 ⌚ 12:12 p.m.

— Que surpresa boa você aqui! Pensava que já tinha me esquecido outra vez — dona Ami fala enquanto toma um copo de água.

— É, eu aproveitei que hoje a aula terminou mais cedo e vim passar aqui antes de voltar pra lá mais tarde — você diz sentando-se no sofá — Cadê a Polly?

— Está dormindo. A Polly 'tá dormindo.

— E a senhora? Como está?

— Ah, eu tô bem. Muito bem. Só que ultimamente eu tenho andado um pouco sonolenta. Eu não sei o que acontece, mas agora estou assim.

— Como assim? Isso começou do nada?

— Não, eu acho que não. Já tem alguns dias. Mas Mirella está me ajudando — ela diz dando um sorriso.

— Mirella? — você pergunta.

— É, a minha enfermeira. Ela me ajuda quando preciso de algo e sempre passa aqui à noite. Só que aí a gente conversa e acho que acabo dormindo porque quando eu acordo já é dia e ela não está mais aqui.

— Que estranho — você fala, pensativx.

— Por quê?

— Não, nada.

Ami estranhamente olha para você por uns segundos como se te analisasse. Quando percebe o que ela está a fazer, desvia o olhar.

Ela franze a testa como se percebesse algo, então inesperadamente lhe pergunta:

— Tem alguma coisa perturbando você, S/N?

— Eu? Não, por quê?

— Tem sim, eu sei. Eu posso ver. Você está com uma certa preocupação sobre alguma coisa, não é? Eu posso sentir.

— Eu não tô — você fala.

— Não precisa ficar com medo. Eu não sou uma bruxa.

Você fica em silêncio por alguns segundos sem responder nada.

— Eu não sei da onde eles tiram essas coisas. Isso me entristece — Ami diz.

— Deixa isso pra lá. Você tem que saber de si e isso é o que importa.

— Sim, é o que importa — ela diz dando um sorriso.

— Sobre a coisa que você falou que me incomoda. Sim, tem alguma coisa me perturbando um pouco.

— O que ela te fez?

— A mim nada diretamente, mas me falou algo que eu não conversei com ninguém além da Lívia. Comentou sobre coisas minhas antes de eu mudar pra cá — você diz.

— Hum, isso não é bom — ela comenta.

— Não sei da onde ela tirou isso, mas eu ainda vou tirar isso a limpo. Hoje à tarde eu vou de novo pra escola e vou tentar colocar ela contra a parede — você diz, pensativx.

— Faça isso e tente descobrir o que ela mais sabe — Ami sugere.

— Vou tentar. Tomara que eu consiga.

— Ah, aproveitando que você 'tá aqui, S/N eu preciso te contar uma coisa — Ami diz abaixando o tom de voz.

— O que é? — você pergunta com curiosidade.

— Vou te falar, mas por favor, não tenha medo de mim.

— Eu não tenho, eu já disse.

— Outra noite eu estava numa guerra — ela diz baixinho, sorrindo.

— Uma guerra? Como assim?

— Sim, e eu conversei com os fundadores da cidade. Eles pareciam bravos.

— Ah, é? E o que eles te falaram? — você pergunta com um certo deboche não acreditando muito.

— Eles disseram que os intrusos estavam destruindo a cidade e que ninguém estava percebendo por causa de suas distrações. Também me disse que algo precisava ser feito contra elas, pois desse jeito nada iria restar — Ami diz em um tom mais baixo olhando para os lados — Depois disso eu não lembro mais de nada.

— Ah, você teve um sonho.

— Não, não, S/N. Eu estava lá. Eu conversei com eles. Mas já que você disse, será que não foi um sonho mesmo?

Você fica olhando para dona Ami segurando a risada. Não acreditou em nenhum momento que o que ela disse poderia ser verdade. É claro que não era. Preferiu acreditar que ela está apenas brincando com você.

Mas também não era algo que se poderia ter certeza, já que em alguns momentos ela parecia estar convencida no que estava lhe falando.

— Talvez eu tenha me impressionado com algum filme que eu vi, não é? — ela pergunta, sorridente.

— É bem provável — você fala.

Nesse momento Polly, a cabrita de estimação de Ami, surge na sala balançando o rabo indo em sua direção. Ela começa a esfregar a cabeça em suas pernas e só para quando você a acaricia.

— Olha a dorminhoca aí — Ami fala.

— Bem na hora — você diz.

— Ah, S/N. Já ia me esquecendo. Eu fiz o almoço mas não comi ainda e pelo que eu vi, você ainda não. Então eu quero que coma comigo.

— Eu não vou incomodar?

— De jeito nenhum. Você sabe que eu adoro conversar com você e também sei que adora a minha comida.

— Gosto mesmo. A oportunidade é ótima porque realmente eu estou com fome — você fala.

— Então tá. Vamos pra cozinha comer e depois ainda tem a sobremesa — Ami diz — Vamos, Polly!


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