História After You - escrita por Clawen


Capítulo 21
Capítulo Segredos Ocultos


Notas iniciais do capítulo

❤️



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809393/chapter/21

 

Owen avançou até onde ela estava e a puxou de volta pra cima, atordoado.

 

— Claire?

Ela colocou muita água para fora. Foi apenas um susto.

— Owen... - disse ofegante e aliviada o puxando para abraçá-lo. - Eu não... Eu não conseguia nadar...

— Estava afogando? - Imediatamente saiu da água, a colocando sentada na parte da frente do carro. - O que aconteceu? Está bem? Engoliu muita água?

— Minha perna... Senti uma cãibra muito forte. Não conseguia nadar. - respirou fundo. - A minha sorte foi que você chegou lá a tempo... - disse aliviada. - Eu estou bem...

Só por apenas imaginar o que pudesse ter acontecido na ausência dele, Owen já entrava em desespero total, mas agradeceu aos céus por estar ali para cuidar dela.

— Vamos ver isso, as vitaminas não estão fazendo efeito? - Deu meia volta pegando uma toalha no porta malas e a secou cuidadosamente.

— Estão amor... É que eu não nadava há um bom tempo. - Desceu do carro e o abraçou, estava tremendo. Tinha medo de pensar o que poderia ter acontecido. - Vamos para casa? Quero ir embora.

— Vamos sim.

*

O caminho até em casa havia sido tranquilo, exceto pelo marido enchendo a cabeça dela de perguntas para se certificar de que estava tudo bem com a neném e ela.

Mais tarde, enquanto tomavam um banho quente de banheira com bastante espuma na suíte principal, Owen esfregava os cabelos dela como a mesma pedia. A viagem seria ás 11 horas da noite.

— Já fiz 3 vezes, já está limpo Claire... nossa...

— Faz só mais uma vez... Vai amor. Eu gosto... - disse com uma voz manhosa. - Só mais umaaa... Prometo não pedir mais nada nos próximos dez minutos.

— Oh céus... muita manha para um dia só. - Owen esfrega o couro cabeludo dela com a ponta dos dedos grandes, fazendo uma boa massagem. Ela quase ronronava em deleite, o marido não pode deixar de acha-la ainda mais fofa. Logo após fez outro processo com o shampoo, como ela havia ensinado a ele.

Claire estava com os olhos fechados, aproveitando as carícias do marido. Ele era muito bom até lavando seus cabelos e sorriu.

— Perfeito meu amor... - disse assim que ele terminou e virou para ele, com um pouco de dificuldade, mas conseguiu. - Sabe o que eu queria muito?

— Das duas opções, uma: trepar por 3 horas seguidas com seu marido ou comer um prato imenso de pudim. - Considerando a viagem nas próximas horas, Owen finaliza o banho e a seca, levando para o quarto nos braços. - Você precisa dormir umas horas. Como as malas já estão prontas e nossas roupas separadas, já pode ficar tranquila.

— Aaaah meu amor.... Queria tanto a primeira opção... - se espreguiçou na cama. - Sabe... Quero muito inaugurar o nosso quarto lá no hotel... - mordeu o lábio.

— Ah, pode ter certeza que eu também quero isso. - Owen a vestiu confortavelmente, a entregou um livro de gravidez, cobrindo-lhe as pernas. Com o transcorrer das horas, a sua disposição para viajar diminuiu gradualmente, até quase desaparecer. Agora, tudo o que queria era vestir um pijama quente e se enfiar embaixo das cobertas com a esposa. Parecia muito mais fácil.

Fazia frio e ele manteve as janelas do apartamento fechadas durante o dia, para que não esfriasse os cômodos.

Esfregando os braços um no outro para se aquecer, adiantou-se até o closet, a procura de um agasalho. Decidiu-se por um blusão de lã. Nada atraente, mas por hora seria adequado. Logo ele retorna ao quarto com um embrulho nas mãos.

Claire estava esparramada ainda lendo o livro e enrolada nas cobertas. Assim que ele apareceu, ela o encarou.

— O que é isso? - Se sentou acomodando-se nos travesseiros, curiosa.

— Bom, faz um tempo em que eu não faço surpresas para minha ruivinha, então... Eu pensei em flores, mas você já deve estar enjoada delas. - riu, estendendo-lhe o pacote. - São bombons. Os seus preferidos. Acho que você irá gostar. Combinam com você. - Falou.

Ela sorriu ficando extremamente corada. Segurou o pacote e os abriu.

— Uhmmm meu amor. Vou levar eles para a viagem... Eu agradeço muito o presente. E ia gostar também se fossem flores. Gosto de tudo o que me dá... Vem cá... Obrigada. - o puxou para um beijo calmo e cheio de amor.

— Por nada... - Disse Owen, coçando a nuca. Logo preferiu mudar de assunto. - Foi um sacrifício trazê-los até você sem beliscá-los. Você sabe como eu sou guloso. - Desabafou, passando a mão pelos cabelos ruivos.

— O que foi? Não quer me beijar? - o encarou acariciando sua barba.

Owen revirou os olhos e a beijou avidamente, sedento por ter aqueles lábios rosados para si. Ela era tão doce, que quase acreditou que ela tivesse comido um dos bombons antes do beijo. Ele finaliza puxando o lábio inferior para ele em meio a mordidas e sussurros apaixonados.

— Okay... - suspirou apaixonada. - Isso foi ótimo... - finalizou com um selinho. - Te amo... - se afastou relutante pegando a caixa de bombom. - Vou me arrumar... E guardar a caixa na mala... - sorriu.

Definitivamente estava um frio inesperado. Claire colocou uma jaqueta quentinha, calça jeans e botas. Foi direto para a cozinha, estava com fome.

— AMOR, QUER COMER ALGUMA COISA? - gritou.

— Na verdade eu queria comer você com aqueles bombons, mas já começou se recusando a dividir comigo... então vou querer uma pizza... - Apareceu atrás dela com o livro nas mãos. Ela virou para ele sorrindo.

— Eu adorei esse ideia do bombom.... Vamos deixar para fazer isso na Grécia, que tal? - Se aproximou dele. - Estou fazendo macarrão é mais rápido. - Olhou para o livro em sua mão. - O que foi? Vai ler agora?

— Estava no capítulo em que fala sobre a recuperação após o parto. Se derem... ponto... em você... céus... tem certeza que não quer fazer cesárea, ruiva?

Ela começou a rir tirando o livro da mão dele, colocando sobre a mesa.

— Amor... Está lendo muito hein... Olha, eu tenho fé que não vou precisar levar pontos. Vamos pensar na recuperação. Bem rápida e não vou ter cicatrizes. - sorriu. - Lá onde você tanto gosta, volta rápido ao normal...

— Ah... será que vai voltar a ser como era antes?

Ela fechou a cara e não o respondeu. Se afastou indo continuar fazer o macarrão. Respirou fundo, tentando manter a paciência.

— Vai ficar brava comigo por isso? Eu fico curioso amor... sabe o que estava pensando inclusive?

— Eu sei... Não estou brava. O que está pensando? - o encarou curiosa.

— Contratar alguém para limpar e cozinhar.

— Por que?

— Não é óbvio?

— Não precisa amor... Eu posso ficar cozinhando. Eu gosto de fazer a sua comida... Não estou doente, só grávida.

— Não quero te ver com dor nas costas... pés inchados... amor...

— Que lindo esse marido. - O deu um selinho. - Falamos sobre isso depois da viagem, tudo bem? Vamos comer... - colocou o macarrão no prato dos dois. - Come. - o puxou para se sentar na mesa.

*

Eram oito e meia quando eles tornaram a tomar consciência das horas, entretidos em mordiscar alguns doces de cereja de sobremesa e bebericar do café que Owen havia preparado, cuja fumaça que saía das xícaras subia em espiral pelo ar.

Os olhos de Owen não demonstraram preocupação quando vislumbrou o horário no relógio. Ao contrário, pois apenas os desviou de volta para o rosto de Claire, fingindo que não notara o passar do tempo, enquanto estavam sentados sobre o chão da sala, apoiados na mesa de centro.

Ela ria da história que ele contava sobre a sua última catastrófica experiência culinária. Foi neste momento que dedos se chocaram contra a porta de madeira maciça do apartamento.

— Senhor e Senhora Grady, o táxi de vocês sairá em meia hora! - Um dos funcionários disse do lado de fora, afastando-se logo após.

Claire se sobressaltou assustada olhando para seu celular.

— Owen, por que não disse que estávamos em cima da hora? Eu perguntei pra você que horas era.

— Nossa conversa achei mais importante. Nosso vôo é a meia noite...

Ela respirou fundo, se acalmando e se aproximou dele.

— Owen... Seja sincero. - segurou sua mão. - Você não quer viajar?

— A verdade é que estou receoso em deixar a ilha por 5 dias... e você se cansar muito. A pressão lá do alto pode fazer mal para nossa filha...

— Entendo... Vamos cancelar então.... - pegou o celular. - Não quero você lá, pensando no trabalho. Não vamos aproveitar. - disse desanimada.

— Não vamos cancelar nada. Vai ser importante essa viagem. - A beijou na bochecha e ergueu a esposa. Owen carregou todas as malas para o lado de fora, enquanto os funcionários tratavam de leva-las para o carro. - Vem ruivinha... não se esqueceu de nada?

— Não, as duas coisas mais importantes da minha vida estão comigo. - sorriu e o acompanhou até o carro.

Não demorou muito e já estavam dentro do helicóptero a caminho da Costa Rica. Ela estava empolgada, era a sua primeira viagem para a Europa com Owen. Queria aproveitar ao máximo os cinco dias ao lado dele. Seria inesquecível.

Após desembarcarem, pegaram o avião diretamente para os Estados Unidos. A viagem não foi muita longa até o aeroporto Internacional de Los Angeles, porém o marido já notou a esposa bastante cansada.

Faltava quinze minutos para o vôo deles. Estavam sentados na sala de embarque, o frio piorou quando chegaram nas terras americanas. Claire agarrou-se ao braço dele tentando se aquecer. Suas mãos estavam roxas.

Owen retirou o casaco da ruiva do interior de uma das malas e a agasalhou bem. Recostado na cadeira, a puxou para o peito dele em um abraço quente.

— Uhmmm... Isso é tão bom amor... - disse se aconchegando entre seus braços. Até que lembrou de algo muito importante que ficou sabendo há três dias atrás, e aquilo a deixou preocupada.

— Pode dormir, na hora do embarque te acordo. - Alisava as costas dela.

— Tudo bem... - fechou os olhos apenas. Não queria dormir. Os quinze minutos logo se passaram, todos os passageiros estavam em suas devidas poltronas.

— Amor... Preciso te dizer uma coisa. Não queria falar agora, mas é melhor te avisar com antecedência. - o encarou receosa.

— O que aconteceu?

— Quando voltarmos, precisamos ver uma data para você ir para a Masrani Global. Terá algumas reuniões, você precisará ir...

— Ah, jura? Mas que ótima notícia. - Respondeu de forma irônica.

— Owen... Eu só não vou porque depois dessa viagem eu estou proibida de viajar. Mas eu cuidarei do parque, também não queria que fosse...

— Sei das minhas responsabilidades. Vou ver o que posso fazer. Não quero te deixar sozinha...

— Eu ficarei sozinha, não se preocupe. Não estou doente e não quero ninguém comigo.

— Podia fazer amizade com a Vivian... amor. Agora que não tem a Zara.

— Vamos deixar para falar sobre isso depois. Apenas esqueça um pouco tudo isso e vamos aproveitar a viagem, a nossa família... E namorar como sempre fizemos. O que acha? - Disse suavemente.

Owen assentiu com um leve maneio positivo de cabeça, beijando-a em seguida na testa. A viagem foi tranquila nas horas seguintes.

O casal desembarcou em Creta, na Grécia no dia seguinte com o calor do sol europeu aquecendo seus corações. Passaram aquele início de dia descansando e após a refeição do hotel, encontraram-se com toda a família no saguão. Todos preparados para passar uma bela tarde em uma das praias. Dona Tereza estava com o seu colar de pérolas que costumava usar em dias festivos. Já o irmão mudava a rádio a cada cinco minutos e não parava de fazer comentários sobre a cidade e os pontos históricos e turísticos, na maior felicidade.

Eles alugaram alguns carros para se deslocarem pela cidade e para a praia de Elafosini. Era uma das praias mais belas, a areia branca que lembrava açúcar e a água muito cristalina. Os familiares estavam deslumbrados, nunca tinham ido em uma praia assim. Claire lembrou muito do Caribe, mas aquele lugar conseguia superar.

Todos saíram dos carros para se acomodarem sob a sombra de guarda-sóis. O calor estava intenso. As crianças eram as mais empolgadas. Claire foi logo se repousando em uma das cadeiras de praia, estava com um vestido florido por cima do biquíni. Tinha um sorriso imenso, observando o marido feliz com os irmãos.

Como de costume, Owen deu um banho de protetor solar em Claire, e quando finalizou as crianças surgiram com areia nas roupas e cabelos.

— Tio, a tia Claire está parecendo um fantasma desse jeito!

— É para proteger ela do sol, Sam.

— Ah, entendi. Olha meu castelo, tio!

O garotinho apontou para o monte de areia que mais parecia um amontado com gravetos secos.

— Nunca vi castelo mais horroroso na minha vida. - Sophie esboçou uma careta e fez questão de mostrar o castelo de areia para os tios, bem mais elaborado que do irmão. - Isso sim é um castelo de verdade...

Claire queria muito rir com aquilo, mas não podia dar razão para a pequena. Desde sempre Sophie era mais caprichosa e esperta que o Sam.

— Nossa querida, ficou lindo.

— Obrigada tiaa. Viu Sam, ficou muito melhor que o seu. - fez careta para o irmão, o pequeno fez um bico e cruzou os braços, irritadiço.

— Hey príncipe... - Claire o puxou gentilmente pelo braço, dando-lhe um beijo na bochecha. - O seu também ficou lindo. - o menino sorriu para ela. - Vai ensinar para sua priminha a fazer um castelinho de areia?

— Vou sim, tia. - a abraçou pelo pescoço todo feliz.

Sophie comumente ficou enciumada com aquela cena presenciada, mas nada disse. Optou com construir um "rio" ao redor de seu castelo.

*

O Sol já estava se pondo. Sentados nas pedras que ficavam em um dos extremos daquela pequena praia, Owen e Claire observavam com curiosidade o céu e a areia se tingirem de um suave laranja. A orla em formato de meia lua, as pedras altas ótimas de se escalar no extremo esquerdo da praia, o penhasco no extremo direito, a floresta que separava a praia da pequena vila... A areia muito branca, geralmente adornada com pequenas conchinhas, e dependendo da época do ano algumas algas verdes. O cabelo de belíssimos cachos acobreados, balançava com o vento forte.

— Não precisa ficar com vergonha de ficar de biquíni por conta da barriga, meu amor...

Ela o encarou com um meio sorriso.

— Eu sei... Mas... - suspirou. - Eu nunca me senti muito confortável de ficar assim na frente das pessoas.... Ainda mais agora.

— Se não se sente bem, tudo bem. Depois voltamos aqui quando não tiver ninguém.

— Obrigada. - o deu um selinho. - Eu prefiro... - Voltou a olhar para a paisagem, mais especificamente seus familiares. Estava com a cabeça deitada no ombro dele, e seus dedos entrelaçados. - Sabe uma coisa que eu me arrependo muito?

— De que?

— De não ter acompanhando o crescimento dos meus sobrinhos. Eu errei muito com a Karen e com eles. Só fui realmente descobrir o quanto é importante a família, depois de estar com você...

— Você se fechou muito quando seus pais morreram. É normal, depende de cada pessoa. O importante é que aprendeu com isso e se tornou essa doce Claire que me casei. Não a rabugenta de anos atrás. Mas não é tarde...

— Sim... - sorriu. - Eu me tornei uma pessoa melhor depois que aprendi a te amar... Você é incrível, Grady! - o encarou. - Espero poder também ser uma boa mãe.

— Vai ser sim. Quer voltar para o hotel? Tomamos um banho e vamos dar uma volta na vila.

— É uma ótima ideia.

O casal seguiu rumo ao hotel com um dos carros. O restante da família, preferiram continuar na praia, afinal para eles era mais difícil ir em uma. O hotel em que estavam hospedados era simples, mas tinha uma beleza única e muito aconchegante. Owen soube escolher perfeitamente tudo. Claire ia para o banheiro, mas assim que passou pelo espelho, parou em frente o mesmo. Definitivamente ela não era a mesma.

O loiro encarava aquela cena com certa adoração expressa no olhar.

— Hey? Vamos Claire. Sabe que essas horas da noite eu fico faminto... o que será que vão servir de jantar? - já estava no banheiro, ensaboando-se.

— Não faço idéia amor, mas também estou faminta. - brincou e retirou as roupas se juntando a ele no chuveiro. O encarou de cima a baixo, mordeu levemente o lábios inferior. - Como você consegue, ficar mais lindo a cada dia que passa? - começou a se ensaboar.

— Eu? - Riu pelo nariz enquanto ajudava ela a se lavar. - Parei de malhar, estou ficando fora de forma se não reparou...

— Está perfeito. Quando a Clarisse nascer, preciso voltar a malhar urgente.

— Não preocupa com isso agora. - Owen a secou cuidadosamente após. -Onde estão seus cremes?

— Estão dentro da mala de mão... - sentou sobre a cama acariciando a filha em seu ventre. - Mamãe está ansiosa para ver seu rostinho...

Owen escolheu um dos hidratantes na bolsa a esposa e começa a espalhar os produtos nos braços, tronco e barriga sem muita pressa. Quando passou para os pés preferiu se sentar no tapete felpudo, aproveitando para lhe massagear os pés.

— Nossa, Owen... Isso é tão relaxante. - suspirou. - Onde vamos agora? Tem tantos lugares lindos. - acariciou os cabelos dele.

— Vai saber daqui a pouco, ruivinha. - Dito isso, Owen finalizou a massagem com beijos e juntos foram aprontar para curtir a noite.

*

As ruas do vilarejo estavam agitadas, como sempre ficavam no fim da tarde. Pessoas de todas as idades vendiam desde peixes, frutas e pães até roupas, adornos e artesanatos. Outras tantas pessoas circulavam, fosse para comprar o que precisavam ou simplesmente para jogar conversa fora em meio às tendas e as árvores. A rua em que Owen e Claire passeavam de mãos dadas, estava completamente iluminada.

Uma festa típica daquela época do ano em Creta sempre envolvia barracas de comida, brinquedos e um palco com música ao vivo. Todos na cidade se reuniam para aproveitar e as famílias mais antigas trabalhavam, como de costume. No final da rua, onde estavam montadas barracas de brincadeiras, olhavam para o céu à espera dos fogos de artifício.

— Está com fome, ruiva? - indagou o marido colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha dela carinhosamente.

Ela sorriu com o gesto, segurou a mão dele que estava próximo ao seu rosto e a beijou.

— Estou sim, o que sugere para comermos? Passamos por um restaurante perto do hotel. Parece ser bem agradável. Quer ir lá?

Após umas semanas para cá, Claire começou a sentir mais fome que o normal. Evitava comer muitas besteiras e sempre Owen cuidava para ela ter um alimentação saudável. Muitas vezes ela sentia vontade de comer o que ele comia, mesmo sendo gorduroso. Ela sabia o quão aquilo afetaria o seu corpo, e no fundo sofria com isso. Mas não se privaria dos desejos de sua filha.

O marido encarou a placa de entrada no restaurante. "Atrium". Parecia agradável, então logo trataram de reservar uma mesa do lado de fora. O marido havia pesquisado sobre a comida local e logo chegaram a conclusão final: Para Owen, um prato de Mousakka, que consistia em carne de cordeiro moída, tomate, azeite, molho, cebolas e temperos. Um prato bastante pesado, bem o jeito Owen Grady de comer.

Claire por outro lado escolheu comer outro prato típico local. Um prato chamado "Gemista" preparado com tomate, pimentão recheados com arroz e cozidos com molho e azeite. Logo os pedidos haviam sidos servidos e o casal degustada da excelente comida.

— Quando a Clarisse for maior... Podemos trazer ela aqui. O que acha? Estou apaixonada com tudo o que vi. Não imaginava que a Grécia era tão linda assim...

— Vamos viajar com ela para vários lugares, ruivinha. - Piscou para ela de boca cheia. O marido desconhecia os modos a mesa, mesmo em terras estrangeiras. - Quero que fecha os olhos que tenho uma surpresa...

— Okay... - sorriu e assim o fez.

Owen abaixou-se no canto da mesa e retirou dali um belo buquê de Hyacinthus brancas. Eram bastante lindas e exóticas, porém o loiro não havia comprado-as em vão. Havia um significado nelas e ele já esperava que a esposa perguntasse. Claire abriu os olhos e assim que avistou o buquê sorriu curiosa.

— Amor... Que lindas, obrigada. - o puxou para um selinho. - Mas... O que são?

— Ela se chama Hyacinthus e a história dela nasceu de um romance da Mitologia Grega. Quer que eu conte a história? - Indagou com um sorriso de canto capaz de derrubar qualquer mulher.

— Claro, conta... - encarou as belas flores e depois o marido.

— A história é chata... mas sabe por que a escolhi? Não só pelo fato do romance envolvido na história. Mas é que elas me lembram você.

— Te lembram a mim? - seus olhos estavam levemente marejados. - Me deixou mais curiosa. Me conta... Quero saber sobre essa história.

— Está bem. Era uma vez uma jovem. Dois deuses se apaixonaram por ela e disputavam seu amor, mas no final a jovem escolheu apenas um dos deuses como seu par. O outro deus rejeitado ficou furioso...

— E o que aconteceu?

— Ah, o que aconteceu?... Como o deus rejeitado era o deus do Vento do Oeste, ele mandou uma rajada de vento durante um jogo de disco em que a jovem e o amado participavam. O disco acertou-lhe na cabeça e a jovem acabou morrendo... ele impediu que o deus do Inferno a buscasse e transformou o sangue da jovem em uma flor. Essa flor chamada Hyacinthus, o mesmo nome da amada morta como prova eterna de sua saudade.

Ela ficou por um tempo tentando processar o que acabará de ouvir.

— Isso é muito triste... E por que te fez lembrar de mim?

— É branca e delicada como minha esposa... cheirosa. Um pouco áspera ás vezes... mas depende do dia. Você é bastante instável, amor.

— Eu sei... - deu um meio sorriso. - Eu tenho que reconhecer que sempre fui assim e piorei um pouco com a gravidez. - o deu um selinho demorado. - Elas são lindas, eu amei... Obrigada! O que acha de pedirmos a conta e irmos ficar um pouco a sós?

Assim o marido fez, pediu a conta e foram das uma última volta pelas ruas.

— Vou levar essa boneca para Clarisse, olha... -Exibiu uma simples boneca de pano com cabelos ruivos feitos de lã.

— Outra amor? Ela já tem várias... - sorriu pegando-o. Era linda.

— O que tem? Não posso mimar minha primeira filha? - O vendedor recebe o dinheiro dele e entrega a boneca em um pacote. Após agradecer, leva a esposa para o quarto de hotel.

— Nossa... Nunca pensei que me cansaria tão fácil assim. - Disse se deitando na cama. - Faltam menos de 4 meses...

— Já... - Esboça uma expressão como se estivesse fazendo as contas. - Vai fazer 7 meses? - Owen se despiu completamente como costumava fazer nas noites mais quentes, havia acostumado. Pegou a pequena boneca e aproximou-se do ventre já bastante crescido. - Vamos conversar com ela...

— Sim... - Claire se acomodou na cama com ele ao lado. Levantou o vestindo expondo a grande barriga. - Fala para o papai meu amor... Completamos 6 meses. - sorriu encarando o marido com a boneca.

— Olha o que eu comprei para você, filha... espero que goste bastante. - Coloca a boneca sobre a barriga dela, inclinando-se até encostar o ouvido. - Espero que não destrua ela... tá bom? Vai ser uma boa menina... ou... uma segunda versão da sua prima Sophie?

Claire gargalhou enquanto acariciava os cabelos do marido. Sem dúvidas ambos estavam curiosos para saber como será a princesa deles.

— Espero não ter que trancar todas as gavetas da casa... - brincou. E com uma das mãos acariciou o outro lado do ventre. - Nós te amamos tanto Clarisse. Queremos ver seu rostinho, te segurar em nossos braços... O papai comprou várias bonecas para você. Precisa cuidar de todas com carinho, igual ele faz com a mamãe e com você...

— Ah, então eu faço um ótimo trabalho? - Beijou diversas vezes o local subindo até os lábios.

Claire o beijou com tanta ternura e paixão, aqueles lábios que ela tanto desejava e amava senti-los nos seus e em seu corpo. Emoldurou o rosto do marido com as duas mãos, o trazendo para mais perto de si.

— Sim senhor Grady... - disse entre seus lábios. - Amor... - cessou o beijo o encarando. - Vamos usar os bombons? - sugeriu com sorriso perverso.

— Usar... os bombons? - Perguntou de sobrancelhas arqueadas, fingindo inocência.

— Sim... - sorriu e levantou indo até a mala, pegando a caixa de bombom. Retornou rapidamente para ao lado do marido. - Usa a sua criatividade... Eu sei que você tem para isso. - pegou um dos bombons e mordeu, o mesmo derretida na boca. Então ela aproveitou para beijá-lo. O beijou tomou uma urgência a medida que as mãos grandes do ex-marinheiro tocaram os seios da esposa por cima do vestido.

Neste exato momento, Claire cessou o beijo para retirar seu vestido. Necessitava do marido o quanto antes, estava sem suas carícias desde Nublar. Era tempo suficiente para ela estar extremamente excitada.

— Amor... Tira logo essa roupa. - começou a desbotoar a camisa dele.

— Calma ruiva... - resolveu ajudar ela com a camisa, a jogando de lado enquanto sua mente estava perdida em pensamentos em como faria daquela vez. Assim que deparou-se com a nudez da esposa, Owen a deitou na cama colocando dois bombons em cada seio. - E se eu pegar com a língua, hm?

— Seria delicioso... - arfou já excitada. Ela sabia o quanto Owen adorava seus seios, e agora eles estavam muito maiores. Era deveras maravilhoso sentir os toques e a boca dele neles.

De modo provocativo, rodeou o seio dela com a língua deixando um rastro molhado antes de abocanhar o chocolate fazendo questão de tocá-los com os lábios. Repetiu o processo com o outro e logo passou a sugá-los um a um. Com certa delicadeza inédita a colocou de lado na cama, deitando-se por trás da esposa. Segurou-lhe a perna abrindo-a para encaixar-se dando abertura para penetrá-la, e assim ele fez. Se colocou para dentro do seu sexo úmido enquanto a beijava no pescoço. Começou a se movimentar.

Pôde sentir cada centímetro do seu interior, seus movimentos eram intensos e lentos. Ela gemia baixinho enquanto o marido a tocava fundo. Suas unhas deixavam finas linhas vermelhas em seus braços. Owen mordia o pescoçinho branco e apertava com força sua deliciosa bunda.

Claire o sentia todo dentro de si. Grande e grosso, do jeito que o amava. Agarrou uma das mãos dele apertando-a com desejo. A posição era novidade, mas era bem excitante. Sentia a respiração de Owen contra seu pescoço e rosto, a hálito doce do chocolate a estava enfeitiçando. Estava totalmente sob o domínio dele, não era novidade. Mas era diferente, era uma recarga de energia. Essa que ela perdia com muita facilidade por conta da gravidez, mas sempre que fazia amor com ele, se restabelecida em uma perfeita conexão, de corpo e alma.

Owen apertou com demasiada força a coxa dela durante as investidas que provavelmente iria ficar roxo em alguns minutos. Com os apertos, intensificou as metidas nela, afinal o ângulo da penetração facilitava ir até seu fim.

— Céus... - sentiu um calor percorrer seu corpo a medida que Owen intensificava as investidas. As respirações totalmente ofegantes, enquanto uma fina camada de suor já estava em seus corpos. A ruiva sentiu um orgasmo se formando, não iria aguentar por muito tempo. - Isso amor....

O marido desferiu um tapa na coxa grossa, sem interromper as socadas intensas em seu interior e aquilo durou por longos e deleitosos minutos até o mesmo sentir um membro formigar e explodir em um orgasmo quente dentro da ruiva. Porém, ele ainda não parou de se movimentar bruscamente contra o corpo dela.

— Owen... - gemeu chegando ao ápice logo em seguida. Seu corpo amoleceu ficando extremamente relaxada. - Amor... - murmurou tentando o dizer algo.

— Hmmm? - Ainda a penetrava lentamente dessa vez, até que parou de vez, segurando a perna dela firme. Logo a mão deslizou para a bunda vermelha após receber tantos tapas, e seus dedos encontraram o pequeno orifício em uma leve carícia. Automaticamente a ruiva se afastou dele. Owen sorria sacana. - O que foi?

— Não vamos fazer anal, Grady! - saiu da cama desconcertada, pegando um roupão e vestindo.

— Hey... vem cá. Não vou te forçar a nada... Claire...

— Eu sei... - Foi até ele e o abraçou enterrando seu rosto entre o pescoço e clavícula dele.

Aquela reação com certeza estava deixando o loiro incomodado.

— O que você tem? Fala comigo.... - Começa a acariciar os cabelos na tentativa de acalma-la.

Ela não se moveu, relembrar aquilo era muito doloroso.

— Eu só não tive uma boa experiência na minha primeira vez...

— Como assim? Você... fez anal antes? - Pergunta desacreditado, mas cautelosamente.

— Não amor... - o encarou. - Quando perdi a virgindade.

O marido permaneceu alguns instantes em silêncio tentando processar aquela informação. Informação essa que até então estava oculta. Ela tocar aquele assunto com certeza era inédito e por mais que quisesse a encher de perguntas, ainda foi cuidadoso. Os dedos agora faziam uma leve massagem no couro cabeludo dela, logo depois deslizava os dedos pelos fios vermelho-fogo.

— Quer me falar sobre isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "História After You -" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.